BUDAPESTE - CAPÍTULO 31
ESCRITA E CRIADA POR: WANDERSON ALBUQUERQUE
BUDAPESTE - HUNGRIA
CENA 01 - ANGYAL ALIMENTOS - EXT. - DIA.
Emese está vestida com um vestido branco que vai até a altura do joelhos. Ela vai se preparando para entrar no carro quando é surpreendida por uma pessoa que a puxa pelo braço
EMESE - Mas o que é isso...
BARBARA - Até que enfim nos encontramos... Priminha.
EMESE - O que você está fazendo aqui?
BARBARA - Oras, eu vim ver minha prima. Finalmente conseguimos nos encontrar. Sempre me falaram muito bem de você, quis ter certeza que era isso mesmo.
Lorenzo vê Barbara e vai em direção as duas.
LORENZO - Se você não sair daqui imediatamente, eu juro a você que eu te mato.
BARBARA - Nossa... Mas como eu estou sendo mal recebida! Não era essa a recepção que eu estava esperando de vocês.
EMESE - Você nem deveria estar aqui sua cínica! Eu estou esperando o momento certo para acabar com você.
BARBARA (RI LOUCAMENTE) - Você acha mesmo que vão conseguir me pegar? Por favor, Emese. Não tenha tanta certeza, porque a primeira a cair pode ser você.
LORENZO - Isso é uma ameaça?
BARBARA - Ameaça? Claro que não. Não sou uma mulher de ameaças. Eu vou lá e faço.
EMESE - Se eu fosse você, sairia daqui imediatamente.
BARBARA - Poxa, mas a reunião em família já acabou? Achei que iríamos tomar um chá, algo mais íntimo.
LORENZO - Barbara, saia daqui AGORA!
BARBARA - Uau! Fico louca quando vejo um homem gritar assim. Meu tesão fica nas alturas.
EMESE - Não se atreva a pisar os pés aqui na frente da minha empresa.
BARBARA - Aproveitem bem, enquanto podem.
Barbara ri e sai dali caminhando tranquilamente.
LORENZO - Precisamos reforçar a segurança daqui também, Emese.
EMESE - Vagabunda.
CORTA PARA:
CENA 02 - METRÔ DE BUDAPESTE - INT. - DIA
Nala levanta-se vagarosamente do local. Ela segura o braço e geme de dor. Choro de crianças são ouvidos intercalados com gritos agoniantes.
NALA (GRITA) - BENCE! SEVERUS!
Ela continua andando devagar. Uma intensa poeira toma conta do local. Sirenes são ouvidas de forma abafada. Ela encosta-se na parede e fica ali.
CORTA PARA:
CENA 03 - JORNAL - SALA - INT. - DIA.
Zaco entra desesperado. Zóltar leva um susto.
ZÓLTAR - Mas o que aconteceu, Zaco? Você está pálido!
ZACO - Uma explosão no metrô. Está um caos. Parece que boa parte do asfalto veio abaixo.
ZÓLTAR - O quê?
ZACO - Ainda não se sabe ao certo o que aconteceu, mas o cenário é de guerra. Ninguém passa por nenhuma das vias principais.
ZÓLTAR - Ligou para a delegada Nala?
ZACO - Não. O exército está indo pra lá. Estão cogitando um atentado terrorista.
ZÓLTAR - Deus tenha misericórdia de nós.
CORTA PARA:
CENA 04 - METRÔ DE BUDAPESTE - EXT.
O exército chega no local. Sirenes de ambulância e do bombeiros são ouvidos. Pessoas conseguem sair do local, algumas saem tossindo bastante e são resgatadas pelos bombeiros.
REPÓRTER - É um verdadeiro caos! Já vimos diversas pessoas tendo uma convulsão em nossa frente. Acredita-se que realmente foi um atentado terrorista. Não se sabe quantas pessoas estão soterradas!
O repórter corre para pegar imagens, mas acaba sendo impedido por um soldado do exército.
REPÓRTER - Você está interferindo em nossa liberdade de expressão!
O Soldado derruba a câmera no chão.
CORTA PARA:
CENA 05 - MANSÃO ANGYAL - SALA. - INT. - DIA.
Melánia está conversando com Ilona.
ILONA - Você o quê?
MELÁNIA - Eu precisava conversar com o Domokos e confesso que me surpreendi que ele não mudou nada, Ilona.
ILONA - Melánia, ele poderia ter feito algo contra você! Ficou louca? Você não pode simplesmente sair assim do nada sem avisar a ninguém, ainda mais para ir conversar com o homem que arruinou a nossa família.
MELÁNIA - Eu precisava entender a situação e agora sei que ele quer realmente destruir a nossa família de vez.
ILONA - Você precisou ir até ele para ter uma conversa e perceber isso? Eu achei que isso já estava mais do que claro.
MELÁNIA - Não adianta você me julgar dessa forma, eu fiz o que achei certo e nada vai mudar a minha opinião.
ILONA - Não há motivo plausível para você ter ido até lá.
MELÁNIA - Já aconteceu. Não quero que você fique me criticando, llona.
ILONA - Você perdeu a noção do perigo mesmo, Melánia. Acho que você está querendo morrer de verdade, é a única explicação.
MELÁNIA - Ilona, entenda uma coisa, eu voltei para acabar com o Domokos para que aquele crápula deixasse a nossa família em paz.
ILONA - A gente não conseguiu destrui-lo nem quando tinhamos o Kornél que era a pessoa mais inteligente, imagine agora, Melánia
MELÁNIA - Não duvide da nossa capacidade. Vou acabar com ele. Tenho algo que vai destrui-lo.
ILONA - E o que você tem de tão poderoso para acabar com ele?
MELÁNIA - Você irá saber no momento certo.
CORTA PARA:
CENA 06 - METRÔ DE BUDAPESTE - INT. - DIA.
A poeira consome todo o local. Nala se arrasta pelas paredes. Alguns bombeiros adentram.
BOMBEIRO - Precisamos tirar o máximo de pessoas daqui.
Nala continua caminhando. Ela é segurada por um bombeiro que a guia.
NALA (TOSSINDO) - Ainda tenho amigos aqui dentro. Não posso sair sem eles.
BOMBEIRO - Vamos tentar salvá-los. Mas primeiro, precisamos te tirar daqui. Pode se apoiar em mim.
Nala se apoia no Bombeiro que a leva em direção as escadaria do metrô.
FUSÃO COM:
CENA 07 - METRÔ DE BUDAPESTE - EXT. - DIA.
O caos está instaurado. Pessoas estão em macas e bombeiros correm para salvar o máximo de pessoas. O exército começa a evacuar a área o mais rápido possível. Pessoas correm com medo. Uma forte explosão é ouvida ali próximo. O Parlamento Húngaro foi atingido.
Pessoas se escondem atrás dos carros e choram compassadamente. Uma estrutura do Parlamento cai ocasionando uma fumaça em poeira. Nala do ponto, vê o Parlamento em chamas.
NALA (ASSUSTADA) - Meu Deus!
CORTA PARA:
CENA 08 - JORNAL - ESCRITÓRIO - INT. - DIA.
Zaco entra desesperado no escritório de Zóltar.
ZACO - Zóltar, acabaram de atacar o parlamento.
ZÓLTAR - O quê?
ZACO - Não tenho muitas informações, mas parece que tinha uma bomba dentro do parlamento e agora está em chamas.
ZÓLTAR - Está acontecendo sucetivos ataques em Budapeste hoje.
ZACO - Zóltar, é perigoso. Existem pessoas nas ruas correndo com medo de mais um ataque. Primeiro o metrô e agora o parlamento. Qual será o próximo?
ZÓLTAR - Vamos orar para que não tenha um próximo.
ZACO - Não podemos mandar nossos jornalistas pra lá. É um verdadeiro cenário de guerra.
ZÓLTAR - Nem passou isso pela minha cabeça. Por favor, certifique-se que todos os nossos funcionários chegaram. Faça uma lista.
ZACO - Imediatamente.
CENA 09 - METRÔ DE BUDAPESTE - EXT. - DIA.
Pessoas continuam correndo e algumas vislumbram a imagem do parlamento sendo destruído. O exército corre com armas pelas ruas.
GEN. HÉNRIK - Precisamos de um plano de contenção. Não sabemos se ainda há ameaças de bombas em outros pontos da cidade. Preciso que vão atrás imediatamente de qualquer carro suspeito.
Os soldados assentem. Nala aparece e o General se assusta ao ver o estado da filha.
GEN. HÉNRIK - Nala? Você estava no metrô?
NALA - Sim! Mas estou bem, apenas um zumbido enorme no meu ouvido.
GEN. HÉNRIK - Você sabe de onde veio a explosão?
NALA - Veio do armário. Recebemos uma denúncia de que haveria um laptop contra o grupo nazista e ao chegarmos lá, nos deparamos com uma bomba. Tentei correr ao máximo. Não sei se os meninos que estavam comigo sobreviveram.
GEN. HÉNRIK - Nala, você sabe se há outras bombas pela cidade?
NALA - Não sei, general. Fiquei surpresa ao ver a explosão no parlamento. Nós tínhamos tirado algumas bombas de lá há algumas semanas.
GEN. HÉNRIK - Isso é um ataque pesado, Nala. Estamos sem controle, porque estamos enfrentando um inimigo sem saber o que ele poderá fazer.
NALA - Se eles atacaram o metrô que é a segunda linha mais antiga da Europa e depois o parlamento, eles devem querer atacar outros pontos de Budapeste.
GEN. HÉNRIK - Exatamente, Nala!
NALA - O Castelo de Buda deve ser o próximo.
GEN. HÉNRIK - Se eles estão atacando dessa forma, depois do Castelo de Buda, deve ser a ponte das correntes.
CORTA PARA:
CENA 10 - GALPÃO - INT - DIA.
Há em torno de vinte pessoas em filas. Domokos está no centro, juntamente com Barbara, Gizzela e Bóldiszar.
DOMOKOS - Nós esperamos muito tempo para fazermos algo. Chegou a hora de reivindicar o nosso poder. Os primeiros alvos já foram atingidos. Agora precisamos dar continuidade ao plano. Hoje será um dia para a humanidade jamais esquecer.
BARBARA - E espero que entendam que isso é uma forma de medirmos forças contra quem se opuser contra nós.
DOMOKOS - Exato. A partir de hoje, Budapeste será purificada de todos esses criolos que resolveram se instaurar aqui. Quem não for sangue-puro, irá ter o sangue derramado.
Bóldiszar recebe uma mensagem.
BÓLDISZAR - Senhor, o próximo ponto já está pronto para ser implodido. Posso confirmar?
DOMOKOS - É claro.
Bóldiszar assente
GIZZELA - Um brinde para a supremacia da nossa raça!
Todos em coro gritam.
CORTA PARA:
CENA 11 - AVENIDAS DE BUDAPESTE - DIA.
Emese e Lorenzo estão dentro do carro. A rádio interrompe a programação.
RADIALISTA (OFF) - Até agora, a polícia de Budapeste estima que mais de 700 pessoas estão soterradas. O esquadrão antibombas está correndo contra o tempo com medo de novos ataques.
LORENZO - Quer apostar que isso tem dedo do Domokos?
EMESE - Mas se ele realmente fez isso, foi muito desumano. Centenas de pessoas podem morrer.
LORENZO - Precisamos chegar na mansão o quanto antes. Não dá pra ficar aqui mais, Emese.
EMESE - Como vamos chegar com esse congestionamento? O local mais seguro no momento é dentro do carro.
LORENZO - Estou com um pressentimento ruim.
EMESE - Não é só você.
Uma nova explosão é ouvida e vista do alto da cidade. O Castelo de Buda fora atingido. Pelo reflexo da janela do carro é possível ver a nuvem de fumaça que se forma com diversos destroços sendo arremessados.
EMESE - Meu Deus...
CORTA PARA:
CENA 12 - TV HÚNGARA - ESTÚDIO - INT. - DIA.
O âncora está dando mais uma notícia.
ÂNCORA - Até o momento, diversas pessoas estão feridas, o cenário é de guerra... Recebemos a informação de que o Castelo de Buda foi atingido também! Meu Deus, o que está acontecendo?
Emese e Lorenzo descem do carro. Outras pessoas fazem o mesmo e começam a correr. Eles observam a nuvem de poeira que se instaurou no Castelo de Buda.
EMESE - Lorenzo, isso é um cenário totalmente catastrófico.
SIRENES SÃO OUVIDAS.
LORENZO - Emese, precisamos sair daqui.
EMESE - Precisamos fazer alguma coisa, Lorenzo.
LORENZO - Não dá para ser heroína a todo momento, Emese. Temos que preservar a nossa saúde antes!
EMESE - Eu não vou sair daqui sem ter certeza de que essas pessoas vão ficar bem.
LORENZO - Isso é perigoso, Emese.
EMESE - Você pode ir, Lorenzo, não estou pedindo para ficar.
LORENZO - Você sabe que eu jamais iria sem você...
EMESE - Então não tente me tirar daqui.
Emese corre em direção contrária. Uma nuvem de poeira paira sob a cidade.
CORTA PARA:
CENA 14 - DELEGACIA DE BUDAPESTE - CELA - INT. - DIA.
Konrad está andando de um lado para o outro.
KONRAD - A minha transferência era para ser hoje, na verdade, já era para ter acontecido.
PONGRÁC - Acho que esqueceram de você, Konrad. (ri)
KONRAD - Não, eu sou muito valioso para a polícia ter me deixado aqui até agora. Está acontecendo alguma coisa.
PONGRÁC - Fica tranquilo. Eles devem estar resolvendo os últimos detalhes para poder te transferir.
UM POLICIAL APARECE.
PONGRÁC - Bem na hora.
KONRAD - Já não era sem tempo....
Dois soldados do exército aparecem e um oficial da Interpol.
KONRAD - A INTERPOL? O que eles estão fazendo aqui?
SOLDADO - A Interpol vai cuidar da sua transferência. Você agora é um terrorista muito perigoso.
KONRAD (SURPRESO) - Terrorista? Que história é essa?
SOLDADO - Você agora responderá pelos crimes contra a humanidade, Konrad Bartha. Queremos saber em quais outros locais você ordenou para colocar mais bombas?
KONRAD - Do que você está falando?
SOLDADO - Não seja cínico. O quanto antes colaborar, será melhor para você.
KONRAD - Mas eu não sei do que vocês estão falando, eu juro.
AGENTE - Você não sabe sobre as bombas?
KONRAD - Bombas?
AGENTE - Ele não sabe. Peçam para os outros seguirem com o plano.
KONRAD - O que está acontecendo?
AGENTE - Budapeste está sendo atacada.
KONRAD FICA PÁLIDO.
CORTA PARA:
CENA 15 - PALÁCIO DE SÁNDOR - SALA DE IMPRENSA - INT. - DIA.
Burburinho entre os jornalistas. A Primeira Ministra da Hungria surge e diversos flashs são disparados. Ela vai até um microfone na frente do palco.
PRIMEIRA MINISTRA - O que está acontecendo em Budapeste hoje, é a prova viva de que a humanidade está sendo tomada pelo ódio. Recebi com muita tristeza a notícia dos atentados. Deixo aqui, minha indignação e que farei o máximo, juntamente com a ajuda da OTAN para punir os terroristas por esses atos criminosos. Centenas de vidas foram perdidas até o momento e infelizmente não trago boas notícias. Há a probabilidade de haver outras bombas espalhadas por nosso país. Peço, não como uma líder política, mas como uma mãe, irmã e amiga do povo húngaro para não saírem de suas casas. Muito obrigada.
Flashs voltam a ser disparados. A Imagem congela na primeira ministra.
A História não tem conexão real com a realidade. O preconceito e o ódio jamais deverão ser aceitos em qualquer sociedade! Apologia ao Nazismo no Brasil é crime previsto no art. 20, da Lei nº 7.716/89 do Código Penal, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.
DENUNCIE!
Fim do Capítulo 31
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