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Maré Alta - Capítulo 12

 





MARÉ ALTA 

CAPÍTULO 12


Criada e escrita por: Luan Maciel 

Produção Executiva: Ranable Webs




CENA 01. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE 

Continuação imediata do capítulo anterior. A câmera está focando no olhar de LÍVIA que ainda não consegue acreditar na revelação de quem é o seu pai. Ela está com um misto de sentimentos. ELEANOR tenta tocar nas mãos de sua neta, nas LÍVIA está irredutível. CLARICE apenas observa. 


Eleanor — Eu nem devo imaginar como você está se sentindo, Lívia. Nada do que eu fale vai conseguir mudar o meu erro. Eu sinto muito. 

Lívia — (chorando) Você não podia ter feito isso comigo, Vó. E porque o Sandoval não me contou a verdade? Eu não entendo isso.

Clarice — Ele deve ter tiro os seus motivos, Lívia. O que você precisa fazer é conversar com ele. 

Eleanor — A Clarice está certa, Lívia. O Sandoval nunca desistiu que você sabesse a verdade. Se você quer colocar a culpa em alguém faça isso comigo. Ele não tem culpa. 

LÍVIA está muito abatida. ELEANOR e CLARICE se olham. 


Lívia — Eu não sei se eu estou pronta para ter essa conversa com ele. Eu preciso ficar sozinha. Eu quero pensar em tudo que vocês né disseram. Eu sinto muito. 

Eleanor — Está tudo bem, Lívia. A gente entende perfeitamente. Mas não se afaste de nós. 


LÍVIA vai subindo as escadas da mansão sem dizer nenhuma palavra. ELEANOR fica visivelmente tensa. 


Clarice — (ponderando) O máximo que a gente pode fazer agora é esperar, Eleanor. Qualquer pessoa no lugar dela estaria da mesma forma que a Lívia está agora. 

Eleanor — Você tem razão, Clarice. Eu só espero que a Lívia um dia possa me perdoar. 

Clarice — Eu tenho certeza que ela vai te perdoar, dona Eleanor. Mas eu preciso ir embora. Eu imagino que você queira ficar sozinha.


ELEANOR concorda com a cabeça. Ela e CLARICE se cumprimentam com um beijo no rosto. Logo depois CLARICE vai embora da mansão. ELEANOR fica muito pensativa.

CORTA PARA/


CENA 02. CASA DE FÁTIMA. SALA FE ESTAR. INTERIOR. NOITE 

CASSIANO vai entrando dentro da sala de estar da casa. Assim que ele entra ele fica frente a frente com FÁTIMA que está sentada no sofá da sala tomando uma xícara de chá. Ela coloca a xícara de chá em uma mesa de canto e se levanta. CASSIANO respira fundo e parece bastante angustiado. 


Fátima — (preocupada) O que foi que aconteceu com você, Cassiano? Eu estava morrendo de preocupação. Onde é que você estava? 

Cassiano — Eu fui até a casa daquele maldito. Eu contei toda a verdade. Você precisava ter visto o desespero no olhar dele, Fátima. 

Fátima — Você ficou louco, Cassiano? Você está se arriscando demais. Você precisa esquecer essa vingança. Não está vendo que você só vai perder com essa sua teimosia. 

Cassiano — Você quer ter mesmo essa discussão de novo, Fátima? Eu já disse que eu não posso desistir da minha vingança. Não dá. 


FÁTIMA dá um tapa em CASSIANO. Ele fica sem reação. 


Fátima — Até onde você pretende levar essa loucura, Cassiano? Não está vendo que não é só você que está sofrendo com essa situação? Você está magoando mais pessoas do qual você possa imaginar. 

Cassiano — Eu não tenho escolha, Fátima. Eu quero a justiça seja feita. E eu vou até o fim para que isso possa acontecer. Você me entende?

Fátima — Eu não consigo te entender, Cassiano. Você diz que se apaixonou pela Lívia. Mas nem esse sentimento é capaz de fazer você esquecer a sua vingança. 


CASSIANO se enfurece. Ele olha agora FÁTIMA bem sério. 


Cassiano — (nervoso) Nem mesmo a Lívia vai me fazer.de colocar o Gregório atrás das grades. Eu vou até o fim das consequências. 

Fátima — Eu não vou mais passar a mão nas besteiras que você faz, Cassiano. Eu não quero que você acabe se machucando.


FÁTIMA sai da sala sem dizer absolutamente mais nada. A câmera mostra o olhar sério de CASSIANO. 

CORTA PARA/


CENA 03. GRUPO “PESCADOS MARÍTIMOS”. SALA DE GREGÓRIO. INTERIOR. NOITE

CLOSE em GREGÓRIO que está servindo um copo de whisky. Ele entrega para TOM que está bastante calado. O vilão continua lançando um olhar de ódio para GREGÓRIO que começa a perceber as segundas intenções de TOM. GREGÓRIO toma um gole de whisky e TOM o encara.


Gregório — (frio) Eu não consigo entender como você pode ter sido tão incompetente, Tom. Você estava prestes a se casar com a minha neta. Mas nem para isso você serve mesmo. 

Tom — Você não pode falar assim comigo, Gregório. Você não sabe do que sou capaz. 

Gregório — Eu falo do jeito que eu quiser. Você acha mesmo que iria conseguir me passar para trás? Você nunca vai ser igual a mim. 

Tom — Eu não sei do que você está falando, Gregório. Eu posso saber do que eu estou sendo acusado? Você está delirando.


GREGÓRIO bate com força na mesa deixando TOM totalmente sem reação. GREGÓRIO está muito furioso. 


Gregório — Você acha que pode mentir para mim, Tom? Eu fiz você ser o que é hoje. Eu posso te destruir em um estalar de dedos. 

Tom — Você não vai fazer isso, Gregório. E sabe porque? Você ainda precisa de mim. Você não tem coragem de fazer o que é preciso para ter tudo que sempre desejou. Mas eu tenho. Eu vou tirar aquele maldito do Cassiano do meu caminho. Custe o que custar. E a Lívia ainda vai se casar comigo. 

Gregório — Você se acha mais do que realmente você é, Tom. Se você pensa que vai se apossar da minha fortuna ao se casar com a Lívia pode esquecer. Está grande cogitação. 


TOM fica muito nervoso. GREGÓRIO começa a sorrir. 


Tom — (nervoso) Isso não vai ficar assim, Gregório. Eu te garanto que você não vai querer me ter como o seu inimigo. 

Gregório — Eu não tenho medo das suas ameaças, Tom. Agora saia da minha frente. Eu não quero te mais te ver. Eu fui claro? 


TOM sai da sala de GREGÓRIO se sentindo totalmente humilhado. A câmera mostra o sorriso de GREGÓRIO.

CORTA PARA/


CENA 04. PENSÃO DE JOSEFA. QUARTO DE JUCA. INTERIOR. NOITE

JOSEFA está sentada ao lado a cama em que JUCA está deitado quase dormindo. Nesse momento ele abre os olhos e olha para JOSEFA que está com um semblante bastante preocupado. JUCA toca suavemente no rosto de JOSEFA que não consegue disfarçar o medo que está sentindo. 


Juca — (curioso) Tia Josefa…. Aquele homem era mesmo o meu pai? Ele estava falando a verdade? Eu queria tanto ver a minha mãe. 

Josefa — Eu não sei, Juca. Mas isso não são horas para ficar falando desse assunto. O que você precisa fazer agora é dormir. Só isso.

Juca — Mas eu estive pensando. Se ele for mesmo o meu pai ele deve saber onde a minha mãe possa estar. Eu queria ver ele. 

Josefa — Isso não é uma boa idéia, Juca. Escuta o que eu vou te falar. Eu quero que você fique longe daquele homem. Está me ouvindo? 


JOSEFA está bastante decidida. JUCA continua confuso. 


Juca — Mas tia Josefa. Eu quero tanto descobrir onde a minha mãe está. Qual o problema? 

Josefa — Eu já disse não, Juca. Você pode não entender isso agora. Mas eu estou fazendo o melhor para você. Acredite em mim. Agora vá dormir. Você precisa descansar. 


Mesmo contra sua vontade JUCA se deita para o lado para dormir. JOSEFA vai fazendo um carinho em seu cabelo. 


Josefa — (sussurrando) Isso meu pequeno. Durma com os anjos. Ninguém vai te tirar de mim.


JOSFA cobre o pequena JUCA. Depois ela sai do quarto.

CORTA PARA/


CENA 05. SOBRADO DO PREFEITO ANÍBAL. SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE

A câmera mostra que BABY está adentrando na sala de estar do sobrado quando ela percebe que RUBINHO está sentada no sofá lhe esperando. BABY não consegue fingir que está odiando toda essa situação. Ela tenta manter a distância, mas RUBINHO. Ele vai se aproximando dela.


Baby — (sem paciência) O que você veio fazer aqui, Rubinho? Eu pensei que tinha deixado claro que eu não queria te ver nunca mais. 

Rubinho — Quem você está querendo enganar, Baby? Comigo você não precisa fingir ser essa mulher durona. Eu sei que você também estava morrendo de saudades. 

Baby — Como você é abusado, Rubinho. Eu não sinto absolutamente mais nada por você.

Rubinho — Não vai me dizer que você caiu na lábia daquele pescador imundo, Baby? Eu pensei que você fosse mais esperta que isso. 


BABY fica muito furiosa. Ela encara RUBINHO sem medo.

Baby — Quem você pensa que é para falar assim do Franchico? Eu soube do que você fez com ele hoje, Rubinho. Você vai tem vergonha? Você é mais que eu pensei. 

Rubinho — Vergonha de que exatamente o que? Você no fundo sabe que nós somos melhores que esse tipo de gente. Não é? 

Baby — Eu sinto nojo só de um dia pensar que você foi meu namorado, Rubinho. Você é um ser repugnante. Você é muito asqueroso. 


RUBINHO segura BABYpelo braço com bastante força.


Rubinho — (preconceituoso) Você acha que aquele pescadorzinho é homem para você, Baby? Você ainda vai admitir que eu sou o único que pode estar ao seu lado. Você vai ver. 

Baby — Então espera sentado, Rubinho. O Franchico pode até não ter roupas de marca ou muita elegância, mas ele é muito mais homem que você. Disso tenho certeza. 


BABY se solta e depois ela empurra RUBINHO. O playboy sai do sobrado totalmente inconformado. A câmera mostra que BABY fica bem pensativa. Ela pensa em FRANCHICO. 

CORTA PARA/


CENA 06. VILA DOS PESCADORES. CASA DE SANDOVAL. SALA. INTERIOR.  NOITE

As luzes da casa estão totalmente apagadas. Depois de alguns segundos uma batida na porta pode ser ouvida. Logo depois SANDOVAL acende a luz da sala e ele abre a porta. SANDOVAL fica surpreso ao ver CLARICE parado em sua porta. Ela entra na sala e eles ficam se olhando. 


Sandoval — (surpreso) Clarice…. O que foi que aconteceu? Deve ter acontecido alguma coisa grave para você aparecer tão tarde assim. Seja o que for pode me contar.

Clarice — Eu sei que eu prometi ficar longe de você, Sandoval. Mas o assunto é sério. Tem uma coisa que você precisa ficar sabendo. 

Sandoval — Que mistério todo é esse, Clarice? O que aconteceu de tão sério para te deixar assim? 

Clarice — A fina Eleanor contou toda a verdade agora a Lívia. Você deve imaginar como a sua filha reagiu com essa a bomba que foi essa notícia. (P) Desculpa, Sandoval. Eu não queria me intrometer, mas você precisava saber o que está acontecendo. 


SANDOVAL fica sem reação. CLARICE o olha com pena. 


Sandoval — Você não tem culpa de nada, Clarice. O único culpado de toda essa história sou eu que me mantive longe da minha própria filha. 

Clarice — O que você está pensando em fazer, Sandoval? A Lívia ficou muito chateada. Eu acho melhor deixar a poeira baixar por enquanto. A Lívia precisa ficar sozinha. 

Sandoval — Eu não posso fazer isso. Eu já me mantive longe dela por muito tempo. Estão na hora de eu encarar as consequências do meu erro. A Lívia precisa me ouvir 


CLARICE concorda. SANDOVAL está muito pensativo. 


Clarice — A Lívia descobriu que tudo que ela acreditava era uma mentira, Sandoval. Seria bom ela ouvir a verdade do próprio pai.

Sandoval — Você está certa, Clarice. Amanhã mesmo eu vou procurar a minha filha. Eu nem sei como te agradecer por tudo que você fez. 


SANDOVAL dá um beijo no rosto de CLARICE. ela fica sem jeito. Os olhares de SANDOVAL e CLARICE se cruzam. 

CORTA PARA/


CENA 07. PENSÃO DE JOSEFA. SALA. INTERIOR. NOITE 

Podemos ver que ANA ROSA e ONDINA estão paradas na sala da pensão. Na frente delas está JOSEFA que okha agora ANA RODA de um jeito bem duro. ONDINA toca no ombro JOSEFA e podemos perceber que ela tem um brilho diferente em seu olhar. ANA ROSA está impaciente. 



Ondina — (agradecida) Eu bem sei como te agradecer pelo o que você está fazendo pela minha filha, Josefa. Eu prometo que vai ser por pouco tempo. Não vai se incomodar. 

Josefa — Eu estou fazendo isso porque você é minha irmã, Ondina. Mas eu já vou avisar. Se a sua filha né trazer problemas eu não vou pensar duas vezes jogar ela na rua. 

Ana Rosa — Como se esse lugar fosse um hotel 5 estrelas, não é mesmo? Eu vou ficar nesse muquifo só até eu conseguir o que eu quero. 

Ondiba — O que você pensa que está fazendo, Ana Rosa? A sua tia está doando abrigo e é assim que você agradece? Desculpa, Josefa. Eu não sei o que deu nela. 


ANA ROSA olha para JOSEFA e ONDINA bem fria. 


Josefa — Está tudo bem, Ondina. Eu já estou acostumada com esse jeito torto da sua filha. (P) Você pode fazer o que quer com os seus pais, Ana Rosa. Mas comigo não vai. 

Ana Rosa — Vai dizer que eu falei alguma mentira? Eu estou cansada dessa vida miserável que eu sempre levei. Eu quero mais que isso. 

Ondina — E qual é o problema que a vida que a gente leva, Ana Rosa? Essa sempre foi a nossa realidade. E sempre vai ser assim. 


ANA ROSA demonstra toda a sua ganância no olhar. A câmera mostra aque ONDINA está muito decepcionada. 



Ana Rosa — (cínica) Eu não quero discutir isso com você, mãe. Eu nasci para ter uma vida boa e não essa mesmice que nós temos. 

Ondina — O que está de errado com você, minha filha? Agora eu vejo que o seu pai está coberto de razão. Eu estou decepcionada. 


ANA ROSA dá de ombros e sai da sala da pensão. A câmera mostra a tristeza de ONDINA. JOSEFA apenas olha. 

CORTA PARA/


PORTO DA AREIA, AMANHECE.


CENA 08. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. QUARTO DE LÍVIA. INTERIOR. MANHà

A câmera entra pela janela do quarto de LÍVIA que vai acordando com a claridade dos raios do sol. A porta do quarto vai abrindo e ELEANOR entra no quarto enquanto LÍVIA vai sentando na cama e olhando para sua avó. ELEANOR se senta ao lado de LÍVIA na cama. 


Eleanor — Eu sei que você disse que queira ficar sozinha, Lívia. Mas eu quero conversar com você. Essa situação não pode ficar assim.

Lívia — (séria) Você e o meu avô mentiram para mim a minha vida inteira. Você sabe como eu estou me sentindo? É como se tudo que eu acreditava não tivesse valor. 

Eleanor — Eu nunca quis que isso tivesse acontecido, Lívia. Mas tudo o que eu fiz foi para te proteger. Pode acreditar em mim.

Lívia — Me proteger de que? Da convivência com o meu pai? Isso não faz o menor sentido. 


ELEANOR fica em silêncio. LÍVIA continua a confrontar a sua avó. Tempo. ELEANOR se levanta da cama bem apreensiva. 


Eleanor — Eu sei que o que eu fiz não tem perdão, minha neta. Mas eu quero que você saiba que eu fiz pensando bo seu bem. 

Lívia — Sabe o que me deixa mais triste? É saber que o Sandoval concordou com tudo isso. Isso não entra na minha cabeça. Que pai aceitaria ficar longe de sua única filha? 

Eleanor — Eu u entendo a sua frustração, Lívia. Mas se isso serve de alguma coisa o Sandoval fez apenas o que eu pedi. Ele nunca aceitou ficar longe de você. Ele quis te contar a verdade muitas vezes. Eu que não deixei. 


LÍVIA ainda mais abismada com tudo o que ela ouve. 


Lívia — Você está ouvindo o que está dizendo? Você não é tão diferente assim do meu avô. 

Eleanor — Foi um erro eu ter vindo aqui, Lívia. Eu espero que um dia você possa me perdoar. Mas não tenha tanta raiva assim do seu pai. Ele sempre fez de tudo para ficar perto de você. É apenas isso que eu te peço. 


ELEANOR sai do quarto totalmente em prantos. LÍVIA leva sua mão ao rosto ainda não aceitando o que aconteceu. 

CORTA PARA/


CENA 09. SOBRADO DO PREFEITO ANÍBAL. COZINHA. INTERIOR. MANHà

ROSELI está terminado de passar um café. O seu semblante é de muita tristeza e preocupação. Ela está tão aflita que nem percebe o PERFEITO ANÍBAL entrando na cozinha. Ele percebe o semblante entristecido de ROSELI. O PREFEITO ANÍBAL tenta saber o que está acontecendo, mas ROSELI está com muito medo e prefere não dizer nada. 


Prefeito Aníbal — O que foi que aconteceu com você, Roseli? Desde que você saiu ontem que você está desse jeito. Se foi alguma coisa comigo ou as minhas filhas pode dizer. 

Roseli — Muito pelo contrário, Aníbal. Você está me ajudando muito e as meninas são um amor de pessoa. Mandei não conter o que está acontecendo. Não quero te aborrecer. 

Prefeito Roseii — Que história é essa agora, Roseli? Eu te conheço tem muito tempo. Nada do que você me diga vai me aborrecer. Me diga oq eu está te deixando assim tão aflita. 

Roseli — É o meu ex-marido, Aníbal. Ele conseguiu me encontrar aqui em Porto da Areia. Eu achei que eu iria ter paz, mas eu me enganei. Ele quer que eu faça algo que eu não é certo. Eu não sei o que fazer.


As lágrimas vão escorrendo pelos olhos de ROSELI. Logo em seguida o PREFEITO ANÍBAL segura suas mãos delicadamente. Ele e ROSELI se olham profundamente. 

Prefeito Aníbal — O que o canalha do seu ex-marido fez dessa vez, Roseli? Me conta tudo. Eu só quero te ajudar. Nada além disso. 

Roseli — Ele queira que eu roubasse dinheiro de você, Aníbal. Mas eu jamais iria fazer isso com você. E agora o Misael está ameaçando fazer mal com o meu filho. Eu estava aflita. 

Prefeito Aníbal — Eu não vou deixar isso acontecer, Roseli. Eu prometo isso para você. Eu vou resolver essa situação hoje mesmo. 


ROSELI continua muito preocupada. O PREFEITO ANÍBAL esboça um sorriso deixando ROSELI mais leve. 


Roseli — (respirando fundo) Eu não sei como te agradecer por tudo que você está fazendo por mim, Aníbal. Eu sempre vou ser grata.

Prefeito Aníbal — Isso é o mínimo que eu poderia fazer, Roseli. Você já sofreu demais nas mãos do seu ex-marido. Passou da hora de você deixar que alguém cuide de você. 



ROSELI respira aliviada. Ela e o PERFEITO ANÍBAL continuam se olhando. Eles se encaram em silêncio. 

CORTA PARA/


CENA 10. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. COZINHA. INTERIOR. MANHà

DIRCEU está tomando café da manhã tranquilamente . Logo depois EULÁLIA entra na cozinha parecendo estar bastante angustiada com alguma coisa. Ela se senta ao lado de DIRCEU que percebe que alguma coisa está errada. EULÁLIA olha para seu marido de um jeito sério. 


Dirceu — Que cara é essa, minha velha? O dia nem .al começou e você já está assim. Aconteceu alguma coisa que não quer me dizer? 

Eulália — (apreensiva) Eu sem querer disse para a Lívia algo sobre a paternidade dela. Eu sei que eu não deveria ter falado isso, Dirceu.

Dirceu — Você fez o que, Eulália? Você sabe a gravidade do que você fez? O patrão pode descontar a raiva toda em nós dois. 

Eulália — Agora não tem mais volta, meu velho. E isso ainda não é o pior. A dona Eleanor contou para a Lívia que o verdadeiro pai dela é o Sandoval. Isso não vai acabar bem. 


DIRCEU fica tenso. Ele se levanta e olha para EULÁLIA. 


Dirceu — A dona Eleanor não podia ter feito isso. Quando o seu Gregório descobrir ele vai ficar muito nervoso. Eu já estou até vendo.

Eulália — Eu acho que a dona Eleanor foi corajosa, Dirceu. A Lívia passou a vida inteira achando que o próprio pai estava morto. Ela merecia saber a verdade. 

Dirceu — Você está certa, minha velha. Agora salvamos ter que esperar ver o que vai acontecer. O seu Gregório vai enlouquecer. 


EULÁLIA fica preocupada. DIRCEU segura sua mão.


Eulália — (preocupada) Eu preciso faltar com a Lívia. Ela precisa saber o que está para acontecer. Uma tempestade está para cair . 

Dirceu — É melhor a gente ficar afastado, Eulália. Se eu estiver certo o seu Gregório não vai deixar barato ao saber que a Lívia já sabe toda a verdade. Não podemos nos envolver. 


EULÁLIA concorda com a cabeça. DIRCEU solta as mãos de sua esposa enquanto ela o olha. Eles ficam silêncio.

CORTA PARA/


CENA 11. PORTO DA AREIA. PRAÇA . EXTERIOR. MANHà

Em plano geral vemos BABY andar sozinha pela praça da cidade. O sol estar Ada vez mais vibrante. Logo depois ela fica surpresa ao ver FRANCHICO caminhando em sua direção. Eles ficam se olhando sem ninguém tomar a iniciativa. BABY olha com raiva para FRANCHICO. 


Baby — (nervosa) O que você veio fazer aqui? Veio tripudiar novamente de mim? Eu queira apenas me desculpar com você. Mas eu percebi que você realmente era tudo aquilo que eu estava pensando. Azar o seu.

Franchico — Você pode me escutar por um segundo? Toda vez que você me encontra você vem com 2 pedras na mão. Isso não é justo. 

Baby — Você quer mesmo falar do que é jusxto? Quando eu cheguei nessa cidade eu te tratei de um jeito tão ruim. Mas eu me arrpendi. Quando eu vou pedir desculpas você me trata de um jeito tão desproporcional. 

Franchico — Eu pensei que você fosse igual aquelas turistas que visitam a cidade. Eu vim aqui para te pedir perdão. Não foi justo o que eu fiz com você. Me desculpe de verdade. 


BABY fica muito surpresa. Ela esboça um pequeno sorriso.


Baby — Eu não esperava ouvir isso de você, Franchico. Você é diferente de tudo o que eu já conheci. Eu lamento que a gente tenha começado com o pé esquerdo. 

Franchico — Eu também lamento, Baby. Eu espero que você e o seu namorado se acertem. Ele foi atrás de mim para eu ficar longe de você. 

Baby — Que namorado? O Rubinho? Ele não é absolutamente nada meu. E eu não tenho nada haver com o que ele fez com você. Você precisa acreditar em mim. Eu tenho todos os defeitos do mundo, mas jamais iria compactuar com algo tão horrível assim.


BABY abaixa a cabeça. FRANCHICO toca suavemente no rosto de BABY. Os olhos deles ficam olhando um ao outro. 

TRILHA SONORA: 

https://youtu.be/Qbb6Dwuv8O0?si=R1VPgrQMSsB_2mac 


Franchico — Eu não consigo mais negar o que eu estou sentindo. Em pouco tempo você conseguiu dominar todos os meus sentimentos. Eu não sei explicar isso.

Baby — (emocionada) Eu não sei nem o que dizer, Franchico. Eu tentei negar esse sentimento, mas eu não consigo parar de pensar em você. É mais forte do que eu. 


BABY e FRANCHICO se aproximam ainda mais um do outro. A câmera mostra eles se beijando apaixonadamente. 

CORTA PARA/

CENA 12. CASA DE FÁTIMA . SALA. INTERIOR. MANHà

CLOSE em FÁTIMA que vem trazendo uma xícara de café para LENITA que parece estar bastante preocupada. Ela toma um gole do café quando olha seriamente para FÁTIMA. O semblante que FÁTIMA exibe em seu rosto é de muita aflição. LENITA coloca a xícara de café de lado e se levanta do sofá demonstrando estar bastante impaciente. 


Lenita — Porque eu estou sentindo que você está me escondendo alguma coisa, Fátima? Eu te conheço tem muito tempo. Pode me contar. Seja lá o que for eu vou entender. 

Fátima — (séria) Tudo bem, Lenita. Mas toma cuidado com a sua reação. (P) Assim que eu e o seu filho chegamos em Porto da Areia ele sofreu um acidente de helicóptero em alto mar. E foi lá que ele conheceu e se apaixonou pela Lívia. A neta do Gregório.

Lenita — O que é que você está me dizendo, Fátima? O meu filho se apaixonou pela neta do homem que destruiu a minha vida? Eu não aceito isso. O Cassiano precisa se afastar dela. Isso é muito perigoso. 

Fátima — Eu concordo com você, Lenita. Mas nós não podemos controlar por quem o Cassiano vai se apaixonar. Isso não seria muito justo. 


LENITA não se importa. Ela está com muito medo. 

Lenita — O Cassiano vai precisar entender isso. Eu passei quase 30 anos presa em uma casa de repouso por causa desse homem. 

Fátima — A Lívia não tem culpa disso, Lenita. Ela não pode ser responsabilizada pelos erros do Gregório. Você não está sendo justa. 

Lenita — Eu só quero proteger o meu filho, Fátima. Será que é pedir demais fazer isso? Eu não vou deixar que o Gregório faça da vida do Cassiano um verdadeiro inferno. Não vou. 


FÁTIMA fica sem palavras. LENITA está bastante decidida. 


Fátima — (ponderando) Você precisa ser mais relevante, Lenita. Nada é tão simples assim. 

Lenita — Isso é o que nós vamos ver, Fátima. Eu vou falar com essa Lívia. Ela vai ter que ficar longe do meu filho. Vai ser melhor assim. 


LENITA sai de casa com pressa. FÁTIMA não faz absolutamente nada. A câmera mostra a sua calma. 

CORTA PARA/


CENA 13. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. SALA DE JANTAR. INTERIOR. MANHà

A câmera acompanha GREGÓRIO que está tomando café da manhã totalmente sozinho. Nesse momento LÍVIA vem descendo as escadas da mansão e acaba parando na frente de seu avô que a olha de um jeito enigmático. A decepção está visível no olhar de LÍVIA. Ela encara GREGÓRIO. 


Gregório — Eu posso saber porque você está me encarando, Lívia? O que foi que aconteceu dessa vez? Não me diga que foi algo com aquele maldito do Cassiano? 

Lívia — Esse é o seu problema. Você acha que o mundo gira em torno de você. Porque você mentiu desse jeito para mim? Eu tinha direito de saber a verdade. Você tirou isso de mim. 

Gregório — Você está me deixando confuso, Lívia. Eu sinceramente não sei do que você está falando. Você pode ser mais clara comigo? 

Lívia — Porque você não me contou que o meu verdadeiro pai está vivo? Você não me contou que o Sandoval é o meu pai.


GREGÓRIO fica em choque. LÍVIA o confronta ainda mais. 


Gregório — De onde você tirou isso, Lívia? Isso só pode ser uma brincadeira de não gosto. Você nunca poderia ser filha daquele maldito do Sandoval. Isso é uma mentira deslavada. 

Lívia — Não minta para mim. Eu já sei de toda a verdade. Como você pode fazer isso comigo? Eu não merecia passar por isso. 

Gregório — Eu não sei de onde você tirou isso, mas não é verdade. Eu te proíbo de se aproximar daquele pescador novamente. Ouviu?


LÍVIA continua enfrentando GREGÓRIO.


Lívia — Você não manda mais em mim. O que você e a minha avó fizeram não tem perdão. 

Gregório — (furioso) Você acha que o Sandoval vai ser um bom pai para você? Então vai lá. Você vai se decepcionar igual a sua mãe. 

Lívia — Nunca mais toque no nome da minha mãe. Você não tem moral suficiente para isso. Eu nunca vou conseguir te perdoar.


LÍVIA vai embora bem decidida. GREGÓRIO fica fora de si. 

CORTA PARA/


CENA 14. PORTO DA AREIA. RUA. EXTERIOR. MANHà

Em plano aberto vemos CASSIANO andar sozinho pela rua. Poucas pessoas também estão circulando pela cidade. O nosso protagonista está com o seu pensamento em LÍVIA. Nesse instante ele fica surpreso ao ver um carro parar bem ao seu lado. De dentro do carro sai TOM que o encara. 


Tom — (ardiloso) Finalmente eu te encontrei. Agora a gente vai ter uma conversa definitiva, Cassiano. Por sua culpa o meu noivado com a Lívia acabou. Isso não vai ficar assim. Eu deveria acabar com você.

Cassiano — Está me ameaçando, Tom? Eu não tive culpa de nada. Eu apenas me apaixonei pela Lívia. Foi você que jogou tudo fora.

Tom — Quem você pensa que é para falar assim comigo? Você sabe quem eu sou? Você vai ter que sair do meu caminho para a Lívia possa se casar comigo. Isso que vou fazer. 

Cassiano — Porque você quer tanto se casar com a Lívia? O que você está aprontando, Tom? 


TOM sorri maliciosamente. CASSIANO não gosta disso. 


Tom — Eu não devo satisfações para você, seu imbecil. Você vai se arrepender amargamente de ter cruzado o meu caminho. Depois que eu finalmente acabar com você a Lívia vai ser minha. 

Cassiano — Você só sabe ameaçar, Tom. Você não tem coragem de sujar as suas mãos. Eu vou lutar pelo amor da Lívia. Ela ainda me ama.


TOM estão os dedos e vários homens aparecem cercando CASSIANO. O vilão sorri bastante satisfeito. 


Cassiano — (surpreso) O que é que está acontecendo aqui? Eu posso saber o que significa isso, Tom? Eu não sabia que você era tão covarde. Eu exijo uma explicação agora. 

Tom — Você ainda acha que pode exigir alguma coisa, maldito? Rapazes. Acabem com ele. 

Cassiano — Fiquem longe de mim. Estou avisando.


Os capangas de TOM ficam rodeando CASSIANO. O nosso protagonista tenra se defender, mas ele é apenas um contra cinco capangas. Os homens agridem CASSIANO de uma maneira violenta. Depois de alguns longos minutos os homens param. CASSIANO fica muito machucado. TOM se abaixa e ele fica se vangloriando do estado de CASSIANO.

CORTA PARA/


CENA 15. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. MANHà

LÍVIA vai andando pelo jardim da mansão se sentindo totalmente sozinha. As lágrimas vão escorrendo pelo seu rosto demonstrando a sua tristeza. Quando ela menos espera ela fica frente a frente com SANDOVAL. Pai e filha se olham sem dizer nenhuma palavra. LÍVIA fica muito arisca. 


Sandoval — Eu já sou de tudo, Lívia. Você descobriu toda a verdade. Eu queira tentar te explicar. 

Lívia — (nervosa) Me explicar o que? Que você passou todos esses anos convivendo comigo e nunca teve a coragem de me contar a verdade? Eu não entendo isso. 

Sandoval — Eu tive os meus motivos, Lívia. Eu daria para poder voltar no tempo. Mas esse erro eu vou levar comigo para sempre. 

Lívia — Você e o meu avô sempre viveram em pé de guerra. Mas agora eu consigo ver que vocês não são tão diferentes um do outro.


SANDOVAL fica bastante abalado. LÍVIA o olha bem séria. 


Sandoval — Nunca mais repita isso, Lívia. Eu e o seu avô não temos nada em comum. (P) Por muitas vezes eu tentei te contar a verdade. 

Lívia — E porque você não me contou? Eu merecia saber a verdade. Você sabe quantias vezes eu precisei de um pai? 

Sandoval — Você está casa vez mais parecida com a sua mãe, Lívia. Eu juro que eu tenho os meus motivos para ter feito isso. Talvez um dia você vai saber. Eu te prometo. 


LÍVIA está ficando ainda mais confusa com esse mistério. 

Lívia — (séria) Você ainda continua escondendo muitos segredos. O que você tanto esconde? O que você não quer me contar? 

Sandoval — A sua mãe não morreu em um acidente, Lívia. Ele foi assassinada. Você não queria a verdade? Quem matou a sua mãe foi i seu avô. O responsável disso é o Gregório. 


LÍVIA fica em estado de choque. Ela fica totalmente abismada. SANDOVAL tenta acalmar LÍVIA, mas sem sucesso. Ela bem sabe como reagir.


A imagem congela no olhar de surpresa LÍVIA. Aos poucos uma onda invade a tela dando efeito e encerrando o capítulo.





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