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Caminhos - Capítulo 08

 


CAMINHOS

novela de MIGUEL VICTOR

direção geral RICARDO WADDINGTON

CAPÍTULO 08

CENA 01. HOSPITAL. CORREDOR. INT. DIA

Clara encarava Cassandra.

Clara: Como você pode dizer uma coisa dessas? Eu estou fazendo tudo o que posso para

ajudar a nossa mãe! Você é que não entende o que está acontecendo!

Cassandra ergue a mão para dar um tapa em Clara, mas antes que consiga, uma

enfermeira aparece e as separa.

Enfermeira: O que está acontecendo aqui? Vocês não podem brigar no hospital!

Clara se afasta de Cassandra, ainda com raiva no rosto. Cassandra olha para ela com

desprezo, e se afasta também, sem dizer mais nada. A enfermeira fica observando as duas

se afastarem, preocupada com o clima tenso que paira no ar.

CORTE:

CENA 02. PARQUE. EXT. DIA

Rebeca caminhava lentamente pelo parque, desfrutando do ar fresco da tarde quando viu

seu pai Milton sentado em um banco, olhando para o lago. Ela se aproximou dele e o

cumprimentou com um sorriso.

Rebeca: Oi, pai. Como vai?

Milton: Oi, Rebeca. Eu estou bem, obrigado. E você?

Rebeca: Estou ótima. Mas eu vim aqui falar de outra pessoa... A mamãe.

Milton: O que aconteceu com ela?

Rebeca: Ela está sofrendo muito com a separação, pai. Acho que você deveria ligar para

ela e conversar.

Milton: Eu sei que ela está passando por um momento difícil, mas eu não sei se quero falar

com ela agora.

Rebeca: Pai, eu sei que vocês tiveram um relacionamento complicado, mas ela ainda é a

mãe dos seus filhos. Não é justo deixá-la sozinha.

Milton: Eu entendo o que você está dizendo, mas não é tão simples assim. As coisas

mudaram muito desde que eu saí de casa.

Rebeca: Eu sei que mudaram, não é?

Milton: Eu não sei se podemos voltar atrás e consertar as coisas.

Rebeca: Eu acho que é possível, se vocês conversarem e se entenderem. A Glória ainda te

ama, pai. E eu sei que você ainda a ama também.

Milton: Eu não sei o que fazer, Rebeca. Eu não quero magoar a Glória novamente.

Rebeca: Então faça algo por ela. Dê a ela uma chance de conversar com você e tentar

consertar as coisas. Se não funcionar, pelo menos vocês tentaram.

Milton pensou sobre as palavras de sua filha e finalmente concordou em ligar para Glória.

Ele sabia que não seria fácil, mas também não queria viver com a culpa de deixá-la sozinha

em seu sofrimento.

Milton: Você tem razão, Rebeca. Vou ligar para ela hoje mesmo e tentar conversar.

Obrigado por me ajudar a ver isso.

Rebeca: Eu sempre estarei aqui para ajudá-lo, pai. Você sabe disso.

Milton: Eu sei, e eu agradeço por isso.


Os dois se abraçaram e caminharam juntos pelo parque, conversando sobre a vida e a

família.

CORTE:

CENA 03. HOSPITAL. QUARTO. INT. DIA

Clara entra no quarto de Norma, encontrando-a sentada na cama. Ela se aproxima da mãe,

que parece distraída, e se senta ao seu lado na cama.

Clara: Mãe, eu preciso te contar uma coisa.

Norma: O que houve, minha filha?

Clara: Eu acabei de ter uma briga com Cassandra no corredor do hospital.

Norma parece surpresa e confusa.

Norma: Por que você brigou com ela?

Clara: Ela me acusou de ser a causa da sua dor, mãe. Disse que eu estou te fazendo sofrer.

Norma: Mas isso não é verdade.

Clara: Eu sei, mãe. Eu só fiquei muito irritada com ela.

Norma: Você sabe que eu não quero que você brigue com ninguém, Clara. Especialmente

não com Cassandra, ela tem sido uma grande amiga para mim.

Clara: Desculpe, mãe. Eu prometo que vou tentar me controlar melhor da próxima vez.

Norma: Eu confio em você, minha filha.

Clara coloca a mão sobre a de Norma e sorri.

Clara: Eu vou fazer o meu melhor para não deixar as coisas saírem do controle.

Norma: Eu sei que você é forte, Clara. E eu estou muito orgulhosa de você.

Clara sorri novamente, sentindo-se um pouco melhor depois de falar com a mãe.

CORTE:

CENA 04. CASA GABRIELA. QUARTO. INT. NOITE

Gabriela está sentada em sua cama, com o celular em mãos. Ela está assistindo a um

vídeo no YouTube que fala sobre pessoas que se identificam como gênero fluído. No vídeo,

uma pessoa conta sobre suas experiências e como se sente confortável em transitar entre

as identidades masculina e feminina. Gabriela fica atenta ao vídeo, ouvindo atentamente

cada palavra que é dita. Ela se identifica com a história da pessoa e começa a pensar sobre

suas próprias identidades de gênero.

Pessoa do vídeo: "O gênero é uma construção social, e não tem nada a ver com o seu

corpo. É importante entender que cada um se identifica de uma forma diferente e isso é

completamente normal."

Gabriela começa a refletir sobre como se sente em relação ao seu próprio gênero. Ela

nunca havia pensado sobre isso antes e começa a se perguntar se se identifica com algum

rótulo específico.

Gabriela: (pensando) Será que eu sou gênero fluído? Ou talvez não-binária? Eu preciso

pesquisar mais sobre isso.

Gabriela continua assistindo a mais vídeos relacionados ao tema, absorvendo todas as

informações possíveis. Ela começa a se sentir mais confiante e aberta sobre sua própria

identidade de gênero e decide explorar mais esse assunto.

Gabriela: (pensando) Acho que finalmente estou começando a entender melhor quem eu

sou.

CORTE:

CENA 05. CASA YEDDA. SALA. INT. DIA


Yedda entra na sala de estar da casa bufando de raiva e vê Milton sentado no sofá lendo

um jornal.

Yedda: Você não para de falar daquela mulher! Já está ficando insuportável!

Milton: Do que está falando?

Yedda: Glória! Sempre falando dela... Eu já estou cansada disso!

Milton: Ela é a mãe da minha filha, Yedda. Eu tenho que me preocupar com ela.

Yedda: Você não tem que se preocupar com ela mais do que comigo! Nós estamos juntos

agora!

Milton: E quem disse que eu me preocupo mais com ela? Você está exagerando, Yedda.

Yedda: Eu não estou exagerando! É você que não está entendendo o meu ponto de vista!

Milton: E qual é o seu ponto de vista? Que eu não posso ver a mãe da minha filha?

Yedda: Não é isso! É que você está sempre indo visitá-la e falando dela como se fosse a

sua melhor amiga! Eu já estou ficando com ciúmes!

Milton: Isso é bobagem, Yedda. Eu só estou sendo gentil com ela porque ela está passando

por um momento difícil.

Yedda: E eu? Eu também estou passando por um momento difícil! E você parece que não

está nem aí!

Milton: Eu estou sim! Eu estou aqui com você, não estou?

Yedda: Mas não é suficiente! Eu quero que você pare de falar dela!

Milton: Eu não vou fazer isso, Yedda. Eu não posso ignorar a mãe da minha filha.

Yedda: Então você está escolhendo ela em vez de mim?

Milton: Não é uma questão de escolha, Yedda. Eu posso me preocupar com as duas!

Yedda: Não é o que parece! Você passa mais tempo falando dela do que de mim! E eu não

aguento mais isso!

Milton: Eu acho que você está exagerando, Yedda. Eu estou tentando ser razoável aqui.

Yedda: Não, você não está! Você está me tratando como se eu fosse a segunda opção! E

eu não quero mais isso!

Milton: Eu não estou te tratando assim, Yedda. Você está se fazendo de vítima.

Yedda: Eu não estou me fazendo de vítima! Eu estou dizendo o que eu sinto! E se você não

consegue entender isso, então talvez nós dois não deveríamos estar juntos!

Milton: Do que você está falando? Você quer terminar comigo?

Yedda: Se você não consegue lidar com a minha insegurança em relação à sua ex-mulher,

então talvez seja o melhor para nós dois.

Milton: Você está sendo injusta, Yedda. Eu não estou fazendo nada de errado.

Yedda: Eu não quero discutir mais isso. Eu só quero que você respeite os meus

sentimentos.

Milton: Eu respeito, Yedda. Mas você precisa entender que eu não posso deixar de me

preocupar com a mãe da minha filha.

Yedda começa a chorar e sai correndo dali. Vai em direção ao laboratório.


CORTE:

CENA 06. LABORATÓRIO YEDDA. INT. DIA

Yedda estava abalada após a discussão com Milton. As lágrimas começaram a escorrer

pelo seu rosto quando ela pegou seu celular e abriu o aplicativo de namoro. Enquanto

rolava a tela, ela notou que JOE e Clara estavam conversando. Ela leu atentamente a

conversa dos dois, observando como eles pareciam felizes juntos. Isso fez Yedda se sentir

ainda pior.

CORTE:


CENA 07. HOSPITAL. CORREDOR. INT. DIA

Clara e Cassandra estão no corredor do hospital.

Clara: Gabriela me contou que ela e Juliano terminaram, e eu sei muito bem que você tem

culpa nesse cartório. Você não tem o direito de se intrometer na vida do Juliano e da

Gabriela!

Cassandra: Eu só estou sendo amiga do Juliano, Clara. E se eles terminaram, foi por causa

da própria Gabriela.

Clara: Isso não é verdade! Eu sei que você armou para separá-los!

Cassandra: O que? Eu nunca faria isso!

Clara: Não minta! Eu ouvi você falando com ele naquele dia, no hospital!

Cassandra: E o que eu disse?

Clara: Que Gabriela estava ficando com ciúmes de vocês e que vocês podiam aproveitar

isso para se aproximarem mais.

Cassandra fica em silêncio por alguns segundos.

Cassandra: (sonsa) Eu não sabia que isso iria acabar assim. Eu só queria ajudar o Juliano.

Clara: Você não ajudou em nada. Só causou mais problemas. E agora Gabriela está

sofrendo.

Cassandra: Eu sinto muito. Eu não queria que as coisas terminassem assim.

Clara: É tarde demais para se arrepender. Você já fez o estrago.

Cassandra: Eu entendo que você esteja brava, mas eu não arm...

Antes que Cassandra possa terminar a frase, Clara dá as costas e sai andando pelo

corredor, deixando-a sozinha.

CORTE:

CENA 08. LABORATÓRIO YEDDA. INT. DIA

Milton entra no laboratório de Yedda e a encontra sentada em frente ao computador com

lágrimas nos olhos. Ele se aproxima dela com cautela e toca suavemente em seu ombro.

Milton: Yedda, eu sinto muito. Eu não deveria ter sido tão duro com você. Eu amo você.

Yedda o olha nos olhos, com um misto de tristeza e raiva.

Yedda: Você não entende, Milton. Essa é a minha vida. A minha profissão. E você não

aceita isso. E ainda tem isso da Glória...

Milton: Eu sei que não foi fácil pra você. Mas eu prometo tentar. Por favor, me perdoa?

Yedda ainda parece hesitante, mas acaba cedendo e se levanta. Ela o encara por alguns

instantes, e então os dois se beijam apaixonadamente.

Milton: Eu não quero mais esconder o que sinto por você.

Yedda: Eu também te amo, Milton. Mas eu não quero perder a minha independência. A

minha vida. E eu não quero que você me peça pra escolher.

Milton: Eu não vou fazer isso. Eu prometo.

Os dois se beijam novamente.

CORTE:

CENA 09. CASA DE CLARA. QUARTO. INT. NOITE

Clara está deitada na cama, mexendo no celular, quando uma mensagem de JOE aparece

na tela. Ela sorri ao ler as palavras carinhosas do namorado.

JOE: Oi meu amor, como foi seu dia?

Clara: Não foi o melhor, com toda essa situação da minha mãe...

JOE: Que bom ouvir isso. Eu sinto tanto a sua falta.


Clara: Eu também sinto sua falta, mas pelo menos podemos conversar por aqui.

JOE: Sim, é verdade. Eu queria estar aí com você agora, te abraçando.

Clara: Eu também queria, mas infelizmente não é possível. Mas sabe o que é possível?

Você me mandar mais mensagens como essa.

JOE: Claro que sim. Eu te amo muito, Clara.

Clara: Eu também te amo, JOE. Muito, muito mesmo.

JOE: Eu sou muito grato por ter você na minha vida.

Clara: Eu também sou grata por ter você na minha vida, JOE. Você é um presente muito

especial.

JOE: E você é a minha pessoa favorita no mundo.

Clara sorri ao ler a mensagem e responde com um coração.

Clara: ❤️

JOE: Boa noite, meu amor.

Clara: Boa noite..

Clara coloca o celular de lado, fecha os olhos e sorri. Ela sabe que, mesmo à distância, JOE

é o seu grande amor.

CORTE:

FIM DO CAPÍTULO 08

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