JANA
LAURA
GIOVANA
ELIETE
MOISÉS
REBECA
CÁSSIA
BEATRIZ
JORGE
ROSENO
FÁTIMA
MARIA
PANDORA
DARLAN
RAUL
VANESSA
JÚNIOR
Participação Especial:
LUÍZA
CENA 01/
INT/ APT DO RAUL/ MANHÃ
Raul acorda com uma forte dor de cabeça e uma
sensação de tontura. Ele tenta se levantar da cama, mas suas pernas parecem
fracas, quase cedendo sob seu peso. Desesperado, ele se agarra à borda da cama
para evitar cair, mas sua força está falhando. Giovana acorda assustada com o
barulho e rapidamente percebe a situação crítica em que Raul se encontra.
GIOVANA
(preocupada)
- Raul, o que tá acontecendo? Cê tá
bem?
Raul tenta falar, mas sua voz sai fraca e
embargada.
RAUL
(débil)
- Minha cabeça dói... não consigo
me levantar. Preciso ir ao banheiro.
Giovana, alarmada, rapidamente se aproxima e
apoia Raul, ajudando-o a se levantar com cuidado. Ela percebe que ele está
pálido e claramente debilitado. Com muito esforço, ela o leva até o banheiro e
o ajuda a se sentar no vaso sanitário.
GIOVANA
(preocupada)
- Não dá mais pra esperar, Raul. Cê
precisa ir urgentemente ao médico.
CENA 02/ INT/
FEIRA DE SANTANA/ OFICINA DO JORGE/ DIA
Jorge e Roseno estão na oficina tomando café
antes de começar o trabalho.
JORGE
- Fátima veio toda animada, moço.
Toda sex, toda delicinha, querendo que a gente fabricasse o outro filho. Mas o
Juvenal simplesmente não manifestou.
ROSENO
- Olhe meu brother, vou lhe dizer
uma coisa, viu? Quando a mulher procura o cara e ele não cosegue dá conta do
recado, é barril. Porque a mulher não entende, né? Que o Juvenal em vez em
quando dá uma falhada.
JORGE
- Nunca fui de negar fogo pra ela
não, Roseno. Só que agora é uma desgraça, não paro de pensar em Beatriz. Tenho
que ver aquela mulher de novo.
CENA 03/ INT/
IGREJA CAJADO DA FÉ/ DIA
Rebeca está visivelmente nervosa enquanto se
senta ao lado de Vanessa nos bancos da igreja. Ela engole em seco antes de
reunir coragem para compartilhar sua notícia.
REBECA
(com a voz trêmula)
- Vanessa, eu... eu tô grávida.
Vanessa, surpresa, deixa escapar um suspiro de
choque.
VANESSA
(assustada)
- É quê, mulher? Como assim grávida?
Rebeca tenta explicar, seus olhos procurando
por apoio.
REBECA
- É de Júnior... nós... nós nos
beijamos e agora acho que tô grávida.
Vanessa arregala os olhos, incrédula com a
explicação da amiga.
VANESSA
(rindo)
- Oxente, mas que susto! Não é
assim que a coisa acontece não, né Rebeca? Cê não pode engravidar só de um
beijo! Cê nunca teve aulas de orientação sexual na escola, não?
REBECA
(rindo sem graça)
- Eu... tive, né. Mas sei lá, pensei
que fosse assim que funcionava. Então, não tô grávida?
VANESSA
- Claro que não, menina. As ideia.
Mas venha cá, então cês se beijaram, foi?
Rebeca assente concordando. E confessa sobre o
convite de Júnior para ir com ele no circo.
REBECA
-
Ele me chamou para ir com o circo. Mas, valha me Deus, isso é viver em pecado.
VANESSA
(suavemente)
- Rebeca, ele tá apaixonado por cê.
REBECA
(animada)
- Ele falou que se eu quiser, ele
casa comigo. Aí não vai ser pecado, né? Porque vamos ser marido e mulher.
VANESSA
- Oh minha lida, pecado maior é não buscar a felicidade e o amor. Pecado é não
ser feliz. Se cê gosta de Júnior, se ele te faz feliz, vá com ele. Deus quer
que sejamos felizes, e se isso significa tá com Júnior, então siga seu coração.
CENA 04/ INT/
HOSPITAL/ CONSULTÓRIO DA DRA. LUÍZA/ DIA
Giovana está ao lado de Raul, visivelmente
preocupada, enquanto a médica, Dra. Luíza, está sentada a frente dos dois
fazendo perguntas.
LUÍZA
(com atenção)
- Então, Raul, me conte sobre esses
sintomas. O que cê tem sentido?
RAUL
(sorriso nervoso)
- Ah, não é nada demais, Dra. São
só umas coisinhas de nada. Talvez estresse do trabalho.
Giovana aperta a mão de Raul, preocupada.
LUÍZA
(interessada)
- Que "coisinhas de nada"
são essas, Raul? Me diga direitinho.
RAUL
(minimizando)
- Bem, tenho tido umas tonturas
frequentes, falta de ar e ando me sentindo muito cansado ultimamente.
A médica começa a examinar Raul com atenção,
verificando seus sinais vitais.
LUÍZA
(pensativa)
- Tonturas, falta de ar e cansaço
podem indicar várias coisas. Vou pedir alguns exames de sangue para investigar
mais a fundo.
GIOVANA
(preocupada)
- Dra. Luíza, ele não tem se
alimentado direito. Quando come, são só besteiras, sabe? Acho que pode ser por
isso.
A médica assente, fazendo anotações no
prontuário.
LUÍZA
(séria)
- Pode ser uma forte anemia, mas só
os exames vão confirmar. Raul, precisamos que cê faça esses exames o mais
rápido possível. E, por favor, comece a se alimentar de forma mais saudável.
Marcarei um retorno para a semana que vem para discutirmos os resultados e
definirmos o tratamento, se necessário.
Raul e Giovana assentem, a preocupação
estampada em seus rostos.
CENA 05/ EXT/
COLÉGIO CENTRAL/ PÁTIO/ DIA
Pandora está sentada em um banco. Ela desabafa
com Maria, que está ao seu lado.
PANDORA
(chateada)
-
Mandei mensagem chamando pra você pra gente ir a praia, mas cê nem foi.
MARIA
- Estava um pouco desanimada. Além
disso, tinha ido ao CAMPA com mainha e tia Giovana.
Maria olha para Pandora com curiosidade.
MARIA
(mudando de assunto)
- Pandora, cê já se apaixonou
alguma vez?
Pandora fica um pouco surpresa com a pergunta,
mas decide ser honesta.
PANDORA
(olhando para o horizonte)
- Sim, uma vez. Foi por uma garota
no Acre, a Michele. Sentia como se tivesse borboletas no estômago só de pensar
nela, sabe? Era algo... mágico.
Ela olha para Maria e, involuntariamente,
compara seus sentimentos passados com o que está começando a sentir por ela.
PANDORA
(comparando)
- É quase como o que sinto quando
tô perto de você, Maria. Mas de um jeito diferente, especial. O que sinto por
você é algo estranho, puro, ingênuo até. Quero sempre te ter por perto, mas não
pra te possuir, só pra cuidar de você.
Maria fica sem jeito, Pandora percebe e
pondera.
PANDORA
(curiosa)
- Mas porque perguntou isso? Você já
sentiu isso por alguém?
Maria, surpresa e desconfortável, tenta
disfarçar seus sentimentos.
MARIA
- Não. Só tinha curiosidade em
saber mesmo como era.
Nesse momento, Darlan se aproxima, e Maria,
nervosa, inventa uma desculpa.
MARIA
(apressada)
- Ah, preciso ir ao banheiro,
depois a gente se fala.
Ela sai rapidamente, deixando Pandora e Darlan
confusos com sua reação inesperada. Pandora olha para Darlan, sem entender o
que acabou de acontecer.
DARLAN
- Até parece que ela fugiu de mim.
CENA 06/ INT/
CLÍNICA BIO IN VITRO/ CONSULTÓRIO DA BEATRIZ/ DIA
O consultório de Beatriz está tranquilo quando
Fátima entra, surpreendendo-a.
BEATRIZ
- Fátima! Oxe, olhei agora pouco a
agenda não me lembro de ter marcado nenhuma consulta contigo hoje.
FÁTIMA
(respirando fundo)
- E não marcou. Desculpe ter
entrado assim Dra. Beatriz. Mas hoje na verdade, vim mais como amiga do que
como paciente. Não sabe?
Beatriz franze a testa, intrigada.
BEATRIZ
(com curiosidade)
- Não tô entendendo, Fátima.
Aconteceu alguma coisa?
Fátima não hesita, decidindo ir direto ao
ponto.
FÁTIMA
(séria)
- Aconteceu. Tenho certeza de que
Jorge tá tendo um caso, doutora. E não é apenas mais uma amante. Já sei que
Jorge teve outras, ele é... bem, safado e galanteador, mas desta vez é
diferente. Sinto que essa mulher mexeu com ele de uma forma que as outras não
fizeram.
Beatriz fica visivelmente desconfortável com a
revelação de Fátima.
BEATRIZ
(nervosa)
- Fátima, isso são apenas
suspeitas. Não podemos tirar conclusões precipitadas.
Fátima olha diretamente nos olhos de Beatriz,
determinada em sua decisão.
FÁTIMA
(decidida)
- Não sei, mas já vou tomar
providências.
BEATRIZ
- E o que cê tá querendo,
interromper o tratamento, é isso? Cê desistiu de ter outro filho.
FÁTIMA
- Pelo o contrário. Quero fazer uma
inseminação, mas inseminar dois óvulos de uma vez. Quero ter dois filhos,
doutora. Assim, eu amarro Jorge de vez. Ele vai ficar todo bobo e não vai
lembrar de amante nenhuma.
Beatriz fica chocada com a determinação de
Fátima, percebendo a complexidade da situação e as emoções intensas envolvidas.
CENA 07/ INT/
IGREJA CAJADO DA FÉ/ TARDE
Eliete está sentada em um banco, conversando com
Moisés,
ELIETE
(com tristeza)
- Sabe pastor, nunca vi Genivaldo
tão decidido como vejo agora. Ele tá determinado em se separar. Eu não quero
perder meu marido, eu o amo. Tomei uma decisão, não vou mais insistir em
converter Genivaldo. Ele vai seguir o caminho que ele julgar ser correto.
Moisés olha para Eliete com seriedade, suas
palavras carregadas rigidez.
MOISÉS
- Irmã Eliete, deixe eu lhe fazer
uma pergunta bem direta. O que mais vale pra senhora, perder seu casamento ou
perder a vida eterna?
ELIETE
- Oxente meu pastor, que pergunta.
Mas vale perder o meu casamento do que perder a vida eterna, é claro.
MOISÉS
- Sendo assim irmã Eliete, seja
firme em sua fé. Não se deixe abalar pelas dificuldades. Se seu marido quer ir,
deixe-o ir. O que a senhora não pode é ser conveniente com o pecado. Olhe bem
meu exemplo irmã Eliete. Minha filha Laura vive mancebada com uma mulher. Eu
poderia ter agido diferente e aceitado essa relação pecaminosa das duas, apenas
para viver em harmonia com minha filha. Mas eu sei que isso vai contra os
desígnios do Altíssimo, por esse motivo fui firme. Perdi minha filha durante
anos, mas não fui conveniente ao pecado.
ELIETE
- O senhor tá certo. Genivaldo vive
no pecado e quer que eu me perca junto com ele.
MOISÉS
- Seja a fortaleza em sua casa, e
Deus lhe exaltará. Confie Nele e continue firme em sua jornada espiritual. Lembra
irmã Eliete, é melhor entrar no céu sem uma perna do que ir para o inferno com
as duas.
CENA 08/ INT/
APT DOS REIS/ TARDE
Raul está deitado na cama, Giovana entra no
quarto, preocupada com a condição de seu marido.
GIOVANA
- E aí meu amor, como cê tá?
RAUL
- Tô um pouco melhor, mas ainda me
sinto fraco.
Giovana deita ao lado dele, e começa a fazer
carinho gentilmente em seu cabelo.
GIOVANA
(com ternura)
- Tô aqui do seu lado viu? Vai dá
tudo certo, cê vai fazer os exames e vamos cuidar dessa anemia.
RAUL
- Desculpe por ter sido tão
grosseiro em relação a Kira. Eu... acabei agindo impulsivamente.
GIOVANA
- Tá tudo certo. Não é hora de
falar de Kira... Humm! Fiz aquele risoto
de camarão que cê adora. Vou buscar para nós.
Raul observa sua esposa enquanto ela se levanta
para buscar o risoto.
CENA 09/ INT/
CASA DA RAVENA/ SALA DE ESTAR/ TARDE
Pandora está deitada no sofá, seu olhar perdido
no celular. Laura observa a filha com atenção e percebe a tristeza em seus
olhos.
LAURA
(com carinho)
- Que carinha é essa, hein? Parece preocupada.
Pandora senta-se e suspira, como se estivesse
carregando um peso em seus ombros.
PANDORA
(com hesitação)
- Minha mãe, cê já se apaixonou por
alguém e depois se viu apaixonada por outra pessoa ao mesmo tempo?
LAURA
(pensativa)
- Bem, acho que não. Mas acredito
que isso pode acontecer, sim. Cê tá falando de Maria?
Pandora olha para a mãe, seus olhos cheios de
confusão e anseio.
PANDORA
(com sinceridade)
- Sim, tô muito confusa. Eu gosto
de Maria, sabe? Mas é um gostar estranho, não sei explicar. Não é possessivo,
não é que eu queira ter ela, ter relações com ela. Não é nada disso. Apenas
quero está com ela. É como se ela fosse uma parte de mim que sempre esteve
faltando.
Laura sente o coração se apertar ao ouvir a
confissão da filha. Ela toca gentilmente o rosto de Pandora.
LAURA
(com emoção)
- Oh minha linda, cê é jovem. É
normal sentir essas emoções complexas. Mas havia dito que tá dividida entre
duas pessoas. Cê tá gostando de outra pessoa?
Pandora hesita por um momento antes de falar
sobre seus sentimentos.
PANDORA
- Tem um rapaz que entrou a pouco
tempo no colégio. No começo, sentia muito ciúme dele com Maria. Ver os dois juntos
era algo que me incomodava. Sinceramente ainda incomoda. E sempre pensei que
fosse por sentir ciúme dela, mas, na verdade, o ciúme que sinto é dele, de
Darlan. Eu sei que não deveria me envolver com rapazes, mas ele é diferente,
minha mãe.
Laura sorri, por ver que Pandora começava a
gostar de outra pessoa.
LAURA
- Não há nada de errado em gostar
de rapazes. Sua mãe Ravena foi quem pegou ranço dos homens e acha que todos não
prestam. Mas existe muito cara bacana por aí sim, viu? Tenho certeza que esse
Darlan é um deles. Viva seus sentimentos, segue o seu coração, e seja feliz.
PANDORA
- É que sempre pensei que eu fosse
lésbica que eu não gostasse de rapazes.
LAURA
- Pra quê rotular? Apenas viva suas
paixões.
Laura abraça Pandora.
CENA 10/ INT/
CLÍNICA BIO IN VITRO/ RECEPÇÃO/ TARDE
Cássia termina de atender uma cliente. Ao virar
para guardar a agenda ela derruba uma sacola no chão deixando a amostra o que
tinha dentro. São produtos eróticos.
JANA
(abismada)
- Ave Maria, mulher! Que isso mesmo
hein?
Cássia guarda rapidinho as coisas na sacola.
CÁSSIA
- Misericórdia! Isso é coisa de
Maurício, não sabe? Passou no sex shop e comprou essas coisinhas para apimentar
nossa relação.
JANA
- Tô de cara, não sabia que Dr.
Maurício era chegado nessas coisas.
CÁSSIA
(rindo)
- Menina, cê tá por fora, viu? Não
viu foi nada. Minha relação com Maurício é cheia de surpresas, sabe Jana? Mesmo
depois de tantos anos de casados, a gente ainda somos capazes de explorar um ao
outro. O nosso sexo não tem pressa, as coisas vão fluindo naturalmente.
JANA
- Isso é maravilhoso, viu Cássia?
CÁSSIA
- Hoje os gêmeos vão pra casa da
avó. Aí Mauricio comprou essas coisinhas pra gente brincar.
CENA 11/ EXT/
CIRCO/ TARDE
Rebeca e Júnior
caminham lado a lado, do lado de fora da tenda.
REBECA
(nervosa, olhando para o chão)
-
Júnior, eu... Eu pensei que tivesse grávida por causa do nosso beijo.
Júnior ri, achando encantadora
a ingenuidade de Rebeca. dela.
JÚNIOR
(sorrindo)
- Oxente menina, mas foi só um
beijo. Ninguém engravida só com beijo.
REBECA
- Eu sei, Vanessa depois me
explicou.
Ele coloca
delicadamente uma mecha de cabelo atrás da orelha
JÚNIOR
(carinhoso)
- Mas
a verdade é que adoraria ter um filho contigo.
Os olhos de Rebeca
se arregalam em surpresa, mas ao mesmo tempo, ela se sente profundamente tocada
pelas palavras de Júnior. Ele olha nos olhos dela com sinceridade.
JÚNIOR
(apaixonado)
-
Na verdade, adoraria ter muito mais do que isso com você. Bora com o circo,
vamos ficar juntos e andar por esse mundão fazendo nosso espetáculo.
Rebeca fica sem
palavras, seu coração batendo forte em seu peito.
REBECA
(preocupada)
- Isso
tá certo não, viu Júnior. Nós dois estamos afundados em um mar de pecado. Painho
não vai aceitar isso.
JÚNIOR
(decidido)
-
Então vamos tirar esse medo do nosso caminho, minha linda. Já lhe falei, eu me
caso com você. Assim não viveremos em pecado, pois cê será minha mulher. Se
quiser eu mesmo vou lá conversar com seu pai. Só não quero lhe perder.
Os dois dão um selinho, mas depois o beijo fica
mais fervoroso.
CENA 12/ EXT/
FEIRA DE SANTANA/ OFICINA DO JORGE/ TARDE
Jorge, todo animado e galanteador, está
explicando algo entusiasmadamente para uma cliente. Enquanto ele se inclina
sobre o capô do carro, Fátima se aproxima, seus olhos observando a interação de
longe. Roseno, percebe Fátima se aproximando e, com uma tosse discreta, tenta
chamar a atenção de Jorge. Jorge, entendendo o sinal de Roseno, se afasta um
pouco da cliente, mantendo uma distância respeitosa.
JORGE
(sorrindo)
- Então, dona Adriana, o problema
aqui é um pouco mais complexo, mas fique tranquila, vamos resolver tudo para a
senhora. Pode deixar que eu cuido pessoalmente do seu carro.
A cliente assente, agradece e entra em seu
carro antes de partir. Jorge entra pra oficina e Fátima indo logo atrás.
CENA 13/ INT/
FEIRA DE SANTANA/ OFICINA DO JORGE/ TARDE
Jorge vai andando na frente, mexendo em uma
coisa aqui e em outra ali, e Fátima na sua cola.
FÁTIMA
(incisiva)
- Quem era aquela mulher, hein Jorge?
JORGE
(defensivo)
- Cê tá azuada, é Fátima? Oxente, não
viu que era uma cliente?
FÁTIMA
(firme)
- Pode ser que seja, mas pode ser
que ela seja a sua amante fixa.
JORGE
- Agora vi coisa, lá vem cê com
esse papo de amante.
FÁTIMA
- Cê não me engana. Já sei que cê
tem uma amante fixa. Não adianta negar.
JORGE
- Que amante, mulher? Pare de
azucrinar meu juízo!
FÁTIMA
(determinada)
- Tá certo, tá certinho. Vi aqui
pra lhe avisar que tomei uma decisão.
JORGE
(preocupado)
- Que decisão?
FÁTIMA
(resoluta)
- Nosso filho, Jorge! Pensei bem e
decidi que, ele não vai ser mais feito do jeito tradicional.
JORGE
- Ah não? E o que cê pensa em
fazer?
FÁTIMA
- Falei com Dra. Beatriz, e já tá
tudo pronto para uma inseminação artificial. Só falta cê ir lá pra colher o
material.
JORGE
- Pra que isso, Fátima?
FÁTIMA
- Eu quero ter um filho seu. Já
tava todo animado com isso, não sei por que mudou de ideia. Aí tem coisa, mas
do meu filho não abro mão.
CENA 14/ INT/
CLÍNICA BIO IN VITRO/ SALA DA BEATRIZ/ TARDE
Beatriz está sentada atrás da sua mesa, enquanto
Jana está do outro lado.
FÁTIMA
- Essa mulher é completamente
louca. Ela acha que o filho vai segurar o marido.
JANA
(curiosa)
- Dra. Beatriz, cê vai mesmo fazer
essa inseminação?
BEATRIZ
(resoluta)
- Claro que sim, sou uma
profissional. A história desses dois não me pertence. Pra mim é apenas um casal
querendo ter filhos, e eu como médica vou ajudá-los.
JANA
- Só que sabemos que na prática não
bem assim, né doutora? Esse cara mexe contigo.
BEATRIZ
(com resignação)
- Mexe, e mexe gostoso. É verdade
que Jorge é atraente, charmoso, cheiroso, tesudo... mas isso não muda nada. Vou
fazer meu trabalho e me afastar dele, que é o melhor a ser feito. Não vou ficar
nesse papel de amante não, Jana. Se Fátima quer um filho, farei de tudo para que
isso aconteça. Até os dois como ela deseja.
1. INT/ APT
DOS REIS/ BANHEIRO/ DIA
Giovana, com os olhos fechados, está debaixo do
choveiro, aproveitando o banho relaxante. De repente, a porta do box se abre e
Raul entra, juntando-se a ela no chuveiro.
RAUL
- Cabe mais um aí?
GIOVANA
- Raul, já tô atrasada!
RAUL
- As meninas esperam.
Os dois compartilham o espaço no chuveiro, a
água caindo sobre seus corpos. Eles começam a brincar, jogando água um no outro
e rindo. Giovana, ainda brincando, passa as mãos pelas costas de Raul, e é
nesse momento que ela nota algo estranho. Ela vê manchas vermelhas, algumas
pequenas e outras maiores, nas costas dele. Sua expressão muda para
preocupação.
GIOVANA
(preocupada)
- Que manchas são essas, Raul?
Obrigado pelo seu comentário!