Budapeste - Capítulo 9
Budapeste – Hungria
Cena 01 – TV HÚNGARA – Estúdio. – INT.
Zóltar encerra a entrevista e vai para fora do estúdio com os outros.
Aranka: Como você conseguiu aquela foto do Delegado?
Zóltar: O Partisan me ajudou, não imaginava que ele sabia de tanto, o que me leva a crer que é alguém infiltrado lá.
István: Agora você tem uma proteção. Eles não podem fazer nada com você, porque se fizerem, a polícia será obrigada a investigar.
Zaco: Mas como isso vai afastar o delegado do caso?
Zóltar: Eu espero fielmente que o Ministério Público entre no caso e investigue. Não podemos ser reféns desse grupo.
István: Precisamos continuar investigando e ter certeza que se o Orsolya sair, entre um substituto melhor.
Aranka: É o que a gente quer! E já estou em oração para Javé!
Zóltar: Vamos pegá-los. Um por um.
Cena 02 – Parlamento Húngaro – Sala – INT. Noite
O senador Fridrich desliga a TV com a entrevista de Zóltar e dá um sorriso cínico.
Fridrich: Então esse filho da puta conseguiu nos neutralizar. A cabeça dele agora deve estar valendo uma fortuna.
Konrad abre a porta da sala. Ele está de roupa preta.
Fridrich: Suponho que sua visita seja por conta da entrevista daquele jornalista na TV.
Konrad: E teria outro motivo? Todo o grupo está comentando, não se fala em outra coisa.
Fridrich: Precisamos bolar um jeito de acabar com ele e todo aquele jornal.
Konrad: Muito simples, nós podemos tocar fogo naquele lugar. É só deixar que as pessoas achem que foi um acidente, nada demais.
Fridrich: E se houver vítimas, melhor ainda.
Konrad: Exatamente!
Cena 03 – Mansão Angyal – Sala – Int. – Noite
Emese entra na sala, enquanto Lorenzo e Sebestyénne estão a sua espera.
Emese (estranha): O que foi? Por que vocês estão com essa cara?
Lorenzo: Você não ficou sabendo da entrevista na TV? Caiu como uma bomba, pelo que eu vi, os veículos internacionais já estão até noticiando.
Emese: Não, não estou sabendo e se vocês pararem de mistério, melhor ainda.
Sebestyénne: O presidente do Jornal da cidade, o Zóltar, ele foi dar uma entrevista no telejornal e disse que há um grupo nazista se formando no país que estão cometendo uma série de crimes.
Emese (surpresa): O Konrad! Ele com certeza está envolvido nisso. A Tia Ilona falou que descobriu algumas coisas e aqueles capangas dele na Casa de repouso tinham tatuagens estranhas.
Lorenzo: Exatamente. Só que não dá pra denunciar pra polícia. Segundo esse Zóltar, o delegado está do lado do grupo neonazista e não leva as investigações adiante.
Emese: Então vamos nos juntar a equipe do Zóltar. O que eu mais tenho é munição necessária contra o Konrad.
Sebestyénne: O que você vai fazer?
Emese: Amanhã pela manhã, irei até o jornal e falarei para o Zóltar sobre o meu primo. Ele vai conseguir ter uma linha de investigação melhor.
Sebestyénne: Não, Emese. Você não pode ir, é perigoso demais. Pelo que esse Zóltar disse, ele está sendo perseguido e essa entrevista foi a chance que ele teve de ficar seguro, já que a polícia está ao lado do grupo nazista.
Emese: O Konrad estava na academia e me ameaçou. Não posso deixar que esse desgraçado viva fazendo o que quer. Vou acabar com ele de uma vez por todas.
Todos se entreolham com olhares de apreensivos.
Cena 04 – Apartamento de Otávio – Sala – Int. – Noite
Otávio e Felícia comem pipoca enquanto assistem a algum filme qualquer. A campainha toca e Felícia vai abrir.
Felícia: Frank? Achei que ficaria até tarde no trabalho.
Frank: Será se o dono da casa deixaria eu entrar?
Felícia (rindo): Entra vai. O Otávio está de bom humor hoje.
Frank: Aposto que assistiu One Tree Hill mais uma vez.
Otávio: Eu ainda não estou muito bem resolvido com você.
Frank: É, eu percebi quando você me deu um bolo ontem. Fui até a revista te buscar e sua secretária me disse que você já tinha ido embora.
Felícia(saindo para outro cômodo): Bom, eu vou para outro quarto.
Frank: Olha, eu quero que você me perdoe, tá bem? Não aguento saber que você está com raiva de mim.
Otávio: O problema é que eu não estou com raiva de você, mas também não posso fingir que seu comportamento é autodestrutivo. Não estou pensando em mim, seria egoísmo da minha parte, mas em você.
Frank: Eu entendo. O que você quer que eu faça?
Otávio: Busque ajuda, talvez. A sua raiva naquele dia do restaurante não foi muito comum e não quero que isso se repita.
Frank: Pode deixar, eu irei buscar ajuda. Amanhã mesmo irei para um psicólogo. Mas, por favor, volta a falar comigo.
Otávio: Tudo bem.
Frank: Posso te dar um abraço?
Otávio assente, ele levanta-se do sofá e abraça Frank.
Música: You’re Still the One – Shania Twain
A música toma conta da cena. Frank e Otávio saem do abraço lentamente olhando um nos olhos do outro. Suas bocas ficam próximas, cada um sentindo a respiração do outro. Otávio olha para os lábios de Frank. Eles dois se aproximam e se beijam lentamente.
Agora, a música fica menor que as falas dos personagens. Frank e Otávio saem do beijo ofegantes.
Frank: Você não sabe quanto tempo eu fiquei esperando por isso.
Otávio (ofegante): Eu não sei o que dizer.
Frank: Por favor, fica comigo, só preciso que você diga isso.
Otávio: A resposta é sim, Frank.
Eles voltam a se beijar novamente, a música toma forma novamente. No fundo da cena, Felícia observa tudo com um sorriso de satisfação.
Cena 05 – Cabana – Floresta. Int. – Noite
Agnes anda de um lado para o outro, quando Barbara abre a porta e entra na sala.
Agnes: Me diz que você já tem alguma notícia do que fazer com aquele jornalista.
Barbara: Fica calma, garota. Está tudo sob controle, ele vai continuar investigando, mas não vai encontrar nada, vamos pará-lo.
Agnes: Mas a polícia vai começar a investigar. Tenho certeza que o delegado Orsolya será afastado do caso.
Barbara: Ele não servia pra nada, um imprestável total! Sempre deu mais trabalho do que ajuda. Mas uma coisa precisa ser feita, precisamos silenciá-lo.
Agnes: E como vamos fazer isso?
Barbara: Do método mais antigo do mundo. Vamos mata=lo.
Agnes: Mas as pessoas vão perceber que ele foi assassinado, não podemos fazer isso.
Barbara: Eu tenho um jeito de fazer isso. Não se preocupe. Temos que planejar outra coisa também. Acho que o Konrad comentou. A partir do momento que fizermos esse atentado, estaremos nos holofotes do mundo inteiro, é isso que queremos. Seremos um símbolo de anarquia, contra corrupção. Com esse ataque, tentaremos trazer a opinião pública para o nosso lado.
Cena 06 – AMANHECE EM BUDAPESTE
MÚSICA: IRIS – The GOO GOO DOLLS
A música dura toda a cena. A CAM mostra toda a visão a panorâmica da cidade, o céu iluminando toda a cidade. Pessoas caminhando, o frio ainda toma conta da capital húngara. O sol aparece tímido, mas ainda mostrando um pouco de sua força.
Cena 07 – Jornal – Escritório – INT. DIA.
Emese está sentada na cadeira, quando Zóltar aparece e leva um susto, mas imediatamente a reconhece
Zóltar: Nossa, mas que honra receber Emese Angyal em meu escritório. O dia definitivamente começa até melhor.
Emese: Bondade sua. Já estava se preparando para me apresentar.
Zóltar: Bom, não será preciso. Mas a que devo a honra de sua visita em meu jornal?
Emese: Então, eu vi a sua entrevista ontem no Jornal da TV. Eu gostaria de colaborar com algo.
Zóltar: Sou todo ouvido.
Emese: Meu primo, Konrad Bartha, há um tempo, ele internou a minha Tia Ilona numa clinica psiquiátrica, obviamente ela é totalmente sã das ideias, ele fez isso, porque ela descobriu que o Konrad estava envolvido com um grupo neonazista.
Zóltar: O Konrad Bartha? Mas isso é um escândalo.
Emese: Sim, foi a mesma reação que eu tive. O Konrad desde pequeno nunca foi uma criança normal, sempre gostou e adorou o Hitler.
Zóltar: Nossa, mas que bizarro. E por que você está me contando isso?
Emese: Porque quero colocá-lo na cadeia. Sem dúvidas ele está envolvido até o pescoço com diversos crimes e eu quero acabar com ele.
Zóltar: Muito obrigado, Emese. Eu vou mobilizar minha equipe para descobrir tudo que for necessário.
Emese (tira umas fotos da bolsa): Aqui são fotos de uma cabana, na qual ele fica às vezes. Deve ser uma espécie de esconderijo. Ah, já ia me esquecendo, ele também comprou um pub aqui perto.
Zóltar olha as fotos
Emese: Mais uma coisa, Zóltar, eu vou colocar alguns de meus seguranças aqui na porta pra te escoltar sempre que necessário. Conheço meu primo, se ele é desse jeito, imagine as pessoas que o rodeiam.
Zóltar: Não sei nem o que dizer.
Emese: Não precisa falar nada, Zóltar. Eu estou aqui pra ajudar e quero que isso se resolva o mais rápido possível.
Cena 08 – Cafeteria – Int. – Dia.
Otávio leva um café até a mesa que Felicia está sentada. Ele senta-se também.
Felícia: Não acredito que você simplesmente vai fingir que nada aconteceu ontem e não vai me contar. Eu sou sua melhor amiga!
Otávio: Eu sei que você viu tudo, tá? Não passou de um beijo. A gente se despediu logo depois.
Felícia: Finalmente vocês tomaram coragem de se beijar, eu já não aguentava mais tanta enrolação.
Otávio: Era tão óbvio assim?
Felícia: É claro! Eu não sei como vocês não fizeram isso antes (rindo) Mas me conta, como foi? Ele beija bem?
Otávio: Felícia, não ironicamente, mas foi o melhor beijo da minha vida
Felícia: Eu percebi! Faltou muito pouco pra eu ver uma demonstração exata da cena de Brookeback Mountain na minha frente, aquela da barraca
Otávio (rindo): Parou! Não rolou nada demais.
Felicia ri e Otávio toma seu café
Cena 09 – Delegacia – Pátio – INT. DIA
Há uma entrevista coletiva acontecendo, o superintendente da polícia de Budapeste está no microfone central e pronto para o pronunciamento.
Superintendente: Como todos vocês já sabem, o Delegado Orsolya contribuiu para esconder diversos crimes de um grupo neonazista. Iremos iniciar a partir de hoje, haverá uma investigação em todos os oficiais e os responsáveis serão punidos. Não haverá espaço para ideologias que disseminam ódio para grupos raciais, religiosos e qualquer outro tipo de crime.
Repórter: Superintendente, vocês já sabem quais os crimes que o delegado Orsolya encobriu?
Superintendente: Estamos em investigação. Mas pelo que foi nos mostrado pelo Zóltar, há alguns para serem investigados.
Repórter 2: O novo delegado passará por alguma investigação de sua vida?
Superintendente: Corrigindo sua pergunta, já temos uma delegada que estará chegando em Budapeste ainda hoje. Ela será responsável pela investigação. É uma mulher de fibra e que foi responsável por prender a quadrilha que traficava órgãos no país. Delegada Nala Balogh.
Cria-se um burburinho entre os repórteres presentes.
Cena 10 – Mansão Angyal – Copa – Int. – Dia
Sebestyénne e Lorenzo estão conversando, enquanto almoçam.
Lorenzo: A Emese a essa hora já deve ter contado tudo para o Zóltar. Precisamos reforçar até a segurança da Emese.
Sebestyénne: Eu ainda acho que isso tudo é uma loucura. Aonde já se viu, enfrentar um grupo de Neonazistas que nós nem sabemos de onde estão vindo.
Lorenzo: Se trata de reparação, Sebestyénne.
Sebestyénne: Lorenzo, isso ainda continua sendo muito perigoso e o pior, a Emese insiste em querer se intrometer em tudo como se fosse uma heroína.
Lorenzo: E por que ela não pode ser? Se aceitarmos esses babacas por aí despejando ódio, nós seremos reféns sempre.
Sebestyénne: Neste exato momento ela está na Clínica. Você acha mesmo que dois seguranças são suficientes pra defendê-la? Lorenzo, a Emese é tudo que eu tenho, eu não sei o que seria de mim se acontecesse algo com ela.
Lorenzo: Não precisa se preocupar, Sebestyénne. Eu prometo que irei proteger a Emese com a minha vida.
Sebestyénne olha aflita para Lorenzo que pega em sua mão.
Lorenzo: Fica tranquila! Eu não vou deixar nada de ruim acontecer com ela.
Cena 11 – Basílica de Santo Estevão – INT.
Eva está de roupa preta e com um véu no rosto. Ela está sentada no banco segurando um terço. Kimerul chega e senta no banco de trás.
Eva (sussurrando): Achei que não fosse vir mais.
Kimerul(sussurrando): Tive um contratempo, mas estou aqui, não estou?
Eva: Porque me ligou?
Kimerul(sussurrando): Quero que me dê respostas. Você nunca mencionou que a Melánia e o Kórnel estavam em Berlim no dia que mataram a minha esposa. Durante todos esses anos você me fez acreditar que eles tinham matado a Anita.
Eva(sussurrando): Eu nunca disse nada, Kimerul. Você que tomou medidas precipitadas e saiu acusando a família Angyal. A Emese nem sabe o inferno que a Melánia e Kórnel sofreram durante anos.
Kimerul(sussurrando): Mas você sabe quem matou a Anita, não sabe?
Eva(sussurrando): Você também sabe e marcou esse encontro pra ter certeza dessa vez, não é?
Kimerul(sussurrando): Quero que você diga o nome do vagabundo.
Eva(sussurrando): Mais respeito com a casa do Senhor. (benze-se)
Kimerul: Anda, Eva! Eu preciso que você me diga.
Eva: Quem matou a Anita foi o Domokos, Kimerul. O irmão do Kórnel, o pai da Emese.
Neste momento, o rosto de Kimerul muda de expressão para ódio
Eva: Não é como se fosse novidade. Era só você pensar um pouco, Kimerul. Você é um homem de negócios, é inteligente.
Kimerul: Eu achei que aquele crápula estaria morto, mas mesmo assim, ele sempre volta pra atormentar a vida de todo mundo.
Eva: A Anita morreu no lugar da Melánia. Aquela emboscada que a sua esposa caiu, não era pra ela. Ele assassinou, porque achou que era a Melánia no carro.
Kimerul: Como?
Eva: Melánia embarcou depois para Berlim, porque sabia que estava sendo ameaçada pelo Domokos. Então, o Kórnel foi primeiro e ela foi com todos os reforços e garantiu que a Emese estivesse salva.
Kimerul: Mas como a Anita foi parar no carro da Melánia sendo que a própria já estava em Berlim.
Eva: Lembro vagamente, mas como a Anita ainda estava amamentando o András, ela passava na Mansão Angyal para amamentar a Emese, como sua esposa e Melánia eram melhores amigas, não tinha problema. Estava uma tempestade nesse dia, então a Ilona pediu para que ela fosse com o carro da Melánia e bom... O fim você já conhece.
Cena 12 – Anoitece em Budapeste
MÚSICA: READ YOUR MIND – SABRINA CARPENTER
A música anuncia a chegada da noite. Diversos takes da cidade noturna são mostrados. A noite está agitada, o céu está limpo, apesar de frio, a neblina não aparece. A música dura até o inicio da cena 13
Cena 13 – Haras Kovács – Escritório. INT
A CAM pega a visão do Haras, onde a música permanece mostrando diversos lugares do Haras. A música vai diminuindo ao entrar no escritório.
András está escrevendo, mas está com uma feição de preocupado.
András (para si): Não é possível que esse mês iremos fechar no vermelho.
Frank bate na porta e András estranha, mas autoriza a entrada.
Frank: Provavelmente você não me conhece, mas me chamo Frank, sou um amigo da Felícia.
András: Perdão! Prazer em te conhecer. Queira senta-se.
Frank (senta-se na cadeira): Bom, minha visita, apesar de ser tarde, é por um motivo que a Felícia pediu. Conversamos bastante e ela disse que o haras não está em uma situação boa. Então, eu trouxe algumas propostas.
András: Há uns dias a própria Felícia disse que não conhecia nenhum amigo rico. Mas irei te ouvir.
Frank: Andei pesquisando e percebi que há algumas formas de faturar mais. Eu pensei na parte de venda de sêmen dos equinos, acredito que a curto prazo, nos dará uma boa margem de lucro.
András: Por que eu estou sentindo que você vai oferecer uma sociedade?
Frank: Você está mais que certo. Estou oferecendo 1 milhão € por 25% do haras, principalmente para investir na parte de venda de Sêmen. O que me diz?
András: Não posso negar que é uma proposta tentadora, mas o haras tem um valor sentimental para minha família, eu teria que conversar com meu pai primeiro.
Frank: Você não precisa me responder agora, mas pense com carinho. (entrega uma pasta) Aqui estão ideias e também projeções de faturamento. Bom, vou indo. Prazer em te conhecer, András.
Eles trocam aperto de mãos e Frank sai da sala. András fica ali na sala pensativo.
Cena 14 – Mansão Angyal – Quarto de Emese – INT.
Emese está deitada em sua cama, olhando para o céu, apenas existindo e descansando. Sebestyénne entra no quarto carregando um suco.
Sebestyénne: Trouxe um suco de laranja para que você possa recarregar suas energias.
Emese: Obrigada (pega o suco) Eu realmente estava precisando. Hum, cadê o Lorenzo?
Sebestyénne: Ele saiu. Acho que foi descansar um pouco, colocar a cabeça em ordem. Ultimamente ele tem trabalhado muito.
Emese: Não sei o que seria de mim sem ele.
Sebestyénne: Vocês são lindos juntos.
Emese: Não comece, Sebestyénne.
Sebestyénne: Tudo bem, eu entendo. Mas minha filha, me fala, como foi a conversa com aquele jornalista?
Emese: Eu entreguei tudo que sabia do Konrad para ele. Acho que agora ele tem uma boa linha de investigação. Também pedi pra deixar dois seguranças no Jornal e escolta-lo sempre que preciso.
Sebestyénne: Você fez bem, mas eu não gosto de todo esse seu envolvimento com essa história. Que ódio é esse pelo Konrad?
Emese: Ódio? Sebestyénne, o que ele fez com a tia Ilona foi totalmente desumano, sem falar que essa história de nazismo. Você tem noção que ele literalmente apoia uma ideologia de merda que matou milhões de pessoas? Ele é um canalha, precisa ir para cadeia.
Sebestyénne: Eu sei, mas é que eu não quero te ver envolvida nisso. Já é perigoso demais enfrentar o Konrad e agora ajudar esse jornalista que está na mira desse grupo?
Emese: Sebestyénne, você me conhece, quando eu entro em uma briga, não entro pra perder. Vou fazer o Konrad engolir todas as palavras que ele disse pra mim e tudo que fez com a tia Ilona.
Sebestyénne: Tudo bem. Mas mudando totalmente de assunto, eu pedi para as faxineiras limparem a biblioteca amanhã.
Emese: Ótimo, depois eu vejo o que faço com aquele espaço.
Cena 14 – Delegacia de Budapeste – Escritório – INT. Noite
Uma mulher de salto alto e com cabelos castanhos entra no escritório. Ela está com uma jaqueta bege, calça jeans e uma bota preta. Dois oficiais de policia a segue.
Policial 1: Seja bem-vinda, delegada.
Del. Nala: Obrigada! Eu não vou precisar de vocês, podem se retirar. Eu trouxe minha própria equipe. Então, vou dizer algumas coisas. Não quero que entrem no meu escritório sem antes bater na porta, só me chamem se for realmente urgente. Tempo é uma coisa que não tenho e não vou perder com besteiras.
Policial 2: Tudo bem. Podemos ajudar em algo mais?
Del. Nala: Não, podem sair.
Os policiais saem e fecham a porta. Nala vai até as janelas do escritório e fecha as cortinas.
Del. Nala: Hora de trabalhar. Se esses nazistas de merda pensam que vão muito longe, eles estão muito enganados. Vou dizimar um por um,
Close no rosto de Nala.
Cena 15 – Casa de Orsolya – Escritório – Int. – Noite.
Orsolya está olhando para a janela, fumando seu cigarro. O escritório está com as luzes apagadas, apenas iluminado pela luz da lua que adentra. Seu rosto está com uma feição serena.
Orsolya: Achei que viria até aqui. Mas ainda demorou.
Barbara: Eu teria vindo antes, mas infelizmente, sua casa está cercada de repórteres.
Orsolya: Aquele jornalista me pegou em cheio. Fui afastado da polícia. Trinta anos dedicado a corporação pra acabar assim.
Barbara: Tudo tem uma compensação no final, Orsolya. Você sabe que minha visita aqui foi para encerrar isso, não é?
Orsolya: Eu sei sim. Pra ser sincero, eu já estava a sua espera. Você promete pra mim que minha esposa e o meu filho estarão bem amparados?
Barbara: Mas é claro! Nós temos uma dívida com você por todos esses anos. Não faltará nada para sua esposa e filho. Eu te prometo. Uma promessa de irmãos não pode ser quebrada.
Orsolya pega o revólver. Sua mão treme um pouco. Ele leva em direção a boca.
Barbara: Calma, você não precisa ser ansioso a esse ponto. Eu preciso de mais, quero que tudo esteja muito bem fechado quando começarem investigarem a sua morte.
Barbara retira uma faca de sua cintura e entrega para Orsolya.
Barbara: Corte os pulsos. Quero que a polícia entenda que você tentou se matar cortando os pulsos, acabou que você percebeu que não deu certo e atirou contra a própria cabeça.
Orsolya: Sempre disseram que você era a mais inteligente e articulosa.
Barbara ri. Orsolya corta seus pulsos, este dá um gemido de dor. O sangue cai em sua volta o escritório, virando uma poça de sangue rapidamente. Sua feição está em um misto de dor e medo.
Barbara: Agora, o gran finale.
Orsolya leva a arma até a sua cabeça, mas desiste, ele chora um pouco.
Orsolya (chorando): Eu não consigo, não posso fazer isso. Minha família. Toda vez que coloco essa arma na minha cabeça, eu vejo o rosto do meu filho, ele me chamando.
Barbara: Pode sim. Eu vou te ajudar. O seu filho vai se tornar um grande homem, eu te prometo. Não precisa ter medo de algo que é inevitável, Orsolya. Todos nós do grupo somos gratos por seus serviços e lealdade durante esses anos.
Orsolya (chorando): Foram os melhores anos da minha vida, eu não faria nada diferente, nada. Eu espero que o Reichsführer esteja orgulhoso de mim
Barbara: Mas é claro que ele está, Orsolya. Você é um grande homem e que sempre foi leal ao mesmo. Vamos acabar com isso? Infelizmente não tenho a noite toda
Orsolya assente. Barbara se aproxima dele. Ela está de luvas e segura a arma juntamente com o ex-delegado. Em conjunto, eles levam a arma em direção até a cabeça de Orsolya que está chorando
Orsolya (chorando): Que Deus tenha piedade de nós e purifique esta nação.
A CAM pega o lado externo da casa. Ouve-se um disparo e um clarão.
A História não tem conexão real com a realidade. O preconceito e o ódio jamais deverão ser aceitos em qualquer sociedade! Apologia ao Nazismo no Brasil é crime previsto no art. 20, da Lei nº 7.716/89 do Código Penal, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.
DENUNCIE!
Fim do Capítulo 9
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