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Maré Alta - Capítulo 02

 




MARÉ ALTA 

CAPÍTULO 2


Criada e escrita por: Luan Maciel 

Produção Executiva: Ranable Webs



CENA 01. PORTO DA AREIA. ALTO MAR. EXTERIOR. TARDE 

Continuação imediata do capítulo anterior. A câmera se aproxima de LÍVIA e mostra o seu olhar de preocupação. Ela sente a pulsação e percebe que ele está morto. Para o desespero de LÍVIA, ela percebe que o tanque do helicóptero está vazando gasolina. Ela fica tensa. 


Lívia — (desesperada) Eu preciso tirar esse homem daqui agora mesmo. Esse helicóptero vai explodir. 


Mesmo contra todas as probabilidades, LÍVIA consegue tirar CASSIANO de dentro do helicóptero. Ela vai puxando o nosso protagonista para longe do helicóptero. A câmera vai intercalando com a imagem do tanque do helicóptero e depois com LÍVIA fazendo de tudo para impedir que CASSIANO acabe se afogando.


Lívia — Vai ficar tudo bem, moço. Você está salvo. 


Por um instante LÍVIA consegue respirar aliviada. A câmera corta para o tanque de gasolina do helicóptero. Uma faísca cai causando a maior explosão em alto mar. LÍVIA fica em estado de choque.


Lívia — Socorro!!! Por favor… Alguém me ajude.


Depois de algum tempo uma lancha aparece para o alívio de LÍVIA. Dentro da lancha está DIRCEU que olha para LÍVIA. A câmera vai se afastando e podemos ver que LÍVIA e CASSIANO são levados até a lancha. Ela dá um forte abraço em DIRCEU como agradecimento. 

CORTA PARA/


CENA 02. VILA DE PESCADORES. CARRO. EXTERIOR. TARDE 

ANA ROSA está terminando de se vestir. Ela sorri enquanto olha para TOM com segundas intenções. O vilão olha no espelho do carro e depois abre a porta do carro. Ela não gosta nenhum pouco da atitude de TOM. ANA ROSA ameaça dar um tapa em TOM, mas ele segura o braço dela com muita força. ANA ROSA fica muito irritada. 


Tom — Quem você pensa que é para levanta a mão para mim, Ana Rosa?  Que isso nunca se repita. 


TOM solta o braço de ANA ROSA.


Ana Rosa — (irritada) O que você pensa que eu sou, Tom? Uma mercadoria que você usa e joga fora? Você não me conhece. Você não conhece o poder de uma mulher rejeitada. 

Tom — Do que você está reclamando, Ana Rosa? Eu nunca te prometi absolutamente nada. O nosso lance sempre foi carnal. E você sabe disso. 

Ana Rosa — Essa é a sua última palavra, Tom? Então vamos ver o que a sonsa Lívia vai achar de tudo isso. 

Tom — Você não é louca de fazer isso, Ana Rosa. Tem muita coisa em jogo e eu preciso me casar com a Lívia. Eu não vou deixar você estragar com o meu plano. Antes disso acontecer eu acabo com você. 


ANA ROSA sorri maliciosamente. TOM vai perdendo a paciência. 


Tom — (nervoso) Você acha que isso é uma brincadeira, Ana Rosa? Se você fizer qualquer coisa para me prejudicar eu mato você. Ouviu? 

Ana Rosa — Você acha que eu tenho medo de você, Tom? Eu sei todos os seus podres. Vai querer arriscar? 


TOM bate com força no volante do carro. Ele está muito instável. 


Tom — Eu só vou te dar um aviso, Ana Rosa. Você não vai querer me ter como seu inimigo. Agora vá embora. Eu não quero te ver mais . Entendeu? 


ANA ROSA sai do carro de TOM com muita raiva. Nenhum deles percebe que um homem estava observando tudo. TOM acelera o carro indo embora deixando ANA ROSA fervendo de ódio.

CORTA PARA/


PORTO DA AREIA, ANOITECE.


CENA 03. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. SUÍTE DO CASAL. INTERIOR. NOITE

GREGÓRIO termina de arrumar a gravata que está em seu pescoço. A câmera gira mostrando ELEANOR descer as escadas da mansão. Ela caminha na direção de seu marido que a olha bem friamente. Ele parece estar muito nervoso. ELEANOR não demonstra medo. 


Gregório — Finalmente você desceu, Eleanor. Hoje é um dia muito importante. Investigadores vão vir até a festa me prestigiar. Se a sua neta não aparecer eu não sei o que eu sou capaz de fazer.

Eleanor — (firme) Não ouse descontar as suas frustrações na Lívia. A nossa neta não tem culpa de você ser um homem desprezível. Isso eu não vou deixar. 

Gregório — É melhor você não me provocar, mulher. Eu não vou admitir essa afronta. Eu espero ter sido claro. 

Eleanor — Eu deveria contar a verdade para a Lívia. A nossa neta merece saber a origem dela. 


GREGÓRIO fica furioso. Ele encara ELEANOR com muito ódio.


Gregório — (nervoso) Você nem pense em fazer isso, Eleanor. Eu jamais vou deixar que a nossa neta fique sabendo que é filha de um pescador imundo. 

Eleanor — E qual é o problema do Sandoval ser um pescador? Ele é um homem decente. Ao contrário de você ele é um homem que não se vende fácil.

Gregório — Não me faça rir, Eleanor. Nós fazemos parte da alta sociedade. E o Sandoval é a escória da cidade. A Lívia nunca vai saber a verdade. 


ELEANOR não acredita nas palavras de GREGÓRIO. O vilão está cada vez mais irredutível. O clima vai se intensificando. 


Gregório — Vamos acabar com esse assunto, Eleanor. Os meus convidados estão chegando. Eu não quero mais saber dessa conversa. Você me entendeu? 

Eleanor — Eu entendi, Gregório. Não diga que não avisei. 


Eleanor sai de perto de GREGÓRIO. O vilão fica sozinho na sala de estar. Ele se serve um copo de whisky. O seu semblante é pensativo. 

CORTA PARA/


CENA 04. HOSPITAL. EMERGÊNCIA. INTERIOR. NOITE 

Um ENFERMEIRO vem trazendo CASSIANO que está desmaiado em uma maçã hospitalar. LÍVIA tenta entrar junto, mas o ENFERMEIRO acaba impedindo. Logo depois DIRCEU tenta acalmar a nossa protagonista, mas ele não consegue. LÍVIA está aflita. 

.

Dirceu — Fica calma, Lívia. Você não pode fazer nada. 

Lívia — (angustiada) Esse é o problema, Dirceu. Eu estou me sentindo impotente. Eu não sei o nome desse homem. Mas eu quero ajudar de algum jeito. É o mínimo que eu posso fazer. 

Dirceu — Eu sei, Lívia. Mas você não pode se esquecer da festa de comemoração do casamento dos seus avós. O Gregório não vai perdoar se você não aparecer. Eu sei que o rapaz está em boas mãos.

Lívia — Você acha que eu estou preocupada com isso, Dirceu? Um homem pode morrer. Nem mesmo Gregório Assunção me tira daqui.


LÍVIA está decidida. DIRCEU fica muito preocupado. 


Dirceu — Como você quiser, menina. Mas eu não posso ficar aqui com você. Se eu não voltar para a mansão o seu avô pode desconfiar. 

Lívia — Eu não consigo entender porque o povo dessa cidade tem tanto medo do meu avô. Ele não passa de um homem tão comum..

Dirceu — (ponderando) Isso é o que você pensa, Lívia. O seu avô é mais perigoso do que você imagina. Tem algo que aconteceu há 25 anos atrás que fez o que ele é hoje. 


DIRCEU percebe que ele disse algo que não devia. 


Lívia — (intrigada) Do que você está falando, Dirceu? O que aconteceu há 25 anos atrás? 

Dirceu — Esquece isso, Lívia. Vai ser melhor assim. 

Lívia — Eu sinto que você está me escondendo alguma coisa, Dirceu. Se você não quer me contar tudo bem. Mas uma hora a verdade vai ter que aparecer. Você sabe disso. 


DIRCEU desconversa. Ele dá um beijo fraternal no rosto de LÍVIA. Ele vai embora do hospital. LÍVIA fica intrigada.

CORTA PARA/


CENA 05. PORTO DA AREIA. PRAÇA. EXTERIOR. NOITE

O barulho das ondas pode ser ouvido de longe. As estrelas enfeitam a noite. FÁTIMA está andando pela praça da cidade imersa em suas lembranças. O olhar de FÁTIMA é bastante enigmático. Ela não percebe, mas está sendo observada por um homem que fica a olhando com estranheza. 


Fátima — (sussurrando) Porto da Areia…. Finalmente nós reencontramos. Depois de todos esses anos aqui estou eu. (P) Eu só espero que o Cassiano sabia o que está fazendo. Essa cidade nunca mais será a mesma. 


FÁTIMA continua andando pela cidade. A câmera se aproxima do homem e podemos ver que se trata do PREFEITO ANÍBAL (Cássio Gabus Mendes). Ele a observa. 


Aníbal — O que essa mulher pensa que está fazendo? Eu nunca tinha visto essa mulher aqui antes. Mas o rosto dela não me é estranho. Tem algo muito errado com ela. 


FÁTIMA continua andando pelas ruas da cidade. O PREFEITO ANÍBAL tenta em ir atrás DE FÁTIMA, mas ela some no meio da escuridão. Ele fica sem reação. 

CORTA PARA/


CENA 06. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE

Muitos convidados estão circulando pela festa. Um GARÇOM serve uma taça de champanhe para GREGÓRIO. A câmera gira e mostra TOM chegando até a festa. Ele caminha na direção de GREGÓRIO. O vilão se serve de um taça de champanhe enquanto GREGÓRIO o olha bem sério. 


Tom — O que houve, Gregório? Você parece aflito. Foi alguma coisa com a Lívia? 

Gregório — (com raiva) Eu não quero falar sobre isso, Tom. O que eu quero mesmo saber encontro com o Sandoval. Pelo visto deu tudo errado. 

Tom — Como o previsto, Gregório. O Sandoval está irredutível. Ele quer continuar com o protesto contra você. Ele acha que os pescadores merecem ficar com o lucro.dps pescados. Isso está ficando insustentável. 

Gregório — E você acha que eu não sei disso, Tom? O Sandoval foi longe demais. Ele me paga. 


GREGÓRIO toma um gole de champanhe. TOM se mostra muito ardiloso. GREGÓRIO não percebe o jeito frio de TOM. 


Gregório — Eu preciso fazer alguma coisa a respeito. Mas isso fica para amanhã. (P) A propósito onde está a Lívia? Se ela não aparecer eu não sei o que eu sou capaz de fazer. 

Tom — Faz dois dias que eu não vejo a sua neta, Gregório. Eu sei que ela vai aparecer. 

Gregório — É bom que você esteja certo, Tom. Se a Lívia não aparecer ela vai saber quem eu qsou de verdade. Ela não vai me envergonhar na frente dos meus convidados. Isso não vai acontecer. 


ELEANOR se aproxima de GREGÓRIO e TOM. Ela cumprimenta TOM e olha friamente para GREGÓRIO.


Gregório — (irritado) O que você veio fazer aqui, Eleanor? Não está vendo que eu e o Tom estamos conversando? Parece que você gosta de me provocar.

Eleanor — Eu vim apenas te avisar que os jornalistas já estão te esperando no jardim. (P) Tem certeza que você vai levar isso a diante? 

Gregório — Você já disse o que queria, Eleanor. Agora vá embora. (P) Vamos até o jardim, Tom. Você como um dos diretores do grupo deve particular de tudo isso. 


TOM olha para GREGÓRIO e ELEANOR de um jeito bem ardiloso. GREGÓRIO coloca sua taça de champanhe sobre a mesa. Em seguida ele e TOM vão para o jardim da mansão.

CORTA PARA/


CENA 07. CASA DE ZÉ BATALHA E ONDINA. COZINHA. INTERIOR. NOITE

Sentados à mesa estão ZÉ BATALHA (Cosme dos Santos) e FRANCHICO que estão sentados e em pé está ONDINA (Zezeh Barbosa) que vai servindo uma bela moqueca para eles. Logo depois ANA ROSA entra para todos com muito desprezo e nojo. O clima fica tenso. ONDINA se aproxima de ANA ROSA, mas a vilã demonstra frieza com todos.

Ondina — (sorrindo) Que bom que você chegou, minha filha. Sente-se. Eu vou te servir um prato. Eu fiz a moqueca que você gosta. 

Ana Rosa — Não obrigada! Eu não tenho tempo para ficar perdendo tempo. Eu tenho um lugar para onde ir. Eu preciso me trocar. 

Zé Batalha — Que história é essa, Ana Rosa? Eu não imaginei que você pensava isso de sua família. Eu estou decepcionado com você.

Franchico — Eu não sei porque isso é uma surpresa para vocês. A Ana Rosa sempre foi assim. Ela não dá a mínima para nenhum de nós. 


ANA ROSA olha com raiva para FRANCHICO. Logo em seguida, ZÉ BATALHA se levanta e encara sua filha. 


Zé Batalha — Fala para mim que o seu irmão está errado, Ana Rosa. Isso não pode ser sério. Você não pode ser tão ingrata assim. 

Ana Rosa — (ardilosa) Você quer mesmo saber? É tudo verdade. (T) Eu me cansei dessa vida simplória que a gente leva. Eu mereço mais do que isso. Eu quero ter dinheiro, frequentar a alta sociedade e não viver nesse lugar nesse lugar deplorável. 

Ondina — Isso não pode ser verdade. Minha filha…. Fala que é mentira. Você não pode estar falando sério. Eu não acredito nisso.

Zé Batalha — A sua mãe te fez uma pergunta, Ana Rosa. Eu acho vom você responder. A .Inha paciência com você já está acabando. 


ANA ROSA olha para todos com muita raiva.


Ana Rosa — Será que é pedir demais ter uma vida melhor? Se vocês estão acostumados com essa miséria, ótimo. Eu quero ter algo que eu nunca tive. Eu quero ser rica. 

Franchico — A nossa realidade sempre foi essa, Ana Rosa. Você deveria estar acostumada. O que você quer é viver uma vida de luxos. E acredite em mim. Isso nunca vai acontecer. 

Ondina — (decepcionada) Como Você pode ser assim, minha filha? O que tem de errado com você? 

Zé Batalha — É melhor você sair da minha frente, Ana Rosa. Eu não quero te ver na minha frente por um bom tempo. Você me entendeu?


LÍVIA olha com ódio para todos. Ela e FRANCHICO se encaram em total silêncio. ZÉ BATALHA observa sua filha. 

CORTA PARA/

CENA 08. HOSPITAL. LEITO. INTERIOR. NOITE 

A câmera fica no olhar preocupado de LÍVIA que está sentada na beira da cama onde CASSIANO está deitado. Ela parece estar muito aflita. Depois de alguns instantes podemos ver os olhos de CASSIANO abrindo os olhos o que deixa LÍVIA muito surpresa. Ele parece estar desorientado. 


Cassiano — Onde eu estou? Que lugar é esse? 

Lívia — (ponderando) Você precisa ficar calmo. Agora você precisa descansar. (P) Eu não sei se você se lembra, mas você sofreu um acidente de helicóptero em alto mar. 


CASSIANO tem flashes do acidente de helicóptero.


Cassiano — (sem acreditar) Acidente??? Eu não estou conseguindo me lembrar de nada. A minha cabeça está rodando. Eu não sei nem quem é você. Eu não estou me sentindo bem.

Lívia — Fui eu que te tirei daquele helicóptero. Mas o helicóptero explodiu logo depois. 

Cassiano — Eu estou tendo alguns flashes do acidente. Eu briguei com o piloto pelo controle do helicóptero. (P) O que foi que aconteceu? Ele também está aqui? 

Lívia — Eu sinto muito. Mas ele não sobreviveu. 


CASSIANO fica abalado. LÍVIA toca em suas mãos.

Lívia — Eu nem posso imaginar o que deve estar passando na sua cabeça. Mas você não pode ficar se culpando. Isso foi uma fatalidade. 

Cassiano — Você tem toda razão. Eu te agradeço por ter salvo a minha vida. A propósito… Eu gostaria de saber o nome da minha heroína. 

Lívia — (sorrindo) Lívia…. Eu me chamo Lívia. 

Cassiano — Muito obrigado por ter salvo a minha vida, Lívia. Eu nunca vou esquecer o que você fez comigo. Eu me chamo Cassiano. 


CASSIANO e LÍVIA trocam olhares intensos. Em um gesto galante, CASSIANO se levanta e dá um suave beijo no rosto de LÍVIA. Ela fica totalmente sem jeito. 

TRILHA SONORA: 

MÚSICA DA CENA: Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim - Ivete Sangalo.

CORTA PARA/


CENA 09. VILA DOS PESCADORES. CASA DE SANDOVAL. QUARTO. INTERIOR. NOITE 

O vento bate com força na janela de madeira da casa simples. Na cama deitado está SANDOVAL que está visivelmente atormentado e algo está perturbando o seu sono. Ele está revirando na cama de um lado para o outro. A câmera se aproxima e vemos que ele está suando muito. SANDOVAL parece não estar com nenhuma paz.

FUNDE PARA/


CENA 10. FLASHBACK. PORTO DA AREIA. CAIS. EXTERIOR. NOITE

Um barco está ancorado no cais da cidade. A câmera acompanha os passos acelerados de um jovem casal que tenta a todo custo chegar no barco que parece ficar cada vez mais longe. Eles são BERENICE (Manuel do Monte) e SANDOVAL (Thiago Martins). Eles são perseguidos por GREGÓRIO, o DELEGADO PRAXEDES (Paulo Mathias Jr) e alguns policiais que estão apontando armas para o casal. 


Gregório — (autoritário) Vocês não têm para onde fugir. É melhor você parar com essa loucura, Berenice. Não é isso que eu quero para você. Você merece mais do que isso. 

Berenice — Esse sempre foi o seu problema, pai. Você acha que pode controlar a minha vida. Eu amo o Sandoval e nada vai mudar isso. 

Gregório — Se é isso que você quer, Berenice. Então que assim seja. Praxedes… O que você está esperando. Prenda logo esse pescador. 

Praxedes — Não se mexa, Sandoval. Você está preso. 

Sandoval — Você está louco. Eu não fiz nada. 


BERENICE segura as mãos de SANDOVAL. Eles tentam correr em direção ao barco. GREGÓRIO fica fora de si.


Cassiano — Não complique ainda mais essa situação, Berenice. O que eu faço é pelo seu bem. 

Berenice — (nervosa) Eu não vou deixar você fazer essa covardia com o Sandoval, pai. Porque você não aceita que a gente se ama? 

Sandoval — Porque você não desiste, Gregório? Você não pode impedir que eu, a Berenice e a nossa filha fiquemos juntos. Essa é a verdade. 

Gregório — Quer apostar? Vocês não me conhecem. 


Sem pensar duas vezes GREGÓRIO puxa a arma da cintura do DELEGADO PRAXEDES. Ele aponta a arma na direção de SANDOVAL. O desespero de BERENICE é imediato. 


Berenice — O que é isso, pai? Abaixa essa arma. 

Sandoval — (ponderando) É melhor você ouvir o que a sua filha está falando, Gregório. Onde você está pensando em levar essa loucura? 

Gregório — Eu vou acabar com essa história agora mesmo. Eu não vou deixar que a minha única filha se case com um pescador imundo. Acabou, Sandoval. É o seu fim. 


GREGÓRIO dá um tiro na direção de SANDOVAL. Sem pensar duas vezes BERENICE se joga na frente e é atingida pelo tiro caindo no chão. SANDOVAL fica estarrecido com o que ele vê. Ele pega sua amada em seus braços. SANDOVAL e BERENICE trocam olhares pela última vez e depois morre nos braços de seu grande amor. Logo depois a câmera mostra que GREGÓRIO deixa a arma cair no chão e fica totalmente sem reação. 

FIM DO FLASHBACK

FUNDE PARA/


CENA 11. VILA DOS PESCADORES. CASA DE SANDOVAL. QUARTO. INTERIOR. NOITE

Continuação imediata da cena 9. SANDOVAL acorda assustado e muito atormentado. Ele se senta na cama e o seu rosto mostra toda a sua angústia. Ele pega uma foto de BERENICE que está no criado mudo ao lado da cama. Os seus olhos se enchem de lágrimas. 


Sandoval — (chorando) Berenice…. Meu amor…. Eu te prometo que o seu pai vai pagar caro o que ele fez com você. E eu juro que eu vou contar a verdade para a nossa filha. A Lívia merece saber quem é o pai dela. 


SANDOVAL se levanta e o seu semblante é bem sério.


Sandoval — Enquanto eu estiver vivo eu não vou deixar que o seu pai destrua esse paraíso que a gente aprendeu a amar. Isso é uma promessa meu amor. L


Ainda segurando a foto de BERENICE que está em suas mãos, SANDOVAL olha para a imensidão do mar que é enfeitado pelo o brilho da lua. Ele está muito decidido. 

CORTA PARA/


CENA 12. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. NOITE

No centro do jardim da mansão estão GREGÓRIO e TOM que estão sendo rodeados por diversos jornalistas, fotógrafos e pessoas da alta sociedade. GREGÓRIO não consegue esconder a sua raiva. TOM olha para GREGÓRIO bem frio. Nesse momento DIRCEU vai passando pelo jardim quando GREGÓRIO o puxa pelo braço para um canto. TOM fica ouvindo tudo o que eles estão conversando. 


Gregório — (sussurrando) Eu posso saber onde você se enfiou, Dirceu? E onde está a minha neta? E nem pense em mentir para mim.

Dirceu — Eu não sei do que o senhor está falando, patrão. Faz tempo que não vejo a Lívia. 

Tom — Como você pode ser tão mentiroso assim, seu insolente? É melhor você começar falar a verdade. Quer perder o seu emprego? 

Gregório — Você ouviu, Dirceu. Fale agora mesmo. 


DIRCEU fica encurralado. GREGÓRIO fica o pressionando. 


Dirceu — Tudo bem, patrão. Eu vou contar a verdade. (P) Hoje a tarde ouve um acidente de helicóptero em alto mar. A sua neta se arriscou para salvar a vida de um homem. E ela está no hospital preocupada com ele 

Gregório — (furioso) Que brincadeira é essa, Dirceu? A minha neta não pode estar fazendo isso. 

Tom — Isso só pode ser uma afronta. A minha noiva fazendo isso é algo ultrajante. Eu vou agora mesmo ao hospital para tirar essa hospital a limpo. A Lívia me deve explicações. 

Gregório — Você vai ficar exatamente onde está, Tom. Eu preciso que fique aqui para impedir que as coisas saem mais do controle. Eu tenho contas para acertar com a Lívia. 


TOM fica irritado. GREGÓRIO está com muito ódio.


Dirceu — Senhor Gregório…. Eu queria te pedir para não ser tão duro com a Lívia. Ela se parece muito com a própria mãe. 

Gregório — (frio) Eu não quero falar sobre isso agora. A Lívia me desafiou. Ela vai se ver comigo. 


GREGÓRIO sai da mansão. TOM olha para DIRCEU.


Tom — Nunca mais ouse falar assim comigo, Dirceu. Você deveria saber qual é o seu lugar. Você é apenas um empregado. Quando eu for dono de tudo isso, a primeira coisa que vou fazer é te mandar para o olho da rua. Agora saia da minha frente.


TOM sai andando do jardim da mansão tomando uma taça de champanhe. A câmera mostra o olhar sério de DIRCEU.

CORTA PARA/


CENA 13. HOSPITAL. LEITO. INTERIOR. NOITE

A câmera mostra de uma forma mais íntima que CASSIANO e LÍVIA estão sentados um do lado do outro na cama. É inegável que eles não conseguem parar de se olhar. Os olhares de CASSIANO e LÍVIA parecem perdidos e fora de tempo. Ele segura as mãos de LÍVIA e a olha bem firme. 


Cassiano — Eu nem sei como agradecer por tudo o que você fez por mim, Lívia. Se não fosse por você eu deveria morto agora. 

Lívia — Eu só fiz o que é certo. Nada além disso. 

Cassiano — Você é uma heroína, Lívia. Você apareceu quando eu mais precisava. 

Lívia — (sem jeito) Você não tem nada que me agradecer, Cassiano. Eu só queria ter certeza que você iria ficar bem. 


CASSIANO esboça um sorriso. Ele tenta dar um beijo no rosto de LÍVIA, mas se recusa. Eles ficam se olhando.


Lívia — Eu sinto muito, Cassiano. Mas isso não está certo. Eu sou comprometida. E o meu noivo não vai gostar nada disso. 

Cassiano — (se desculpando) Eu sinto muito, Lívia. Eu não queria te ofender. Eu não nego que você é uma mulher muito atraente, mas eu jamais faria nada que você não quisesse.

Lívia — Eu espero que você se recupere logo, Cassiano. Eu não posso mais ficar aqui. Eu sinto que se eu ficar aqui eu vou acabar tendo sensações que eu não posso ter. 


Sem pensar duas vezes LÍVIA sai do leito hospitalar. A câmera foca em CASSIANO que está muito confuso. 


Cassiano — (sorrindo) Eu ainda vou te ver. Eu juro. 


CASSIANO sorri. Ele se deita na cama bem animado. 

CORTA PARA/


CENA 14. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE 

Muitos convidados vem andando de um lado para o outro da sala de está da mansão. Um GARÇOM entrega um copo de whisky para TOM que o trata com desprezo. Para a surpresa de TOM quem chega na festa é ANA ROSA que está muito bem vestida. Ela chega perto de TOM que se desespera. 


Tom — (sussurrando) O que você está fazendo aqui, Ana Rosa? Você ficou louca? Se alguém ver a gente juntos tudo estará perdido. Eu acho melhor você ir. Esse não é seu lugar. 

Ana Rosa — Você acha que pode me prometer o mundo e depois ne jogar fora? Essa é a vida que eu mereço. E você vai me ajudar. 

Tom — Não me ameace. Você não é nada. 

Ana Rosa — Você acha isso mesmo? Vamos esperar a Lívia chegar e vamos perguntar o que ela acha sobre tudo isso. Ela não vai gostar. 


TOM segura ANA ROSA pelo pescoço com muita raiva. 


Tom — Eu disse que você precisa ter paciência, Ana Rosa. A fortuna do Gregório vai ser nossa. Disso você pode ter certeza. 

Ana Rosa — (nervosa) Eu cansei das suas promessas vazias, Tom. Eu não sou mulher de ficar com as sobras da Lívia. Eu quero tudo e agora. 

Tom — Eu não posso fazer nada por você, Ana Rosa. Essa sua ganância vai acabar com os nosso planos. Eu não vou deixar isso acontecer. Antes eu acabo com você. 


ANA ROSA sorri enquanto toma uma taça de champanhe. 


Ana Rosa — (sorrindo) Como você é dramático, Tom. A tonta da Lívia nunca vai descobrir a verdade. Disso eu tenho certeza. 

Tom — Eu acho bom mesmo, Ana Rosa. Isso não é um jogo. E eu tenho muito a perder. 


ANA ROSA sorrir maliciosamente. Ela e TOM.se olham em uma tensão sexual. Eles não percebem, mas estão sendo observados por ELEANOR. Ela não gosta do que vê.

CORTA PARA/


CENA 15. HOSPITAL . CORREDOR. INTERIOR. NOITE

LÍVIA vem andando pelo corredor do hospital totalmente perdida em seus pensamentos. Ela fica se lembrando da tentativa de CASSIANO de beijá-la. Para a surpresa de LÍVIA ela.acaba ficando cara a cara com GREGÓRIO que está fervendo de ódio. Ele a olha de um jeito bem frio.


Gregório — Então foi aqui que você se enfiou o dia inteiro, Lívia? Eu disse para você o quanto a sua presença na festa era importante. Mas você preferiu me contrariar. O que tem de errado com você?

Lívia — (corajosa) O que tem de errado comigo? Eu disse que eu não iria até a festa. Você não vai me usar de isca para se dar perante a mídia. Isso não vai acontecer.

Gregório — Isso é do interesse da nossa família. Eu já soube que você preferiu ficar cuidando de um desconhecido do que ajudar o seu próprio avô. Isso não está a certo. Você deixou o Tom plantado.na festa. 

Lívia — Com o Tom eu me entendo depois. Eu precisava deixar a minha consciência limpa. Eu não ia ficar bem sabendo que um homem inocente podia morrer. Eu não sou assim. 


GREGÓRIO fica ainda mais nervoso. LÍVIA está decidida. 


Gregório — (nervoso) É isso mesmo que você quer, Lívia? Depois que as coisas piorarem não pense em me procurar. Você me ouviu? 

Lívia — Eu não vou te ajudar. Aceite isso. 

Gregório — Você não passa de uma garota mimada, Lívia. Você sempre teve tudo o que sempre quis. Isso fez ser essa pessoa que é hoje. Mas eu vou conseguir abaixar a sua crista. 

Lívia — Faça o que  quiser. A conversa acabou. 


GREGÓRIO fica ainda mais fora de controle. Ele levanta a mão para bater em Lívia. Ela não demonstra medo.


Lívia — O que foi que aconteceu, Gregório? Você perdeu a coragem? Você é uma grande decepção. Eu sinto vergonha de você. 

Gregório — Você não sabe onde está se metendo, Lívia. Em Porto da Areia todos fazem o que eu quero. Sempre foi assim e não vai mudar. 

Lívia — (séria) Deixa eu te contar uma novidade, Vô. Eu não sou todo mundo. Você não vai controlar a minha vida. Pode esquecer isso. 


GREGÓRIO ameaça dar um tapa em LÍVIA. Nesse exato momento CASSIANO sai de seu leito hospitalar e fica na frente de LÍVIA. Ele e GREGÓRIO ficam frente a frente. O clima de tensão vai aumentando. CASSIANO e GREGÓRIO ficam se encarando. LÍVIA fica muito tensa com a situação. 


A imagem congela no clima de tensão entre CASSIANO, LÍVIA e GREGÓRIO. Aos poucos uma onda invade a tela dando efeito e encerrando o capítulo. 













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