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BUDAPESTE - CAPÍTULO 27 (ÚLTIMAS SEMANAS)

 





Budapeste – Capítulo 27

Budapeste – 1979

Cena 01 - Avenidas de Budapeste – Noite


Música – Lay All Your Love On Me - ABBA

A lua ilumina e dá vida nas avenidas de Budapeste. As pessoas caminham em grupos, casais são vistos de mãos dadas. O Céu está estrelado, não há nuvens. O clima permanece com ventos que transpiram na noite. A música dura até o fim da cena 02.

Cena 02 – Mansão Angyal – Sala – Int. – Noite.

Há algumas pessoas no local. Todas estão bebendo. A música está de plano de fundo e os convidados continuam dançando ao som da batida da música. A CAM mostra Melánia, Kórnel, Anita e outros se divertindo.

Anita: Essa festa de vocês tá o maior barato!

Melánia: Estávamos precisando recuperar a energia depois de uma semana estressante.

Kórnel: Por mim, a festa já poderia acabar, estou morto de cansaço (ri).

Anita: Qual é, Kornél? Ainda não é nem meia-noite. Vem cá, o seu irmão não vem?

Melánia: Ele ficou resolvendo diversas coisas da empresa. Está trabalhando até tarde.

Anita: Seu pai deve confiar muito nele para ter dado um cargo tão grande assim pra ele.

Kórnel: O Domokos é uma pessoa que tem um poder de manipulação extraordinário.

Melánia: E é isso que me preocupa.

Ilona corre desesperada por dentro da festa. Ela está a procura de Melánia. Ao encontrar, ela puxa sua irmã.

Ilona (desesperada): Melánia, o papai! Ele está morto!

Melánia: O quê?

A música ganha força durante a cena e Melánia e Ilona correndo para algum lugar.

BUDAPESTE – 2022

Cena 03 – Mansão Angyal – Sala – Int. – Noite

Emese está apreensiva, enquanto espera a volta da sua tia e com a chegada de sua mãe. Sebestyénne aparece com um copo d’água.

Sebestyénne (Entrega o copo): Aqui, bebe essa água com açúcar, você está transpirando nervosismo. Estou com medo de você ter algum ataque.

Emese: Estou bem, Sebestyénne. Mas não consigo ficar tranquila nessa situação. A cada momento que eu olho para aquela porta, eu vejo a minha mãe abrindo e eu correndo em direção para abraça-la.

Sebestyénne: Calma, Emese. Acredito que elas já devem estar chegando.

Emese: Você já a viu?

Sebestyénne: Não, Emese. A última vez que eu vi sua mãe foi há uns dez anos, ela veio até Budapeste para visitar você, claro, você não viu.

Emese: Como ela podia estar tão perto de mim e eu nem se quer fazia ideia?

Sebestyénne: Era perigoso qualquer tipo de interação. Mas ela sempre te via de longe quando chegava em Budapeste. Não sei se você irá lembrar, mas no seu primeiro dia de aula, quem te levou foi ela.

Emese: Eu lembro vagamente de uma mulher pegando na minha mão, lembro dos cabelos dourados, mas não consigo visualizar o rosto da mesma.

Neste momento, a porta abre-se. Emese e Sebestyénne viram-se para olhar. Ilona aparece primeiro.

Ilona: Emese...

A cena fica em câmera lenta, porque neste momento, Melánia Angyal aparece. Emese chora imediatamente ao ver sua mãe. Melánia estende os braços em chamativo para um abraço e Emese corre em direção a ela. O abraço é forte e o choro toma conta das duas.


Cena 04 – Mansão Kovács – EXT.

András está estacionando o carro. Ele desce do veículo e é surpreendido por Lorenzo te esperando.

András: Lorenzo?

Lorenzo: Olá, András.

András: O que está fazendo aqui?

Lorenzo: Preciso da sua ajuda.

András: Se estiver ao meu alcance, é claro que eu ajudo.

Lorenzo: Descobri que o Domokos faz importação de armas advindas do Afeganistão. Elas chegam em contêiners toda semana no porto através do rio Danúbio.

András: Sério? Isso é ótimo! Se conseguirmos prender essas armas, conseguimos tirar a informação de quem traz essas armas pra cá.

Lorenzo: Exato, mas há um problema. As armas vão vir amanhã pela madrugada, ou seja, só temos mais algumas horas e não sei se eu e meus homens conseguimos dar conta. Será se você não conseguiria conversar com o juiz que te deu o documento autorizando a exumação para que ele autorize a polícia a fazer uma busca e apreensão?

András: Mas em tão poucas horas assim? Não sei se consigo, Lorenzo.

Lorenzo: Não custa tentar.

András: Vou ligar pra ele, um momento, mas não posso prometer nada.

András retira o celular de seu bolso e faz uma ligação.

Cena 05 – Delegacia – Escritório – Int. – Noite

Nala vasculha alguns papéis e Severus está em pé na sua frente.

Nala: Não é possível que não tenhamos nenhuma pista sobre o assassino do senador Fridrich. O ministério está em cima do caso e não estou tendo tempo de respirar.

Severus: Será se o Konrad não saberia? Afinal, eles tinham algum nível de proximidade.

Nala: Mesmo que ele soubesse, acredito ser muito difícil ele nos contar sobre quem realmente matou o senador.

Bence adentra o ambiente com um papel.

Bence: Desculpa entrar sem bater, mas acho que isso é urgente.

Nala (pegando o papel): O que é isso? Espera, um pedido de vasculha e apreensão?

Bence: Sim e quem solicitou foi o András Kovács. Acho que é muito urgente, precisamos ir. Temos que ir com alguns homens.

Severus: Mas agora?

Bence: Sim! Mas não sei se conseguiremos vasculhar sozinhos, estamos completamente sozinhos e não podemos chamar os outros.

Nala: Se foi o András que solicitou isso, ele deve ter descoberto alguma coisa. Rápido, preparem algumas armas e vamos nos preparar.

Bence e Severus assentem.

Cena 06 – Csepel/Budapeste – Ext.

Há pouca iluminação no local. Há diversos contêiners no porto. Barbara estaciona o seu carro e desce dele. Ela caminha tranquilamente e encontra um homem alto a esperando.

Barbara: Tem certeza que não vai dar merda, né? Preciso dessa carga o mais rápido possível e vender para o resto do país.

Pongrác: Fica tranquila. O Navio com o contêiner das armas deve chegar em algumas horas. Não houve fiscalização por lá.

Barbara: Ótimo. Vai conseguir as notas fiscais?

Pongrác: Claro. Providencio em instantes. Uma carga enorme de “peixes” (ri)

Barbara: Você vai ser muito bem recompensado, não se preocupe. Todo esse esforço que vocês estão fazendo, vai valer a pena.

Pongrác: Espero que esteja certa disso, afinal, você sabe que se eu abrir meu bico, muita gente cai, inclusive você e seu papai.

Barbara (ri): Vou tentar não levar isso como uma ameaça, tenho certeza que você não seria idiota a esse ponto.

Pongrác (se aproxima): Você e seu pai deveriam ter medo do que eu posso fazer. Não tenho medo de vocês, nunca tive. Para salvar minha pele, eu faço qualquer coisa.

Barbara: Lembrarei disso, não se preocupe.

Cena 07 – Mansão Angyal – Sala. – Int. – Noite

Emese e Melánia saem do abraço, ambas estão chorando muito.

Melánia: Me desculpe, minha filha, eu sei que eu não deveria ter escondido isso de você, mas era necessário.

Emese: Não se preocupe, mãe. Agora eu entendo tudo, sei de todas as razões.

Melánia: Lamento todos os dias por não ter acompanhado seu crescimento. Fico triste de não ter visto você falar pela primeira vez e tampouco andar.

Emese: Nunca é tarde para recomeçar. Vamos fazer isso juntas, todas nós.

Ilona e Sebestyénne sorriem. Elas vão até as duas e as quatro se abraçam. O abraço se dissipa.

Ilona: Preciso ir, mas prometo voltar para colocar essa conversa inteira em dia, tenho que visitar o Konrad na cadeia. Ele pediu para que eu fosse.

Emese: Será que ele finalmente vai colaborar com a gente?

Sebestyénne: Para ele ter pedido para que a Ilona fosse visita-lo, esperamos que sim.

Ilona: Algo me diz que isso ainda está longe de acabar. Precisamos ter o cuidado mais que redobrado, a essa altura, o Domokos já deve estar sabendo que a Melánia chegou em Budapeste.

Melánia: Ele não vai querer atacar agora, acho que deve esperar um pouco.

Emese: Eu não concordo. Acredito que ele irá atacar, justamente por estar tão perto.

Sebestyénne: De qualquer forma, precisamos estar preparadas para isso.

O telefone de Emese toca, ela olha o visor e vê a ligação com o nome de “Lorenzo”.

Emese: Lorenzo...? A minha mãe, ela acabou de... O quê? Você e o András? O que estão fazendo aí? Estou indo para aí agora mesmo... Não, não tente me impedir. Tchau.

Ilona: O que houve?

Emese: Parece que o Lorenzo descobriu que há uma carga de armas chegando em Budapeste hoje e nesse contêiner pode ser uma prova contra o Domokos.

Melánia: Você vai?

Emese: Claro. Os seguranças irão comigo, não precisam se preocupar com isso.

Melánia: Eu irei também e nem tente me impedir. Aposto que você não sabe pegar em uma arma.

Emese: Mãe, o Domokos pode estar lá e vai querer te machucar.

Melánia: Aquele filho da puta que nem tente. Se ele estiver lá, melhor ainda. Irei mata-lo e esse tormento acabará hoje.

Ilona: Não vou ficar ouvindo essas maluquices de vocês. Fico mais tranquila sabendo que o Lorenzo está lá.

Emese: Vamos?

Melánia assente e sai com Emese.

Cena 08 – Restaurante – Int. – Noite.

Domokos está tomando uma taça de vinho com Gizzela. Ambos brindam. Um homem de terno aparece e faz uma reverência para ele.

HOMEM: Senhor, me perdoe por estar atrapalhando, mas preciso contar o que descobri.

Gizzela: Vocês sempre arranjam um jeito de estragar os nossos jantares.

HOMEM: Sinto muito.

Domokos: Calma, minha querida. Não precisa agir dessa forma, está tudo bem. Pode falar, meu querido.

HOMEM: As notícias que correm é que realmente Melánia Angyal desembarcou hoje a noite em Budapeste. Ela deve ter ido para casa da filha.

Domokos quebra a sua taça e Gizzela fica espantada.

Domokos: Pode ir. Obrigado

O Homem se retira.

Gizzela: Parece que aquela vagabunda realmente surgiu das cinzas. O que iremos fazer?

Domokos: Vou matar... As duas. Dessa vez, farei questão de apertar o gatilho e farei as duas serem torturadas antes.

Cena 09 – Apartamento de Otávio – Sala – Int. – Noite

Otávio e Frank assistem TV. Eles estão abraçados

Otávio: Frank, eu sei que não é o momento, mas onde iremos casar?

Frank: Eu acho que seria interessante algo ao ar livre, o que acha? Já pensei em algo meio dentro de uma floresta. Não sei se assistiu “A Última Música”, mas a personagem da Miley vai para um casamento de alguém da família do namorado dela. Acho aquela atmosfera ótima...

Otávio (corta): Não falo disso, Frank. Você sabe... O casamento homoafetivo aqui na Hungria é proibido.

Frank: É, eu sei. Mas podemos nos casar na Alemanha. Não é tão longe daqui e conseguiríamos levar o máximo de familiares.

Otávio: Mas pra isso, precisaríamos de cidadania alemã e pelo que eu sei, eu não tenho nenhum parentesco com nenhum alemão e acho que você também.

Frank: O que você propõe, então?

Otávio: Acho que poderíamos nos mudar, sei lá. A verdade é que eu não aguento mais morar aqui, Frank. Acho que quero mudar de país.

Frank: Otávio...

Otávio: Eu sei que você tem a empresa e não pode, Frank. Não se preocupe. Não é algo para pensarmos agora e também não deixaria que você se mudasse e largasse tudo por mim.

Frank: Talvez eu ainda seja covarde, meu amor.

Otávio: E tudo bem ser covarde às vezes, é sinal que tem sentimentos.

Frank dá um beijo na testa de Otávio que se aconchega mais no abraço de Frank.

Otávio: Eu te amo.

Frank: Eu também te amo.

Cena 10 - Csepel/Budapeste – Ext.

Lorenzo e András estão atrás de um barril, eles vigiam todo o movimento. Lorenzo vê Barbara terminando de conversar com Pongrác e entrando em seu veículo

Lorenzo: Aquela ali é a filha do Domokos.

András: Será que há a possibilidade do Domokos estar por aqui?

Lorenzo: Pelo que eu descobri, acho pouco provável. Ele não gosta de pegar no pesado, sempre manda outra pessoa fazer.

András: Um verdadeiro crápula. Mas confesso que estou preocupado com a Emese.

Lorenzo: Nao se preocupe, os seguranças irão vir juntos. A Emese tem feito aulas de tiro.

András: Depois que o melhor amigo dela morreu, ela ficou completamente diferente, né?

Lorenzo: Não é mais a Emese que eu conheço desde pequena. A Emese sempre teve um olhar puro, apesar de tudo que ela passou, sempre foi bondosa, mas agora, o seu olhar está dominado por ódio. É como se a antiga estivesse…

András: Morta.

Cena 11 – Delegacia – Sala – Int. - Noite

Ilona está sentada esperando Konrad que aparece algemado. O policial o joga na cadeira. Konrad fica cabisbaixo ao ver sua mãe ali chorando.

Konrad: Qual foi, não precisa chorar!

Ilona: Não precisa chorar? Me dói te ver nessa situação, Konrad. Você tem noção do que estão te acusando? Eu quase não consigo te reconhecer, eu olho pra você e vejo uma pessoa totalmente da que eu criei.

Konrad: Nao quero falar sobre meus crimes. Te chamei, porque eu quero que você prometa uma coisa.

Ilona: Você não está na condição de pedir nada, Konrad. Estão te acusando de estupro! Você tem noção disso? Não consigo olhar pra você e não sentir nojo. Meu Deus, aonde foi que eu errei com esse menino.

Konrad: Se você vai continuar com esse melodrama, melhor ir embora. Não vou aceitar mais suas visitas.

Ilona: O Que você quer me dizer, então?

Konrad: Quero que você me prometa que vai fazer de tudo para que eu não pegue prisão perpétua.

Ilona: Sua ficha está enorme, duvido até que o melhor advogado do país consiga.

Konrad: Consiga, por favor.

Ilona: Você me chamou pra isso?

Konrad: Não. Nos armários do metrô, está meu laptop. Dentro dele vocês vão ter acesso a tudo. Todos os ataques já cometidos, integrantes do grupo e compras ilícitas, como armas e drogas. Está tudo documentado.

Ilona: Como faço pra pegar esse laptop, Konrad.

Konrad: Armário G236. Senha 9876.

Konrad levanta-se e vira-se para mãe.

Konrad: Me desculpe não ter sido o filho perfeito, na verdade, peço perdão por não ter sido um filho pra você.

Ele dá as costas e bate na porta. Ilona grita em choro e vai até ele e o abraça fortemente. Ele fica estático e ouve apenas o choro de sua mãe.

Cena 12 - Csepel/Budapeste – Ext.

Nala, Severus e Bence chegam ao Porto com o carro da polícia. Há alguns trabalhadores no porto. Eles estacionam o carro e descem do veículo.

Nala: Precisamos estar atentos a qualquer sinal. Podemos ser atacados.

Severus: Hoje não é um bom dia para morrer.

Bence: E tem um bom dia para morrer?

Nala: Isso não é hora.

Pongrác está com outros homens. Nala se aproxima.

Nala: Polícia de Budapeste. Tenho autorização para fazer uma busca nos conteiners. Recebi uma denúncia de uma carga de armas.

Pongrác congela

A História não tem conexão real com a realidade. O preconceito e o ódio jamais deverão ser aceitos em qualquer sociedade! Apologia ao Nazismo no Brasil é crime previsto no art. 20, da Lei nº 7.716/89 do Código Penalque define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

DENUNCIE!

Fim do Capítulo 27




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