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Maré Alta - Capítulo 03

 




MARÉ ALTA 

CAPÍTULO 3


Criada e escrita por: Luan Maciel 

Produção Executiva: Ranable Webs



CENA 01. HOSPITAL. CORREDOR. INTERIOR.

Continuação imediata do capítulo anterior. CASSIANO e GREGÓRIO continuam se enfrentando de uma forma bem intensa. LÍVIA continua parada sem saber o que fazer. GREGÓRIO olha para CASSIANO com muito desprezo. 


Gregório — Olha só para você. Não passa de um pobre coitado. Por sua culpa a minha neta deixou de ir em um evento de família. Mas eu prometo que isso vai ficar assim. 

Cassiano — (sério) Isso não me interessa. Eu não vou admitir que você encoste essa sua mão imunda na Lívia. Você está me ouvindo? 

Lívia — O que você pensa que está fazendo, Vô? Você está indo longe demais. Já chega!!! 

Gregório — Essa é uma briga que você não vai querer comprar, rapaz. Você não sabe com quem está mexendo. Isso eu te garanto. 


CASSIANO não demonstra medo das ameaças de GREGÓRIO. Em seguida LÍVIA fica ao lado dele. 

Gregório — Você é uma grande decepção para mi, Lívia. Eu não esperava que fosse assim. 

Lívia — Foi você que provocou tudo isso Gregório. Mas eu acho melhor você ir embora agora mesmo. Vai ser melhor assim. 

Cassiano — Você ouviu ela. Vá embora agora mesmo. 

Gregório — Isso não vai ficar assim. Eu vou acabar com você. Você pode acreditar nisso. 


Gregório vai embora. CASSIANO e LÍVIA se olham.


Lívia — (preocupada) Você não deveria ter feito isso, Cassiano. O meu avô é o homem mais importante de Porto da Areia. Ele não vai descansar enquanto não te destruir. 

Cassiano — Você não tem nada para se preocupar, Lívia. Eu sei muito bem me cuidar. E eu precisava agradecer pelo que fez por mim. 


LÍVIA sorri. CASSIANO dá um suave beijo no rosto de LÍVIA. CASSIANO volta para o seu leito. LÍVIA fica parada no corredor do hospital. Ela ainda está muito atônita. 

CORTA PARA/


CENA 02. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. NOITE

Os convidados, jornalistas e fotógrafos começam a ir embora. ANA ROSA também está indo embora quando TOM aparece e a segura pelo braço com bastante força. Ela ameaça gritar, nas o vilão é mais audacioso e joga ANA ROSA contra um arbusto pequeno e bastante escuro. 


Tom — (ameaçador) Onde você pensa que está indo, Ana Rosa? Você não vai a lugar nenhum. Antes você vai me escutar. 

Ana Rosa — O que você ainda quer falar comigo, Tom? Eu não quero mais nesse lugar. 

Tom — Você não vai se arrepender. Eu garanto. 

Ana Rosa — Fale de uma vez o que você quer, Tom. O que você pode querer do que já tirou de mim. Eu não suporto a idéia de você se casar com a Lívia. Você é para ser meu. 


TOM sorri maliciosamente. ANA ROSA fica confusa. 


Ana Rosa — Do que é que você está rindo, Tom? Por algum acaso eu sou palhaça? Diz logo. 

Tom — (ardiloso) Você ainda não entendeu, Ana Rosa. Nós vamos colocas as mãos na fortuna do Gregório mais rápido que a gente tinha imaginado. 

Ana Rosa — Do que você está falando, Tom? No momento isso é impossível. A Lívia é a única herdeira do Gregório. E mesmo que você se case com ela nada garante que teremos acesso a fortuna dele. 


Tom continua sorrindo. Ele puxa Ana Rosa para um canto. 


Tom — É isso que você pensa, Ana Rosa. Eu vou tirar a Lívia do nosso caminho. E será algo que essa cidade nunca vai esquecer. 

Ana Rosa — (intrigada) Isso muito me interessa, Tom. Finalmente aquela sonsa da Lívia vai ter o que ela merece. (P) E eu terei a vida que eu mereço. Uma vida cheia de luxos. 

Tom — Eu sabia que você iria gostar, Ana Rosa. Se você me ajudar eu te garanto que vai se dar muito bem. Você não é tão diferente de mim. Você é uma invejosa. 


ANA ROSA olha para TOM de um jeito bem cínico. Ela beija TOM com muita volúpia. O vilão corresponde o beijo com desejo. Eles ficam se beijando com muita vontade. 

TRILHA SONORA: Fogo e Gasolina - Roberta Sá & Lenine 

CORTA PARA/


CENA 03. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE

ELEANOR está sentada no sofá da sala pensando na cena que viu anteriormente (TOM e ANA ROSA se beijando). Os seus pensamentos estão muito longe. Em seguida, DIRCEU se aproxima de ELEANOR o que acaba fazendo com que ela volte para a realidade. Ele percebe a tristeza de ELEANOR.


Dirceu — Eu sinto muito, dona Eleanor. Eu não queria te assustar. Eu vim apenas para saber como a senhora está. Eu vi o jeito que a senhora ficou durante a festa. 

Eleanor — Você sabe não é preciso de toda essa formalidade, Dirceu. Mas você está certo. Eu não estou nada bem. Eu vi o Tom conversando com uma mulher que eu nunca vi antes. Eles se olham de um jeito estranho. 

Dirceu — O que a senhora quer dizer com isso, dona Eleanor? Você acha que o Tom está traindo a Lívia? Isso não é possível. 

Eleanor — (pensativa) Eu não tenho certeza de nada, Dirceu. Mas eu não coloco a minha mão no fogo pelo Tom. Ele é bom demais para o meu gosto. Isso me incomoda. 


DIRCEU fica em incomodado. ELEANOR percebe isso. 


Eleanor — O que você está me escondendo, Dirceu? Você trabalha para a minha família mesmo antes de eu me casar com o Gregório. Se tem algo te incomodando pode falar. 

Dirceu — Eu não queria ter esse tipo de liberdade, patrões. Mas eu não confio no Tom. Ele não me passa confiança. E a sua neta me confessou que não ama mais ele.

Eleanor — Isso não é uma novidade para mim, Dirceu. O único que não consegue ver isso é o Gregório. Ele nunca vai aceitar isso. 


ELEANOR se levanta. Ela fica andando pela sala de estar. 


Eleanor — (séria) Eu também nunca confiei no Tom. Ele não é quem eu quero para ser marido da minha neta. A Lívia precisa ficar livre dele. 

Dirceu — Se o seu marido ficou do jeito que ficou só pelo fato da Lívia ter salvo a vida de um homem em alto mar imagina o que ele vai fazer quando a Lívia disser que não vai mais se casar com o Tom. Ele vai enlouquecer. 

Eleanor — Infelizmente você está certo, Dirceu. Mas se o Gregório pensa que eu vou deixar ele estragar a vida da minha neta ele está muito enganado. A felicidade da Lívia é o que realmente importa. 


DIRCEU concorda balançando a cabeça. ELEANOR está bastante decidida. Nesse instante GREGÓRIO entra na mansão. Ele passa por ELEANOR e DIRCEU sem dizer absolutamente nada. Ele sobe as escadas da mansão. ELEANOR e DIRCEU se olham muito apreensivos.

CORTA PARA/


CENA 04. VILA DOS PESCADORES. CASA DE SANDOVAL. INTERIOR. NOITE

CLOSE no olhar preocupado de SANDOVAL. Ele está muito aflito. Uma batida em sua porta pode ser ouvida. SANDOVAL se levanta e abre a porta. ZÉ BATALHA e FRANCHICO entram e percebem que SANDOVAL está preocupado. 


Zé Batalha — O que foi que aconteceu, Sandoval? Porque nós chamou até aqui  a essa hora? 

Sandoval — Eu sei que já é tarde, mas o que eu preciso falar não pode mais esperar. (P) Eu recebi uma proposta de suborno para esquecer essa manifestação contra o Gregório. Vocês precisavam saber disso.

Franchico — Isso não pode ser verdade. Aquele maldito do Gregório teve coragem de tentar te subornar, meu amigo? Ele é um canalha. 

Sandoval — Nem para isso o Gregório tem coragem. Quem fez essa proposta indecente foi o Tom. Eles querem destruir todo esse paraíso que a gente tanto respeita e ama. 


ZÉ BATALHA e FRANCHICO ficam surpresos.


Zé Batalha — E o que você quer fazer, Sandoval? O Gregório e o Tom não vão desistir de tirar a gente daqui. Eles querem nos destruir. 

Sandoval — (firme) O problema nunca foi com vocês, Zé Batalha. O problema do Gregório é comigo. Ele quer me ver na ruína. Mas eu nunca vou abaixar a cabeça para ele. 

Franchico — Do que é que você está falando, Sandoval? Porque motivo o Gregório iria querer te destruir? Isso não faz sentido. 

Zé Batalha — Isso não é assunto para esse momento, Franchico. Tem coisas que não devemos saber. E o Sandoval não quer falar disso. 


SANDOVAL toca nos ombros de ZÉ BATALHA..


Sandoval — Está tudo bem, Zé Batalha. O Franchico vai ficar sabendo e toda a verdade mesmo. (T) Franchico…. A verdade é que eu sou o verdadeiro pai da Lívia. É por esse motivo que o Gregório me odeia tanto. 

Franchico — Agora tudo faz sentido. Por isso que você quer tanto proteger a Lívia. O Gregório não vai desistir de acabar com a vila.

Zé Batalha — (ponderando) Você está certo, meu filho. Se todos os pescadores não se unirem vamos acabar perdendo tudo o que nós temos. Isso não pode acontecer. 


SANDOVAL concorda. O silêncio que fica é ensurdecedor. 

CORTA PARA/


CENA 05. PENSÃO DE JOSEFA. QUARTO. INTERIOR. NOITE 

A câmera mostra um garoto vendo um álbum de fotografias e o seu semblante é de muita tristeza. O menino é o pequeno JUCA (Théo Salomão) que começa a chorar ao ver a foto de sua mãe. Logo depois JOSEFA (Ana Carbatti) que se senta ao lado de JUCA e ela enxuga as suas lágrimas.


Josefa — Você está novamente vendo as fotos de sua mãe, não é mesmo, Juca? Eu sei que você sente a falta dela. Tenha calma, Juca. 

Juca — (chorando) Eu não consigo entender o porque da minha mãe ficar tão longe. Será que ela não lembra de mim? 

Josefa — Nunca mais fale isso, menino. Você não pode imaginar como ela te ama. Mas tem coisas que nós fazem ficar bem longe.

Juca — Eu queria tanto a minha mãe aqui comigo. Ela me faz tanta falta. Eu nem consigo me lembrar como ela é. 

Josefa engole a seco. Juca fica olhando o álbum de fotos. 


Josefa — Eu sei que eu não sou a sua mãe, Juca. Mas eu u vou fazer o que eu puder para que você se sinta confortável e amado. 

Juca — (triste) Será que algum dia a minha mãe vai voltar, Josefa? O que eu fiz de errado? 

Josefa — Você não fez nada de errado, Juca. Muito pelo contrário. As vezes os adultos são muito complicados. Mas agora você precisa dormir. Já está ficando muito tarde.


JUCA fecha o álbum de fotografias. Ele se deita na cama para dormir. JOSEFA vai até a porta e apaga a luz.


Josefa — (sussurrando) Se depender de mim você nunca mais vai ver a sua mãe. Aquela mulher não te merece. Você agora é meu. 


O tom de voz de JOSEFA é de quem não é confiável. Ela fecha a porta. JUCA adormece pensando em sua mãe.

CORTA PARA/


CENA 06. SOBRADO DE ANÍBAL. SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE 

O PREFEITO ANÍBAL está ao telefone em uma bastante séria. A câmera mostra que a porta vai se abrindo e vemos uma mulher entrar no sobrado. Ela é CLARICE (Renata Gaspar) que fica intrigada ao ouvir o final da conversa de sue pai ao telefone. Em seguida o PREFEITO ANÍBAL se senta no sofá e CLARICE fica parado em sua frente.


Clarice — (intrigada) Porque eu estou com a sensação que o senhor quer me contar alguma coisa, pai? O que foi que houve? 

Aníbal — Você sempre sabe o que está acontecendo com todos , Clarice. (P) Bom… Eu vou contar de uma vez. Eu decidi cortar todos os cartões de crédito da sua irmã. Ela não vai mais gastar o meu dinheiro a toa. 

Clarice — Você tem certeza disso, pai? A Baby não vai gostar nada disso. Ela vai ficar maluca. 

Aníbal — Essa é a intenção, Clarice. A sua irmã se tornou uma pessoa tão mimada e mesquinha. Eu quero que ela volte para nós. 


CLARICE não acredita no que está ouvindo. O PREFEITO ANÍBAL se levanta demonstrando muita firmeza. 


Clarice — A Baby voltar para Porto da Areia? Eu não consigo ver isso acontecendo, pai. Você mesmo disse. A minha irmã é muito mimada. O que ela iria fazer aqui? Ela não vai aceitar. 

Aníbal — Eu sei muito bem como a sua irmã vai reagir, Clarice. Mas não tem mais volta. O banco já cancelou todos os cartões. Agora a Bárbara não vai ter escolha a não ser voltar para Porto da Areia. 

Clarice — Se você acha que está fazendo a coisa certa então que assim seja, pai. Mas se prepare, pois uma tempestade está para se forma em cima de sua cabeça. 


O PREFEITO ANÍBAL não dá importância para o aviso de CLARICE. Ele olha agora o semblante sério de sua filha. 


Clarice — (lúcida) Você não pode obrigar a Baby a voltar para Porto da Areia, pai. A minha irmã nunca gostou de assumir responsabilidades. 

Aníbal — Você quer aposto que eu posso, Clarice? Eu vou acabar com a farra da sua irmã. Ela não vai ter outra escolha a não ser voltará para a nossa cidade. Tenho certeza disso. 


CLARICE fica abismada o jeito que seu pai está agindo. 

CORTA PARA/


CENA 07. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. SUÍTE DO CASAL. INTERIOR. NOITE

A câmera acompanha ELEANOR entra na suíte do casal e podemos que GREGÓRIO está tirando o seu paletó. ELEANOR fica parado atrás de seu marido. GREGÓRIO e olha com muito ódio para sua esposa que o enfrenta.


Gregório — (furioso) Você está satisfeita Eleanor? Graças a sua neta a festa que eu tanto planejei foi por água abaixo. E tudo por causa de que? Por um homem estranho que ele não conhece. Isso não vai ficar assim. 

Eleanor — Escuta bem o que eu vou te falar, Gregório. Se você tentar fazer alguma contra a minha neta você vai se arrepender. 

Gregório — Deixe de falar bobagens, Eleanor. Você acha que um homem como tem medo de falsas ameaças? A Lívia vai me pagar. 

Eleanor — Eu não estou brincando, Gregório. Eu suportei tanta coisa estando ao seu lado. Mas isso eu não vou admitir. Se você fazer alguma coisa com a Lívia eu te coloco na cadeia pela morte da nossa filha. 


GREGÓRIO fica fora de si. Ele segura ELEANOR com raiva. 


Eleanor — (nervosa) Me solta, Gregório. Você está me machucando. Eu estou te avisando. 

Gregório — Quantas vezes eu falei para você esquecer esse assunto, Eleanor? Eu não vou deixar você acabar com a minha reputação. Eu tenho dinheiro. Me ouviu?.

Eleanor — Seu dinheiro? Não seja hipócrita, Gregório. Tudo o que você tem é graças a herança do meu pai. Você não é nada. 


GREGÓRIO dá um tapa na cara de ELEANOR. Logo depois ele a joga na cama com muita brutalidade. 


Gregório — Você nunca vai me entregar, Eleanor. E sabe porque? Você não vai conseguir viver sem essa vida de luxos que eu te dou. É melhor você esquecer essa conversa. 

Eleanor — Faça o que você quiser, Gregório. Mas se você encostar na minha neta eu não vou pensar duas vezes em acabar com essa imagem imaculada que você possui. 


GREGÓRIO sai da suíte totalmente fora de si. A câmera mostra o olhar aflito de ELEANOR que fica apavorada.

CORTA PARA/


CENA 08. VILA DOS PESCADORES. CARRO. EXTERIOR. NOITE

Um carro vem chegando até a vila de pescadores. De dentro do carro saem TOM e ANA ROSA que sem pudor nenhum ficam se beijando sem nenhum pudor. Logo depois TOM segura ANA ROSA pelo braço força. Ela sorri.


Tom — Eu acho melhor você ir embora, Ana Rosa. Ninguém pode nos ver juntos. Se isso acontecer será o fim dos nossos planos. 

Ana Rosa — (fria) Com isso você não precisa se preocupar, meu gato. Se depender de mim em breve a Lívia vai ter o que ela merece. E eu terei a vida que sempre sonhei. 

Tom — Vai embora. Eu tenho que sair daqui. 


ANA ROSA são andando de um jeito bek sexy até sumir no meio da escuridão. Quando TOM estava prestes a entrar em seu carro ele é surpreendido por um homem RIBEIRINHO. 


Ribeirinho — (aplaudindo) Quem diria! Que o braco-direito do poderoso Gregório Assunção seria um canalha de marca maior. Aposto que a Lívia vai adorar saber que o noivo está tendo um caso com uma mulher de quinta categoria. Você é um maldito, Tom. 

Tom — Você quer falar baixo? Eu sei que você não vai falar nada. Eu pago pelo seu silêncio. Você pode se dar bem com isso.

Ribeirinho — Você acha que eu quero dinheiro? Como você é previsível. Assim você me ofende. 

Tom — Fala logo. Qual o valor do seu silêncio? 


O RIBEIRINHO olha para TOM de um jeito ganancioso. 


Ribeirinho — Que tal 5 milhões? Você tem 48 horas para dar o meu dinheiro. Ou então a sua noiva vai saber de toda a verdade. 

Tom — (nervoso) Você acha que pode me ameaçar? Eu devia te matar agora mesmo. 

Ribeirinho — Eu acredito que sim. Mas mesmo assim vás fotos de você e aquela cadela da Ana Rosa se beijando vai chegar até a Lívia. 

Tom — Seu desgraçado…. Você venceu. Agora saia da minha frente. Eu não quero te ver mais na minha frente. Seu chantagista. 


O RIBEIRINHO continua sorrindo. TOM entra em seu carro e vai embora da vila dos pescadores. O RIBEIRINHO observa. 

CORTA PARA/


PORTO DA AREIA, AMANHECE.


CENA 09. PORTO DA AREIA. EXTERIOR. AMANHECER

O sol nasce em Porto da Areia. O brilho do sol que emana é brilhante. A câmera vai mostrando vários pescadores saindo em seus barcos para alto mar. Outros pescadores vão lançando suas redes ao mar. Entre eles estão SANDOVAL e FRANCHICO. O dia está com um céu azul e o sol quente enfeitam a paisagem desse pequeno paraíso. 

TRILHA SONORA: Luz do Sol - Jorge Vercilo 

CORTA PARA/


CENA 10. HOSPITAL. LEITO HOSPITALAR. INTERIOR. MANHà

CLOSE fechado em CASSIANO que está sentado na cama com os seus pensamentos em LÍVIA. Nesse momento a porta do leito vai se abrindo e FÁTIMA entra indo na direção de CASSIANO. Ela o abraça bem forte. CASSIANO a olha de um jeito bem sério. FÁTIMA está muito angustiada. 


Fátima — (angustiada) Quando você iria me contar o que aconteceu, Cassiano. Você quase morreu. Você não sabe como eu me senti. 

Cassiano — Não é para tanto, Fátima. Eu estou vivo. 

Fátima — Não é para tanto? Eu soube que você salvo em alto mar. Eu sabia que se você voltasse para essa cidade algo iria acabar acontecendo. Mas parece que você não está preocupado. O que você tem, Cassiano? 

Cassiano — E não estou mesmo, Fátima. Quem me salvou foi um anjo. A Lívia é o meu anjo.


FÁTIMA fica muito incomodada. CASSIANO fica confuso. 


Fátima — (séria) Cassiano…. Eu sei que você ficou impressionado com tudo o que aconteceu. Mas você precisa se afastar dessa mulher. Você não imagina quem ela é de verdade.

Cassiano — Do que você está falando, Fátima? Como você pode ter tanta certeza assim? Eu não quero que você fale assim da Lívia.

Fátima — Ela pode ser uma boa pessoa, mas ela nunca vai ser mulher para você. Escuta o que eu estou falando. Eu quero te proteger. 


CASSIANO fica bem sério. Ele se levanta e encara FÁTIMA. 


Cassiano — Fala logo de uma vez, Fátima. O que você está escondendo de mim? Diz logo. 

Fátima — (respirando fundo) Essa moça…. A Lívia…. Ela é intocável. Ela é neta de quem você menos imagina. O avô dela é o Gregório Assunção. O homem que você tanto odeia. 

Cassiano — Você não pode estar falando sério, Fátima. Isso seria coincidência demais. Eu não estou acreditando nisso. É tão surreal. 


CASSIANO fica em estado de choque. FÁTIMA tenta se aproximar dele. Mas CASSIANO se mostra irredutível. 

CORTA PARA/


CENA 11. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. SALA DE JANTAR. INTERIOR. MANHà

GREGÓRIO e ELEANOR à mesa de café da manhã de lados opostos. GREGÓRIO toma xícara de café enquanto ELEANOR olha para com muita frieza. Tempo. LÍVIA entra na sala de jantar parando na frente de GREGÓRIO. Ele coloca a xícara de café na mesa e olha fixamente para LÍVIA. 


Gregório — (frio) Então você resolveu aparecer, Lívia? Depois da vergonha que você me fez passar. O que você fez não tem perdão.

Lívia — Eu te fiz passar vergonha? Você queria me usar como isca para trair a atenção da imprensa. Isso eu jamais vou admitir.

Eleanor — Já chega!!! Até onde vocês pretendem levar essa guerra? Isso precisa ter um fim. 

Gregório — Isso é tão do culpa sua, Eleanor. Está vendo no que você transformou a nossa neta? Agora ela está a mercê de um aproveitador que ninguém sabe quem é.


LÍVIA fica muito nervosa. GREGÓRIO se mantém firme. 


Lívia — O Cassiano é muito melhor ir você. Eu posso conhecer ele a pouco tempo, mas ele mostrou ter mais caráter que você. 

Gregório — (batendo na mesa) Eu não quero mais saber desse assunto, Lívia. Eu te proíbo de encontrar com esse homem novamente. 

Eleanor — O que você está fazendo, Gregório? Você não pode fazer isso. Você está louco. 


GREGÓRIO se levanta. LÍVIA o enfrente com muita coragem. 


Lívia — (se enchendo de coragem) Está tudo bem, Vó. Finalmente a máscara do poderoso Gregório Assunção está caindo. (P) Você não pode me impedir de ver o Cassiano. E se você quer saber eu vou terminar tudo com o Tom. Ele não é o homem que eu quero ao meu lado. Isso que vou fazer. 

Gregório — Você ainda está com essa ideia, Lívia? Eu não vou admitir que você estrague ainda mais a minha reputação. Você me ouviu? 

Lívia — Eu não consigo entender o que tem de errado com você, Vô. Mas eu não vou desistir do que eu acredito ser o certo. É melhor você não tentar me impedir. 


LÍVIA dá as costas e sai da sala de jantar. GREGÓRIO fica muito furioso com a atitude de LÍVIA. a câmera foca no olhar de ELEANOR que está visivelmente preocupada.

CORTA PARA/


CENA 12. CASA DE ZÉ BATALHA E ONDINA. COZINHA. INTERIOR. MANHà

A câmera entra pela janela da cozinha mostrando que ANA ROSA está tomando café da manhã. Em um corte rápido vemos FRANCHICO entrar na cozinha o que deixa ANA ROSA totalmente incomodada. Ele fica parado a uma certa distância de ANA ROSA que o olha com desprezo.


Ana Rosa — (nervosa) O que você está fazendo aqui, Franchico? Não bastou tentar os nossos pais contra mim? Você é muito baixo. 

Franchico — Isso não pode ser sério, Ana Rosa. Você nunca suportou a vida que a gente leva. Olha o jeito que você tratou os nosso país. Você deveria ser um pouco mais grata. 

Ana Rosa — Ser grata pelo o que exatamente? Por ser humilhada? Se você está acostumado com essa mesmice, ótimo. Mas eu quero mais. 

Franchico — Esse é o seu problema, Ana Rosa. Você sempre teve mania de grandeza. Acha que o mundo gira em torno de você mesma. Mas não gira. Você não passa de uma mal agradecida e uma invejosa.

ANA ROSA fica muito possessa. Ela se levanta.


Ana Rosa — Você nunca mais fale assim comigo, Franchico. Você é um simples pescador. 

Franchico — E o que tem de errado em ser um pescador? Quando foi que você se perdeu? Eu te admirava tanto. Essa sua ganância não vai te levar a lugar nenhum. 

Ana Rosa — Chega! Eu não quero mais ouvir nada. 


FRANCHICO não diz nada. ANA ROSA o olha com desprezo. 


Ana Rosa — (impaciente) O que foi dessa vez, Franchico? Fale o que você tanto quer. 

Franchico — Faça o que você quiser dá sua vida, Ana Rosa. Mas se você fizer qualquer coisa contra os nossos pais a conversa vai ser diferente. Isso é apenas um aviso. 


ANA ROSA sai da cozinha muito nervoso. A câmera fica no semblante de FRANCHICO que é bastante sério.

CORTA PARA/


PORTO DA AREIA, HORAS DEPOIS.


CENA 13. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. DIA 

Podemos ver o carro de LÍVIA saindo em alta velocidade. ELEANOR sai no jardim e ela parece estar muito preocupada. Para a sua surpresa SANDOVAL vem caminhando em sua direção. A aflição de ELEANOR só vai aumentando. SANDOVAL fica parado na frente dela.


Eleanor — O você veio fazer aqui, Sandoval? Quase que você se encontrou com a Lívia aqui. 

Sandoval — (sério) Eu sinto muito, Eleanor. Mas eu não aguento mais ficar calado. Eu fiquei quase 30 anos longe da minha filha porque você me pediu. Mas o Gregório não colabora. Ele insiste em destruir com a vila dos pescadores. Isso eu não aceito.

Eleanor — Eu não quero me meter nessa sua guerra contra o meu marido, Sandoval. Já não basta a minha neta envolvida nisso? 

Sandoval — Eu fiz uma promessa agora a sua filha, Eleanor. Eu não vou deixar que o Gregório a vila de pescadores. Isso não pode acontecer. Muitas pessoas dependem disso. 


Eleanor fica em silêncio. Logo depois Gregório aparece no jardim da mansão. Ele e Sandoval se confrontam. 


Gregório — Não me diga que resolveu aceitar a minha proposta, Sandoval? É isso mesmo? 

Sandoval — (nervoso) Você é um desgraçadoe, Gregório. Eu jamais vou aceitar o seu suborno. É melhor você desistir. 

Eleanor — Você é pior do que eu imaginava, Gregório. Querer subornar una pessoa? Com quem foi que eu me casei? Você é uma total decepção. Eu sinto nojo de você.

Gregório — Me faça o favor, Eleanor. Não me venha com falso moralismo. (P) Nesse país pessoas ricas como eu resolve os problemas assim. Todo mundo tem um preço. 


SANDOVAL fica muito ofendido. Ele dá um soco em GREGÓRIO que sente seu nariz sangrar. ELEANOR fica totalmente surpreendida com a atitude de SANDOVAL. 


Gregório — Suma da minha frente agora mesmo, Sandoval. Ou então eu farei o que eu não fiz anos atrás. Te colocar atrás das grades. 

Sandoval — Isso ainda não acabou, Gregório. A minha filha vai descobrir a verdade. E quando esse dia chegar todos vão saber que o empresário modelo não passa de um assassino.


SANDOVAL dá meia volta e vai embora da mansão. A câmera fica no olhar de ódio de GREGÓRIO para sua esposa. ELEANOR está muito apreensiva.

CORTA PARA/


CENA 14. GRUPO “PESCADOS MARÍTIMOS”. SALA DE TOM. INTERIOR. DIA

A SECRETÁRIA abre a porta entrando na sala de TOM. quem também entra é ANA ROSA que não tira os seus olhos de TOM. A SECRETÁRIA sai deixando eles sozinhos. ANA ROSA tenta beijar TOM, mas o vilão se recusa. ANA ROSA fica muito irritada. TOM olha friamente para ela.


Ana Rosa — O que foi que aconteceu, Tom? Eu pensei que depois da noite de ontem a nossa situação iria diferente. Mas estava errada. 

Tom — (sem paciência) Esse é o problema, Ana Rosa. Quantas vezes eu te avisei que nós não podíamos ser vistos juntos? Um dos ribeirinhos da vila viu a gente juntos e agora aquele infeliz está me extorquindo. 

Ana Rosa — Isso não pode ser verdade, Tom. Se alguém fixar sabendo disso eu estaria perdida. Você precisa fazer alguma coisa. 

Tom — Você acha que eu não sei disso? Mas eu não posso sujar a minha mão nesse momento. O meu casamento com a Lívia está se aproximando. Isso vai atrapalhar. 

TOM fica andando por sua sala bem nervoso. ANA ROSA demonstra estar muito preocupada com o que TOM lhe disse.


Ana Rosa — (ardilosa) A gente precisa tirar esse ribeirinho do nosso caminho. O quanto antes. Ele vai acabar com tudo o que temos planejado. Isso não pode acontecer. 

Tom — O único jeito é pagar pelo silêncio dele.E além disso ele pode vir a ser muito útil. 

Ana Rosa — Você está se arriscando muito, Tom. Não acho boa ideia confiar nesse tipo de gente. 


TOM olha para ANA ROSA com muito cinismo. 


Tom — Quem diria que você iria falar uma coisa dessas, Ana Rosa. Afinal de contas eles são a sua gente. Você me surpreende sempre. 

Ana Rosa — Eu posso até ter nascido naquela vila, Tom. Mas eu nunca vou ser um deles. 

Tom — Quer mesmo saber o que eu acho, Ana Rosa? Você é uma pessoa que está disposta a tudo para fama e dinheiro. E eu vou usar isso ao nosso favor. 


ANA ROSA fica muito contente. TOM se aproxima da vilã. Eles trocam carícias sem nenhum tipo de pudor.

CORTA PARA/


CENA 15. HOSPITAL. LEITO HOSPITALAR. INTERIOR. DIA

LÍVIA entra no leito hospitalar e fica surpresa ao perceber que CASSIANO não está mais ali. Por um momento LÍVIA o desespero pode ser visto no olhar de nossa protagonista. Ela olha para a cama que tem no leito hospitalar e fica aflita.


Lívia — Onde está você, Cassiano? Isso não está certo. (P) Tem algo de muito errado. 


Sem pensar duas vezes LÍVIA vai na direção da porta do leito hospitalar. Ela sai para procurar CASSIANO no corredor.

FUNDE PARA/


CENA 16. HOSPITAL. CORREDOR. INTERIOR. DIA

Continuação imediata da cena anterior. Os olhos de LÍVIA continuam procurando por CASSIANO. Ela começa a entrar em desespero. Nesse momento ela sente alguém colocar as mãos sobre os seus olhos. Quando ela se vira ela fica frente a frente com CASSIANO. Os olhos de LÍVIA brilham. 


Lívia — (aflita) Onde você estava Cassiano? Quando foi que você trocou de roupa? Não me diga que os médicos te deram alta? 

Cassiano — Sim, Lívia. Mas eu não poderia ir embora do hospital sem antes me despedir da minha heroína. Eu estou vivo graças a você, Lívia. 

Lívia — Eu nem sei o que dizer, Cassiano. Eu fico feliz que você esteja bem. Agora finalmente eu posso deixar você seguir seu caminho.

Cassiano — Do que você está falando, Lívia? Eu não quero seguir o meu caminho. Eu não sei porque, mas eu sinto que tem algo que me atrai até você. Algo que é muito forte.


CASSIANO segura as mãos de LÍVIA bem de leve.


Lívia — Eu não sei se isso está certo, Cassiano. A gente se conhece há muito pouco tempo. Daqui a pouco você vai embora e eu fico aqui sozinha. Eu não quero me iludir. 

Cassiano — (firme) E quem disse que eu pretendo ir embora, Lívia? Se o destino me trouxe até você é aqui então é aqui que eu devo ficar.

Lívia — Por favor, Cassiano. Não faz isso comigo. 


Os olhares de CASSIANO e LÍVIA se cruzam. 


Cassiano — Eu nunca me senti assim antes, Lívia. Eu sei que você disse que tem um noivo. Mas eu não posso mais pegar o que estou sentindo. Te encontrar mudou a minha vida. 

Lívia — Eu estou cansada de fingir que não estou sentindo nada. Eu não consigo parar de pensar em você, Cassiano. É algo inexplicável. Eu não sei o que é isso.


As bocas de CASSIANO e LÍVIA se aproximam. CASSIANO toca suavemente os cabelos de LÍVIA. Em questão de segundos CASSIANO e LÍVIA se beijam apaixonadamente. Eles vão se entregando ao amor que estão sentindo. 

TRILHA SONORA: Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim - Ivete Sangalo 


A imagem congela no beijo apaixonado de CASSIANO e LÍVIA. Aos poucos uma onda invade a tela dando efeito e encerrando o capítulo.





















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