Disputa pelo Poder - Capítulo 08
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Flávia: Meu pai ligou?
Walkíria: Não, e falando nisso havia uma mulher na casa do seu pai. Ou melhor apartamento.
Flávia: Como assim?
Walkíria: É isso que você ouviu. Jorge tem uma esposa!
(Tema de fundo tensão).
Fique agora com o capítulo de hoje.
Capítulo 08
Cena 1, Apartamento de Jorge, Tijuca, Rio, Noite.
Simone está sentada ao lado da janela de seu quarto admirando a vista.
(Batidas na porta).
Jorge: Será que poderia entrar pra conversar com minha amiga?
Simone: Claro Jorge, entra aí.
Jorge: Com licença.
Jorge entra no quarto e se aproxima de Simone.
Jorge: Sente falta de casa?
Simone: Nem um pouco! (risos).
Jorge: Parece que nunca teve uma vida fora de Duas Barras não é mesmo?
Simone: Ah Jorge, você sabe como é o clima daquela microrregião. Claro, tem muita coisa que mudou de lá pra cá, tem as festas, as oportunidades de mostrar sua arte, mas só em temporadas ou festas.
Jorge: É verdade. Hum bom, amanhã é outro dia e você tem que ajustar as suas coisas por aqui, não é mesmo?
Simone: Isso. Ainda nem liguei pra saber onde o Cristiano está.
Jorge: Será que ele já veio?
Simone: Acredito que sim, ele disse que ia vir pra cá pra encontrar o tio dele...
Jorge: Espero que ele o encontre e que vocês dois se vejam de novo.
Simone: Também espero.
Cena 2, Casa dos Vilhena, sala, noite.
Várias pessoas haviam chegado para a festa de Cíntia.
(Tema de fundo elegante).
Aristides: Quer dizer que ela foi pra São Paulo semana passada e ainda não voltou?
Caio: Não. E eu achei que ela voltaria logo. Mandei mensagem, ela visualizou e nem me respondeu.
Aristides: Laura vai me pagar pela audácia de não ter voltado. Ligarei para ela.
Caio (intervém): Não seja ridículo, pai. Não vê que a Laura só te queria para torrar o seu dinheiro?
Aristides: Laura não faria isso comigo. Não depois de termos vivido tantos momentos juntos...
Caio: Pai, a Laura sempre foi uma salafrária sem tamanho! Desde quando pisou os pés aqui dentro de casa só quis te usar!
Aristides: Eu não acredito nisso, Caio. Laura voltará. E quando voltar serei indiferente com ela.
Cena 3, Rodoviária, noite.
O ônibus logo chega até o terminal.
Os passageiros saem.
Cristiano logo desce do ônibus cansado.
Ele olha no relógio as horas.
Cristiano (em pensamento): E agora, pra onde eu vou?
Cristiano se aproxima até um posto de conveniência.
Cristiano: Olá, meu senhor! Eu gostaria de saber aonde tem uma pensão ou um cortiço por aqui?
Atendente: Aqui tenho uns cartões de umas pensões por aqui.
O atendente do posto entrega os cartões para Cristiano.
Cristiano: Aqui vende cartão de telefone de rua?
O atendente ri.
Atendente: Meu rapaz, esses cartões hoje em dia estão raros hein! No passado era uma febre ter pq tinham uns que eram decorados e tal. Vc só encontra esses nas bancas de jornal.
Cristiano: E aonde tem essas bancas por aqui?
Atendente: Tem uma por ali, olha. Tá ainda aberta então se apresse.
Cristiano: Muito obrigado, senhor. Deus lhe pague.
Atendente: Não há de quê rapaz!
Cristiano anda em direção a banca de jornal.
Cristiano: Olá, aqui vende cartões de passar no orelhão?
Banquista: Por incrível que pareça sim!
Cristiano sorri.
Cena 4, Casa dos Vilhena (núcleo 2), noite.
Diva: E agora, mãe? O que faremos?
Berenice: Esperamos ele dar notícias e nossa vida vamos seguindo como sempre seguimos.
Zelinha: Isso. Não podemos desanimar em horas tão desesperadoras...
Batidas na porta.
Berenice: Deixa que eu atendo.
Berenice se surpreende com a presença do policial.
Berenice: Boa noite, senhores policiais. A que devo a vinda?
Policial: Viemos conversar com seu filho, Cristiano.
Cena 5, Casa dos Vilhena, Jardim, noite.
Caio está bebendo champanhe ao lado da piscina.
Cíntia logo aparece e avista Caio.
Fernanda vem em seguida.
Cíntia: Olha lá, o Caio.
Fernanda: Deve tá lá naquelas melancolias que ele sempre carrega.
Cíntia: Olha, vai lá por mim. Talvez ele se abra com você.
Fernanda: Por quê comigo?
Cíntia: Por quê... você sabe lidar com as situações melhor do que eu.
Fernanda ri.
Cíntia: Que foi?
Fernanda: A sua autoconfiança em mim pra resolver as coisas é hilário. (Risos).
Cíntia (emburrada): Eu não vi graça!
Fernanda: Ai mais que mulher emburradaaaa, chega fica linda desse jeito.
As duas se beijam.
Caio de repente se joga na piscina. Elas se assustam.
Cíntia: Será que ele está bem?
Fernanda: Não sei, mas é melhor irmos ver.
Cena 6, Casa dos Vilhena (núcleo 2), noite.
Berenice: Ah bom, entrem entrem.
Policial: Ele está dona Berenice?
Berenice: Não, não está, ele... foi viajar.
Policial: Viajar? Que dia foi isso, Dona Berenice?
Berenice: Hoje de manhã. Ele foi para o Rio visitar um parente.
Sebastião logo chega.
Sebastião: Boa noite, policiais.
Policial: Boa noite. Quem é o senhor?
Sebastião: Sou o pai do Cristiano.
Policial: Ah sim. Bom, como o filho de vocês não está, terminou aqui a nossa procuração.
Sebastião: Eu os acompanho até a porta.
Sebastião acompanha os policiais até a porta.
Diva logo em seguida entra.
Sebastião: Diva, aonde você esteve? E sua irmã?
Diva: Eu fui procurar emprego, pai. E a Zelinha tá trabalhando ainda.
Sebastião: Hum, bom, teremos que fazer alguma coisa Berê, estão atrás do Cristiano!
Diva: Mas já pai?
Berenice: A polícia não brinca em serviço, Diva. Eles são muito espertos.
Sebastião: Queira Deus que o Cristiano consiga encontrar meu irmão, Bere. Vou rezar para o meu São Sebastião intercedendo pelo meu filho.
Cena 7, Santa Teresa, Pensão Palácio, noite.
A porta de um local parecido com um cortiço enfadonho estava aberta.
Cristiano olha o cartão e vê.... "PENSÃO PALÁCIO", ESTRITAMENTE FAMILIAR.
Ele se aproxima do local e entra na pensão.
Fanny ao telefone: Alô, Pensão Palácio, estritamente familiar?
Cristiano olha o local que tem um designer simplista e carente.
Fanny ao telefone: Ok Zé, depois a gente conversa por quê tem um rapaz aqui.
Fanny desliga o telefone.
Fanny: Alô, o que deseja?
Cristiano: Eu gostaria de pedir um quarto, por favor.
De repente, Miro aparece descendo as escadas animado.
Miro: E aí Fanniquita! E os corre hein?
Fanny: Que corre, Miro? Você sabe que não tá tendo nenhum no momento.
Miro: Mas que droga! Falei com aquele meu amigo jogador de bilhar e ele disse que ia cair graninha solta...
Fanny: Bom mas parece que não caiu e nem ganhou.
Miro: Pois é.
Fanny volta a conversar com Cristiano.
Fanny: Bom senhor...
Cristiano: Cristiano.
Fanny: Sim, senhor Cristiano, a diária é 20 reais, e por mês é 120 reais.
Cristiano: Eu te pago a diária agora.
Fanny: Ótimo!
Cristiano paga o dinheiro a Fanny e ela o entrega a chave do quarto.
Fanny: Quarto 8. Miro, ajuda ele.
Miro: É claro, Fanniquita (risos).
Miro leva a mala de Cristiano para o quarto.
(Quarto 8)
Cristiano encontra uma cama e coloca suas malas.
Cristiano: Muito obrigado...
Miro: Argemiro para os desconhecidos e Miro para os íntimos, mas quase todo mundo me chama de Miro.
Cristiano: Me chamo Cristiano.
Eles se cumprimentam com um aperto de mão.
Cena 8, Piscina, Casa dos Vilhena, noite.
As pessoas correm para a cena.
Aristides se joga na piscina e retira seu filho com certa dificuldade.
Cíntia: Pai e agora?
Aristides: Calma filha, eu pedi a Laura para ligar aos paramédicos.
Laura ao telefone: Alô é do Hospital Hans Sapetierre? Sim rolou aqui um afogamento na casa de Aristides Vilhena, o Tide. Isso, isso. Vocês estão vindo? Ótimo.
Laura corre até o Jardim.
Laura: Tide, os médicos já estão vindo.
Aristides: Ótimo, ótimo.
Laura: Pessoal, vamos voltar lá pra dentro para aproveitarmos a festa. Não se preocupem.
As pessoas seguem Laura até o salão.
Cíntia: Nanda eu vou entrar, não tô me sentindo bem, tá?
Fernanda: Tá bom meu amor. Eu vou terminar aqui de beber e depois eu vou lá.
Cíntia volta para dentro da casa.
Cena 9, Delegacia, noite.
O delegado está atordoado com vários casos policiais.
Policial: Delegado Ambrósio?
Delegado Ambrósio: O que foi, Leônidas, descobriu onde está o rapaz?
Policial: Bom, eu fui lá na casa dele com Jônatas e descobri que ele se foi, delegado.
(Tema de tensão).
Delegado Ambrósio: Mas como assim se foi, Leônidas?
Policial: Os pais dele disseram que ele foi para o Rio de Janeiro visitar um tio doente, não sei.
Delegado Ambrósio: Visitar um tio doente... sei. Leônidas quero que procure quem é o tio desse rapaz e o sobrenome, por quê se isso for mentira iremos atrás dele.
Policial: Irei pesquisar nos arquivos, delegado.
Delegado Ambrósio: Essa história tá muito mal contada.
Cena 10, Jardim, Casa dos Vilhena, noite.
De repente Caio começa a se mexer.
Fernanda: Caio, você tá me ouvindo?
Caio: Sim... Fernanda... me beija.
Fernanda: Caio, você deve estar delirando, a ajuda médica vai chegar.
Caio: Me beija....
Caio tenta se levantar e agarrar Fernanda que o morde na orelha.
Ele grita de dor e cai no chão.
Fernanda: Tide! Tide! O Caio ele...
Aristides: Fernanda, o que houve?
Fernanda: O Caio ele perdeu os sentidos.
Vivi: Eu ouvi gritos, minha filha quem gritou?
Fernanda: Acho que foi lá fora, mãe. Eu... vou pra casa.
Fernanda sai correndo da casa de Aristides.
Vivi: Eu vou atrás dela.
Cena 11, Quarto de Cristiano, Pensão Palácio, noite.
Cristiano está dobrando as roupas sozinho.
Miro num irrompe abre a porta e assalta Cristiano ao lado de um amigo.
Cristiano: Mas o que é isso?!
Miro: Esse é meu amigo policial, Wagner, ele vai te prender por um crime.
(Tema de tensão).
A cena congela no rosto de Cristiano que se transforma em gesso.
Fim de Capítulo
Fim de Capítulo
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