Capítulo 29 (Últimas semanas)
- No capítulo anterior:
BEATRIZ: Olha, eu já estou cansada disso tudo. Acho melhor ir embora!
DANIEL: (Para diante a uma porta no hospital) Aqui está-tá-tá a resposta dos se-se-seus questi-o-o-o-namentos! (Abre a porta).
BEATRIZ: (Estranha o comentário e aproxima da porta da porta do quarto).
(Nesse momento, revela-se o interior do quarto de UTI e Guilherme dorme entubado).
BEATRIZ: Guilherme! (Surpreende-se).
- Fique agora com o capítulo de hoje!
Cena 01 – Hospital Geral [Interna/Noite]
(Beatriz fica imóvel, sem conseguir acreditar na cena que estava presenciando bem ali, diante os seus próprios olhos).
BEATRIZ: Mas o que está acontecendo? O que houve com ele? Quem fez isso?
DANIEL: É u-u-uma longa história, eu encon-con-contrei ele e o trouxe, preferi-ri trazê-lo para cá-cá sem chamar atenção-çã-ção... Tive medo-do-do de que viessem terminar o serviço.
BEATRIZ: Então você quer dizer que tentaram eliminar o Guilherme. Quem tentou matá-lo. Quem fez isso? Me responda!
Cena 02 – Casa de Laurinha [Interna/Noite]
(Severino interrompe o beijo quando sente um certo incômodo).
SEVERINO: Eita, o que é isso? Você se mijou? (Questiona ao olhar para Eulália molhada).
EULÁLIA: Veja o que você fez, seu pecador... Enviado das trevas, grosseirão! Você quer acabar com a minha pureza.
SEVERINO: Pureza? Você gostou tanto que não se aguentou, está aí toda mijada. Maria mijona! (Debocha).
EULÁLIA: Seu, seu... (Eulália se irrita e dá um tapa na cara de Severino que se desequilibra e cai pela janela no meio da rua). Da próxima vez, eu chamo a polícia!
(Na rua).
SEVERINO: Pode me bater, espernear e mijar o quanto quiser, mas não dá pra negar que você está arreada por mim.
(No quarto de Eulália).
EULÁLIA: Chega, já deu... Eu preciso conter os pecados desse lugar, eu preciso livrar a cidade desse antro de perdição, essas quengas que estão enlouquecendo a todos nessa cidade... Eu vou tacar fogo, fogo nas quengas! (Fala sozinha e em seguida pega o telefone fixo para fazer uma ligação).
Cena 03 – Cobertura Montenegro [Interna/Noite]
(Rangel abre a porta para que Cadu e Alberto entrem em casa).
ALBERTO: E então, você não me disse o que achou de rever a sua empresa, não lembrou de nada? Precisamos conversar sobre um projeto que tínhamos antes de você sumir, iríamos abrir um novo shopping, tenho que te apresentar uns documentos.
BETO/CADU: Eu gostei, é grande, só que infelizmente eu não me lembro de nada, nem desse shopping.
RANGEL: Eu vou até a cozinha apressar o jantar, com licença. (Se retira).
ALBERTO: Você está tão distante, está pensando na jornalista, não é?
BETO/CADU: Ela é inocente, eu já disse... Eu quero depor na delegacia a favor dela, ela nunca me fez mal algum.
ALBERTO: Eu sei que você gosta dela, irmão. Só que você está confuso agora com tudo o que aconteceu, se ela é realmente inocente, ela vai provar isso na justiça. Eu vou subir agora e tomar um banho, nos vemos no jantar... (Alberto sobe a escada e deixa Cadu sozinho).
BETO/CADU: E se eu fosse vê-la? É isso, eu vou até lá, eu vou encontrar com a Bia... (Fala sozinho).
(Cadu corre até a porta e acaba cruzando com Carolina que estava voltando da rua).
CAROLINA: Vai sair, amor? Não me diga que vai deixar a sua esposa jantar sozinha!
Cena 04 – Hospital Geral [Interna/Noite]
(Daniel entrega uma pasta a Beatriz e lhe conta tudo o que sabe sobre o atentado que Guilherme sofreu).
BEATRIZ: Então você está me dizendo que o Guilherme descobriu a verdadeira identidade do Beto e por isso tentaram matá-lo e que suspeita da mulher dele?
DANIEL: Exata-ta-tamente... Eles queriam se-se-se livrar do Gui.
BEATRIZ: Se isso é realmente verdade, quer dizer que o Beto está nas mãos de uma assassina perigosa!
Cena 05 – Cobertura Montenegro [Interna/Noite]
(Carolina entra em casa e fecha a porta).
CAROLINA: Não senhor, eu não aceito desfeitas e você vai jantar comigo sim... Já passamos tanto tempo separados, amor... Você não pode me negar isso!
BETO/CADU: Está bem, eu fico para jantar com vocês...
CAROLINA: Ótimo, eu vou lavar as mãos e já desço. Não saia daí!
BETO/CADU: (Olha para Carolina que sobe a escada e em seguida olha para o telefone).
(Na suíte de Alberto).
CAROLINA: E então, como foi na empresa? Ele não lembrou mesmo de nada?
ALBERTO: Nadinha, parecia um peixe fora do aquário. Vai ser mais fácil do que eu pensei!
CAROLINA: Perfeito, agora é só continuar com essa história do novo shopping, fazer com que ele assine uma procuração e ficamos com todo o dinheiro dele.
ALBERTO: Pode apostar que com a cabecinha de vento dele, não será difícil e se um dia ele recuperar a memória, o que eu acho bem difícil... Estaremos bem longe!
CAROLINA: E ricos, muito ricos... Diga-se de passagem! (Diz para logo em seguida se esparramar na cama de Alberto se oferecendo para ele).
(Na sala de estar).
BETO/CADU: (Disca o número de Beatriz no telefone) Fora de área ou caixa postal! (Repete ao ouvir a gravação eletrônica).
Cena 06 – Casa de Luiza [Interna/Noite]
(Após a conversa com Daniel, Beatriz viaja de volta para Correntes, porém tão pensativa com o que escutara, que não lembra de abrir a pasta que lhe foi entregue).
LUIZA: Menina, quer me matar do coração? Te liguei a tarde inteira e você nem atendeu. Fiquei preocupada!
BEATRIZ: Meu celular descarregou, fiquei sem bateria.
LUIZA: Você vai jantar? Posso aquecer o arroz...
BEATRIZ: Não tia, eu fiquei cansada e não tive oportunidade de repousar um só momento hoje, prefiro tomar um banho e dormir um pouco, depois eu como.
LUIZA: Está bem, vá descansar!
(No quarto de Beatriz).
BEATRIZ: (Coloca a pasta sobre a cômoda e caminha pelo quarto, pensativa) Eu preciso avisar ao Beto, contar para ele do que a Carolina é capaz. Ele corre perigo na casa dela. Aquela mulher pode matá-lo!
Cena 07 – Casa de Laurinha [Interna/Manhã]
Música da cena: A Gente Samba – Gabriel Nandes
(O dia amanhece e em casa, Eulália se reúne com um grupo de beatas).
MULHER 1: Queimar o cabaré? Incendiar? (Questiona perplexa).
EULÁLIA: Exatamente companheiras, precisamos colocar na cabeça daquelas perdidas que a cidade tem moral e bons costumes, aqui não é lugar de quenga!
MULHER 2: Apoiada, não aguento mais essas perdidas manchando a nossa honra. Precisamos dar um jeito nelas.
EULÁLIA: E faremos, mais tarde o cabaré virá abaixo. Fogo nas quengas! (Grita).
Cena 08 – Ruas de Recife [Externa/Manhã]
(Beatriz caminha pela rua enquanto fala ao celular com a tia).
BEATRIZ: Sim tia, não se preocupe... Pode ir a procissão, eu vou resolver algumas pendências aqui na cidade e logo mais estarei em casa. Dê lembranças ao Padre por mim, um beijo, se cuida. (Desliga a chamada e olha para a fachada de um prédio).
(Aos poucos a câmera abre e nota-se que Beatriz está diante do prédio em que reside a família Montenegro).
CAROLINA: (Desce a escada de camisola) Oh galinha velha, cadê todo mundo? (Dirige-se a Doralice).
DORALICE: Seu Alberto saiu com o Seu Cadu logo cedo, tomaram café e foram para a empresa. A senhora vai tomar café?
CAROLINA: Não, eu desci para ficar olhando essa sua cara de pobre fazendo a faxina... É claro que eu vou comer, sua otária!
(A campainha toca).
CAROLINA: Não estou esperando ninguém... Será que é aquela chantagista mais uma vez? Se for, sou capaz de pular no pescoço dela. (Fala consigo em pensamento).
DORALICE: (Vai até a porta e abre) Pois não, o que deseja?
BEATRIZ: Eu vim falar com a sua patroa e não saio daqui sem fazer isso.
CAROLINA: (Estranha a presença de Beatriz) Você aqui? Deixe-a entrar e se retire Doralice.
DORALICE: Pois não, senhora! (Doralice deixa Beatriz entrar e em seguida se retira).
CAROLINA: Agora que estamos sozinhas, eu posso saber o que você está fazendo aqui?
Cena 09 – Haras Ferraz [Externa/Manhã]
(Clarissa chega à fazenda para visitar Coruja, mas logo na chegada encontra com Sérgio, o veterinário).
CORUJA: (Observa pela janela e vê quando Clarissa se aproxima da propriedade) Ela chegou, ela chegou! (Diz em voz alta).
TOBIAS: Quem menino?
CORUJA: A professora, ela veio me vê, é minha amiga... Eu vou encontrar com ela!
TOBIAS: Não precisa menino, ela já vai entrar...
CORUJA: Mas eu prefiro fazer uma surpresa! (Coruja corre para o lado de fora da casa).
TOBIAS: Esse menino tem um gênio, parece comigo quando era criança! (Sorri e em seguida o acompanha até o lado de fora).
(Do lado de fora, Clarissa conversa com Sérgio).
SÉRGIO: Como vai professora?
CLARISSA: Vou bem e você? Trabalhando muito?
SÉRGIO: Como sempre! A senhorita está de folga?
CLARISSA: Hoje é dia de procissão, ponto facultativo, não terá aula... É até bom, hoje está com cara de que vai cair um temporal.
SÉRGIO: Verdade, se eu soubesse que hoje era seu diga de folga, teria te convidado para um sorvete.
CLARISSA: Sorvete? (Surpreende-se).
CORUJA: Professora, você veio me ver! (Diz para logo em seguida abraçar Clarissa).
CLARISSA: Claro meu amor, eu te prometi. (Faz carinho no menino).
TOBIAS: (Observa Clarissa e Sérgio juntos novamente e fica enciumado) Vocês dois... Sempre juntos, que coincidência, não é?
Cena 10 – Cobertura Montenegro [Interna/Manhã]
(Beatriz encara Carolina fixamente).
CAROLINA: Diga de uma vez o que você quer, eu não tenho o dia todo e minha casa não é lugar de sequestradora.
BEATRIZ: (Sorri da afirmação de Carolina e retruca) Não é lugar de sequestradora, mas é lugar de golpista e assassina?
CAROLINA: Eu não entendi o que você quis dizer com isso...
BEATRIZ: Será que não? A mim você não me engana Carolina, não precisa perder seu tempo. Eu vim até aqui falar com o Beto, preciso abrir os olhos dele!
CAROLINA: Em primeiro lugar, o nome do meu marido é Carlos Eduardo e não Beto. Em segundo lugar, ele é um empresário renomado, um homem ocupado, não tem tempo a perder com uma jornalistazinha pé de chinelo como você, ele não está em casa, já retomou sua carreira na empresa da família. Em terceiro, seu tempo acabou e minha paciência também, saia da minha casa agora ou eu vou ter que chamar a polícia para te conduzir mais uma vez ao seu devido lugar.
BEATRIZ: Lugar esse que eu estive esquentando para você, não é?
CAROLINA: Olha, me poupe do seu joguinho e diga de uma vez o que você quer.
BEATRIZ: Está bem. Eu sei que você está por trás do que aconteceu com o seu marido e que você deu um jeitinho de queimar arquivo para que essa história sórdida não viesse à tona.
CAROLINA: Que loucura é essa? Eu não sei do que você está falando.
BEATRIZ: Claro que sabe, para mim você não precisa fingir... Não se esqueça de que eu sou uma jornalistazinha e uma das coisas que mais fazemos é investigar e apurar fatos.
CAROLINA: Saia da minha casa, fora! (Grita). Eu quero você longe daqui, não volte mais e nem procure o meu marido.
BEATRIZ: Eu verei o Beto quando eu achar necessário e se eu fosse você, começaria a me preocupar, em breve eu vou provar para a justiça de que você só tem a pose de uma boa esposa e influencer digital, mas no fundo, só existe uma mulher capaz de tudo para conseguir poder e dinheiro.
CAROLINA: Fora! Saia da minha casa ou se não...
BEATRIZ: Se não o que? Vai desaparecer comigo? Se eu fosse você, não me atreveria. Se eu desaparecer, na mesma hora um grupo de colegas de trabalho vão colocar a boca no trombone.
CAROLINA: Você está blefando, nossos advogados vão provar que você tem culpa no cartório e que pretendia lucrar às custas do meu marido. Você não vai ganhar nada as nossas custas, não vai ficar com ele! (Carolina abre a porta para que Beatriz saia de sua casa).
BEATRIZ: (Caminha até a porta e antes de sair, fica frente a frente com Carolina) Eu sou inocente e posso não ficar com o Beto ou Cadu, como preferir, mas de uma coisa eu tenho certeza!
CAROLINA: Ah é? E eu posso saber o que?
BEATRIZ: Você já começou a perder. Tchauzinho! (Deixa a cobertura).
CAROLINA: (Fecha a porta bruscamente e com violência) Desgraçada! (grita).
(Na rua, Beatriz caminha até o local onde deixou seu carro, em seguida destrava o alarme e entra no automóvel. Com as mãos no volante, Beatriz começa a pensar em voz alta).
BEATRIZ: Eu preciso encontrar uma forma de provar que essa mulher que esquematizou tudo isso... Preciso descobrir mais coisas que possam comprometê-la. (De repente, Beatriz sente uma forte dor em seu ventre). Ai! E essa dor agora? Será que está acontecendo alguma coisa com a minha filha? (Geme de dor e coloca as mãos no ventre).
A câmera foca nas mãos de Beatriz tocando a barriga, a cena congela e o capítulo encerra com o a tela azul da cor do céu.
Trilha Sonora Oficial, clique aqui.
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