Capítulo 38 (Últimos Capítulos)
- No capítulo anterior:
CLARISSA: Tobias... (Clarissa fica boquiaberta quando sai de casa).
(Do outro lado da rua, está pendurada uma faixa que Tobias mandou preparar, onde está escrito: “Casa Comigo?”. Coruja está encostado ao lado do carro do pai segurando um buquê de rosas).
TOBIAS: Eu não gosto de outra mulher a não ser você. Demorei muito para enxergar o que só foi possível ao seu lado, não existe outra pessoa que complete a gente além de você. E então, o que você me diz?
CLARISSA: Eu aceito, é claro que eu aceito... (Responde emocionada para em seguida beijá-lo).
CORUJA: Você aceitou? (Diz ao se aproximar e entregar as flores).
TOBIAS: Ela aceitou, sim. Agora nós três seremos uma família!
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ALBERTO: Eu tive uma ideia que vai ajudar os nossos empreendimentos, pelo menos nesse período em que estiver convalescendo. Porque você não assina uma procuração e eu te represento nos negócios? Você poderá cancelar assim que recuperar a memória. Isso se você quiser, é claro... Foi só uma ideia!
CADU: Eu achei uma excelente ideia. Além disso, eu confio demais em você, somos irmãos, você é da minha família. Tenho certeza de que jamais faria algo contra mim.
ALBERTO: Pode apostar que sim, eu jamais faria algo contra você, irmão!
CADU: Então está decidido, prepare a procuração e eu assinarei.
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JORNALISTA 2: É verdade que as obras serão aceleradas e de terão tempo recorde de entrega?
ALBERTO: Sim, quando a Rede Montenegro inicia um projeto, ela exerce o melhor desenvolvimento no quesito infraestrutura e mão de obra, pretendemos entregar o projeto finalizado em tempo recorde, até o próximo semestre. Próxima pergunta!
(Ouve-se a voz de uma mulher entre os jornalistas).
MULHER: Eu tenho uma pergunta! (Apenas sua mão levantada é vista).
ALBERTO: Poderia levantar a sua mão? Não conseguimos te ver.
BEATRIZ: (Fica de pé) A minha pergunta é para Carol Montenegro...
CAROLINA: (Fica surpresa).
ALBERTO: Está bem, pode perguntar! (Disfarça para que a imprensa não perceba o climão).
BEATRIZ: Há alguns meses o seu marido sumiu e reapareceu sem memória, aparentemente sem deixar vestígios de como tudo aconteceu. Acontece que tenho uma fonte segura que afirma que a senhora está envolvida no desaparecimento direto do seu marido. Carolina Montenegro, você tentou matar o seu marido para se apoderar de sua fortuna? (Questiona com um gravador apontado em direção a mesa da coletiva).
- Fique agora com o capítulo de hoje!
Cena 01 – Salão de Eventos Carla Dourado [Interna/Tarde]
(Carolina fica completamente sem reação após a pergunta de Beatriz).
BEATRIZ: A senhora poderia responder a minha pergunta?
CAROLINA: Isso é um absurdo, alguém tira essa mulher aqui. Com certeza deve ser uma dessas semeadoras notícias falsas.
BEATRIZ: Engana-se senhora, sou jornalista, posso estar aqui como qualquer um dos meus colegas. Como disse antes, tenho fontes seguras de que a senhora e um cúmplice.
CAROLINA: Querida, ninguém aqui acredita em você... Meu marido está aqui, ao meu lado, vivo e nunca estivemos tão bem. Você está mentindo eu irei te processar por levantar calúnias, desconheço história tão suja quanto essa.
ALBERTO: Podemos passar para a próxima pergunta, por gentileza...
BEATRIZ: A senhora não entendeu... (Diz ao interromper). Eu tenho testemunhas de que um crime foi cometido, um assassinato foi tramado, porém mal executado.
CAROLINA: Ah, tem testemunha? E eu posso saber quem é? (Ironiza).
BEATRIZ: Claro, o jornalista Guilherme Vieira. Reconhece esse nome?
CAROLINA: (Instantaneamente fica pálida ao ouvir o nome do jornalista).
ALBERTO: Coletiva encerrada, obrigado senhores... (Alberto se levanta e sai da coletiva rapidamente, acompanhado do irmão e Carolina).
BEATRIZ: Agora a assassina morde a isca! (Sussurra enquanto os observa).
Cena 02 – Haras Ferraz [Interna/Tarde]
Música da cena: Não Olha Assim Pra Mim - OutroEu
(Tobias, Clarissa, Israel, Marilda e Coruja brindam em comemoração ao noivado entre Tobias e Clarissa).
ISRAEL: Aos noivos! (Ergue a taça).
MARILDA: Aos noivos.
CLARISSA: (Beija Tobias).
CORUJA: Isso não é justo, porque eu tenho que brindar com suco e vocês não?
TOBIAS: Acontece que o senhor está muito novo ainda para poder beber.
MARILDA: Agora a alegria nessa casa ficará completa, eu estou muito feliz pelo senhor.
TOBIAS: Eu agradeço pelo carinho, Marilda. Você é como se fosse a minha mãe, devo muito a você.
CLARISSA: Eu tenho certeza de que todos seremos como uma grande família.
TOBIAS: Eu não tenho dúvidas... E você Israel, quando casa?
MARILDA: Eu acho que não vai demorar, viu Seu Tobias? Esse daí está enrabichado por uma das quengas do cabaré da Cissa!
ISRAEL: Sem fazer fofoca da minha vida, velha fuxiqueira.
MARILDA: E eu estou mentindo por um acaso? Tá enrabichado sim!
(Israel e Marilda começam a discutir e todos riem da situação).
Cena 03 – Hospital Geral [Interna/Noite]
(Daniel se acomoda e tenta cochilar numa poltrona do quarto de Guilherme).
GUILHERME: (Lentamente abre os olhos).
DANIEL: Gui-Gui-Guilherme... Você acor-do-do-dou... (Levanta-se rapidamente e vai até a cama).
GUILHERME: (Com os olhos, percorre o local onde está e olha para Daniel, enquanto lágrimas começam a escorrer de suas costas).
DANIEL: Você volto-to-tou, eu não acredi-di-to!
Cena 04 – Cobertura Montenegro [Interna/Noite]
Música da cena: Cremosa – Banda Uó
(Novamente Doralice dança enquanto faz uma live de seu celular).
DORALICE: (Dança completamente desengonçada) Vamos Dodômores, dancem comigo aí de suas casas...
(Carolina e Alberto entram no apartamento discutindo).
CAROLINA: Mas o que significa isso? É a revolta das empregadas?
DORALICE: (Desliga o som) Eu posso explicar...
CAROLINA: Eu não quero ouvir essa sua ladainha de lavadeira de quinta, eu quero que você suma da minha frente, vamos, desinfeta sua galinha preta ciscadeira! (Grita).
DORALICE: (Nervosa com os gritos, corre para a cozinha).
ALBERTO: Também não precisa gritar, vai acordar o prédio inteiro. Agora precisamos pensar no próximo passo...
CAROLINA: Que próximo passo? Você ainda não percebeu? Nada do que você faz dá certo. O acordo era que você matasse o seu irmão e você falhou. Eu esperava que no mínimo você conseguisse se livrar daquele jornalista meia-boca e nem isso você conseguiu, agora aquela recém-parida espalhou diante da imprensa a dúvida. Estamos a um passo de sermos descobertos.
ALBERTO: Eu consegui que ele assinasse uma procuração, podemos fazer uma transferência em dinheiro para uma conta, levamos o que tem no cofre e fugimos.
CAROLINA: Eu, fugir com você? Quer saber? Eu não vou fugir, acabei de lembrar de uma coisa muito importante, não existem provas contra mim. Para todos os efeitos, você que sequestrou o meu querido maridinho e o jornalista deve ser um blefe daquela vaca e mesmo que ele estivesse vivo, foi você quem atirou nele. Eu sou apenas uma vítima de suas armações, vou convencer o meu marido.
ALBERTO: Você não passa de uma vagabunda, mesmo. Além de tudo isso é burra! Será que você não percebeu? Ele não gosta mais de você, a essa altura já deve ter ido atrás da jornalista, você já era. Além disso, não se esqueça. Você está tão suja quanto eu, ou já se esqueceu que matou a cafetina exploradora? Eu tenho provas, a foto e a arma do crime... Se eu afundar, você afunda comigo...
CAROLINA: Ninguém vai me pegar, querido... Eu sou mais esperta que todos vocês juntos, pode escrever! (Carolina sai de casa novamente e deixa Alberto sozinho).
ALBERTO: Você está cavando a sua própria cova, eu vou cantar pra subir enquanto há tempo... (Alberto vai para o escritório).
(Sem perceber, Alberto vai até o escritório sem notar a presença do celular de Doralice apoiado num vaso na mesinha da sala que estava fazendo a live. No escritório, ele abre o cofre).
ALBERTO: (Começa a retirar maços em dinheiro e coloca numa pasta).
Cena 05 – Delegacia [Interna/Noite]
(Enquanto chega na delegacia, Carina cruza com Almeida em um dos corredores).
INSPETORA CARINA: O que houve? Vim assim que você me mandou mensagem...
DELEGADO ALMEIDA: Excelente, eu já pedi reforços para a diligência, temos uma operação muito importante e gostaria que você estivesse presente, venha comigo.
(Almeida e Carina entram no carro dele e seguem, sendo acompanhado por mais duas viaturas).
Cena 06 – Casa da Família Grimaldi [Interna/Manhã]
Atenção leitor(a): A partir de agora faremos uma viagem no tempo e regressaremos algumas décadas e vidas passadas, as próximas cenas serão ambientadas na década de 50.
Correntes, 1953
Música da cena: Ne Me Quitte Pas – Maysa
(Após ser novamente chantageada, Carolina entra em casa e resolve ir para o seu quarto. Ao subir a escada, encontra com Beatriz que a esperava).
CAROLINA: Prima, vai sair?
BEATRIZ: Não, eu vim falar com você.
CAROLINA: Nossa, você está tão séria. Aconteceu alguma coisa?
BEATRIZ: Quem era o homem com quem você estava conversando no jardim?
CAROLINA: Homem? Não tinha homem nenhum, eu...
BEATRIZ: Não minta! (Grita). Eu vi vocês no jardim, aquele rosto... Eu demorei para lembrar de onde eu o conhecia, mas eu lembrei... Aquele homem matou o amor da minha vida. O que ele estava fazendo aqui? Porque você estava conversando com ele?
CAROLINA: Já disse que não tem homem nenhum, eu vou para o meu quarto! (Carolina tenta ir para o quarto, porém, Beatriz segura seu braço).
BEATRIZ: Você não sai daqui enquanto não me disser o que aquele homem estava fazendo aqui. Sobre o que falavam? Me responda!
CAROLINA: Eu não te devo explicações, com licença.
BEATRIZ: Você está na minha casa e enquanto estiver embaixo do meu teto, você me deve explicações, sim. Porque você está mentindo e não quer me falar? O que você tem a ver com esse homem?
CAROLINA: Eu já disse que não tenho porque te dar satisfações, me deixe passar! (Esbraveja).
BEATRIZ: Ou você me conta ou eu vou até a polícia contar o que vi! O que você tem a ver com o homem que matou o meu noivo? Você está por trás do que aconteceu no dia do meu casamento?
CAROLINA: Você quer saber? Quer mesmo saber? Eu amava o Cadu e queria ele para mim. Não era para ele ter morrido naquele dia, era pra você ter morrido.
BEATRIZ: Que atrocidade você está dizendo?
CAROLINA: Não queria escutar? Então escute! Eu sempre odiei você. Você sempre tinha tudo e eu nada. Sempre fez viagens, teve dinheiro, vestidos, jóias e eu ficava com os restos. Quando eu me apaixonei verdadeiramente por um homem, ele preferiu você, então eu fiquei louca de ódio e só pensava numa coisa, te matar. No dia do casamento, o meu plano teria dado certo, se o Cadu não tivesse inventado de entrar naquela briga... Agora, você continua tendo tudo o que eu sempre quis, está carregando o filho do homem que eu sempre quis e o irmão dele te quer e você o despreza. Eu te odeio, Beatriz!
BEATRIZ: Você é uma louca, assassina... Eu vou agora mesmo até o departamento de policia e vou dizer tudo o que sei ao seu respeito. Você vai pagar pelo o que fez, vai apodrecer na cadeia! (Beatriz solta Carolina e caminha em direção a escada).
(Orlando assiste a cena, porém como está desencarnado, nenhuma das duas consegue vê-lo).
ORLANDO: O que você vai fazer? Espera, não faça isso...
CAROLINA: Você não vai contar nada para ninguém! (Carolina anda apressada e empurra Beatriz escada abaixo).
(Beatriz rola pela escada e chega ao chão inconsciente).
Cena 07 – Ruas de Correntes [Interna/Tarde]
(Após passar o dia na casa de Tobias, Clarissa caminha pela cidade de volta para casa completamente nas nuvens de tão feliz).
CLARISSA: Casar... Eu vou me casar! (Clarissa observa um carro na rua e reconhece a pessoa que está no interior do automóvel). Não pode ser, eu não estou acreditando nisso... O que você está fazendo aqui? (Diz ao se aproximar do carro).
CAROLINA: Falou comigo? (Ironiza enquanto bebe vodka no gargalo da garrafa).
CLARISSA: Você estragou a vida do Tobias, abandonou o Gael como se fosse um traste e agora veio fazer o que aqui? Veio concluir o serviço sua mal caráter?
CAROLINA: (Desce do carro) Acho que eu não entendi, do que você me chamou?
CLARISSA: Ah, não ouviu? Então eu vou repetir! Golpista, interesseira, desnaturada, vagabunda e mal caráter!
CAROLINA: E quem você pensa que é para falar assim comigo? Você não passa de uma pretinha sem classe, sem educação que não tem moral sequer para me olhar na cara. Em outros tempos eu mandaria te corrigir de outro jeito!
CLARISSA: (Dá um tapa na cara de Carolina).
CAROLINA: (Leva a mão ao rosto e percebe que a boca está sangrando) Olha o que você fez, perdeu a noção do perigo? Isso tudo é inveja porque eu dei um filho ao Tobias e você não conseguiu segurar o seu?
(Percebendo a briga, algumas pessoas se aproximam para observar a confusão).
CLARISSA: Escuta aqui, em outros tempos você até poderia ter esse nariz em pé, mas nós estamos no século vinte e um e isso que você está proferindo, é racismo e é crime. Eu tenho muito orgulho de ser pretinha, o que tem dentro é tão igual quanto o que tem de você, aliás... Começo a duvidar dessa hipótese, você é podre, oca por dentro! Agora presta atenção no que eu vou te dizer, fique longe do Gael e do Tobias, atreva-se a magoar um dos dois novamente e eu te mato, entendeu? Eu te mato! (Diz isso e em seguida vai embora, deixando Carolina sozinha).
Cena 08 – Casa de Laurinha [Interna/Noite]
(Enquanto comem o jantar, Laurinha, Eulália e Severino conversam).
EULÁLIA: Ai amor, tá muito cedo... Não precisa voltar a trabalhar agora!
SEVERINO: Lógico que preciso, eu tenho que ajudar nas despesas de casa... Sustentar você e sua mãe!
EULÁLIA: A gente mal casou e você já quer me deixar sozinha?
SEVERINO: Isso é bom, você vai sentir a minha falta. Saudades faz bem para a vida de casal!
LAURINHA: Quem te viu e quem te vê... Jamais imaginei viver essa cena, minha filha casada.
SEVERINO: E em breve com netos!
EULÁLIA: Netos?
SEVERINO: Sim, quero ter pelo menos uma meia dúzia...
Música da cena: Quem Me Dera – Márcia Fellipe e Jerry Smith
EULÁLIA: Meia dúzia? Tá me achando com cara de animal? Eu não sou nenhuma das suas jumentas.
SEVERINO: E quem está te chamando de jumenta, ô Maria Mijona?
EULÁLIA: Não me chame de Maria Mijona, seu grosseirão!
LAURINHA: Estava bom demais para ser verdade... (Toma um pouco de sopa enquanto observa os dois discutirem).
Cena 09 – Cobertura Montenegro [Interna/Noite]
(Alberto coloca a maleta com dinheiro ao lado da cama e em seguida entra no closet. Ao sair de lá, surge com uma mala e começa a colocar roupas dentro).
CADU: Vai viajar? (Diz ao entrar no quarto).
ALBERTO: Vou, vou sim... Preciso resolver alguns assuntos pessoais, mas voltarei em poucos dias.
CADU: Você vai realmente viajar ou está fugindo?
ALBERTO: Fugindo? Mas do que você está falando?
CADU: Eu acho que a gente precisa conversar.
(No andar debaixo, Doralice volta a sala de estar).
DORALICE: Meu celularzinho, se a surucucu influencer pegasse, era capaz de jogá-lo pela janela. (Observa a tela e encerra a live). Agora eu salvo aqui e publico... Pronto, live no ar! (Diz para em seguida voltar para a cozinha).
Cena 10 – Cabaré de Dona Cissa [Interna/Noite]
Música da cena: Amor de Que – Pabllo Vittar
(O cabaré de Cissa está super movimentado).
SERENA: Nossa, essa noite está bombando... Quantos homens!
DONA CISSA: E eu sinto que logo você irá me deixar também.
SERENA: Eu não vou te deixar nunca!
DONA CISSA: Meu bem, eu sei que você e o peão do haras estão cada vez mais envolvidos, possivelmente se casem e vivam juntos. Fico feliz que algumas de nós tenham o destino diferente.
(Na entrada do cabaré, o segurança tenta conter a entrada de uma mulher bêbada).
CAROLINA: Me deixa entrar seu vagabundo, eu trabalhei aqui... Eu sou a grande Cacau do Pandeiro! (Diz completamente bêbada). Eu vou entrar! (Carolina passa pelo segurança).
SERENA: Ué, que confusão é aquela?
DONA CISSA: O que está... Cacau? (Cissa fica surpresa ao ver Carolina em seu cabaré).
CAROLINA: Tá vendo? Ela me conhece... Eu sou a Cacau do Pandeiro e estou de volta, vou subir naquele palco e mostrar que eu continuo sendo a melhor de todas! (Carolina vai até o palco e começa a fazer um streap-tease).
DONA CISSA: Meu pai do céu, essa daí ficou completamente louca!
SERENA: É, pelo menos os homens estão gostando da Cacau de cachaça, essa daí tá mais pra lá, do que pra cá).
(Carolina tira a roupa em cima do palco, levando o público masculino a loucura).
Cena 11 – Casa de Luiza [Interna/Noite]
(Luciana visita a neta enquanto observa Luiza cuidar da menina).
LUIZA: Calma minha princesa, daqui a pouco a sua mãe chega, não chore! (Luiza balança Alice no colo, enquanto a menina chora).
LUCIANA: Ela já comeu? Pode ser fome... (Diz sentada no sofá observando Luiza andar de um lado para o outro).
LUIZA: Claro que já, você acha que eu não sei cuidar de uma criança? A única desnaturada aqui é você.
LUCIANA: (Levanta-se) Eu posso tentar? (Pergunta estendendo os braços).
LUIZA: O que? Quer segurar a menina? Melhor não...
LUCIANA: Luiza, a menina é minha neta. Não vou fazer nenhum mal e além disso, estaremos bem na sua frente. Me deixe tentar!
LUIZA: Está bem, mas só um pouquinho... (Entrega a menina a Luciana).
LUCIANA: Pronto meu amor, passou... Vem com a vovó! (Nos braços da avó, a menina rapidamente para de chorar).
LUIZA: Ué, como você fez isso? (Pergunta surpresa ao perceber como a menina se acalmou rapidamente).
LUCIANA: Não sei, aconteceu... Vai ver que ela sentiu que era minha neta!
Cena 12 – Cobertura Montenegro [Interna/Noite]
(Na cozinha e enquanto lava a louça, Doralice estranha o número de notificações que começam a chegar no celular).
DORALICE: Oxente, que diabos está acontecendo para tá chegando tanta notificação? (Diz enquanto seca as mãos no pano de prato).
(Doralice vai até a mesa onde deixou o celular para descobrir do que se tratam as notificações).
DORALICE: (Desbloqueia o celular) Ué, que marmota é essa? Carol Montenegro é uma assassina, #CarolGolpista #CadeiaNela... Que diabos está acontecendo? Porque está comentando isso nas minhas redes sociais? (Doralice toma um susto ainda maior quando percebe que o seu número de seguidores está aumentando). Como assim, mil seguidores? Eu dormi anônima e acordei famosa, será?
(No quarto de Alberto, Cadu continua confrontando o irmão).
ALBERTO: Não estou entendendo o seu tom. Eu não estou fugindo, Carlos Eduardo. Não tenho motivos para isso!
CADU: Não? Você tem certeza? Não foi isso que a sua cara e a da Carolina disse quando a Beatriz os confrontou. Você está realmente metido no que me aconteceu, Alberto? Você seria capaz de me matar para ficar com o meu dinheiro?
ALBERTO: Claro que não, você é o meu único irmão, eu jamais faria mal a você.
CADU: E porque será que eu não consigo acreditar nisso? Desde pequeno, você sempre teve inveja da atenção que os nossos pais me davam, por mais que eles insistissem em te mostrar que o amor pelos dois era igual, mas você continuava fazendo de tudo para que eles não me notassem. Quem me garante que você realmente não se envolveu nessa história sórdida com a Carolina?
ALBERTO: (Fica surpreso com o que acabara de ouvir) Espera, como você sabe de tudo isso? A não ser que você... Você recuperou a memória?
CADU: (Começa a aplaudir) Parece que você não é o único esperto por aqui não é meu irmão? Você falhou, eu estou aqui, vivo e na sua frente. Você nunca vai conseguir me derrubar, Alberto.
ALBERTO: Você estava fingindo esse tempo todo? Você nos enganou? (Cai na gargalhada). Você é muito otário mesmo, eu vou te deixar na sarjeta!
CADU: Vai? E eu posso saber como?
ALBERTO: (Abre a gaveta do criado mudo e retira um papel do interior) Esqueceu disso aqui? Eu tenho uma procuração assinada por você, eu vou te depenar e depois eu me livro de você.
CADU: Você acreditou mesmo que eu seria tão inocente em te confiar os meus bens? Essa procuração foi revogada no mesmo dia em que foi assinada, o Cerqueira, advogado da nossa empresa sempre esteve a par de tudo. A casa caiu, Alberto!
ALBERTO: O que você quer dizer com isso? Você me passou a perna? Você me deu um golpe.
CADU: Um dia é da caça e o outro do caçador, você perdeu Alberto.
ALBERTO: Não, eu ainda não terminei! (Alberto saca uma arma da cintura). Eu errei antes, mas dessa vez eu não vou errar. Eu não vou falhar, dessa vez nada!
CADU: Ah, então você vai me matar?
ALBERTO: Pode começar a implorar, porque dessa vez eu vou te mandar para o inferno.
CADU: Eu entendi, mas antes você me permite chamar alguns convidados?
ALBERTO: Convidados?
CADU: Ô delegado, o assassino aqui precisa de ajuda!
(Almeida, Carina e outros policiais invadem o quarto).
DELEGADO ALMEIDA: Solte a arma e levante as mãos para o alto, o senhor está preso por tentativa de homicídio confesso! (Diz com a arma apontada para Alberto).
CADU: Fim da linha, Alberto! (Conclui).
A câmera foca em Alberto cercado, a cena congela e o capítulo encerra com o a tela azul da cor do céu.
Trilha Sonora Oficial, clique aqui.
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