Cena 01/Casa Rufino/Cozinha/Int/Noite
Pedro bebe água, pensativo.
Pedro Será que nosso amor está fadado a tragédia, Rebeca?
Pedro se enche de fúria, revolta.
Pedro Que droga!
Joga o copo contra a parede, furioso. Senta no chão e abaixa a cabeça.
Pedro O que vai ser de nossas vidas, Senhor? Me explica, me
dê um caminho, o que eu devo fazer...
Pedro levanta sua cabeça e leva o maior susto quando vê um menino (3
anos) parada na sua frente, lhe olhando. Pedro levanta, assustado, confuso.
Pedro Quem é você? Como entrou aqui? Eu nunca te vi aqui
na cidade...
O menino corre em direção a sala.
Pedro Espere...
Pedro vai atrás.
Cena 02/Casa Rufino/Sala/Int/Noite
Pedro chega na sala e não vê a menina. Nenhum sinal dela.
Pedro O que está acontecendo?
Cena 03/Delegacia/Int/Noite
Patrício no telefone.
Patrício Obrigado! Fico no aguardado.
Patrício desliga. Salatiel entra.
Patrício Então, alguma notícia?
Salatiel Fiz uma busca em tudo quanto é canto de Jandaia, mas
nenhum sinal do Jeferson, delegado.
Patrício Onde ele se meteu, meu Deus!
Salatiel Deve estar escondido, com medo de se entregar e responder pelo crime que cometeu.
Patrício Tenho medo do que ele possa fazer, Salatiel. O Jeferson não está bem. E demonstrou isso com o que fez na igreja mais cedo...
Salatiel Eu sinto muito, delegado Patrício.
Patrício Ache meu filho, Salatiel.
Salatiel se apruma, ergue o peito e se enche de valentia.
Salatiel Deixa comigo, delegado. Eu vou virar essa cidade do
avesso, mas eu acho o Jeferson.
Salatiel saí.
Patrício Me dói muito, mas ele precisa responder pelo que fez.
Lívia entra.
Patrício Lívia!
Patrício abraça Lívia, que lhe afaga, carinhosamente.
Patrício Que bom que está aqui.
Lívia Vim saber como você está.
Patrício Precisando mais do que nunca de uma pessoa tão
importante pra mim quanto você é.
Cena 04/Igreja/Int/Noite
Eva está ajoelhada, rezando.
Eva Ilumine a mente e o coração do meu filho, Deus, que
tanto precisa da sua presença nesse momento
conturbado que estamos passado e que principalmente
pra ele está sendo tão doloroso. (T) Não peço nada pra
mim, pois não me acho no direito de pedir e merecer
nada...
Cena 05/Casa Rufino/Escritório/Int/Noite
Pedro acende a luz do abajur. Senta na cadeira, se aproxima da mesa, pega
uma caneta e começa a escrever uma carta. Momento.
Eva (off) Só quero que meu Pedro seja feliz, seja qual for seu
caminho, sua escolha. Mas espero que essa felicidade,
seja ao lado da mulher que ele ama...
Cena 06/Hotel/Quarto Isabel/Int/Noite
Isabel está apagada na cama, depois do “Boa Noite, Cinderela”, que Victor
lhe deu. Victor recolhe o dinheiro espalhado no quarto, colocando-o dentro
da uma bolsa. Dá uma ajeitada em frente ao espelho, e antes de ir embora,
olha pra Isabel, completamente dopada.
Victor Tão gostosa, mas tão burrinha... O mundo é dos
espertos, minha querida. E você, definitivamente, não é!
Victor saí, fecha a porta. Mas logo volta. Escreve um bilhete e deixa em
cima da mesa, indo embora em seguida.
Cena 07/Carro/Int/Noite
Victor entra no carro, dirigido pelo seu namorado (20 anos). Os dois se
beijam.
Homem Deu certo?
Victor Certíssimo! Aquela vadia é mais idiota do que achei que
era.
Homem Você não vale nada, Victor!
Victor Eu sei! (T) Agora vamos. Não vejo a hora de torrar essa
grana...
O jovem liga o carro e vão embora.
Cena 08/Delegacia/Cela Rufino/Int/Noite
Rufino, recostado na cama, lê a bíblia. Patrício aparece.
Rufino Delegado, Patrício. Que bons ventos o trazem aqui?
Ainda dando plantão?
Patrício Eu disse que ia prender o senhor.
Rufino Não seja patético, Patrício. Acha que vou ficar aqui por
quanto tempo? Esqueceu que tenho dinheiro? E com
dinheiro tudo se compra, tudo se consegue nessa
República de bananas.
Patrício Farei de tudo pra manter o senhor preso aqui o tempo
necessário pra cumprir todos seus crimes.
Rufino E quem cumpre seus crimes nesse pais, meu caro? Cai
na real!
Patrício Me responda uma coisa: o senhor matou o Jofre, não
matou?
Desse momento, corta para:
FIM DO CAPÍTULO 57
Obrigado pelo seu comentário!