Type Here to Get Search Results !

Marcadores

SAGRADA FAMÍLIA - CAPÍTULO 31 - ÚLTIMAS SEMANAS

 



SAGRADA FAMÍLIA

“Capítulo 31”

 

Novela criada e escrita por

Wesley Franco

 

Esta é uma obra de ficção e sem compromisso com a realidade.

 

CENA 1. MANSÃO DE CARUSO. INT. QUARTO DE EDUARDO. DIA.

CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA CENA FINAL DO CAPÍTULO ANTERIOR.

O quarto está silencioso, iluminado apenas pela luz fraca do abajur. Beatriz entra devagar, ansiosa para encontrar Eduardo, ela se aproxima da porta semiaberta do quarto e para abruptamente ao testemunhar uma cena inesperada. Eduardo está dentro do quarto, mas não sozinho. Ele está beijando Guilherme. A expressão de choque e decepção toma conta do rosto de Beatriz.

BEATRIZ – (surpresa e magoada) Eduardo?

Os dois se separam, claramente nervosos e sem palavras.

EDUARDO – (gaguejando) Beatriz, eu posso explicar...

BEATRIZ – (com os olhos marejados) Explicar? Como você pôde, Eduardo?

Guilherme também parece desconfortável, buscando palavras.

GUILHERME – (incerto) Beatriz, eu...

BEATRIZ – (levantando a mão para interromper) Cala a boca! Não quero ouvir suas explicações.

Beatriz recua, saindo do quarto enquanto Eduardo tenta alcançá-la.

EDUARDO – (implorando) Beatriz, por favor, escuta...

BEATRIZ – Eu não quero te escutar, eu acabei de ver você beijando um homem! Você é gay! Quero saber por que você me enganou, por que escondeu isso de mim.

EDUARDO – Beatriz, eu...Eu não queria que você descobrisse assim. Eu não pretendia te machucar.

As lágrimas escorrem pelo rosto de Beatriz enquanto ela enfrenta a complexidade das emoções.

BEATRIZ – (com raiva) Mas machucou Eduardo. Machucou muito. Você escondeu alto tão importante, algo que afeta diretamente a nossa relação. Você se casou comigo, mesmo estando com outro homem.

Eduardo baixa a cabeça, reconhecendo o erro.

EDUARDO – Eu sei que errei, Beatriz. Eu deveria ter sido honesto desde o início.

BEATRIZ – Honestidade, Eduardo, era o mínimo que eu esperava de você. A gente se casou, você fez votos para mim, prometeu amor eterno e fez isso comigo. Você não percebe o quão difícil é para mim descobrir isso assim?

Eduardo tenta se aproximar, mas Beatriz recua.

EDUARDO – (implorando) Beatriz, por favor, me dê uma chance de ter explicar melhor. Eu amo você, e eu...

BEATRIZ – (cortando) Você não me ama! Você é gay! Eu vou contar para todos nessa festa que você é gay! Eu vou acabar com esse casamento.

EDUARDO – Beatriz, por favor, não faça isso. Eu posso mudar, posso..

BEATRIZ – (chora) Mudar? Não é isso que está em questão aqui, Eduardo. Você me traiu!

Beatriz deixa o quarto correndo, deixando Eduardo preocupado e confrontando as consequências de suas escolhas.

CORTA PARA

CENA 2. MANSÃO DE CARUSO. INT. JARDIM. DIA.

Nathalia anda pelo jardim da mansão, pega uma taça de champanhe que está sendo servida pelo garçom, quando avista Guto e Helena juntos em um banco, rindo e compartilhando um momento especial.

NATHALIA – (sorrindo) Olá, pessoal!

GUTO – (sorrindo) Oi tia.

HELENA – (sorrindo) Oi dona Nathalia.

NATHALIA – Vocês formam um casal lindo. Estou muito feliz por vocês.

GUTO – (agradecendo) Obrigado tia. Nós dois também estamos felizes.

NATHALIA – Isso é maravilhoso. Desejo que continuem construindo momentos especiais juntos e que sejam muito felizes.

HELENA – (Sorrindo) Muito obrigado, Nathalia. Significa muito para nós.

NATHALIA – O próximo casamento é o de vocês?

HELENA – Ainda não, eu quero me estabelecer melhor financeiramente, agora que estou nessa nova fase como modelo, para ai então casar.

NATHALIA – Faz bem assim, aos poucos tudo se coloca no devido lugar.

Nathalia acena, deixando-os aproveitar o momento, enquanto ela continua sua caminhada pelo jardim em meio aos convidados.

CORTA PARA

CENA 3. MANSÃO DE CARUSO. INT. JARDIM. DIA.

Beatriz vestida de noiva, corre pelo jardim, visivelmente perturbada. Ela se depara com Arlete e Caruso, que estão conversando próximo à mesa de comidas.

ARLETE – (surpresa) Beatriz? O que aconteceu? Por que está correndo assim?

Beatriz para, tentando recuperar o fôlego, e decide compartilhar a angústia que a perturba.

BEATRIZ – (ofegante) Eu...eu acabei de flagrar o Eduardo, beijando outro homem.

A expressão de choque aparece no rosto de Arlete e Caruso. Eduardo corre em direção aos três.

EDUARDO – A Beatriz entendeu tudo errado.

BEATRIZ – (grita) Cala a boca! Cala a boca!

Os gritos de Beatriz chamam a atenção dos convidados da festa que passam a prestar atenção no que está acontecendo.

CARUSO – (incrédulo) O quê? Eduardo?

BEATRIZ – Sim. Eu não sei o que fazer. Estou destruída.

EDUARDO – Beatriz, por favor, podem conversar em particular.

ARLETE – Por favor, Beatriz, converse com ele, vocês acabaram de se casar, podem resolver isso com uma boa conversa.

BEATRIZ – (furiosa) Particular? Conversar? Depois do que vi? Não há mais privacidade aqui. Você me traiu da pior forma possível!

Eduardo tenta se explicar, mas Beatriz eleva o tom de voz, atraindo ainda mais a atenção dos convidados.

BEATRIZ – (gritando) Eduardo me traiu! Eu o peguei beijando outro homem!

Os convidados começam a se aproximar, surpresos e atônitos com a revelação. Guilherme aparece no jardim ao ver a confusão ele caminha em direção a saída, mas Beatriz o ver.

BEATRIZ – (gritando e apontando para Guilherme) Ele! Ele! O Guilherme estava aos beijos com o Eduardo dentro do quarto.

Melissa e Bárbara que acompanham toda a confusão, ficam surpresas com a revelação de que Guilherme estava beijando Eduardo.

MELISSA – (surpresa) O Guilherme? Isso não pode ser verdade.

BÁRBARA – (incrédula) Mamãe, o seu namorado é amante do Eduardo.

Eduardo continua tentando convencer Beatriz a se acalmar.

EDUARDO – (apreensivo) Beatriz, por favor, não faça isso aqui.

BEATRIZ – (ignorando) Ele é gay, gente! Eduardo é gay!

A notícia se espalha entre os convidados, criando um murmúrio de incredulidade.

ARLETE – (olhando para Eduardo) Eduardo, filho, é verdade?

EDUARDO – (com vergonha) Sim, é verdade.

BEATRIZ – (agora gritando para todos) Vocês todos estão vendo! Ele me enganou! Ele nos enganou. Eu gastei tantos anos da minha vida ao lado de um homem que enquanto eu jurava amor, me traía com outros.

EDUARDO – (segura Beatriz) Me dê uma chance de me explicar, de te contar tudo que aconteceu, mas não aqui na frente de tanta gente.

BEATRIZ – (se soltando de Eduardo) Me solta! Eu não quero que me toque nunca mais!

BEATRIZ – (chora) Eduardo, eu te amava, você era o amor da minha vida.

EDUARDO – (interrompe) Beatriz...por favor

BEATRIZ – (grita) Cala a boca! Eu não tenho vocação para tapete e você não vai me pisar.

EDUARDO – Não faz isso comigo Beatriz, me perdoa por favor, a gente organizou todo esse casamento, toda essa festa, não acaba com isso assim.

BEATRIZ – Eu não quero mais nada de você! Você comprou esse vestido? Pois eu vou te devolver agora mesmo!

Beatriz começa a tirar o vestido na frente de todos os convidados.

EDUARDO – Não, Beatriz, por favor.

BEATRIZ – (tirando e jogando o vestido na cara de Eduardo) Toma! Toma o vestido comprado com o dinheiro da sua família! E não me procure nunca mais!

Beatriz corre para saída da casa apenas de roupas íntimas, enquanto os convidados assistem incrédulos tudo que está acontecendo.

CORTA PARA


CENA 4. MANSÃO DE CARUSO. EXT. ENTRADA DA CASA. DIA.

Beatriz, seminua, visivelmente perturbada, sai correndo para fora da casa, lágrimas rolando pelo seu rosto. Ela se depara com Nathalia, que veio atrás dela.

BEATRIZ – (soluçando) Não posso mais suportar, Nathalia. Tudo está desmoronando.

Nathalia abraça Beatriz, demonstrando compreensão.

NATHALIA – (com carinho) Venha comigo. Vamos para minha casa. Lá podemos conversar e você vai ficar bem melhor.

Beatriz e Nathalia caminham pela rua até o carro de Nathalia. As duas entram no carro que está estacionado próximo a entrada da mansão.

CORTA PARA

CENA 5. MANSÃO DA FAMÍLIA CASTRO. INT. SALA. DIA.

Beatriz e Nathalia entram na mansão. Elas se sentam no sofá, e Nathalia oferece um lenço de papel a beatriz.

NATHALIA – Estou aqui com você.

BEATRIZ – (chorando) A última coisa que eu esperava era que meu casamento fosse acabar assim. O dia que eu achei que seria o mais alegre da minha vida, virou um pesadelo.

Nathalia ouve atentamente, oferecendo apoio e conforto quando necessário.

NATHALIA – Você não está sozinha, Beatriz. Vamos passar por isso juntas. Eu estou aqui para apoiar você.

Nathalia abraça Beatriz que chora bastante em seu ombro.

CORTA PARA

CENA 6. MANSÃO DE CARUSO. INT. JARDIM. DIA.

Helena e Guto estão sentados em um canto do jardim, ainda processando o caos que ocorreu no casamento.

HELENA – Eu nunca imaginei que veria algo assim em um casamento. Foi tão triste.

GUTO – É, eu também não esperava por isso. A Beatriz fugindo sem roupas, todo mundo chocado...que confusão.

Helena balança a cabeça, lamentando a situação.

HELENA – (pensativa) Eu realmente senti pena dela. Descobrir que foi traída no próprio casamento deve ser devastador.

GUTO – Com certeza. E o Eduardo sendo exposto que é gay na frente de todos...Não consigo nem imaginar o que ele deve estar passando.

Helena e Guto olham ao redor, notando o clima constrangedor na festa após o incidente.

GUTO – Acho que seria melhor irmos embora. Não há mais clima para festa.

HELENA – Você está certo. Vamos sair daqui antes que mais confusão aconteça.

Os dois se levantam e se dirigem à saída da casa, deixando para trás a confusão.

CORTA PARA

CENA 8. APARTAMENTO DE MELISSA. INT. SALA. DIA.

Melissa e Guilherme estão no meio de uma conversa difícil.

MELISSA – (olhando fixamente para Guilherme) Você está me dizendo que estava me traindo com o Eduardo? E que você é gay?

GUILHERME – (inseguro) Melissa, eu...

MELISSA – (irritada) Não ouse mentir para mim agora! Quero a verdade saindo da sua boca.

Guilherme suspira, resignado.

GUILHERME – Sim, é verdade. Eu sou gay, e eu estive traindo você com o Eduardo.

Melissa se levanta, a expressão de raiva estampada em seu rosto.

MELISSA – (gritando) Você é repugnante! Como pôde fazer isso comigo?

Guilherme tenta se aproximar, mas Melissa o afasta com indignação.

GUILHERME – Melissa, eu sinto muito. Eu não queria te machucar.

MELISSA – (ironizando) Você não queria me machucar? Você já fez isso o suficiente.

Melissa começa a disparar uma série de ofensas contra Guilherme, expressando sua dor e frustração.

MELISSA – (gritando) Você é um mentiroso, um traidor! Acha que pode brincar com os sentimentos das pessoas?

GUILHERME – Melissa, eu estava confuso, eu...

MELISSA – (cortando) Confuso? Não me faça rir. Eu não quero mais nada com você. Fora da minha vida!

Melissa aponta para a porta, ordenando que Guilherme saia.

MELISSA – (explodindo) Saia! Vá embora e nunca mais volte!

Guilherme, derrotado, sai do apartamento de Melissa, deixando-a sozinha em um misto de raiva e tristeza.

CORTA PARA

CENA 9. MANSÃO DE CARUSO. INT. SALA. DIA.

Caruso está furioso, encarando Eduardo com olhos inflamados de raiva. Eduardo parece tenso, sabendo que uma tempestade se aproxima.

CARUSO – (gritando) Você acha que pode esconder isso de mim por todo esse tempo? Que tipo de filho você é?

EDUARDO – (tentando se explicar) Pai, eu não queria que você...

CARUSO – (cortando) Não queria eu soubesse? Você me fez de idiota, Eduardo! Casou-se com a Beatriz, escondeu que é uma bichinha, e ainda teve a audácia de traí-la durante o próprio casamento.

Eduardo abaixa a cabeça, incapaz de encarar o olhar furioso de Caruso.

CARUSO – (ameaçador) Você não é digno de ser meu filho.

ARLETE – (intervindo) Caruso, por favor, não seja tão duro com ele. Eduardo ainda é nosso filho.

CARUSO – (irritado) Duro? Duro é o que ele fez com a Beatriz, e comigo! Uma vergonha na frente de todos! Eu deveria encher sua cara de porrada seu viadinho de merda.

ARLETE - Não exagere, Caruso. Eduardo é nosso filho, independente das escolhas que fez. Ele precisa de apoio, não de ameaças.

CARUSO – Apoio? Apoiar alguém que enganou a todos nós? Que tipo de mensagem isso passaria?

ARLETE – Passaria a mensagem de que somos uma família, independente das circunstâncias. Eduardo precisa de compreensão, não de repúdio.

CARUSO – (cedendo) Compreensão? Eu...Eu só não esperava isso dele. Não esperava ser traído dessa forma.

ARLETE – Eduardo, precisamos conversar sobre tudo isso. Caruso, vamos dar tempo ao tempo. Não podemos resolver tudo hoje.

EDUARDO – Eu vou para o meu apartamento, preciso ficar sozinho.

Eduardo bem cabisbaixo sai de casa. Caruso respira fundo, ainda visivelmente furioso.

CORTA PARA

CENA 10. MANSÃO DE CARUSO. INT. JARDIM. DIA.

A festa de casamento está encerrada, mas alguns resquício de celebração ainda permanecem. Murilo está recolhendo alguns pertences quando avista Antônio, seu pai, bebendo restos e bebidas alcoólicas deixadas pelos convidados.

MURILO – (preocupado) Pai, o que você está fazendo?

ANTÔNIO – (despreocupado) Apenas aproveitando o que sobrou, filho. Não é todo dia que temos uma festa assim.

MURILO – Isso não é engraçado, pai. Você sabe que isso não é certo.

Murilo observa a condição visivelmente alterada de Antônio e decide intervir.

MURILO – (sério) Vamos, pai. Vamos para casa.

ANTÔNIO – (resmungando) Não preciso de ajuda.

Murilo ajuda Antônio a sair do jardim, preocupado com a situação.

MURILO – Você precisa de ajuda. Não é saudável agir assim.

ANTÔNIO – Eu controlo, Murilo. Não se preocupe.

MURILO – (firme) Você não está controlando nada. Isso é um problema sério.

CORTA PARA

CENA 11. CASA DE ANTÔNIO. INT. SALA. DIA.

Chegando à casa de Antônio, Murilo decide agir.

MURILO – Você precisa de ajuda profissional para lidar com seu vício no álcool.

ANTÔNIO – (resistindo) Eu não preciso de ninguém, eu paro quando eu quiser.

MURILO – Pai, isso vai além de nós. Você não pode enfrentar isso sozinho.

CORTA PARA

CENA 12. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA/NOITE.

SONOPLASTIA: LEMBRA DE MIM – IVAN LIS

As luzes da cidade começam a acender enquanto o sol se põe atrás do Pão de Açúcar. O céu gradativamente muda de tons laranja e rosa para azul escuro. A orla de Copacabana recebe uma iluminação suave dos postes e dos quiosques. Os arranha-céus do centro do Rio de Janeiro começam a brilhar à medida que a noite se estabelece. O tráfego nas ruas diminui, e as luzes dos escritórios criam um panorama urbano impressionante.

SONOPLASTIA OFF

CENA 13. RIO DE JANEIRO. EXT. PARADA DE ÔNIBUS. NOITE.

A rua está relativamente deserta, apenas algumas luzes de postes iluminam o caminho. Tarcísio desce do ônibus e começa a caminhar em direção à sua casa, alheio aos perigos que o cercam. Um carro preto, até então discreto, surge silenciosamente na rua. Tobias, encapuzado, desce do veículo com determinação.

TOBIAS – (ameaçador) Tarcísio, entra no carro!

TARCÍSIO – (assustado) O que você quer comigo?

Tobias, sem hesitar, avança rapidamente em direção a Tarcísio. Ele o força a entrar no carro preto.

TOBIAS – (ordenando) Entre no carro ou você morre.

Tarcísio, ameaçado, obedece, e o carro preto se afasta, deixando para trás a quietude noturna e o mistério que envolve o sequestro.

CONGELAMENTO FINAL NO CARRO PRETO.

Postar um comentário

0 Comentários
* Please Don't Spam Here. All the Comments are Reviewed by Admin.