Capítulo 55 (Último Capítulo)
Cena 01 - Porto do Vilarejo [Externa/Manhã]
[Carlota e Filipe estavam começando a se desentender sobre o destino de Ana Catarina. Por mais que ele a odiasse, não queria matá-la, queria apenas o dinheiro. Enquanto isso, ela queria ir mais além em sua vingança.]
BARÃO FILIPE: - Para quê perder tempo e sujar nossas mãos? Vamos pegar o dinheiro do resgate e recomeçarmos bem longe daqui. Chega de fazer as coisas por impulsividade…
CARLOTA: - Não! [Grita]. - Somente isso irá me satisfazer… Será que não entende? Esse será o grande clímax dessa história. A morte dessa cretina!
ANA CATARINA: [Observa os dois e em seguida volta a percorrer todo o convés do barco com os olhos, com o intuito de encontrar algo que lhe ajudasse a escapar].
Cena 02 - Canavial [Externa/Manhã]
Música da cena: Mil Noites de Um Amor Sem Fim - Silva
[Imagens externas da cidade são apresentadas. Em seguida surgem imagens do engenho e logo percorrem os canaviais. Nas imediações dos canaviais, Antônio, Vladimir e Juvenal estavam reunidos com o intuito de resgatar Ana Catarina da melhor forma.]
ANTÔNIO: - Bom, agora que estamos acá. Precisamos percorrer bem a área. O barão disse que não quer ver a polícia envolvida nisso e é justamente por isso, que conto com a ajuda dos dois.
VLADIMIR: - Pode deixar, irmão. Nós iremos resgatar a Ana Catarina e capturar a Carlota. O barão também será preso, vosmecê vai ver.
JUVENAL: - Eu vou averiguar as imediações, precisamos preparar uma boa armadilha e cercá-lo. Somente assim iremos descobrir para onde eles levaram Ana Catarina e aí sim iremos resgatá-la.
[Miguel se aproxima nesse momento.]
MIGUEL: - Eu soube o que aconteceu e Mila me disse que vosmecês estariam acá. Por que não me contaram antes? Eu teria ajudado…
ANTÔNIO: - Era o seu casamento, sua lua de mel. Não queríamos estragar nada. Íamos te poupar.
MIGUEL: - Ela me salvou de uma vida miserável de correntes e escravidão. Me ajudou a estudar, fez de mim um médico e é como se fosse minha própria irmã, minha melhor amiga.
ANTÔNIO: [Abraça Miguel].
MIGUEL: - Ela vai ficar bem, nada vai acontecer. Nós não vamos deixar! [Completa].
Cena 03 - Fazenda Santa Clara [Interna/Manhã]
[Enquanto isso na fazenda, Mila, Amália, Maria do Céu, Açucena, Joana, Rosaura e Leonora rezavam para que Ana Catarina fosse resgatada ilesa.]
TODAS: - Ave Maria cheia de graça, bendita é a sua voz entre as mulheres, bendito é o fruto do teu ventre…
[Sozinha, Idalina se aproximou e ficou parada observando-as rezar.]
LEONORA: [Percebe que Idalina está observando] - Por que vosmecê não se junta a nós, Idalina? [Questiona estendendo a mão?].
IDALINA: - Io? Com as sinhá? Num há de ser de bom tom…
MILA: - Nenhuma prece para Deus é em vão, Idalina. Não tenha medo, venha. [Disse ao dar uma pausa na oração].
ROSAURA: - É, minha filha… Venha!
[Após todas começarem a insistir, Idalina resolveu ceder e se aproximou, ajoelhando ao lado delas em seguida. Assim, deram prosseguimento a oração.]
Cena 04 - Canavial [Externa/Manhã]
[Antônio estava parado no ponto de encontro estipulado por Filipe e Carlota no bilhete que havia recebido, quando o barão se aproximou para concretizar o resgate.]
BARÃO FILIPE: - Vejo que vosmecê é um homem de palavra, pontual. Excelente… [Sorri]. - Excelente! Trouxe o dinheiro? [Questiona ao se aproximar].
ANTÔNIO: - Eu trouxe, está acá nessa maleta. [Fala se referindo a maleta de couro em sua mão].
BARÃO FILIPE: - Eu posso ver?
ANTÔNIO: [Abre a maleta, revelando uma grande quantia em dinheiro] - Como pode ver, eu cumpri minha parte do trato. Onde está minha esposa?
BARÃO FILIPE: - Muita calma nessa hora, meu caro. Vosmecê não achou que eu seria tão idiota de trazê-la para cá, disse?
ANTÔNIO: - Eu já estou farto de tantos rodeios. Onde está minha esposa? Eu preciso de uma prova de que ela está viva…
[Neste momento, Filipe sente a impressão de que está sendo observado e que tem alguém no canavial.]
BARÃO FILIPE: - Vosmecê me enganou, não foi? Tem gente escondida acá… [Parte pra cima de Antônio para retirar a maleta dele].
ANTÔNIO: [Solta a maleta e acerta um soco na cara de Filipe] - Onde é que está a minha mulher, seu calhorda? [Grita].
BARÃO FILIPE: [Dá um soco em Antônio e tenta recuperar a maleta, mas os dois começam a lutar e vão ao chão].
[Quando perceberam a briga, Juvenal e Vladimir tentaram se aproximar, mas foram surpreendidos pelos comparsas de Filipe. Enquanto isso, Filipe e Antônio rolavam pelo chão aos socos, quando o barão pegou um pouco de terra e jogou nos olhos de Antônio.]
ANTÔNIO: - Seu desgraçado! [Grita com dificuldade de enxergar].
BARÃO FILIPE: [Pega a maleta e fica de pé] - Eu avisei para vosmecê não tentar nenhuma gracinha, eu avisei… [Chuta Antônio e em seguida atira para o alto, monta em um cavalo e foge em seguida].
[Após o sinal com os dois tiros dados para o alto, os capangas de Filipe fugiram com ele e Antônio foi amparado por Juvenal e Vladimir.]
ANTÔNIO: - O desgraçado fugiu sem me dizer onde Ana Catarina está, ele vai matar a minha esposa…
VLADIMIR: - Não, ele não vai. Nós vamos atrás dele, caçá-lo feito um animal.
JUVENAL: - Mas como iremos atrás deles? Eles estão à cavalo, não iremos alcançá-lo.
[É aí que eles são surpreendidos com a chegada de Miguel.]
MIGUEL: - Venham, vamos atrás deles! [Grita ao surgir numa charrete].
[Os três correm e sobem na parte traseira da charrete. Neste momento, Miguel puxa as rédeas dos dois cavalos e a charrete começa a correr entre a pequena estrada de terra no meio do canavial.]
Cena 05 - Igreja São José do Vilarejo [Interna/Manhã]
[Mesmo sem saber o que estava acontecendo, Padre Júlio tinha a sensação de que algo ruim estava acontecendo desde o não comparecimento de Ana Catarina ao casamento de Miguel e Maria do Céu.]
PADRE JÚLIO: - Pai amado, eu te peço humildemente que proteja essa família, principalmente essa mulher que é mãe e esposa. Que faz tanto bem aos que lhe rodeiam. Que nenhum mal lhe cerque e nem lhe acometa. [Clama ajoelhado diante o altar].
Cena 06 - Porto do Vilarejo [Externa/Manhã]
[Ao ouvir o som dos cascos do cavalo a galope se aproximar, Carlota correu ao convés do barco para se certificar de que era Filipe chegando.]
CARLOTA: - Conseguiu o dinheiro? [Perguntou].
BARÃO FILIPE: - Consegui, mas o seu filhinho miserável armou uma emboscada. Precisamos fugir, ele está vindo atrás de nós e não demora para estarmos presos. Vamos! [Grita ao entrar no barco, jogando a maleta no chão].
CARLOTA: [Abre a maleta] - Só isso? Mas acá está faltando dinheiro, não preciso nem contar pra saber…
BARÃO FILIPE: - Eu tirei uma parte para pagar aos homens que nos ajudaram, vosmecê não achou que eles fariam nada de graça, achou? Agora mexa-se, me ajude a puxar as velas…
CARLOTA: - Vamos fugir pelo rio? Achei que esse lugar seria nosso esconderijo apenas por ser um local incomum. [Questiona surpresa].
BARÃO FILIPE: - E vosmecê tem uma ideia melhor para fugirmos?
CARLOTA: - Não…
BARÃO FILIPE: - Então me ajude de uma vez…
ANA CATARINA: - O Antônio vai me salvar… Eu sei que vai! [Falou consigo mesma através do pensamento].
Cena 07 - Acampamento dos Ciganos [Externa/Manhã]
Música da cena: Vilarejo - Marisa Monte
[Com a transição de cenas, surge o acampamento cigano. Joana contava os últimos acontecimentos para sua mãe, quando Madalena resolveu se aproximar.]
JOANA: - Então aquela mulher fugiu da cadeia e a sequestrou com um tal barão que veio do exterior. Todos estão correndo contra o tempo para resgatá-la. [Explicou].
BIBIANA: - Pelas chagas de Cristo! Espero que a condessa volte para casa sã e salva. A justiça dos homens pode até falhar, mas Deus não dorme e esses dois irão pagar, minha filha. Vosmecê vai ver!
MADALENA: - Está selado… O destino dessas pessoas já foi escrito pelo criador, as cartas me disseram. Ninguém poderá mudar o destino, ninguém. [Responde ao abrir a cortina da tenda].
JOANA: [Observa Madalena, amedrontada].
Cena 08 - Porto do Vilarejo [Externa/Tarde]
[Quando a charrete enfim se aproximou do cais, Antônio saltou e correu para a ponte de madeira, mas logo percebeu que o barco já estava se afastando da margem.]
ANTÔNIO: - Eles estão fugindo! [Desespera-se].
MIGUEL: [Corre e se aproxima de Antônio] - Droga… Chegamos tarde demais! [Lamenta].
JUVENAL: [Se aproxima e observa o barco se afastar].
VLADIMIR: - Ali… Vejam, um barco! [Aponta na direção onde avista um barco com pescadores].
ANTÔNIO: [Corre na direção onde estavam os pescadores].
Cena 09 - Fazenda Santa Clara [Interna/Tarde]
Música da cena: Mil Noites de Um Amor Sem Fim - Silva
[Após darem uma pausa nas orações, todas aguardavam sentadas na sala de estar por notícias.]
IDALINA: - Io acho melhor fazer um chazinho para acalmar os nervos. Vou fazer um de camomila bem forte! [Disse ao correr para a cozinha].
LEONORA: - Eu acho que vou ajudar a Idalina. Continuar acá, sem notícias está me deixando louca. [Levanta-se e vai atrás de Tomásia].
MARIA DO CÉU: - Tenha calma, amiga. Eu tenho certeza de que tudo irá ficar bem. Vosmecê verá… [Fala na intenção de acalmar Mila].
MILA: - Eu estou me apegando nessa esperança para continuar de pé. Eu tenho fé de que minha mãe vai voltar bem…
AÇUCENA: [Mexe-se inquieta na poltrona, tentando encontrar uma boa posição para permanecer sentada, devido ao desconforto nas costas por conta da gestação].
AMÁLIA: - O que foi, filha? Sente-se mal? [Pergunta].
AÇUCENA: - Eu só estou um pouco cansada, só isso. Quase não consegui pregar os olhos na noite anterior.
AMÁLIA: - Eu acho melhor vosmecê se deitar. Acá tem muitos quartos, será bom para vosmecê e o bebê.
MILA: - Pode ir, Açucena. Não se preocupe, nossa casa é sua casa.
AÇUCENA: - Está bem, eu vou me deitar…
AMÁLIA: [Aproxima-se] - Eu ajudo vosmecê a ficar de pé… [Disse tentando ajudar].
AÇUCENA: - Pronto… Podemos ir! [Responde sorridente ao ficar de pé].
[De repente, todas ouvem o som de água caindo.]
AMÁLIA: - Querida, a sua bolsa estourou! [Diz ao olhar para o chão].
AÇUCENA: - Meu Deus, mas isso não é possível, ainda falta um mês para o meu bebê nascer.
ROSAURA: - É assim mesmo, minha filha. Vamos para o quarto, vosmecê precisa deitar, logo começarão as…
AÇUCENA: [Grita ao sentir uma forte dor] - Ai… [Leva as duas mãos ao ventre].
Cena 10 - Rio [Externa/Tarde]
[O barco estava percorrendo já há algum tempo, quando Carlota avistou outro barco nas imediações.]
CARLOTA: - Mas o que é isso? [Questiona-se surpresa].
ANA CATARINA: - Antônio! [Murmura aliviada ao saber que o marido não havia desistido de procurá-la].
CARLOTA: - Nós temos visitas! [Grita, alertando Filipe].
BARÃO FILIPE: [Distrai-se ao olhar para trás] - Desgraçados!
[Filipe tenta acelerar o equipamento do barco para que ele navegue mais rápido e para isso, ajusta as velas, descuidando-se da roda do leme.]
CARLOTA: - Eles não podem nos alcançar, será o nosso fim!
[Enquanto isso no outro barco, Antônio, Juvenal, Vladimir e Miguel tentavam alcançar Filipe e Carlota para resgatar Ana Catarina.]
ANTÔNIO: - Consegue ir mais rápido? [Pergunta ao pescador].
PESCADOR: - Estou indo o mais rápido que posso, senhor. [Responde].
[Sem perceber o que vinha a frente, por estar descuidado da roda do leme, Filipe tinha dificuldade em ajustar as velas, conforme o barco se aproximava de uma pedreira. Foi então que parte da lateral do barco passou raspando nas pedras, causando fissuras, fazendo com que a água começasse a entrar no interior dele.]
CARLOTA: - O que foi isso? [Questiona-se ao sentir um tremor no convés].
BARÃO FILIPE: [Corre até a lateral do barco e nota que passaram praticamente por cima das pedras] - O barco vai afundar, precisamos sair…
ANA CATARINA: - Como assim, vai afundar? Vosmecês precisam me soltar… [Grita].
CARLOTA: [Atônita com o que estava acontecendo, parecia não ouvir o que Filipe dizia].
[A água começa a invadir o interior do barco rapidamente.]
BARÃO FILIPE: [Aproxima-se de Carlota e a sacode pelos braços] - Vosmecê está me ouvindo? Precisamos fugir daqui ou iremos morrer! [Grita].
** ABERTURA / VINHETA **
Cena 11 - Rio [Externa/Tarde]
[Quando Carlota voltou a si, pode enfim perceber a gravidade do que estava acontecendo.]
CARLOTA: - Nós precisamos sair daqui.... Vamos morrer, vamos morrer! [Grita].
BARÃO FILIPE: [Dá um tapa na cara de Carlota] – Acorde, vosmecê precisa reagir. Vou pegar o dinheiro na maleta e nós dois...
ANA CATARINA: - Me soltem, me soltem... Eu preciso desamarrar as minhas mãos. Me soltem! [Implora].
[De longe, todos notaram que algo de anormal estava acontecendo.]
JUVENAL: - O que está acontecendo ali? [Questiona-se].
MIGUEL: - Parece que estão com problemas no barco!
[A água continuava inundando o barco que agora começara a afundar.]
BARÃO FILIPE: - Preste atenção no que vou te falar... Vosmecê precisa me ouvir.
ANA CATARINA: [Tentava se soltar e começava a machucar as mãos ao pressionar as cordas].
CARLOTA: [Olha para o chão e percebe que a água começou a invadir o convés].
ANTÔNIO: - Não, não, não... O barco está afundando! [Avista do outro barco].
BARÃO FILIPE: [percebe o desespero no olhar de Ana Catarina e resolve ajuda-la].
CARLOTA: - Não se atreva, vosmecê não vai soltar essa maldita. Esse será o fim dela, morrerá afogada, como estava predestinada a morrer da outra vez. Vamos morrer os três, juntos! [Conclui].
[Cada vez mais pesado com o grande volume de água em seu interior, o barco segue afundando.]
ANA CATARINA: [Desespera-se ao perceber que vai morrer afogada] – Não meu Deus, eu não posso morrer agora... Justo nesse momento em que acabo de recuperar minha vida.
VLADIMIR: - O barco vai afundar e nós não conseguiremos chegar a tempo... [Grita ao ver o barco praticamente submerso].
ANTÔNIO: [Percebe que não vai dar tempo de chegar de barco lá e resolve tomar uma medida desesperada. É então, que ele pula na água].
MIGUEL: - Antônio! [Grita].
[O barco afunda de vez e Ana Catarina não consegue se soltar.]
ANA CATARINA: [Tenta prender a respiração embaixo d’água].
Cena 12 - Fazenda Santa Clara [Interna/Tarde]
[Com a transição de cenas, surge a área externa da fazenda Santa Clara. No interior da propriedade, Idalina saiu da cozinha carregando consigo uma bacia de água quente e panos limpos.]
IDALINA: - Acá estão as coisas que a senhora pediu… [Disse ao entrar no quarto].
ROSAURA: - Menina, vassuncê vai precisar ser forte… Precisaremos fazer o seu parto acá.
AÇUCENA: - Acá? Mas ainda falta um mês para o meu filho nascer, eu estou com medo…
LEONORA: - Não tenha medo, vosmecê não está sozinha. Nós vamos te apoiar!
AMÁLIA: - Mila e Maria do Céu foram até a cidade procurar o médico, já que Miguel não está acá e de lá, passarão no acampamento para trazer sua avó.
AÇUCENA: - Não… Eu prefiro esperar! [Neste momento, Açucena tem outra forte contração].
ROSAURA: [Aproxima-se da cama e olha entre as pernas de Açucena] - Não vai dar tempo, menina. A dilatação já está bem adiantada, seu filho quer nascer logo. [Conclui].
Cena 13 - Mar [Externa/Tarde]
[Antônio nadava o mais depressa que podia para chegar a tempo de salvar Ana Catarina. Enquanto isso, embaixo d’água e amarrada, Ana Catarina estava cada vez mais sem ar.]
ANA CATARINA: [Perde aos sentidos, mas logo recobra a consciência ao ser envolvida por uma grande luz branca].
GONÇALO: - Ana Catarina, minha filha. Vosmecê é muito forte, mas já chega de lutar tanto. Venha comigo! [Diz ao estender a mão].
ANA CATARINA: - Papai! [Diz surpresa ao ver o pai depois de tantos anos].
ADELAIDE: - Filha linda da minha vida, vosmecê não precisa mais sofrer... Venha comigo. Venha! [Chama ao segurar a mão de Ana Catarina].
[Lutando contra o tempo, Antônio finalmente conseguiu chegar ao barco, onde encontrou Ana Catarina desacordada embaixo d’água e amarrada ao mastro.]
ANTÔNIO: [Tenta desamarrar a corda, porém tem muita dificuldade].
Cena 14 - Fazenda Santa Clara [Interna/Tarde]
[O parto de Açucena estava demorando mais do que o esperado e isso estava deixando todas ainda mais aflitas.]
ROSAURA: - Faz força, fia… Quando vier a dor, vassuncê faz força e empurra para baixo.
AÇUCENA: [Sente uma nova contração e faz força] - Não dá… Eu não vou conseguir… Eu não posso! [Disse visivelmente cansada].
ROSAURA: [Apalpa a barriga de Açucena e percebe alguma coisa anormal] - A criança está atravessada, por isso ainda não nasceu.
AÇUCENA: - O meu filho vai morrer? [Desespera-se].
[Neste momento, Madalena entra no quarto.]
MADALENA: - Ninguém vai morrer acá, eu não vou deixar. A história não vai se repetir. [Comenta ao entrar no quarto, referindo-se ao nascimento de Açucena, onde sua mãe havia se apaixonado por um homem não cigano e havia morrido no parto, acreditando-se então, se tratar de uma maldição por ela não ter seguido os costumes da tradição]. - Como estão as coisas? [Pergunta ao se aproximar da cama].
ROSAURA: - O bebê está atravessado, por isso ainda não nasceu.
MADALENA: [Apalpa a barriga de Açucena e percebe que Rosaura tem razão] - Eu preciso de álcool para limpar bem as mãos. Vamos trazer essa criança ao mundo, já!
IDALINA: [Encharca as mãos de Madalena com álcool e em seguida ela seca com um pano limpo].
MADALENA: - Vosmecê, preciso que fique ao lado dela e segure forte as mãos dela. [Disse se referindo a Leonora]. - Vosmecê, vai pressionar a barriga dela para baixo quando eu der o sinal. [Orientou Amália]. - E vosmecê, vai me ajudar… [Disse a Rosaura]. - Isso vai doer um pouco, xaborrí… Preciso que seja forte e nos ajude a trazer o seu filho ao mundo, está bem? [Explicou a Açucena].
Tradução: Xaborrí = Menina.
AÇUCENA: [Balança a cabeça, simbolizando que entendeu. Em seguida, sente uma nova contração e faz força].
MADALENA: - Agora! [Grita sinalizando].
[Amália pressiona a barriga de Açucena para baixo, que grita de dor desesperadamente, sendo acolhida por Leonora].
MADALENA: [Consegue desvirar o bebê e o traz ao mundo] - Nasceu! [Diz ao erguer o menino coberto de sangue, que chorava veemente, para que Açucena vê-lo].
AÇUCENA: - Meu filho, vosmecê salvou o meu filho, vovó! [Chora em um misto de emoção e alívio ao segurar o bebê].
Cena 15 - Mar [Externa/Tarde]
[Depois de insistir, Antônio finalmente conseguiu desamarrar os pulsos de Ana Catarina e a segurou, começando a nadar em seguida. Enquanto isso na superfície, todos estavam apreensivos com o desfecho da história.]
VLADIMIR: - Eles estão demorando muito, é melhor eu mergulhar e tentar ajuda-los.
JUVENAL: - Vamos esperar mais um pouco, se vosmecê desaparecer quando ele retornar, Antônio não se perdoará por isso.
MIGUEL: - Vai Antônio, aparece... Aparece! [Murmurou tentando pensar positivo].
[Foi neste momento, que Antônio retornou a superfície tentando recuperar o ar, carregando Ana Catarina consigo, que continuava desacordada.]
JUVENAL: - Depressa, vamos puxá-los! [Corre para ajuda-los].
[Miguel e Vladimir puxam os dois para o convés do barco.]
VLADIMIR: - Meu Deus, ela parece morta... [Desespera-se ao ver Ana Catarina ficar com a pele roxa].
MIGUEL: - Deixe-me examiná-la... [Diz ao se aproximar].
ANTÔNIO: [Ignora o pedido de Miguel e faz respiração boca a boca em Ana Catarina, seguida de massagem cardíaca] – Vamos, meu amor. Respira! Vosmecê não pode me deixar... Respira, vai... Respira!
[Enquanto isso, Ana Catarina continuava perdida envolta na luz, quando em meio ao clarão, ela avistou alguém se aproximar.]
ANA CATARINA: - Maria Letícia, minha irmã... [Abraça a irmã ao reencontrá-la].
MARIA LETÍCIA: - O que faz acá, minha irmã? Ainda não é sua hora, acá não é o seu lugar. Vosmecê ainda tem muitas coisas pendentes, muita gente precisa de vosmecê.
ANA CATARINA: - Mas eu não quero viver longe de vosmecês! [Chora].
MARIA LETÍCIA: - No dia e na hora certa, nós iremos nos reencontrar e ficaremos juntas novamente. Agora vosmecê precisa retornar.
[Ana Catarina ouve a voz de Antônio.]
ANTÔNIO: - Respira... Vamos, vosmecê não pode me deixar. Deus, não me castigue dessa forma, não a leve. [Grita].
MARIA DO CÉU: - Ouça o que eu digo minha irmã. Volte, lá é o seu lugar...
ANA CATARINA: [Olha para a luz a ao virar-se para a irmã, percebe que ela está cada vez mais distante. É nesse momento que a luz fica mais forte].
[Todos observavam Antônio tentar salvar Ana Catarina com o semblante de tensão.]
ANTÔNIO: [Encosta sua cabeça no peito de Ana Catarina e começa a chorar] – Não me deixe... Por favor, não me deixe...
ANA CATARINA: [Desperta tossindo e coloca uma grande quantidade de água para fora].
ANTÔNIO: - Vosmecê está viva... Viva! [Sorri enquanto chora ao mesmo tempo].
ANA CATARINA: - Antônio... O que aconteceu? [Questiona confusa].
JUVENAL: - Graças a Deus! [Conclui aliviado].
ANTÔNIO: [Abraça Ana Catarina fortemente].
Cena 16 - Fazenda Santa Clara [Interna/Noite]
Música da cena: Coleção – André Leonno
[Com a transição de cenas, observamos o sol se pôr e a noite chegar em seguida. Imagens externas da cidade são apresentadas e por fim, surge a fachada da Fazenda Santa Clara.]
ROSAURA: - Bendito seja Deus, tudo acabou bem! [Diz ao avistar Ana Catarina enrolada em um cobertor, sentada ao lado de Mila].
LEONORA: - Estamos muito felizes que tudo tenha acabado bem, todos nós nos preocupamos muito com vosmecê, minha querida.
MILA: - Tivemos muito medo de te perder, mamãe. Ainda bem que esse pesadelo já acabou e vosmecê está acá.
MARIA DO CÉU: - E por falar em pesadelo, o que aconteceu com Carlota e Filipe? Vosmecês não falaram sobre eles.
ANTÔNIO: - Quando cheguei até o barco, não encontrei mais os dois. O mais provável é que eles tenham sido levados pela correnteza e que estejam mortos.
AMÁLIA: - Misericórdia, meu Deus. Morreu exatamente como quis matar a Ana Catarina.
MIGUEL: - É como dizem por aí, a justiça divina tarda, mas não falha.
[Ouve-se nesse momento o choro de um bebê.]
VLADIMIR: - Tem um bebê na casa? [Questiona surpreso].
ROSAURA: - Sim, enquanto vosmecês estiveram fora, a menina Açucena deu a luz. Já nasceu o filhinho dela!
ANA CATARINA: - Que notícia maravilhosa, é a vida se renovando. [Conclui].
[Enquanto isso, Madalena admirava a cena que se passava bem diante os seus olhos, Pedro e Açucena juntos na cama, apreciando o bebê recém-nascido.]
MADALENA: - Já escolheram o nome dele? Esse lindo rom precisa de um nome bonito como ele, sim?
Tradução: Rom = Homem cigano.
PEDRO: - Vai ter nome de cigano, como o seu povo. Ele vai se chamar Udari.
AÇUCENA: - Udari, que significa “vencedor do povo”. [Completa observando o filho que acabara de dormir].
Cena 17 - Gazeta do Vilarejo [Interna/Manhã]
Música da cena: Flor de Lis - Melim
[O dia amanhece ensolarado na cidade e os raios de sol começam a aquecer todo o vilarejo. Surge então a fachada do prédio onde ficava a redação do jornal. Um jornalista se aproximou da mesa de Ricardo, quando ele concluiu de escrever a manchete do dia.]
JORNALISTA: - Então, já terminou? [Questiona].
RICARDO: - Sim, já pode mandar para a prensa. [Lê em voz alta]. – Desfecho fatal, morre Carlota Guerra e seu amante, o Barão Filipe de Coimbra. [Conclui, entregando a folha ao jornalista].
Cena 18 - Igreja São José dos Vilarejos [Interna/Manhã]
Música da cena: Rosa - Fagner
[Após muita comemoração por Ana Catarina ter sido resgatada sã e salva, o dia amanheceu mais ameno. Sozinha, Mila havia resolvido ir até a igreja agradecer por tudo ter acabado bem.]
MILA: [Reza de olhos fechados e não percebe a presença do padre até abrir os olhos] - Padre, estava tão distraída em minhas orações, que nem te vi chegar. Estava acá agradecendo pela vida de minha mãe.
PADRE JÚLIO: [Sorri ao se aproximar] - Sim, vosmecê é uma boa moça. Sua mãe tem muita sorte de te ter como filha. Aposto que sua alma se alegra só de ter sua companhia.
MILA: [Se entristece] - Só que nem todos pensam assim… [Muda de expressão e resolve trocar de assunto]. - O senhor teve notícias do Ângelo?
PADRE JÚLIO: - Sim, tive. Dentro de poucas horas, ele fará os votos perpétuos. Que Deus ilumine seu destino se ele tiver feito essa escolha de coração.
MILA: - Se ele tiver feito essa escolha de coração? [Estranha]. - O que vosmecê quer dizer com isso, padre? [Questiona].
PADRE JÚLIO: - Que nem sempre o que pensamos ser o certo para nós, é. Desejo que Ângelo seja feliz, independemente de sua escolha. Deus estará com ele, dentro e fora da igreja, só que sua paixão será destinada a outro alguém. Às vezes, deixamos apagar essa paixão. Espero que ninguém deixe a paixão apagar hoje! [Responde como sinal de alerta].
MILA: [Levanta-se bruscamente como se tivesse tido uma súbita ideia] - Vosmecê tem razão, padre.. Tem razão! [Diz ao sair correndo].
PADRE JÚLIO: [Sorri ao avistar Mila correndo para fora da igreja] - Finalmente ela entendeu. Espero que chegue a tempo! [Completa].
Cena 19 - Fazenda Santa Clara [Interna/Manhã]
Música da cena: Apesar de Você - Chico Buarque
[Imagens externas apresentam os campos da cidade de São José dos Vilarejos. Em seguida surge a fachada da Fazenda Santa Clara. Quando Idalina adentrou no escritório, ela estranhou a presença de Rosaura e Ana Catarina.]
IDALINA: - A sinhá me chamou? [Questiona sem jeito ao entrar].
ANA CATARINA: - Sim, Idalina. Nós queremos conversar com vosmecê!
IDALINA: - Io fiz alguma coisa de errado? Se for isso, a sinhá me perdoa, io prometo não fazer mais…
ROSAURA: [Interrompe Idalina] - Calma, Idalina… A minha menina quer conversar sobre outra coisa com vassuncê, só escute o que ela tem a dizer.
IDALINA: [Nervosa, segue a recomendação de Rosaura e permanece em silêncio].
ANA CATARINA: - Sabe, Idalina… Confesso que sentia uma certa antipatia por vosmecê, por mais que negue, eu sei que ajudou Carlota contra todos nós em troca de presentes. Presentes esses, que ela utilizava com o único objetivo de te silenciar.
IDALINA: - Mas sinhá…
ANA CATARINA: - Mas acontece que vosmecê demonstrou sua lealdade e valentia ao tentar me ajudar no outro dia. Isso demonstra o quanto vosmecê amadureceu e evoluiu como ser humano, por isso… Vou te dar um presente!
IDALINA: - Presente? [Surpreende-se].
ANA CATARINA: [Entrega um papel assinado a Idalina] - A sua alforria, agora vosmecê é uma mulher livre. Se tiver interesse em continuar acá, receberá um salário por suas prestações de serviços.
IDALINA: [Fica em choque ao ver o documento].
ANA CATARINA:[Estranha que Idalina esteja imóvel tanto tempo] - Que foi, vosmecê não gostou?
ROSAURA: - Ela vai ter um troço…
[Idalina começa a gritar e pular com o papel. Conforme pula, jóias e pertences de pequeno porte caiam de seus bolsos, revelando que era ela que se “auto presenteava” com os pertences que sumia da casa.]
ROSAURA: - É… Velhos hábitos nunca mudam!
ANA CATARINA: - Nossa parte, nós fizemos e eu estou feliz por isso. [Conclui].
Cena 20 - Mosteiro São Francisco, Rio de Janeiro [Interna/Tarde]
[Após viajar de trem sem avisar para ninguém, vestindo apenas a roupa do corpo, Mila desembarcou no Rio de Janeiro e foi até o mosteiro onde Ângelo estava morando nos últimos meses.]
MILA: [Bate nos portões com força] - Abram… Abram, eu preciso entrar! [Grita].
[Assustado, um monge abre o portão.]
MONGE: - Céus, o que está acontecendo? Um incêndio? [Questiona ao abrir].
MILA: - Eu preciso falar com alguém antes da cerimônia dos votos perpétuos… É muito importante! [Diz aflita, ao adentrar correndo pelo pátio.]
MONGE: - Espera… Menina… Menina, a cerimônia já encerrou. Os padres já foram nomeados.
MILA: [Vira-se para o monge, com os olhos marejados] - Já acabou?
MONGE: - Eu sinto muito. É melhor vosmecê ir agora! [Diz parado na porta].
MILA: [Chorando por ter chegado tarde demais, Mila caminhou na direção da saída].
[Nesse momento, Padre Belisário deixa o alojamento acompanhado por Ângelo, que carregava uma mala consigo, só que não usava mais batina e sim roupas tradicionais masculinas para aquela época.]
ÂNGELO: [Surpreende-se ao ver Mila] - Mila… O que vosmecê está fazendo acá?
MILA: - Eu precisava muito falar com vosmecê antes dos votos, mas cheguei tarde demais. [Lamenta].
ÂNGELO: - Mas eu não fiz os votos, Mila. [Responde].
MILA: - Não fez? Como não fez? Por que não fez? [Questiona].
ANGELO: - Porque seria impossível deixar de seguir o meu coração, que bate acelerado toda vez que te ver.
[O padre e o monge observam. É então, que Mila e Antônio correm para se aproximar no centro do pátio do mosteiro. Ela pula em seus braços e os dois se beijam pela primeira vez.]
Cena 21 - Banco D’ávilla [Interna/Tarde]
[Na sala da presidência, Antônio estava de pé, quando se aproximou da mesa da presidência.]
ANA CATARINA: [Acomoda-se na cadeira da presidência do banco] - A cadeira que um dia foi do meu avô e do meu pai. [Diz pensativa].
ANTÔNIO: - E depois da nossa filha e assim, a tradição continuará dentro da família. Devo admitir que vosmecê combinou muito nesta posição, sabia? [Diz ao beijar Ana Catarina].
Cena 22 - Acampamento Cigano [Interna/Tarde]
[Após fazer o bisneto dormir, Madalena se aproximou de Açucena e sentou-se de frente para a neta, que observava suas cartas de tarot.]
MADALENA: - Não me diga que está pensando em aprender a ler as cartas?
AÇUCENA: - Não, na verdade eu gostaria que a senhora previsse o futuro. Sempre fico curiosa com o que vai acontecer…
MADALENA: - Não, eu não gosto de brincar com essas coisas. Vosmecê sabe que isso é muito importante para mim.
AÇUCENA: - Ah, vovó… Por favor, por favor, por favor… [Implora insistentemente].
MADALENA: - Está bem… Só para vosmecê parar de insistir![Diz ao partir as cartas e observar o que saiu].
AÇUCENA: - E então, o que vosmecê viu? [Pergunta curiosa].
MADALENA: - O mal está enraizado e ainda vive…
AÇUCENA: [Observa sem entender nada].
Cena 23 - Córdoba, Espanha [Interna/Noite]
Música da cena: Além do Paraíso - Antônio Villeroy
[Com a transição de cenas, o oceano é mostrado e logo surgem imagens da cidade de Córdoba, sul da Espanha. Em um hotel, Filipe e Carlota se hospedaram após uma temporada na França.]
CARLOTA: - Finalmente chegamos, não aguentava mais sacolejar naquela carruagem.
BARÃO FILIPE: - A França realmente tem todo o luxo e conforto que precisamos, mas nada melhor do que voltar para a nossa própria civilização.
CARLOTA: - Eu vou tomar um pouco de vinho do porto. Vosmecê não quer um pouco? [Questiona ao se aproximar do carrinho com bebidas].
BARÃO FILIPE: - Sim, eu vou querer.
CARLOTA: [De costas para Filipe, ela retira do decote um pequeno frasco de vidro com veneno] - Esse vinho parece ótimo, acho que vosmecê vai gostar...
BARÃO FILIPE: [Observa através do reflexo do espelho, Carlota despejar um líquido em seu cálice].
CARLOTA: [Aproxima-se de Filipe e lhe entrega o cálice com o vinho envenenado].
BARÃO FILIPE: [Segura o cálice e encara Carlota].
CARLOTA: - O que foi? Vosmecê não vai beber? [Questiona ansiosa].
BARÃO FILIPE: [Coloca o cálice em cima da mesa ao lado da cama] - Vou sim, mas antes quero um beijo.
CARLOTA: [Sorri e em seguida coloca o cálice que segurava também na mesma mesa].
[Filipe e Carlota se beijam com ardor. Sem que ela veja, ele abre os olhos durante o beijo e troca a posição dos cálices.]
BARÃO FILIPE: - Agora sim... Um brinde a nós, minha querida. [Diz ao pegar novamente seu cálice].
CARLOTA: [Também pega seu cálice] - Um brinde a vosmecê. Que nossa parceria seja longa e duradoura.
[Os dois bebem todo o vinho.]
BARÃO FILIPE: [Começa a rir].
CARLOTA: [Estranha] - O que foi? Do que vosmecê está rindo?
BARÃO FILIPE: - Vosmecê por um acaso acha que eu sou algum tipo de idiota? Eu vi o que fez pelo reflexo do espelho. Vosmecê queria me matar igual fez com sua amiga e o seu amante, não era? Só que eu fui mais esperto, troquei as taças. Fim da história!
CARLOTA: [Olha para o cálice e finalmente entende o que aconteceu ao começar passar mal] - O que vosmecê fez? [Questiona ao deixar cair o cálice].
BARÃO FILIPE: - Nada, vosmecê apenas... Digamos que ... Está provando do seu próprio veneno. Literalmente!
[Carlota começa sufocar e espumar pela boca, caindo ao chão.]
BARÃO FILIPE: -[Recolhe a mala e seus próprios pertences, em seguida busca nas coisas de Carlota, as jóias dela e vai embora sem prestar socorro] - Adeus, minha querida. Foi bom enquanto durou... [Conclui, batendo a porta].
CARLOTA: [Ergue uma das mãos para pedir ajuda, mas não consegue gritar e desfalece].
Cena 24 - Acampamento Cigano [Externa/Manhã]
Música da cena: Amor Gitano - Beyoncé ft. Alejandro Fernández
[Após a transição de cenas, surge o acampamento cigano. O ancião mais velho realizou um casamento duplo.]
ANCIÃO: - Podem beijar as noivas! [Disse ao concluir a cerimônia.]
Cena 25 - Acampamento Cigano [Externa/Manhã]
Música da Cena: -Apesar de Você - Chico Buarque
DOIS ANOS DEPOIS…
Brasil, 1888.
Cena 26 - Cachoeira [Externa/Manhã]
[Sozinhos e de mãos dadas, Antônio e Catarina retornaram ao lugar que foi um dos maiores cenários do amor dos dois.]
FIM.
TRILHA SONORA OFICIAL
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