SARAMANDAIA
Capítulo 26 ��️ Últimas Semana
Criada por: Dias Gomes
Adaptada e escrita por: Luan Maciel
Produção Executiva: Ranable Webs
CENA 01. PREFEITURA DE BOLE-BOLE. SALA DO PREFEITO.
INTERNA. MANHÃ
A câmera mostra de uma forma bem intimista que Zico Rosado
está totalmente nervoso e fora de si. Ele olha com muito ódio
para João Gibão que encara o vilão sem nenhum tipo de medo.
Formigas começam a sair pelo nariz de Zico Rosado
demonstrando todo o seu nervosismo e isso deixa João Gibão
em estado de choque.
JOÃO GIBÃO (chocado): - O que é que está acontecendo aqui,
Zico Rosado? Você sempre encheu a boca para me humilhar
dizendo sobre a minha corcunda e você também é estranho
assim como eu. Se o povo dessa cidade soubessem….
ZICO ROSADO (furioso): - Você não ouse em fazer algo desse
tipo, seu maldito. Se você deixar que isso escape eu juro que eu
acabo com você, João Gibão. Não tente me provocar.
JOÃO GIBÃO: - Você é um hipócrita, Zico Rosado. Você
humilha quem for preciso para ter tudo o que sempre desejou.
Mas enquanto eu for o prefeito de Bole-Bole você não terá mais
a influência que sempre teve. Acabou a sua regalia.
Zico Rosado perde totalmente o controle e ele dá um soco em
João Gibão que leva a mão ao rosto. Nesse momento Lua Viana
entra na sala de João Gibão e enfrenta Zico Rosado.
ZICO ROSADO (cínico): - Agora o circo está completo. Não me
diga que você veio aqui somente para as vingar de mim, Lua
Viana? Você é mais patético que esse seu irmão corcunda.
JOÃO GIBÃO (sensato): - Lua…. Não faça isso. Você sabe que
não é isso que a Zélia iria querer que você fizesse. Pense
melhor.
LUA VIANA (enraivecido): - Sabe o que pior, Zico Rosado? Eu
fui obrigado a ver a Zélia te defender. Mas eu sei que você
tentou jogar ela dessa janela. Essa é a verdade.
ZICO ROSADO (enfático): - Eu cansei de tentar convencer vocês
que isso foi um acidente. (P) Se preparem que eu não irei
desistir tão fácil assim do controle dessa cidade. Eu vou jogar
pesado para com vocês de uma vez por todas.
Zico Rosado sai da sala totalmente decidido. Lua Viana fica
muito tenso. João Gibão olha para seu irmão com preocupação.
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CENA 02. FAZENDA DE TIBÉRIO. CADA GRANDE. SALA.
INTERNA. MANHÃ
As raízes que cercam Tibério vão tomando cada vez mais conta
da casa grande da fazenda. Vitória está totalmente pensativa
depois do último encontro que teve com Zico Rosado. Close em
Tibério que observa sua filha criticamente.
TIBÉRIO (sério): - Então Vitória…. Você ainda não desistiu
dessa idéia de ir embora de Bole-Bole? Você não percebe que
você está só tentando se proteger, mas vai acabar ferindo os
seus filhos. Eles não vão aceitar isso muito bem.
VITÓRIA (irritada): - Eu não quero mais falar sobre esse
assunto, pai. A Zélia e o Pedro não tem que querer nada. Eu sei
o que é melhor para eles. Foi um erro eu ter voltado para essa
cidade. Eu não tinha nada que ter te ouvido.
TIBÉRIO: - Então agora a culpa é minha? Eu sei muito bem
porque você quer ir embora, minha filha. Você nunca
conseguiu esquecer aquele crápula do Zico Rosado. Você pode
até não querer admitir, mas essa é a mais pura verdade.
Vitória fica em silêncio. Tibério tem a confirmação do que
disse.
VITÓRIA (alterando a voz): - Não interessa os meu motivos, pai.
Eu só quero ir embora dessa cidade o quanto antes. E se
depender de mim os meus filhos irão comigo. Eu não vou
permitir que eles fiquem perto do Zico Rosado.
TIBÉRIO (ponderando): - Se você quer fugir dos seus problemas
então fique a vontade. Mas não venha descontar as suas
frustrações em mim ou nos meus netos. Isso eu não vou
admitir.
VITÓRIA: - Minhas frustrações? Como você é simplório, pai.
Foi você que começou com fogo esse ciclo. Se você não tivesse
me mandado embora de Bole-Bole nada disso estaria
acontecendo.
TIBÉRIO (firme): -Eu sei muito bem dos meus erros, Vitória.
Eu não vou ficar me prolongando nessa discussão. Faça o que
você achar melhor. Depois não diga que eu não te avisei.
Vitória sai parecendo um verdadeiro furacão. A câmera mostra
a seriedade no olhae de Tibério que acredita estar certo.
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CENA 03. BOLE-BOLE. RUA/VIELA. EXTERNA. MANHÃ
A câmera acompanha Carlito Prata que vai andando por uma
viela pouco movimentada. Sem que ele perceba Dona Maria
Aparadeira o segue bem discretamente. Logo depois Carlito
Prata se encontra com Ana Maria que está tremendo de medo .
CARLITO PRATA (intimidador): - Então você conseguiu
descobrir onde a Marcina está, quenga? Se aquela infeliz acha
que vai conseguir se livrar de mim ela está muito enganada. Eu
não sou de desistir tão fácil do que eu quero.
ANA MARIA (tensa): - Onde você acha que ela está, Carlito? Na
casa dos pais. Mas eu acho melhor você desistir dessa obsessão
que você tem por ela. Eu não vou mais te ajudar nisso. Eu não
quero mais ser um brinquedo na sua mão.
CARLITO PRATA: - É melhor você não me enfrentar, Ana
Maria. Eu sequestrei a Marcina e não me custa nada acabar
com você de uma vez por todas. Quem é que iria sentir falta de
uma quenga?
Ana Maria vê a maldade no olhar de Carlito Prata. Nesse
momento Dona Maria Aparadeira se revela e ela fica totalmente
revoltada com tudo que ela acaba de ouvir.
MARIA APARADEIRA (decepcionada): - Então era verdade….
Como eu pude me enganar tanto assim com você, Carlito? Você
não passa de um monstro. Você não merece a minha filha.
CARLITO PRATA (sorrindo/cínico): - Que coisa feia ouvir a
conversa de terceiros, dona Maria. Mas agora que você já sabe
eu posso parar de fingir. Eu nunca te suportei, sua velha
ridícula. A sua filha ainda vai ser minha de qualquer jeito.
MARIA APARADEIRA: - Fica longe da minha filha, seu
calhorda. Por sua culpa eu me afastei da minha filha. Mas isso
não vai mais acontecer. Ouviu, Carlito Prata?
Dona Maria Aparadeira vai embora enquanto podemos ver o
olhar de ódio de Carlito Prata. Ana Maria percebe que o vilão
está ficando fora de si
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[ALGUNS DIAS DEPOIS]
CENA 04. PREFEITURA DE BOLE-BOLE. SALA DO PREFEITO.
INTERNA. DIA
Plano geral da cena. Zélia e Lua Viana estão em lados opostos da
sala do prefeito, e eles parecem estar bem aflitos e
entusiasmados ao mesmo tempo. Nesse momento João Gibão
entra na sala acompanhado de um auditor. Todos se olham.
ZÉLIA (apreensiva): - Então João…. O que foi decidido nessa
reunião que vocês tiveram? Por favor me diga que dessa vez nós
ganhamos. Eu não vou suportar mais uma derrota.
LUA VIANA (cauteloso): - Calma, Zélia. Vamos deixar o meu
irmão falar. (P) Pode falar João…. Então qual foi o veredito?
JOÃO GIBÃO: - Essa reunião foi mais tensa do que eu estava
imaginando. Mas antes de dizer qualquer coisa eu vou deixar o
auditor dizer qual foi um o resultado da reunião.
AUDITOR (figurante): - Bom eu posso que todos estão muito
ansiosos pelo resultado, e então eu não vou mais enrolar. Por 6
votos a 5 a licitação pela troca do nome foi aprovada. Vocês
podem trocar o nome da cidade quando quiserem.
Zélia não consegue acreditar no que ela está ouvindo. Ela
abraça Lua Viana com muita força. João Gibão esboça um
sorriso.
ZÉLIA (comemorando): - Finalmente esse dia chegou. Eu nem
posso acreditar que nós finalmente iremos conseguir trazer o
progresso para esse fim de mundo. Isso parece um sonho.
LUA VIANA (respirando fundo): - Mas é verdade, meu amor. Eu
sou testemunha do quando você e o meu irmão lutaram para
que isso pudesse acontecer. Chegou a hora de comemorar.
AUDITOR: - Se eu pudesse dar um conselho a vocês eu
esperaria para fazer a mudança do nome da cidade. Os
poderosos da cidade não vão aceitar isso tão fácil assim.
JOÃO GIBÃO (sério): - Nós já esperamos muito tempo. Eu
quero que o dia da mudança do nome seja algo que todos se
lembre por muito tempo. Bole-Bole finalmente é passado.
Agora o futuro se chama Saramandaia.
João Gibão se encaminha até a janela e a abre. Uma pomba
branca entra voando e todos olham isso como um sinal de que
coisas boas estão prestes a acontecer.
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CENA 05. CASA DE SEU ENCOLHEU. SALA. INTERNA. DIA
Seu Encolheu está sentado tomando uma xícara de café
enquanto vê uma foto de Dona Redonda que está em um
retrato. Nesse momento Dona Pupu entra na casa sem nem aí
menos bater na porta. Seu Encolheu fica sem entender nada.
SEU ENCOLHEU (confuso): - Dona Pupu…. Eu posso saber o
que está acontecendo aqui? Como a senhora entra na minha
casa dessa forma? Eu exijo uma explicação agora mesmo.
DONA PUPU (agitada): - Eu sei que está parecendo um Ultraje,
Seu Encolheu. Mas eu tenho uma explicação para fazer isso. (P)
Noites atrás vi a Dona Redonda perambulando pela cidade. Eu
sei o que isso parece, mas é a verdade.
SEU ENCOLHEU: - Eu não estou acreditando que você veio na
minha casa para me dizer uma bobagem dessas, Dona Pupu. A
minha Redondinha explodiu. Será que você não tem
compaixão?
Seu Encolheu se levanta enquanto Dona Pupu fica insistindo.
Podemos ver que Seu Encolheu vai ficando incomodado.
DONA PUPU (com raiva): - Porque você não quer acreditar em
mim, Seu Encolheu? Eu sei muito bem o que eu vi. Eu não sei
como isso é possível, mas a Dona Redonda ainda está viva.
SEU ENCOLHEU (tentando manter a calma): - Eu não vou
discutir isso com você, Dona Pupu. Todos nós vimos o que
aconteceu com a minha Redondinha. Isso não tem volta.
Alguém começa a bater na porta. Seu Encolheu abre a porta e
ele fica assustado ao ver Dona Bitela parada em sua porta. A
semelhança com Dona Redonda é algo assustador.
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CENA 06. CASA DE MARIA APARADEIRA E SEU CAZUZA.
SALA. INTERNA. DIA
Marcina, Seu Cazuza e Dona Maria Aparadeira estão reunidos
na sala e eles ficam se olhando como se esperassem alguma
coisa acontecer Logo depois João Gibão entra na sala e vem se
aproximando de Marcina que vai ficando mais apreensiva.
JOÃO GIBÃO (discursando): - Muito obrigado por vocês
estarem aqui hoje nesse dia muito especial para mim. Vocês
sabem quando eu e a Marcina a gente se ama. Então eu decidi
dar um passo a mais nesse nosso relacionamento.
MARCINA (sem acreditar): - João??!!! Você está falando isso
mesmo que eu estou entendendo? Isso parece um sonho.
SEU CAZUZA: - Pode acreditar, minha filha. Se você está
surpresa imagina nós. Mas vocês merecem essa felicidade.
Dona Maria Aparadeira fica em silêncio olhando a atitude de
nosso protagonista. João Gibão se ajoelha na frente de Marcina
que começa a chorar muito emocionada.
JOÃO GIBÃO (sorrindo): - Marcina…. Todos os momentos da
minha vida que eu posso me lembrar você sempre esteve
comigo. Não tem outra pessoa que eu queira ao meu lado. (P)
Dito isto…. Marcina você quer se casar comigo?
MARCINA (explodindo de felicidade): - É claro que eu acredito,
meu amor. Nada nesse mundo me faria mais feliz.
SEU CAZUZA: - Vocês não imaginam como isso me deixa feliz.
Vocês merecem tudo de bom. Você não acha isso também,
Maria?
Maria Aparadeira olha para todos com certa frieza e depois sai
sem dizer nenhuma palavra. Marcina não consegue esconder a
frustração de ver sua mãe não compartilhando de sua
felicidade. João Gibão a abraça. Seu Cazuza fica sério.
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CENA 07. BOLE-BOLE. RUA..EXTERNA. DIA
De longe podemos ver através do olhar da câmera que Zeli e Lua
Viana estão andando pelas ruas da cidade. Em um corte rápido
a câmera mostra que há alguns metros deles está um jipe onde
podemos ver claramente a figura de Zico Rosado. A câmera se
aproxima do jipe, e mostra o olhar de ódio do vilão.
ZICO ROSADO (furioso): - Vocês acham mesmo que eu vou
deixar isso ficar assim? Aproveitem enquanto é tempo. Quando
vocês menos esperarem eu terei a minha volta triunfal.
Zico Rosado liga o jipe e ele faz questão de passar ao lado de
Zélia e Lua Viana que ficam apreensivos. Lua Viana faz um
movimento de ir atrás, mas Zélia o impede.
ZÉLIA (séria): - Não faz isso, Lua. Não vale a pena a gente ficar
perdendo tempo com esse homem. Nós tivemos uma
importante vitória hoje. Isso ele não pode tirar de nós.
LUA VIANA (ponderando): - Naquele dia ele poderia ter te
matado, Zélia. O que eu quero que você entenda é que o Zico
Rosado nunca vai desistir de destruir todos nós. Não pense que
ele vai mudar só porque é seu pai. Isso não vai acontecer.
ZÉLIA: - Nunca mais fale uma bobagem dessas, Lua. Esse
homem nunca vai ser o meu pai. A minha única figura paterna é
meu avô. Ele sim é o homem que merece o meu respeito. O Zico
Rosado pode ter sido o homem que ajudou a minha mãe me dar
a vida, mas isso não faz dele o meu pai.
Zélia fica totalmente indiferente. Lua Viana tenta se desculpar,
mas é em vão já que Zélia ficou totalmente aborrecida.
A imagem congela no olhar distante de Zélia. Aos poucos a
imagem vai ganhando um efeito como se transformasse em
uma moldura.
Obrigado pelo seu comentário!