O Troco
CAPÍTULO 11
Produção: Ranable Webs
Criada e escrita por: EZEL LEMOS
Direção artística: WANDERSON ALBUQUERQUE
PARTICIPAM DESTE CAPÍTULO
BRUNA MARQUEZINE - LIS
CAIO PADUAN - RODOLFO
SÉRGIO MALHEIROS - ANTHONY
CLAUDIA RAIA - ELVIRA
ALEXANDRE BORGES - CÍCERO
FERNANDO PAVÃO - WALTER
SOPHIA ABRAHÃO - KÁTIA
JUAN ALBA - HERMES DHEMERSSON
SILVIA PFEIFFER - CASSANDRA DHEMERSSON
JULIANA PAIVA - DAFNE DHEMERSSON
CENA 1 - INT. TARDE, CLÍNICA
Lis está deitada em uma cama hospitalar, ela passa por cirurgia, dois médicos estão fazendo a operação no olho dela. Uma enfermeira também está na equipe.
Os médicos se olham, um deles aplica um laser em um dos olhos de Lis, o outro alica um soro na região em que passa o procedimento.
CENA 2 - EXT. TARDE, OFICINA DE CÍCERO, FACHADA.
Elvira e Kátia estão em uma bancada de roupas, ao lado da oficina de Cícero.
ELVIRA (desanimada) - Minha filha, isso aqui não vai engrenar. Só vendi duas peças até agora.
KÁTIA - E uma foi a prazo.
ELVIRA - Tomara que aquela vaca venha pagar. Ah, se ela não vir eu vou lá na casa dela. Eu sei onde ela mora.
Cícero chega com um megafone.
CÍCERO - Precisam de uma forcinha?
Elvira toma o megafone de Cícero.
ELVIRA - Me dá isso aqui!
Elvira pega o megafone e sai no meio da rua.
ELVIRA (no megafone) - Olha a roupa barata! Eu tô vendendo! Roupa de qualidade é no brechó da Elvira! Venha aqui.
Uma mulher chega na bancada de roupa e Kátia a atende.
Enquanto isso, Elvira continua falando no megafone.
ELVIRA - Vem ver nossas peças. São peças de marcas, de qualidade, o tecido maravilhoso. Venha logo antes que acabem.
Várias pessoas começam chegar no local, Elvira fica muito feliz.
Elvira vai voltando para a bancada de roupas, olha para Cícero e pisca o olho.
CENA 3 - INT. CASA DE GRACINHA E CÍCERO/ SALA
Anthony está sentado no sofá, estudando, ao lado, vários livros. Ele para um pouco.
ANTHONY - Não consigo me concentrar. Como eu faço para esquecer a Lis?
Kátia chega até Anthony.
KÁTIA - Você tá estudando?
ANTHONY - Sim. Eu quero ser aprovado em algum concurso.
KÁTIA - E você vai fazer para qual cargo?
ANTHONY - Eu tenho faculdade de administração. Mas provavelmente irei fazer para um cargo diferente.
KÁTIA - Eu também preciso estudar. Agora vou precisar de trabalho.
ANTHONY - Porque você não tenta montar algum negócio? Porque cê sabe que esse bazar não vai durar pra sempre.
KÁTIA - É eu sei, eu vou pensar no que posso investir.
ANTHONY - Você pode começar vendo o que você gosta de fazer.
Katia começa rir.
KÁTIA - Essa é uma pergunta difícil.
CENA 4 - INT. CLÍNICA/ QUARTO
Lis está sentada na cama, enquanto o médico retira a atadura de seus olhos.
Lis abre os olhos lentamente e não consegue enxergar.
LIS - Eu não tô vendo nada.
MÉDICO - Bem, isso já esperado.
LIS (chateada) - Não acredito. Eu tava com tanta esperança.
Lis levanta da cama.
LIS - Eu quero fazer outra, doutor. Por favor não me negue isso.
MÉDICO - Os riscos são muito grandes. Você sabe que pode ser fatal.
LIS - Sim, doutor. Eu quero fazer mesmo assim.
MÉDICO - Vou precisar que assine um termo se responsabilizando por possíveis danos.
LIS - Tudo bem. Eu assino.
IMAGENS DO RIO DE JANEIRO
CENA 5 - INT. MANHÃ, MANSÃO DE CASSANDRA/ MESA DE CAFE DA MANHÃ
Hermes, Cassandra e Dafne tomam café da manhã. Hermes olha com carinho para a Dafne.
HERMES - Minha filha, você já acordada tão cedo?
DAFNE - Hoje eu vou dar aula de yoga.
HERMES - Pelo visto, só seu irmão que não sabe o que é a vida. Dorme até meio-dia igual um vagabundo.
Cassandra toma suco e olha chateada para Hermes.
CASSANDRA - Não fale assim do nosso filho.
HERMES - Tava demorando você vim defender seu filhinho.
CASSANDRA - Não tô defendendo o menino. Ele só é muito jovem, não precisa assumir os negócios da família agora. [...] Ah, e sobre suas aulas de yoga, minha filha, eu não gosto nada desse monte de gente vindo aqui em casa. Você não escolhe seus clientes, libera tudo, qualquer classe. Às vezes eu tenho medo vir algum bandido, me sequestrar, sei lá…
DAFNE - Mãe, não exagera. E além do mais, o pai falou que a empresa não tá numa situação boa.
CASSANDRA - Mas o Rodolfo conseguiu o dinheiro para tirar a empresa do buraco.
HERMES - Só que as coisas não se resolvem assim fácil. É necessário um tempo para que os investimentos rendem lucros.
CASSANDRA - Bom, então assim que der, tire o dinheiro para um ponto. O que não dá é para ficar nessa situação.
Dafne olha chateada.
CENA 6 - INT. CLÍNICA/ CENTRO CIRÚRGICO
Lis está sentada na cama hospitalar, ela assina o termo de responsabilidade.
Na sequência, Lis deita na cama, ela é sedada e o médico inicia o novo procedimento.
CENA 7 - INT. CLÍNICA/. QUARTO
Lis está sentada na cama hospitalar, enquanto Walter está ao seu lado.
LIS - Obrigada, Walter. Você sempre esteve comigo desde que eu era criança.
WALTER - Eu prometi aos pais que cuidaria de você. Não tem nada o que me agradecer.
LIS - Tenho sim. Porque se eu passar a enxergar eu deixarei de te dar trabalho.
WALTER - Você nunca me deu trabalho, Lis. Eu sempre fiz tudo pra você com maior boa vontade.
O médico chega na sala.
MÉDICO - Vamos lá! É hora de saber como foi o procedimento.
LIS - Eu tô muito ansiosa, doutor!
MÉDICO - Dá pra ver.
O médico começa tirar a atadura dos olhos de Lis, ele retira por completo e ela permanece de olhos fechados.
MÉDICO - Pode abrir os olhos.
LIS - Estou com medo, doutor. Meu futuro depende do resultado dessa cirurgia.
MÉDICO - Não é hora para insegurança, você já foi muito corajosa enfrentando mais esse procedimento. Então agora é hora de acreditar.
Lis abre os olhos e sorri emocionada, lágrimas escorrem rapidamente dos seus olhos. Ela olha para Walter e começa a chorar.
LIS (chorando) - Eu tô vendo! Eu tô enxergando, Walter.
O médico olha feliz para Lis.
MÉDICO - Fico muito feliz que tenha dado certo.
Lis desce da cama e abraça o médico, emocionada.
LIS - Obrigada, doutor!
MÉDICO - Magina, eu só fiz meu trabalho. Ainda vamos fazer alguns exames só para saber o estado que sua visão se encontra, se precisará algum grau ou algum tratamento.
LIS - Tá bom.
O médico sai da sala e Lis chega até Walter.
LIS (feliz) - Walter, agora sim você precisa vender a casa o mais rápido possível.
WALTER - Eu já consegui vender.
LIS (feliz) - Não acredito! Você é nota 10.
WALTER - Magina. Eu só tô fazendo meu trabalho. Inclusive eu até já encontrei uma casa no condomínio que você quer.
Lis muda a expressão, fica séria e apática.
LIS - Perfeito, Walter! Em poucos dias estarei lá.
Walter olha sério para Lis.
CENA 8 - INT. MANSÃO DE CASSANDRA/ ÁREA DE LAZER
Dafne está com várias alunas, dando aula de yoga, enquanto Cassandra observa mal humorada.
DAFNE - Sentem-se em Sukhasana com as mãos no joelho em Chin Mudra. Postura ereta com os ombros para trás. Tomem consciência dos seus ossos do quadril afundando no tapete. Tomem consciência de suas pernas tocando o tapete. Permita que eles afundem ainda mais, ancorando você. Relaxe os músculos faciais e certifique-se de não manter nenhuma tensão no pescoço e na parte superior das costas. Respirem fundo pelas narinas e deixe-o viajar até o abdômen e umbigo. Expire lentamente, observe a respiração saindo de suas narinas.
CENA 9 - EXT. SALÃO DE BELEZA/ FACHADA
Lis desce de um táxi, ela observa o salão.
LIS (séria) - A partir de hoje serei uma nova mulher.
Lis entra no local, onde há várias clientes, a atende chega em sua direção.
ATENDENTE - Olá, boa tarde! Seja bem-vinda.
LIS - Eu quero fazer uma transformação radical.
ATENDENTE -. Então a senhora veio ao lugar certo.
Lis está sentada na cadeira, a cabeleireira corta seu cabelo.
A manicure faz suas unhas, pinta-as de vermelho.
Logo, vemos Lis recebendo massagem facial com creme.
CENA 10 - INT. HOTEL/ FACHADA
Lis está com suas malas na recepção do hotel, ela está com um novo visual, salto alto, roupas modernas, cabelo curto e maquiada.
Walter chega ao seu encontro, ele a procura no local, sem a reconhecer. Lis então toca em seu ombro.
LIS - Walter!
Walter olha um pouco até reconhecer, ele fica surpreso ao ver Lis com o novo visual.
WALTER - É você, Lis?
LIS (com pequeno sorriso) - Sim, Walter, sou eu!
WALTER - Se não fosse sua voz eu não tinha reconhecido.
LIS (séria) - Essa é justamente a intenção, Walter.
WALTER - Você realmente vai continuar com isso?
LIS - Sim.
WALTER - Você não tem medo que ele te reconheça. Tudo bem, você mudou muito, mas e a sua voz?
LIS - Eu vou tentar falar diferente.
WALTER - Você já tá falando diferente. Um tom mais grave. Eu te reconheci porque te conheço desde pequena.
LIS - Vamos lá, tá na hora de ir. E eu ainda pretendo passar em um lugar.
WALTER - Claro. Eu vou levar as malas.
Walter pega as duas malas de Lis e as levas.
Lis coloca o óculo escuro e olha muito sério.
LIS - Se prepara Rodolfo, Maya Camilo tá chegando para fazer da tua vida um inferno.
CENA 11 - INT. TARDE, MANSÃO DE CASSANDRA/ PISCINA
Rodolfo chega de cueca na piscina e mergulha, ele mergulha por um tempo. Na sequência, ele senta na lateral da piscina.
Cassandra chega até ele com uma bandeja e dois copos de suco.
RODOLFO - Mamãe, não precisa ensaiar como ser uma copeira. A gente não vai ficar pobre, não se preocupe.
Cassandra entrega o copo de suco ao filho e pega o outro, e deixa a bandeja no chão do local.
CASSANDRA - E tudo isso, graças a você, meu filho querido.
RODOLFO - Eu faria tudo por você, mamãe.
CASSANDRA - Eu também, faria tudo por você. Assim como eu fiz no passado.
RODOLFO - O que você fez por mim, no passado?
CASSANDRA - Eu batalhei para que seu pai fosse o grande homem que é hoje.
RODOLFO - Mas a empresa era da família dele, não?
CASSANDRA - Sim, mas eu o ajudei muito.
RODOLFO - Não sabia desse detalhe.
CASSANDRA - Agora me fale como você conseguiu todo aquele dinheiro.
Rodolfo levanta e fica de costas para a mãe. Cassandra se aproxima, põem a mão no ombro do filho.
CASSANDRA - Você pode confiar em mim. Sabe que não há nada que faria ficar contra você.
Rodolfo anda pelo local, enquanto fala.
RODOLFO (sério) - Na minha viagem para Macaé, lá encontrei uma cega cheia da grana.
Cassandra olha surpresa.
CASSANDRA - Cega?
RODOLFO (sério) - Eu a seduzi e consegui ficar com algumas propriedades dela. Eu dei o golpe nela, mãe!
Casandra olha surpresa para Rodolfo.
CENA 12 - EXT. OFICINA DE CÍCERO/ FACHADA
Elvira está em sua banca de roupas, ela discute com mulheres clientes ali presentes.
ELVIRA - Nada disso, você disse que ia pagar em uma semana e já fazem 3.
CLIENTE - Mulher, é que meu filho adoeceu e eu precisei comprar remédio.
ELVIRA - Mas e quando você vai pagar, agora, fala vai?
CLIENTE 2 - Eu já disse que meu dinheiro só daqui há um mês.
ELVIRA - Olha aqui, vocês não tão cumprindo o combinado, se vocês não pagarem não vendo mais.
CLIENTE - Assim você vai falir!
CLIENTE 2 - É verdade, todo mundo vende fiado.
Há alguns metros da oficina, Lis está parada, usando óculo de sol, ela observa a tua discutindo com as clientes.
LIS (surpresa) - Não tô acreditando nisso. Bem que o Walter falou. Para ela chegar nessa situação só pode o tio Samir ter roubado tudo dela.
Neste momento, Anthony e Kátia chegam até a banca e conversam com Elvira. Lis se emociona ao vê Anthony.
LIS (feliz) - Anthony! Você está aí. Tão lindo, meu amor. Eu deveria esquecer tudo isso e ficar com você.
Lis corre dali com seu salto, voltando, ela chega até o carro de Walter.
LIS - Walter, me leva daqui se não eu vou fazer uma besteira.
Lis entra no veículo e chora, Walter sai no carro, inconformado.
WALTER - Lis, se você quiser você pode desistir de tudo e ficar para se resolver com o Anthony. Eu sei que você gosta dele. A Bilone me falou.
Lis olha sério para Walter.
A cena termina com Lis seria olhando para Walter.
Obrigado pelo seu comentário!