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Saramandaia - capítulo 16

 


SARAMANDAIA


Capítulo 16 ��️

Criada por: Dias Gomes

Adaptada e escrita por: Luan Maciel

Produção Executiva: Ranable Webs


CENA 01. CASARÃO DA FAMÍLIA ROSADO. SALA DE ESTAR.

INTERNA. DIA

A câmera mostra que Dona Cândida vai aparecendo na sala e

mostrando todo o seu ódio e desprezo por Vitória que vai se

sentindo em um covil de lobos. Zico Rosado a encara em um

estado de negação. Vitória fica encurralada.


ZICO ROSADO (sério): - Que espécie de brincadeira é essa,

Vitória? Depois de todos esses anos você vem me dizer que

aquela baderneira é minha filha. Isso é baixo até para você.

VITÓRIA (sendo sincera): - E por qual motivo eu iria inventar

uma história dessas? Eu nunca quis contar a verdade, mas é

impressionante como você não se viu na Zélia. Vocês são tão

iguais. Tão diferentes, mas tão iguais ao mesmo tempo.


DONA CÂNDIDA: - Chega dessa ladainha que eu já estou

ficando de saco cheio. Suma da minha casa antes que eu faça

algo do qual você não vai gostar, sua infeliz.


Vitória fica aborrecida e vai na direção da porta. Alguns

segundos pois ela volta e olha para Zico Rosado de novo.


VITÓRIA (suplicando): - Esqueça o ódio que você sente por mim

só por um momento. Lembra de tudo que a gente viveu juntos.

Você acha mesmo que eu seria capaz de mentir sobre uma coisa

tão séria assim? Diz que eu não estou errada sobre você.

DONA CÂNDIDA (venenosa): - Você não vai cair nesse papo,

não é mesmo, Zico? Está claro que ela está mentindo. Alguém

como ela não é digna de confiança. Você precisa me ouvir.

ZICO ROSADO: - Chega, mãe. (P) Vitória…. Eu acho melhor

você ir embora. Eu preciso reorganizar os meus pensamentos e

eu admiro que você me pegou de surpresa.


Vitória vai na direção da porta, ama antes ela olha com

seriedade para Zico Rosado. Depois de Vitória ter ido embora

Dona Cândida enfrenta seu filho que está irredutível.

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CENA 02. ARREDORES DE BOLE-BOLE. CATIVEIRO. SALA.

INTERNA. TARDE

A televisão está ligada em um jogo de futebol. Um capanga está

sentado na poltrona de costas para a porta do quarto. Nesse

momento a porta do quarto vai se abrindo e Zélia vai andando

sorrateiramente pela sala. Ela pega um vaso que está em uma

mesa lateral e acerta na cabeça do capanga que vai no chão.

Zélia tenta fugir do cativeiro, mas o capanga a pega .


CAPANGA (figurante): - Onde você pensa que vai sua quenga?

Acha mesmo que pode me agredir desse jeito e sair ilesa? Não

me importa o que o Zico Rosado pense ou deixe de pensar, mas

eu vou acabar com a sua raça agora mesmo.

ZÉLIA (se enchendo de coragem): - Eu não vou ficar mais

nenhum segundo nesse lugar imundo. Eu tenho algo para fazer

e não vai ser um pau mandado que nem você que vai impedir.

CAPANGA: - Eu tenho que admitir que você tem coragem,

garota. Mas isso só aumenta mais a minha vontade de fazer

algo que eu tenho imaginado. Eu vou lhe possuir.


O Capanga começa a atacar Zélia de uma forma sexual. Ela vai

tentando se soltar, mas sem sucesso. Nesse instante Zélia dá


uma joelhada na parte genital do capanga que cai no chão

agonizando com muita dor.


ZÉLIA (furiosa): - Isso é para você aprender a nunca mais ficar

essa sua mão nojenta em mim. Eu vou embora desse lugar o

quanto antes possível. Você não passa de um estuprador.

CAPANGA (figurante): - Você pode não querer ouvir isso agora,

mas você é mais parecida com o meu patrão do que imagina. E

sem a ordem dele você não vai a lugar nenhum.

ZÉLIA: - Você não sabe do que eu sou capaz de fazer pela minha

liberdade. É melhor você não me enfrentar. Você irá perder.


O capanga segura Zélia pelo braço e ela fica nervosa. Sem

pensar duas vezes Zélia o empurra e sai do cativeiro.

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CENA 03. BOLE-BOLE. PRAÇA. EXTERNA. INÍCIO DE NOITE

A câmera mostra que João Gibão e Lua Viana estão abordando

as pessoas na praça em busca de fazer com que o nome do

nosso protagonista seja visto pela população na próxima

eleição. João Gibão vai ficando desanimado com o desprezo do

povo.


JOÃO GIBÃO (desanimado): - É melhor a gente desistir, Lua. O

povo dessa cidade jamais vai querer ver um corcunda como eu

como prefeito da cidade. Essa é a mais pura verdade.

LUA VIANA (ponderando): - Olha para mim, João. Você é o

único capaz de parar essa loucura que o Zico Rosado vem

fazendo nesta cidade. Tem certeza que quer desistir?


João Gibão respira fundo. Nesse momento ele e Lua Viana são

surpreendidos com Zélia que chega correndo e sem ar.


LUA VIANA (angustiado): - Zélia…. Onde é que você esteve

desde ontem? Eu estava morrendo de preocupação. Eu até

tentei falar com sua mãe, mas ela estava tão estranha.

ZÉLIA (séria): - Eu estava presa em um cativeiro a mando

daquele maldito do Zico Rosado. Nós precisamos virar esse

jogo. Essa cidade precisa de uma mudança o quanto antes.

JOÃO GIBÃO: - Vocês estão certos. Eu vou revirar essa cidade

de pernas pro ar, mas os desmandos do Zico Rosado não vão

continuar. É a hora de dar um basta.

ZÉLIA (determinada): - O Zico Rosado deveria ter se livrado de

mim quando teve a chance. Eu não vou descansar enquanto nós

não trazermos a mudança e o progresso para esse fim de


mundo. Hoje é dia que começa a mudança de Bole-Bole

Saramandaia.


João Gibão, Zélia e Lua Viana se olham determinados. A câmera

mostra que eles são observados por alguns populares que os

encaram de uma forma bem fria e com desprezo.

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CENA 04. CASARÃO DA FAMÍLIA ROSADO. ESCRITÓRIO DE

ZICO ROSADO. INTERNA. NOITE

Zico Rosado está sentado em seu escritório totalmente perdido

em seus pensamentos. A voz de Vitória dizendo que Zélia é sua

filha ainda ecoa em sua cabeça. Nesse momento Dona Cândida

entra no escritório e olha para seu filho com autoridade.


DONA CÂNDIDA (firme): - Olha só para você, Zico. Eu não

estou acreditando nesse lorota que aquela Infeliz contou. Não

tem nenhuma possibilidade daquela garota ser sua filha. Será

que você não consegue ver o que está acontecendo?

ZICO ROSADO (sério): - E o que você quer que eu faça, mãe? E

se isso for mesmo verdade? A Vitória jamais iria mentir sobre

um assunto tão importante. Ela não é assim.


DONA CÂNDIDA: - Eu não estou acreditando que você está

defendendo essa mulher. E se isso for mesmo verdade ela

escondeu isso de você por 30 anos. Se você quer continuar

babando por aquela infeliz então que assim seja.


A câmera mostra o nervosismo tomando conta de Zico Rosado.

Formigas começam a sair pelo nariz do vilão.


ZICO ROSADO (tapando o nariz): - Parece que a senhora não

me conhece, mãe. Tudo o que eu sinto pela Vitória é odioe eu

quero ver ela na rua da amargura por tudo que ela me fez

passar. Agora eu irei atingir os filhos que é o que ela mais ama.

Não me importa se aquela baderneira é minha filha ou não eu

quero continuar com o poder dessa cidade aos meus pés.

DONA CÂNDIDA (cínica): - Eu pensei que você iria continuar

sendo aquele homem fraco que você era anos atrás. Eu quero

escorraçar aquela infeliz da nossa cidade principalmente agora

que o filho mais novo daquela maldita que está cercando a sua

filha. Você deveria tomar alguma providência.

ZICO ROSADO: - Não se preocupe que eu vou resolver isso,

mãe. A nossa família nunca mais vai se engraçar com nenhum

dos Villar. Disso você pode ter certeza.


Zico Rosado está decidido. A câmera mostra a satisfação no

olhar de Dona Cândida que não esconde sua felicidade.

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{TRANSIÇÃO DE TEMPO: ALGUNS DIAS DEPOIS}


CENA 05. IGREJA. INTERNA. DIA

Close em Dona Redonda e Dona Pupu que estão sentadas no

primeiro banco da igreja. Logo depois o Padre Romeu se a


aproxima das BEATAS que estão soltando fogo pelas ventas.

Dona Redonda está muito incomodada com algo.


PADRE ROMEU (sendo cordial): - Eu posso saber o porquê das

senhoritas terem me chamado na casa de Deus com tanta

pressa? O que é que vocês querem com tudo isso?

DONA REDONDA (fútil): - Isso é tão óbvio, padre Romeu. Nós

queremos impedir que alguém tão esquisito como o João Gibão

se torne prefeito da nossa querida cidade. Isso é um ultraje.

DONA PUPU: - O que as pessoas iriam pensar sobre nós as

mulheres valorosas da cidade? Nós precisamos impedir isso?


O Padre Romeu fica abismado diante de tanto preconceito.

Dona Redonda continua se sentindo totalmente intocável.


DONA REDONDA (impaciente): - Então, padre Romeu…. Qual

é a sa resposta? Vai nos ajudar a livrar a nossa cidade desses

mudancistas que insistem em sujar a nossa reputação.

PADRE ROMEU (sério): - Vocês não podem estar falando sério.

Eu não vou ajudar em nada nesse seu plano doentio, e se vocês

fizerem alguma coisa contra o João Gibão eu mesmo farei

questão de desmascarar vocês. Estamos entendidos?

DONA PUPU: - Mas padre Romeu…. Você precisa reconsiderar

a sua decisão. Aquele João Gibão é um perigo para essa cidade.

DONA REDONDA (interrompendo): - Vamos deixar o Padre em

paz, Pupu. O padre deve ter mais o que fazer. (P) Você vai se

arrepender do dia de hoje, Padre Romeu. Isso eu prometo.


Dona Redonda e Dona Pupu vai embora da igreja se sentindo

contrariadas. A câmera mostra o olhar Serejo do Padre Romeu

que está feliz em ter feito a coisa certa.

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CENA 06. FAZENDA DE TENÓRIO. CASA GRANDE. SALA.

INTERNA. DIA


A câmera acompanha Vitória que anda de um lado para o outro

demonstrando estrar muito preocupada. Em sua frente está

Tenório que está envolvido por raízes que não param de

crescer.


TENÓRIO (sério): - Eu não estou acreditando no que você está

né contando, Vitória. Como você teve coragem de contar para

aquele infeliz do Zico Rosado que a Zélia é filha dele? Isso não

poderia ter acontecido de jeito nenhum.

VITÓRIA (confrontando): - E o que você queria que eu fizesse,

pai? Ele estava ameaçando a minha filha. Eu não vou ficar de

braços cruzados vendo as pessoas que eu amo se ferir por causa

de uma rivalidade infeliz.

TIBÉRIO: - E agora ele vai querer vir para cima de nós com fogo

nos olhos. Você pode achar que conhece aquele homem,

Vitória. Mas no fundo você sabe que está errada. Ele é crápula.


Vitória deixa transparecer que ainda tem sentimentos por Zico

Rosado. Tibério olha no fundo dos olhos de sua filha.


TIBÉRIO (sendo prático): - Me diga uma coisa, Vitória. Porque

você voltou para Bole-Bole? Foi por causa da sua filha ou você


ainda tem esperança de reatar com aquele maldito do Zico

Rosado? Eu espero que não seja isso para o seu bem.

VITÓRIA (ofendida): - Que absurdo é esse agora, pai? Você mais

do que ninguém sabe o motivo de eu voltar para essa cidade. A

minha história com o Zico acabou faz tempo. Isso é passado.

TIBÉRIO: - Eu espero que seja verdade, minha filha. Porque se

você tiver ainda algum sentimento por aquele homem eu vou

fazer questão de te lembrar diariamente o quão ruim ele pode

ser. Afinal de contas ele nunca foi um santo.


Vitória fica em em total silêncio. Ela troca olhares com Tibério

de um jeito que fica evidente o que eles estão pensando.

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{TRANSIÇÃO DE TEMPO: NO DIA SEGUINTE}


CENA 07. BOLE-BOLE. RUAS DA CIDADE. EXTERNA. DIA

No centro da cena estão João Gibão e Zélia que estão na frente

de um grupo de jovens mudancistas que estão fazendo uma

caminhada em prol da candidatura de João Gibão. Sem que eles

percebam, João Gibão é observado por Carlito Prata que o


encara de um jeito bem sério. Quem também pode ser vista na

caminhada é Marcina que tenta se aproximar de seu amado.

ZÉLIA (sentindo -se animada): - Está vendo todas essas

pessoas, João? Esse é só o começo da nossa vitória. O Zico

Rosado não vai conseguir impedir que a gente vença essas

eleições.

JOÃO GIBÃO (ponderando): - Você sempre esteve certa, Zélia.

Nós precisamos esquecer os nossos defeitos pessoais e

enfrentar essa nova vida que está surgindo. Que viva

Saramandaia.


Zélia esboça um sorriso. Nesse momento Ana Maria vai se

aproximando de João Gibão e ela o olha de um jeito sedutor.

Marcina também vai se aproximando de João Gibão e ela não

consegue acreditar no que seus olhos estão vendo.


ANA MARIA (seduzindo): - Mesmo no meio de todas essas

pessoas o seu brilho fica evidente, João Gibão. Eu não vou negar

que estou de olho em você há muito tempo. Tem algo que eu

quero te dar e que você não poderá recusar.

ZÉLIA (sensata): - João…. Tem algo de muito errado nessa

história. Você precisa acreditar em mim. Isso não está certo.


ANA MARIA: - Eu acredito que você não seja um homem que

deixa que os outros digam o que você pode ou não pode fazer. E

além do mais você como nosso futuro prefeito merece alguém a

sua altura do seu lado. No fundo você sabe que estou certa.

JOÃO GIBÃO (sério): - Eu não sei quem você pensa que é e o que

acha que sabe sobre mim, mas…..


Antes que João Gibão terminasse de concluir Ana Maria o beija

com muita volúpia. Nesse exato momento Marcina se aproxima

de João Gibão e solta um grito de decepção. Ana Maria solta

João Gibão que fica totalmente sem reação diante do olhar de

mágoa de Marcina.


A imagem congela no olhar distante de Marcina. Aos poucos a

imagem vai ganhando um efeito como se transformasse em

uma moldura.


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