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Maré Alta - Capítulo 05

 




MARÉ ALTA 

CAPÍTULO 5


Criada e escrita por: Luan Maciel 

Produção Executiva: Ranable Webs




CENA 01. HOSPITAL. CORREDOR. INTERIOR. TARDE 

Continuação imediata do capítulo anterior. CASSIANO e ANA ROSA ficam se encarando debaixo do sol quem que faz em Porto da Areia. ANA ROSA olha com muito ressentimento para o nosso protagonista. Ela tenta agredir CASSIANO com vários tapas, mas ele consegue se defender. 


Ana Rosa — (furiosa) Isso não vai ficar assim. Seu idiota. Porque você teve que escolher a Lívia? Eu sou melhor que ela em tudo.

Cassiano — Você só pode estar ficando louca. Eu nem te conheço. Eu acho melhor ir embora. 

Ana Rosa — Você não sabe do que eu sou capaz de fazer. A Lívia sempre teve tudo o que ela quis. Homens, dinheiro, status, amigos. Porque eu não posso ter o que eu quero pelo menos uma vez? Eu mereço tudo.

Cassiano — Agora eu estou entendendo. Isso é inveja. 



ANA ROSA perde o controle. Ela empurra CASSIANO. 


Ana Rosa — Eu vou mostrar para todos nessa cidade como eu sou melhor que a Lívia. Ela se paga de santa. Mas engana a todos. 

Cassiano — Para mim isso já deu. Eu vou embora. 

Ana Rosa — Você não vai a lugar nenhum. Você pode ainda não ter percebido, mas você é meu. 


ANA ROSA pega uma pedra e acerta já cabeça de CASSIANO. ELE percebe que sua cabeça está sangrando. 


Cassiano — (incrédulo) O que foi que você fez, sua louca? Eu estou sangrando graças a você. 

Ana Rosa — Eu bem que tentei te avisar. Eu vou tirar tudo o que a Lívia tem. Você não vai ficar com ela. Essa é uma promessa que eu faço. 

Cassiano — Você é totalmente desequilibrada. Eu vou embora daqui antes que você faça algo ainda pior. Fica longe de mim.


CASSIANO sai andando pela praia cambaleando. A câmera mostra o ódio no olhar de ANA ROSA. Ela fica nervosa.

CORTA PARA/


CENA 02. VILA DOS PESCADORES. ASSOCIAÇÃO. INTERIOR. TARDE

CLOSE fechado em LÍVIA que está sentada em uma cadeira ainda se recuperando do susto que levou. SANDOVAL lhe entrega um copo de água. Ela finalmente consegue respirar aliviada. O seu semblante é de tristeza e mágoa. SANDOVAL tenta tranquilizar a nossa protagonista, mas sem sucesso. 


Lívia — Muito obrigada, Sandoval. Se você não estivesse por perto eu nem sei o que teria acontecido comigo. Muito obrigada. 

Sandoval — (sorrindo) Você não tem nada o que me agradecer, Lívia. Faz anos que nós somos amigos. Eu jamais deixaria isso acontecer. 

Lívia — Você tem razão, Sandoval. Mas nada muda o fato de que o Tom me enganou esse tempo todo. Como eu fui Idiota. 

Sandoval — Eu sinto muito ter que te falar isso, Lívia. Mas eu sempre soube desse caráter torto do seu noivo. Ele não presta. É a verdade. 


LÍVIA fica muito pensativa. SANDOVAL observa apenas. 


Lívia — Ele não é mais o meu noivo Sandoval. Faz muito tempo que eu não amo mais o Tom. Depois do encontro inesquecível eu tive em alto mar algo em mim mudou.

Sandoval — Eu soube do que aconteceu, menina. Você foi muito corajosa. Eu sou pescador a minha vida toda, e eu não sei E eu teria essa mesma coragem. Você foi uma heroína.

Lívia — Foi a mesma coisa que o Cassiano disse. Ele é um um homem tão diferente do Tom. 


SANDOVAL percebe o brilho nos olhos de LÍVIA.


Sandoval — Olha o jeito que você fala desse Cassiano. Você está apaixonada, Lívia. É tão bom ver essa felicidade em seu rosto.

Lívia — Está tão nítido assim, Sandoval? Eu nunca me senti assim antes. É até estranho. 

Sandoval — (ponderando) Eu só me preocupo com o que o Tom possa querer fazer com você, Lívia. Ele é muito perigoso. Toma cuidado. 


SANDOVAL está muito preocupado. Ela vai até a janela da associação. Nesse momento ela vê CASSIANO se aproximar e ela.percebe que ela está sangrando. LÍVIA fica aflita.

CORTA PARA/


CENA 03. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. TARDE 

A câmera mostra que ELEANOR está parada na frente do armário de bebidas. Ela se serve um copo de whisky. A câmera gira e podemos ver GREGÓRIO entrando na mansão. Ele olha com muito desprezo para ELEANOR que retribui o olhar para seu marido. A tensão está no ar. 

Gregório — (frio) Não vai me dizer que já está enchendo a cara, Eleanor? Como você é previsível. Deve ser por isso que a Lívia é desse jeito. Você não passa de uma bebeda. 

Eleanor — Lava essa boca para falar de mim, Gregório. Eu dei o meu melhor para criar a nossa neta. Já você eu não digo o mesmo. 

Gregório — Fale o que você quiser, Eleanor. Mas uma coisa é certa. Eu vou usar todo o meu prestígio com aquele forasteiro. 

Eleanor — Você não se cansa não, Gregório? Você acha que é o dono da cidade. E isso não é verdade. Você sempre foi um mau caráter. 


GREGÓRIO vai perdendo a paciência. ELEANOR não demonstra estar com medo. O vilão a olha com frieza.


Gregório — Você está ficando muito indesejada para o meu gosto, Eleanor. Eu estou ficando cansada de você me afrontar. Isso vai acabar agora. Ou eu serei obrigado a tomar uma providência quanto a isso.

Eleanor — O que você vai fazer, Gregório? Vai me matar igual você matou a nossa filha?

Gregório — Cala a sua boca, sua infeliz. Quantas vezes eu vou ter que falar para você ficar quieta sobre esse assunto? Mas parede que você gosta de me infernizar. 


ELEANOR cospe na cara de GREGÓRIO. Ele se enfure. 


Eleanor  — (séria) Você nunca mais vai me amedrontar, Gregório. Eu cansei de viver ao lado de um homem que não me dá valor. Eu quero o divórcio. Está tudo acabado. 

Gregório — Você quer o divórcio, Eleanor? Por mim tudo bem. Mas você vai ficar sem nenhum centavo do meu dinheiro. Você vai perder a vida de regalias que sempre possuiu. 

Eleanor — Isso é o que nós vamos ver, Gregório. Se é guerra que você quer é  o que você terá. 


GREGÓRIO mostra toda a sua irritação. ELEANOR bebê o seu último gole de whisky. Ela sobe as escadas da mansão com muita classe. GREGÓRIO a observa com frieza. 

CORTA PARA/


CENA 04. PENSÃO DE JOSEFA. QUARTO. INTERIOR. FIM DE TARDE

A câmera foca no olhar preocupado de FÁTIMA que está com o seu pensamento muito longe. A porta se abre e JOSEFA entra no quarto. Ela olha de um jeito estranho para FÁTIMA que não percebe as segundas intenções de sua até então amiga. FÁTIMA está em um estado de nervos total.

Josefa — (cínica) Então como vou o encontro com o Prefeito, Fátima? Você contou toda a verdade para ele? Essa é a sua grande chance. Não é todo dia que o Prefeito que nos encontrar pessoalmente. 

Fátima — Você sabe muito bem que eu não posso fazer isso, Josefa. Tem coisas que precisam ficar escondidas. Precisa ser desse jeito.

Josefa — O que é que você está escondendo, Fátima? Eu sinto que você está escondendo alguma coisa. Conta para mim o que é.

Fátima — Eu não posso, Josefa. Eu sei que você só quer ajudar. Mas eu não posso falar nada.


JOSEFA fica muito irritada. FÁTIMA está intrigada. 


Josefa — É assim que você me agradece, Fátima? Eu te recebi com a maior boa vontade na minha pensão. O mais engraçado é que você chegou na cidade no mês dia quenaquele helicóptero caiu em alto mar. 

Fátima — Qual é o seu interesse nessa história, Josefa? Porque insiste em perguntar sobre isso? Isso está ficando muito estranho. 

Josefa — Eu não acredito que você está me fazendo essa pergunta, Fátima. Você não pode estar falando sério. Eu sou sua amiga. 

FÁTIMA se levanta da cama. Ela olha para JOSEFA. 


Fátima — Nós ficamos mais de 25 anos sem nos falar. E quando eu volto para a cidade você tem um filho adotivo que ninguém sabe de onde veio. E agora quer saber o que me trouxe de volta para a cidade. Você deve concordar comigo que isso é estranho. 

Josefa — (nervosa) Não fale do Juca. Isso não tem nada haver com ele. Você está me ouvindo? 

Fátima — Eu não tenho nada para te falar, Josefa. Eu apenas voltei para reviver os momentos da minha juventude em minha cidade. Só isso. Você não precisa acreditar em mim. 


JOSEFS está visivelmente incomodada. Ela sai do quarto. A câmera mostra a desconfiança no olhar de FÁTIMA.

CORTA PARA/


FORTALEZA, CEARÁ.


CENA 05. HOTEL DE LUXO. RECEPÇÃO. INTERIOR. FIM DE TARDE

Muitos hóspedes vão andando de um lado para o outro. E entre eles está BABY que tenta passar desapercebida pelos funcionários do hotel, mas ela não consegue. O FUNCIONÁRIO que caiu na piscina fica na frente de BABY enquanto ela sorri de um jeito bem irônico. O FUNCIONÁRIO do hotel fica nervoso. BABY fica encarando ele 


Baby — Olha ele aí! Como foi o banho de piscina? Conseguiu dar uma refrescada? Eu aposto que sim. Esqueceu aquela loucura não é? 

Funcionário — (nervoso) Como você é debochada. Mas eu quero ver você continuar com esse sorriso em seu rosto quando for expulsa do nosso hotel. Sua caloteira.

Baby — Olha lá como fala comigo. Caloteira não. Eu não tenho culpa se os cartões estão bloqueados. Deve estar havendo alguma coisa. Eu sei que tudo vai se resolver. 

Funcionário — Caloteira sim. Se você não tem dinheiro para pagar a sua estadia em nosso hotel então você está passando um calote. 


BABY fica muito nervosa. Ela tenta partir para cima do FUNCIONÁRIO do hotel de um jeito espalhafatoso. 


Baby — (fazendo barraco) Meu amor…. Olhe só para você. Enquanto eu estou vestindo as grifes mais caras você está dentro desse uniforme horrendo. Se enxerga né. 

Funcionário — Eu não vou ficar mais discutindo com você.. Seguranças tirem essa tirem essa louca daqui. Ela quer platéia para brilhar.

Baby — Quero ver quem vai ser homem para me tirar desse hotel. Vamos lá. Quem vai vir? 


Dois SEGURANÇAS muito fortes ficam ao lado de BABY. os outros hóspedes do hotel ficam olhando e tirando fotos do acontecido. Eles vão levando BABY para fora do hotel. 


Baby — (escandalosa) Me soltem seus trogloditas. Vocês sabem de quem eu sou filha? Essa humilhação não vai ficar assim. Eu juro. 


Os SEGURANÇAS do hotel deixam BABY na rua enquanto ela continua sendo observada por todos. BABY fica furiosa..

CORTA PARA/


PORTO DA AREIA, CEARÁ.


CENA 06. VILA DOS PESCADORES. ASSOCIAÇÃO. INTERIOR. FIM DE TARDE 

CASSIANO vem entrando na associação da vila dos pescadores. LÍVIA e SANDOVAL ficam assustados ao ver que ele está com a cabeça sangrando. Sem pensar muito LÍVIA pega um pano que está em cima da mesa e tenta estancar o sangramento. CASSIANO fica muito agradecido. 


Lívia — (preocupada) O que foi que aconteceu com você, Cassiano? Depois que eu te vi no hospital você sumiu. Agora está com a cabeça sangrando. O que foi que houve?

Cassiano — São tantas coisas que eu nem sei por onde começar, Lívia. (P) Em primeiro lugar o seu avô me levou para um lugar bem distante e ele tentou me subornar para me afastar de você e dessa cidade.

Sandoval — O Gregório não muda mesmo. Eu sei que ele seria capaz de fazer algo dessa natureza. O seu avô acha que manda em todos nessa cidade, Lívia. Eu sinto muito.

Lívia — Você não tem nada o que se desculpar, Sandoval. Eu sei exatamente do que o meu avô é capaz. Mas ele foi longe demais.


LÍVIA fica muito abalada. CASSIANO segura suas mãos. 


Lívia — Foi o meu avô que fez isso com você, Cassiano? Não precisa ter medo de falar. 

Cassiano — O seu avô não teve nada haver com isso, Lívia. Eu conheci na praia uma mulher que tem muito ressentimento por você. Ela tentou me beijar e disse diversas bobagens. Foi ela que acertou a minha cabeça.

Sandoval — Ele só pode estar falando da Ana Rosa. Você sabe que ela sempre teve inveja de você, Lívia. Mas agredir uma pessoa assim é uma covardia sem precedentes. 


CASSIANO tenta acalmar LÍVIA. Ela está muito irritada.


Cassiano — Isso ainda não é o pior, Lívia. Ela confessou para mim que tem um caso de muito tempo com o Tom. Eu sei que é difícil, mas você precisava saber disso.

Sandoval — Você precisa ficar calma, Lívia. Nada do que você faça agora vai adiantar. Pense bem. A Ana Rosa não vale o esforço.

Lívia — (furiosa) Eu não posso fazer o que está me pedindo, Sandoval. A Ana Rosa sempre me odiou. Mas tentar machucar uma pessoa que não fez mal a ninguém não é justo. Eu vou dizer uma boas verdades na cara dela. 


LÍVIA sai da associado totalmente decidida. CASSIANO tenta ir atrás dela, mas SANDOVAL consegue impedir ele.

CORTA PARA/


PORTO DA AREIA, ANOITECE


CENA 07. VILA DOS PESCADORES. RUA. EXTERIOR. NOITE

A câmera acompanha os passos de ANA ROSA que não percebe que está sendo seguida. Assim que ela passa por uma rua que não é tão bem iluminada a vilã acaba sendo puxada pelo braço pelo RIBEIRINHO que a olha de um jeito bastante ameaçador. ANA ROSA fica muito aflita.


Ana Rosa — (assustada) Quem é você? Se você não me soltar agora mesmo eu irei gritar. 

Ribeirinho — Você pode gritar a vontade, Ana Rosa. Mas antes que alguém chegue eu já teria calado essa sua boca muito facilmente. É melhor você colaborar. Vai ser melhor assim. 

Ana Rosa — O que você quer comigo? Eu não tenho nadae. Você só vai ficar perdendo seu tempo. Me deixe ir embora. Anda logo. 

Ribeirinho — O que eu quero? Eu sei que você já sabe essa resposta, Ana Rosa. Se o Tom não der o meu dinheiro até amanhã eu irei destruir com vocês. O Gregório vai saber o que vocês estão planejando. 


ANA ROSA fica furiosa. O RIBEIRINHO gargalha. 


Ana Rosa — Você acha mesmo que o Tom vai te dar todo esse dinheiro? Você é mesmo um ifiots em pensar nisso. Ele vai te matar. 

Ribeirinho — Ele pode até tentar, Ana Rosa. Mas antes que isso aconteça eu acabo com a reputação de vocês dois. Vamos ver quem vai perder mais no fim dessa história. 

Ana Rosa — Toma cuidado com essa sua ganância. Ela pode acabar te engolindo quando você menos esperar. E você não vai fazer nada. 


O RIBEIRINHO fica descontrolado. Ele segura ANA ROSA pelo pescoço enquanto a vilã vai ficando sem ar.


Ribeirinho — Eu não tenho nada a perder, Ana Rosa. Eu vou ter esse dinheiro custe o que custar. 

Ana Rosa — (sem ar) Me solta. Eu não consigo respirar. Se eu morrer eu não vou poder te ajudar. Por favor…. Eu estou suplicando. 

Ribeirinho — É melhor você não tentar nenhuma gracinha, Ana Rosa. Eu não estou para brincadeira. É melhor você fazer o que estou te dizendo. Você só tem a ganhar com isso. 


O RIBEIRINHO solta o pescoço de ANA ROSA. Logo depois ele vai embora. ANA ROSA fica ali recuperando o ar.

CORTA PARA/


CENA 08. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. ESCRITÓRIO. INTERIOR. NOITE 

GREGÓRIO está dentro de seu escritório e o seu semblante demonstra que ele está pensando em algo que o incomoda. A porta do escritório vai se abrindo e vemos TOM entrar. A câmera foca no rosto do vilão e podemos perceber o ódio cada vez mais evidente em suas feições. GREGÓRIO levanta seu olhar na direção de TOM que o encara.


Gregório — Eu posso saber que invasão é essa em meu escritorio, Tom? Eu espero que você tenha uma boa razão para fazer isso.

Tom — (possesso) Que tal a sua neta acabar com o nosso noivado? A Lívia me humilhou fr um jeito que eu nunca vou esquecer, Gregório. Isso não pode ficar assim.

Gregório — Eu já imaginava que isso iria acontecer. Depois que aquele helicóptero caiu em alto mar a Lívia mudou demais. Mas eu sei exatamente o que eu vou fazer. 

Tom — Parece que não sabe não, Gregório. Aquele forasteiro chega na cidade, rouba minha noiva e tudo fica por isso mesmo? A minha vontade é matar ele agora mesmo. 


GREGÓRIO bate as mãos na mesa. TOM o observa.


Gregório — Nunca mais questione os meus métodos, Tom. O tempo daquele forasteiro em nossa cidade estão contados. E para isso eu vou contar com a sua ajuda. A minha neta vai voltar rastejando aos seus pés.

Tom — Eu estou ouvindo, Gregório. Qual é o seu plano para a gente se livrar desse Cassiano? Isso já está me incomodando. 

Gregório — Quando o helicóptero caiu em alto mar o piloto morreu. Eu vou usar da minha influência para que esse Cassiano seja incriminado por essa morte. Quero ver a Lívia ficar do lado dele agora.


TOM sorri maliciosamente. GREGÓRIO o manipula. 


Tom — (ardiloso) Eu  não sabia dessas informações, Gregório. Isso vai ser uma ótima forma de tirar esse forasteiro do nosso caminho. Ele está acabado. 

Gregório — Exatamente, Tom. Eu sempre tenho tudo planejado. Nada está fora do controle. (P) Esse Cassiano vai se arrepender do dia que cruzou o meu caminho. 

Tom — Eu faço questão de estar presente quando ele for preso. Vai ser maravilhoso.


GREGÓRIO serve dois copos de whisky. Ele e TOM brindam. A câmera mostra que através da fresta da porta EULÁLIA ouviu toda a conversa. O seu olhar é de espanto.

CORTA PARA/


CENA 09. PORTO DA AREIA. CASA DE REPOUSO. QUARTO. INTERIOR. NOITE 

A câmera entra pela janela de grades do quarto da casa de repouso. Podemos ver uma mulher deitada na cama olhando para o teto. Ela é LENITA (Débora Bloch) que tem um semblante triste em seu rosto. Logo depois ela fica sentada na cama. Ela abre a gaveta da comida e tira uma de um menino. Ela faz um carinho fraternal na foto e chora. 


Lenita — (chorando) Meu filho…. Você não faz ideia de como eu sinto a sua falta. Se eu pudesse eu estaria ao seu lado. Mas nem sempre as coisas são como a gente deseja. Meu pequeno príncipe eu espero que você esteja bem. Meu pequeno CASSIANO!


A porta do quarto se abre. Um ENFERMEIRO entra o que deixa LENITA desesperada. Ela abraça a foto de seu filho. 


Enfermeiro — Lenita…. Está na hora da sua medicação. 

Lenita — (gritando) Eu não quero. Tudo o que vocês estão tentando fazer é me deixar grogue.  Fica longe de mim. Socorro!!!!

Enfermeiro — Fica quieta, Lenita. Vai ser melhor para você. Eu tenho ordens para te dar esses remédios diariamente. Não complique. 

Lenita — Ordens de quem? Do Gregório Assunção? Você não passa de um corrupto. 


O ENFERMEIRO usa de toda a sua força e consegue fazer com que LENITA tome todos os remédios. Ela fica mole. 


Lenita — (apagando) Meu filho…. Eu ainda vou te encontrar. Eu prometo, Cassiano.


LENITA apaga totalmente. O ENFERMEIRO sai do quarto. A câmera mostra que LENITA está com as fotos de CASSIANO quando ela criança presa em suas mãos.

CORTA PARA/


CENA 10. VILA DOS PESCADORES. CASA DE ENRICO E AÇUCENA. INTERIOR. NOITE

ENRICO está terminando de se arrumar agora poder sair. Podemos ver que AÇUCENA está parada na porta entre os cômodos e olha para seu marido. ENRICO percebe, mas ele não dá nenhuma importância. AÇUCENA tenta se aproximar, mas ENRICO demostra muita frieza que deixa sua esposa se sentindo muito mal. 


Enrico — O que você tanto olha para mim, mulher? Você sabe que eu não gosto de ser vigiado. É melhor você cuidar de outras coisas, pois você está começando a me irritar. 

Açucena — (abatida) Você já vai sair, Enrico? Eu pensei que você iria passar a noite comigo. 

Enrico — Eu sabia. Você sempre gosta de infernizar a minha vida, Açucena. Mas se você quer mesmo saber eu vou tirar a limpo uma história com o Sandoval. Essa miséria toda não pode continuar acontecendo.

Açucena — Você não pode fazer isso, Enrico. Você não está vendo que isso só vai acabar piorando ainda mais a situação? 


ENRICO dá um tapa em AÇUCENA. Ela fica assustada.


Enrico — Nunca mais ouse me contrariar, Açucena. O Sandoval não serve para ser o líder dos pescadores. Ele já está velho. Alguém mais novo precisa tomar essa liderança. 

Açucena — Eu só queria te ajudar, meu amor. Eu não fiz por mal. Eu sei o quanto você quer ser o líder dos pescadores. E você vai conseguir. 

Enrico — Você me ajudar? Que piada de não gosto, Açucena. Você não serve para absolutamente nada. Eu acho melhor você ficar calada que só assim você fica aceitável.


AÇUCENA se sente muito humilhada. ENRICO sorri. 


Lenita — Você não era assim, Enrico. Era carinhoso e dizia que me amava. Mas você mudou. Eu não te reconheço mais. 

Enrico — (ríspido) Amor não enche a barriga de ninguém, Açucena. Eu cansei de ficar na sombra do Sandoval. Eu quero mais . 


AÇUCENA fica em choque com o jeito de ENRICO. Ele sai de casa deixando sua esposa totalmente vulnerável.

CORTA PARA/


CENA 11. CASA DE ZÉ BATALHA E ONDINA. SALA. INTERIOR. NOITE

CLOSE em ZÉ BATALHA e ONDINA que estão sentados no sofá da sala com total tranquilidade. Eles ouvem alguém batendo na porta. ONDINA se levanta e abre a porta. Ela e ZÉ BATALHA ficam surpresos ao verem LÍVIA entrar parecendo um verdadeiro furacão. Ela está com raiva.


Lívia — Cadê a Ana Rosa, Ondina? A filha de vocês é uma invejosa sem tamanho. Eu vim aqui falar a verdade para ela. Cadê ela? 

Ondina — (confusa) Eu não sei te dizer, Lívia. Mas o que foi que aconteceu? Você está séria.


Nesse momento ANA ROSA entra na casa e ela fica cara a cara com LÍVIA. O clima de tensão vai aumentando mais.


Ana Rosa — (cínica) Lívia? O que te traz até a minha casa? O que a neta do poderoso Gregório Assunção pode querer conosco? 

Lívia — Deixa de cinismo, Ana Rosa. Como você é falsa. Eu já estou sabendo de tudo. Você é a amante do Tom. Como você foi capaz de fazer isso. E ainda acertou uma pedrada na cabeça do Cassiano. Qual é o seu problema, garota? 

Ondina — Minha filha…. Diga para a Lívia que ela está enganada. Eu sei que você não faria uma coisa tão baixa como essa. Diga logo. 

Zé Batalha — Até quando você vai tentar esconder o sol com a peneira, Ondina? A nossa filha é uma nau caráter. Isso está muito óbvio para mim. 


LÍVIA e ANA ROSA trocam olhares de muita raiva.


Ana Rosa — É tudo verdade. Eu e Tom somos amantes há muito tempo e tudo debaixo do seu nariz. Você é mesmo uma tonta, Lívia. 

Lívia — Vocês dois se merecem, Ana Rosa. Mas com o Cassiano você não vai mexer. Eu sei que você sempre quis ser eu. Mas eu não tenho culpa das duas frustrações.

Ana Rosa — Não tem culpa? Você tem a vida que eu mereço. E quanto ao Cassiano. Você não vai ficar com ele. Eu vou fazer ele comer na palma da minha mão. Eu tenho o homem que eu quiser. Você é tão patética. 


LÍVIA perde o controle. Ela dá um tapa na cara de ANA ROSA. A vilã fica furiosa. Ela tenta devolver o tapa, nas ZÉ BATALHA não permite. ONDINA não tem nenhuma reação.


Zé Batalha — Eu não vou deixar você fazer isso, sua cobra. Você é a maior decepção que eu tive na minha vida, Ana Rosa. 

Ana Rosa — Você vai ficar mesmo do lado dessa mosca morta? Eu sou sua filha. Você deveria me apoiar. Não essa maldita. 

Lívia — Eu já disse o que eu queria, Ana Rosa. Eu estou com a alma leve. Não cruze o meu caminho de novo. Da próxima vez eu não serei tão educada com você.


LIVIA vai embora bem mais leve. ANA ROSA leva a mão ao rosto. ONDINA olha para ZÉ BATALHA bem apreensiva.

CORTA PARA/


CENA 12. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO.. COZINHA. INTERIOR. NOITE 

As luzes da cozinha estão totalmente apagadas. Em questão de segundo a luz se acende e EULÁLIA entra na cozinha e fica surpresa ao ver ELEANOR sentada ali sozinha. EULÁLIA olha para sua patroa que retribui o olhar. ELEANOR parece estar preocupada com alguma coisa muito séria.


Eulália — Dona Eleanor…. Aconteceu alguma coisa? Posso fazer algo pela senhora? 

Eleanor — (pensativa) Infelizmente não, minha amiga. Um erro que eu cometi no passado está voltando para me assombrar. 

Eulália — É sobre a paternidade da Lívia não é patroa? Infelizmente os segredos dessa família não são tão escondidos assim. Eu eo marido sabemos sobre a morte da sua filha. Mas nós nunca vamos contar nada.

Eleanor — Eu te agradeço muito, Eulália. Mas o meu maior medo é com a Lívia. Eu temo que ela nunca consiga me perdoar. 


EULÁLIA se senta ao lado de ELEANOR. 


Eulália — Eu sei que a Lívia é uma mulher forte, dona Eleanor. Se um dia ela descobrir a verdade eu sei que vai te perdoar. 

Eleanor — Eu espero que você esteja certa, Eulália. Mas nada tira de mim essa preocupação. Ela passou a vida inteira achando que o pai dela está morto. Ela não vai aceitar isso.

Eulália — Realmente a situação não é fácil, dona Eleanor. Ainda mais o senhor Gregório não escondendo de ninguém que odeia o Sandoval. Isso não vai acabar bem. 


ELEANOR concorda. Ela se levanta da mesa. 


Eleanor — (séria) Mas tem uma coisa que eu concordo com você, minha amiga. Eu não fico ficar me martirizando pelo o que aconteceu. Se depender de mim a Lívia nunca via saber a verdade. É para o bem dela. Vai ser melhor assim.

Eulália — A senhora tem certeza disso, dona Eleanor? As vezes segredos e mentiras são igual veneno. Nos consomem aos poucos.

Eleanor — Eu não tenho escolha, Eulália. Ou eu faço ou então a minha família vai ruir lentamente. 


ELEANOR está muito triste. EULÁLIA observa a situação.

CORTA PARA/


CENA 13. VILA DOS PESCADORES. EXTERIOR. NOITE

As estrelas brilham no céu. Na frente de todas as casas da vila estão reunidos muitos pescadores, e entre eles estão SANDOVAL e FRANCHICO que ficam em silêncio. Ligo depois a câmera gira mostrando que ENRICO chega até o local do encontro. Todos estão olhando para ele. ENRICO começa a sentir que algo está muito errado


Enrico — Eu posso saber o que está acontecendo aqui? Porque estão todos reunidos? Isso é coisa sua não é, Sandoval? Fala a verdade. 

Franchico — Você quer falar mais baixo, Enrico. Ninguém aqui está planejando nada contra você. Apenas queremos esclarecer algumas coisas. E você é parte fundamental disso. 

Enrico — (encurralado) Que espécie de brincadeira é essa? Eu não estou gostando nada do rumo dessa conversa. Eu vou embora. 

Sandoval — O que foi que aconteceu com você, Enrico? Não vai dizer que está com medo?


ENRICO se enfurece. Ele olha com muita raiva para todos.


Enrico — Medo? Eu não tenho medo de nada. Eu saio em alto mar debaixo de temporal, raios e ventania. O que vocês querem comigo? 

Sandoval — Nós estamos desconfiados que você é o informante do Gregório e do Tom aqui na vila. O que você tem a dizer Enrico? 

Franchico — Vai ter coragem de mentir, Enrico? Todos nós aqui te conhecemos. Você nunca foi flor que se cheire. Mas fazer isso é inadmissível. 

ENRICO vai se sentindo mais encurralado. 


Sandoval — (desapontado) Eu espero que isso seja mentira, Enrico. Seria uma enorme decepção para mim se fosse verdade. O seu pai não iria aguentar saber disso. 

Enrico — Você não pode estar acreditando nisso, Sandoval. Não está vendo que isso é tudo um plano do Franchico para me prejudicar?

Franchico — Porque você está tão nervoso, Enrico? Será que você está escondendo alguma coisa? Não adianta mais você ficar fingindo. 

Enrico — Eu não sou obrigado ficar aqui ouvindo esses absurdos. Eu vou embora daqui.


ENRICO vai embora se sentindo muito humilhado. SANDOVAL e FRANCHICO se olham bastante apreensivos.

CORTA PARA/


CENA 14. PORTO DA AREIA. CARRO. EXTERIOR. NOITE 

A  câmera mostra que a cidade está totalmente vazia. Podemos ver um carro parado na rua. A câmera corta para dentro do carro. Lá dentro estão TOM e ANA ROSA que estão em um silêncio ensurdecedor. ANA ROSA vai ficando cada vez mais nervosa e impaciente. TOM a olha.


Tom — Eu posso saber porque você me chamou aqui essas horas da noite, Ana Rosa? Eu já disse que nós não podemos ser vistos juntos. Isso é muito perigoso. 

Ana Rosa — (nervosa) Isso não tem mais importância, Tom. A Lívia já descobriu toda a verdade. Ela foi na casa dos meus pais me enfrentar. 

Tom — Como é que é? Isso não pode ser verdade, Ana Rosa. Isso é inadmissível. 

Ana Rosa — É melhor assim. Finalmente vamos poder dar um fim naquela sonda. E eu vou ter a vida que eu tanto mereço. Chegou a minha vez. 


TOM fica descontrolado. Ele fica visivelmente furioso.


Tom — Você é burra ou o que, Ana Rosa? A Lívia ainda não pode morrer. Ela ainda é necessária. Olha a situação que você me colocou. Agora eu terei que reverter isso. 

Ana Rosa — Eu não consigo entender o porquê você está tão irritado, Tom. Tudo está caminhando conforme os nossos planos. Você vai ver. 

Tom — Essa inveja que você sente pela Lívia vai colocar tudo a perder. E se isso acontecer eu juro que eu mato você. Sem nem piscar. 


Ana Rosa abaixa a cabeça. Tom fica mais intrigado. 


Ana Rosa — Tem mais uma coisa, Tom. Aquele homem da vila de pescadores está cobrando o dinheiro da chantagem. Ele disse que se você não dar o dinheiro até amanhã ele vai jogar tudo no ventilador. 

Tom — (furioso) Quem aquele maldito pensa que é para me ameaçar? Eu vou acabar com ele. 

Ana Rosa — O que você está pensando em fazer, Tom? Se aquele ribeirinho contar o que ele sabe nós estaremos perdidos. Você precisa fazer alguma coisa. Isso precisa ter fim. 


Tom fica extremamente sério. O seu olhar é de muito ódio. 

CORTA PARA/


CENA 15. PORTO DA AREIA. PRAIA. EXTERIOR. NOITE

De uma forma muito ama a câmera mostra CASSIANO que está parado na beira da praia. Ele olha para o céu enquanto vai relembrando do incêndio que ele acha ter matado a sua mãe. Nesse momento ele é surpreendido com a chegada de LÍVIA. CASSIANO se vira e eles ficam frente a frente.


Cassiano — (sério) Finalmente você voltou, Lívia. Eu fiquei preocupado com o jeito que você saiu da associação. O que foi que houve?

Lívia — Eu fui tirar satisfações com aquela infeliz da Ana Rosa. Há muito tempo atrás nós éramos amigas, mas ela não passa de uma invejosa que quer tudo o que eu tenho. 

Cassiano — Eu sinto muito que você tenha passado por essa situação, Lívia. Eu penso que eu tenho uma parcela de culpa nisso.

Lívia — Você não tem culpa, Cassiano. Mas eu não quero mais falar nisso. Eu só quero esquecer. Eu quero ficar com você.


CASSIANO sorri. Ele e LÍVIA se beijam com paixão. Nesse instante alguns policiais acompanhados do DELEGADO PRAXEDES (Welder Rodrigues) que ficam cercando od nossos protagonistas que ficam sem entender nada.


Delegado Praxedes — Cassiano Soares…. Você está preso pela morte de Florisvaldo Lourenço. O piloto do helicóptero que caiu em alto mar. É melhor você não resistir. 

Lívia — (nervosa) Que espécie de arbitrariedade é essa, Delegado? Você não pode estar falando sério. Isso não é verdade.

Cassiano — Eu não fiz nada, Delegado. Eu sou inocente. Quanto foi que o Gregório assunção te pagou para você fazer isso? 


O DELEGADO PRAXEDES fica muito nervoso. Ele algema o nosso protagonista deixando LÍVIA em total desespero.

Lívia — Você é um corrupto, Praxedes. Eu sinto nojo que o homem que deveria manter a lei em nossa cidade faz vistas grossas para os atos ilegais do meu avô. 

Delegado Praxedes — É melhor você ficar quietae, Lívia. Não me obrigue a esquecer o carinho que eu tinha pela sua mãe. O seu namorado é um assassino. Você precisa ter cuidado. 

Cassiano — Eu sou inocente e eu vou provar isso. O Gregório Assunção não vai me destruir. Só não coloca a Lívia nessa história. 


CASSIANO e LÍVIA se olham e se beijam em tom de despedida. O DELEGADO PRAXEDES e os outros policiais vão levando CASSIANO preso deixando LÍVIA totalmente apavorada. Ela começa a chorar de desespero. 


A imagem congela no olhar desesperado de LÍVIA. Aos poucos uma onda invade a tela dando efeito e encerrando o capítulo. 

 





 









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