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Amor Astral - Capítulo 31 (Reprise - Últimas semanas)

 



Capítulo 31 (Últimas Semanas)

- No capítulo anterior:

IARA: Mas isso é uma loucura, alguém tem que parar essa surtada.

SERENA: Essa daí morre de inveja da nossa vida feliz, não passa de uma mal amada, ninguém te quer. No fundo queria ser mais uma de nós, uma quenga!

DONA CISSA: É isso mesmo, queria só ver se você fosse uma de nós, se estaria provocando esse escarcéu todo.

EULÁLIA: Mas isso é um absurdo, eu jamais seria uma de voz, eu não me dou ao desfrute. Eu sou uma mulher honesta, pura e castra. Só me entregarei a um único homem, o nosso senhor. Sabe em que dia eu vou me tornar quenga? No dia em que um raio cair na minha cabeça! (Dispara).

(Exatamente nesse momento após a afirmação de Eulália, um raio atinge o coreto onde ela está. Os fiéis começam a gritar e a correr para se proteger e a beata cai desmaiada).

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ADELAIDE: Vim te ajudar a iluminar o nascimento da sua filha, me dê sua mão. (Estende a mão para Orlando).

ORLANDO: (Com lágrima nos olhos, aperta a mão de Adelaide).

(Uma forte luz ilumina o quarto de Beatriz enquanto Cadu faz o parto).

BEATRIZ: (Sente mais uma contração e empurra com toda a força que consegue).

BETO/CADU: Isso, isso, isso... Nasceu! (Cadu levanta o bebê chorando ainda no cordão umbilical, Alice tinha acabado de nascer).

BEATRIZ: (Olha para a filha e se emociona) Minha filha!

ORLANDO: Nossa filha! (Observa a cena encantado).

- Fique agora com o capítulo de hoje!

Cena 01 – Casa de Luiza [Interna/Noite]


BETO/CADU: (Entrega Alice para que Beatriz segure) Preciso encontrar alguma coisa para cortar o cordão umbilical.

BEATRIZ: (Segura a menina) No quarto da minha tia tem uma cômoda, ela guarda alguns itens de costura, com certeza deve ter uma tesoura lá.

BETO/CADU: Eu vou buscar, já volto! (Cadu se levanta e ao sair do quarto, cruza com Orlando).

Música da cena: Abrázame - Camila

ORLANDO: (Senta ao lado de Beatriz na cama e observa mãe e filha num momento terno).

BEATRIZ: (Olha emocionada para a filha) Você é tão linda, queria tanto que o seu pai estivesse aqui agora e pudesse te ver.

ORLANDO: Eu estou aqui, meu amor. Estou aqui com você e a nossa filha, sempre estarei ao lado de vocês duas.

ADELAIDE: Nós precisamos ir agora, Orlando...

ORLANDO: Não posso, minha filha acabou de nascer, eu preciso ficar um pouco mais.

ADELAIDE: Eu entendo, mas nós precisamos ir agora. (Diz com uma expressão séria).

ORLANDO: Que cara é essa? Não entendo o motivo de você estar assim.

ADELAIDE: Eu falo por ser realmente necessário, precisamos ir agora.

Cena 02 – Ruas de Correntes [Externa/Noite]
(Em meio a tempestade, os fiéis correm para suas casas por conta dos raios e trovões, em meio a um verdadeiro caos).

SEVERINO: (Corre até onde Eulália encontra-se desmaiada) Eulália, fala comigo!

LAURINHA: (Se ajoelha ao lado da filha) Minha filha morreu, ela morreu...

DONA CISSA: Tá mais para castigo divino, ela foi atingida bem na hora que blasfemou diante de todos.

SERENA: A beata pagou a língua, isso sim!

PADRE FERNANDO: Chega de tititi! Severino, ela morreu?

SEVERINO: (Checa a pulsação de Eulália) Não, ela está viva. Precisamos tirá-la daqui.

IARA: Ficaram doidos? Estão cansados de saber que não é recomendado mexer numa pessoa acidentada.

MARILDA: Mas vão deixar a coitadinha no meio dessa chuva? (Questiona segurando um guarda-chuvas).

SEVERINO: (Pega Eulália no colo) Ficar aqui é ainda mais perigoso, vai que ela doida é atingida por outro raio.

LAURINHA: Vamos levá-la para a minha casa.

PADRE FERNANDO: Eu vou chamar o médico e nos encontramos todos na casa de Laurinha!

Cena 03 – Casa de Luiza [Interna/Noite]
(Luiza entra em casa apressada e encontra com Cadu na sala de sua casa).

LUIZA: E então? Como ela está? Já nasceu? (Questiona tentando se secar da chuva).

BETO/CADU: Sim, já nasceu. As duas estão sendo examinadas pela Doutora Cecília. A Beatriz entrou em trabalho de parto na estrada e ainda conseguiu avisá-la, daí a médica resolveu vir até aqui. Agora estão lá dentro!

LUIZA: Tem certeza de que elas estão bem?

(No quarto, Luiza observa a pequena Alice encantada com a sobrinha-neta, enquanto conversa com Beatriz, Cadu e a médica).

DRA. CECÍLIA: Tenho certeza, as duas estão perfeitamente bem. Beatriz se saiu muito bem no decorrer do trabalho de parto, apesar do susto ela e a Alice estão ótimas.

LUIZA: Graças a Deus!

(A pequena Alice começa a chorar).

BETO/CADU: Ih... Acho que ela está querendo o colo da mãe!

LUIZA: Aposto que está querendo mamar...

BEATRIZ: Me dá ela, tia. (Fala estendendo os dois braços).

LUIZA: (Entrega o bebê a sobrinha) Pronto, pronto meu amor, a sua mamãe já está aqui.

BEATRIZ: (Amamenta Alice, que para de chorar em seguida).

Cena 04 – Plano Astral [Externa/Manhã]
(Orlando segue Adelaide pelo jardim enquanto cobra uma explicação).

ORLANDO: Vamos Adelaide, me explique de uma vez por todas o motivo de termos voltado tão rápido, eu queria passar mais tempo com a minha filha.

ADELAIDE: Nós fomos chamados, por isso tivemos que voltar.

ORLANDO: Chamados? Quem chamou a gente?

BONIFÁCIO: Eu chamei!

ORLANDO: E esse daí? Quem é? (Questiona a Adelaide).

ADELAIDE: Orlando, esse é o Bonifácio, líder de todos os mentores espirituais, inclusive o meu.

BONIFÁCIO: Exatamente e o motivo que me traz aqui são as suas aventuras de espirito rebelde. A partir de agora as coisas irão mudar drasticamente por aqui, me ouviram bem? Você a partir de agora, não tem mais poder nenhum, está proibido de interferir na vida das pessoas com quem teve laços familiares. Você precisa aceitar os fatos como eles são, você desencarnou e sua família sofreu, mas ela precisa seguir em frente. (Diz a Orlando). Enquanto a você Adelaide, se continuar orientando tão mal os espíritos recém-desencarnados, só prova que você não amadureceu o suficiente e que não está pronta para reencarnar. A partir de agora, os dois estarão sob a minha supervisão e ponto final! (Conclui).



Cena 05 – Cobertura Montenegro [Interna/Noite]
(Após passar o dia no salão de beleza, Carolina chega em casa e vai até a cozinha).
Música da cena: Cremosa – Banda Uó

CAROLINA: (Abre a geladeira e serve um pouco de suco em um copo) Mas o que é isso? Que marmota é essa? (Carolina praticamente se engasga com o susto ao ver Doralice completamente arrumada).

DORALICE: Tem marmota nenhuma aqui não, Dona Carol... Hoje é a minha folga e eu vou cair na night...

CAROLINA: Cair na night? Velha desse jeito? Só se for na caça, o caçador atira galinha velha e você cai morta... (Carolina dá uma gargalhada). Não, já sei... Hoje em dia empregada é cheia de direito e ama ir para o forró, não tem nada mais pobre que empregada em dia de folga, toda pintada como uma palhaça e ralando o bucho com um homem barrigudo e suado. Acertei?

DORALICE: Forró, Dona Carolina? É ruim, hein? Eu vou cair é no brega-funk, quer ver o passinho?

CAROLINA: Não dei no meu pai e nem na minha mãe para merecer tal castigo, tchau querida! (Carolina sai da cozinha).

DORALICE: Surucucu influencer, mal amada! Eu vou é cair na farra... (Doralice faz uma selfie, posta na rede social e vai embora).

(Na sala de estar, Carolina interroga o mordomo sobre o paradeiro do marido).

CAROLINA: Saiu? Como saiu, estrupício? Ele não disse para onde iria?

RANGEL: Não senhora, ele pegou o carro e simplesmente saiu.

ALBERTO: (Chega em casa após o dia de trabalho).

CAROLINA: Está certo, pode se retirar.

RANGEL: Com licença! (Se retira logo após).

CAROLINA: Ouviu? Seu irmão já começou a mostrar as garrinhas.

ALBERTO: Vai dizer que você nem imagina onde ele esteja?

CAROLINA: O que você quer dizer com isso?

ALBERTO: Ele certamente foi atrás da jornalista por quem está arrastando um bonde. Pelo o que vejo seu jogo de sedução já foi mais assertivo. Precisamos ir atrás dele ou os nossos planos de conseguir a procuração e ficar com tudo irá por água abaixo.

CAROLINA: Isso nunca! Eu vou dar um jeito nessa jornalista, pode anotar.

Cena 06 – Casa de Laurinha [Interna/Noite]
(Inconsciente, Eulália é examinada pelo médico da cidade, Dr. Alceu).

DR. ALCEU: (Checa os reflexos de Eulália, escuta seus batimentos cardíacos e faz anotações em um prontuário).

(Na sala de casa, Laurinha aguarda o parecer médico acompanhada de Severino e Padre Fernando).

DR. ALCEU: (Desce a escada e vai até a sala onde todos lhe esperam).

LAURINHA: E então doutor, como a minha filha está?

SEVERINO: Ela vai ficar bem, não vai?

PADRE FERNANDO: Calma, deixem o Doutor Alceu falar!

DR. ALCEU: Foi um verdadeiro milagre a paciente ter sobrevivido ao que aconteceu, em outras circunstâncias ela poderia ter morrido na hora, ao que tudo indica ela ficará bem.

SEVERINO: Sem sequela nenhuma, não é?

LAURINHA: Sequela? O senhor acha que a minha filha pode ter ficado com alguma sequela.

DR. ALCEU: Isso só saberemos quando ela acordar e eu não acredito que ela acorde ainda essa noite, teremos que aguardar.


Cena 07 – Plano Astral [Externa/Manhã]
(Enfurecido pelo o que ouviu de Bonifácio, Orlando se abre com Adelaide).

ORLANDO: Mas quem ele pensa que é para falar assim comigo e me ameaçar? Ele não tem esse direito. Eu faço o que eu bem quiser!

ADELAIDE: Infelizmente não é bem assim, ele é superior a nós dois e se ele disse que vai fazer, certamente ele fará, não tenha dúvidas.

ORLANDO: Ele não me conhece, ele não sabe do que eu sou capaz.

ADELAIDE: E você se conhece? Você aprendeu realmente alguma coisa desde que chegou aqui?

ORLANDO: Você diz isso porque realmente me conhece de outros tempos, não é? Você não me disse o que aconteceu depois que o Cadu morreu na outra vida...

ADELAIDE: Eu posso continuar te contando.

Cena 08 – Casa da Família Grimaldi [Interna/Noite]

Atenção leitor(a): A partir de agora faremos uma viagem no tempo e regressaremos algumas décadas e vidas passadas, as próximas cenas serão ambientadas na década de 50.

Correntes, 1953
(Beatriz está deitada na cama em seu quarto e ao lado da tia, enquanto sua mãe está transtornada).

LUCIANA: Grávida! Você está grávida e solteira, já imaginou o escândalo que será na cidade? Nosso sobrenome estará na lama.

LUIZA: Calma minha irmã, nós daremos um jeito... Sem apoio a Beatriz não há de ficar.

BEATRIZ: Eu sou uma mulher adulta, posso arrumar um emprego e me sustentar, eu faço questão de dar ao meu filho tudo o que ele precisa.

LUCIANA: Essa criança precisa de um pai e como você fará isso sem que se torne um verdadeiro escândalo Beatriz?

ORLANDO: (Entra no quarto) Com licença, a empregada abriu a porta e disse que vocês estavam aqui...

BEATRIZ: Saia do meu quarto, eu não estou vestida apropriadamente para receber visitas. (Diz enquanto se cobre com o lençol).

LUIZA: Principalmente de um homem.

ORLANDO: Desculpe, mas eu acabei ouvindo a conversa, não quis parecer indiscreto. Enfim, eu acho que posso ajudar!

LUCIANA: Pode? E eu posso saber como?

ORLANDO: Para reparar a honra da Beatriz eu me caso com ela e assumo o filho que irá nascer.

Cena 09 – Hotel Royal [Interna/Noite]
(Carolina entrou no hotel completamente desconfortável com o ambiente humilde e escuro. Após trocar algumas palavras com a mulher que ficava na recepção, ela subiu até o quarto 28).

ALBERTO: (Abre a porta) Enfim você apareceu!

CAROLINA: (Entra no quarto) Francamente, que pocilga você veio parar... Que nojo.

ALBERTO: Trouxe a minha grana? Eu preciso sumir dessa cidade.

CAROLINA: (Abre a bolsa e tira alguns maços de dinheiro) Eu não deveria te pagar, afinal você executou o serviço de forma inadequada e minha prima está vivinha. Foi tudo que eu consegui ao roubar o cofre da minha tia, é mais que o suficiente para você desaparecer.

ALBERTO: (Olha para os maços de dinheiro que Carolina jogou na cama e depois a encara) Está faltando uma coisa...

CAROLINA: Que coisa? Eu não sei do que você está falando.

ALBERTO: Sabe sim, você me prometeu!

CAROLINA: Eu vou embora, tenho que voltar para a casa antes que sintam a minha falta.

ORLANDO: (Segura o braço de Carolina) Você não vai antes de terminar o pagamento.

CAROLINA: Escuta Alberto...

ALBERTO: (Interrompe) Eu não quero mais escutar, eu quero fazer... (Alberto rasga o vestido de Carolina).

CAROLINA: Não Alberto, não... (Grita).

ALBERTO: (Dá um tapa na cara de Carolina e a joga na cama, logo em seguida ele sobe em cima dela).

Música da cena: You Are My Destiny – Paul Anka

(O corredor do quarto surge na cena e mostra que o hotel é pouco frequentado, sem movimentação alguma, os gritos de Carolina ecoam naquele lugar).

Cena 10 – Haras Ferraz [Interna/Manhã]

Atualmente, 2020.
Música da cena: Não Olha Assim Pra Mim - OutroEu
(O dia amanhece ensolarado e nem de longe lembra ao dia anterior com a grande tempestade que atingiu a cidade. No Haras de Tobias, ele acorda ao lado de Clarissa que passou a noite com ele).

CLARISSA: Posso te fazer uma pergunta?

TOBIAS: Claro que pode...

CLARISSA: Você nunca mais teve notícias dela?

TOBIAS: Dela? De quem você está falando?

CLARISSA: Não se faça de bobo, Tobias. Todo mundo nessa cidade sabe da história, que você pretendia se casar com uma mulher e ela desapareceu sem dar notícias...

TOBIAS: Não, eu nunca mais soube dela. Eu espero que ela esteja morta e no inferno! Eu estava completamente apaixonado, ela ia e dar um filho... Mas ela resolveu fazer um aborto e desapareceu.

CLARISSA: Você ainda gosta dela, não gosta?

TOBIAS: Como? (Estranha o comentário).

CLARISSA: Foi o que eu pensei! (Levanta-se da cama e começa a se vestir).

TOBIAS: O que foi? Para onde você está indo?

CLARISSA: Você não muda, Tobias... Continua arreado os quatro pneus por essa mulher que te fez de gato e sapato, enquanto não se libertar dessa lembrança, você não será feliz com mais ninguém. (Clarissa vai embora e deixa Tobias sozinho).

TOBIAS: Droga!

Cena 11 – Casa de Laurinha [Interna/Manhã]
(Após passar a noite em claro, Laurinha pegou no sono no sofá mesmo. Somente percebeu que o dia já havia amanhecido quando ouviu o barulho de alguém descendo a escada).

LAURINHA: Filha? É você? (Levanta-se).

EULÁLIA: (Surge na sala completamente diferente. Cabelos soltos, maquiada e com roupas justas).

LAURINHA: Minha nossa senhora, o que aconteceu com você? Aliás, quem é você?

EULÁLIA: Eu sou euzinha... Lalinha Catatau e a partir de hoje eu sou é quenga! (Conclui com a mão na cintura).

LAURINHA: (Cai desmaiada no chão da sala).

A câmera foca na nova Eulália, a cena congela e o capítulo encerra com o a tela azul da cor do céu.



Trilha Sonora Oficial, clique aqui.

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