CENA 01. BAR. MADUREIRA. NOITE.
Juliano e Paty conversam de maneira descontraída enquanto bebem cerveja.
Sonoplastia on: "Inaraí - Katinguelê"
Enquanto conversam distraídos, Inara (Roberta Rodrigues), ex namorada de Juliano, desce do Uber com uma atitude de diva, ostentando suas bijuterias brilhantes e uma roupa extravagante que chama a atenção de todos no bar. Ela sorri ao perceber os olhares curiosos, acenando com confiança enquanto carrega sua mala nas mãos.
Seu sorriso desaparece instantaneamente ao avistar Juliano, seu ex, desfrutando de uma cerveja gelada ao lado de Paty. Seu semblante se transforma em uma expressão de surpresa seguida de raiva.
Inara não hesita e corre até eles, sua postura rígida, revela sua determinação. Ela chega perto o suficiente para encarar Juliano, exigindo explicações.
Sonoplastia off
Inara - (com voz firme) Juliano, o que significa isso?
Juliano - (surpreso) Inara?
Inara - Sim, a própria. Em carne, osso, salto e Glamur.
Juliano - O que você está fazendo aqui?
Inara - Eu faço a mesma pergunta, benzinho. O que você está fazendo aqui com...
Inara olha para Paty com desdém.
Juliano - (calmo) Paty é minha amiga, Inara. E desde quando você se importa com o que eu faço?
Inara sente seu orgulho ferido diante da resposta de Juliano, mas não desiste.
Inara - (tentando disfarçar) Eu voltei, Juliano. Estou arrependida de ter te deixado. Estava cansada da vida de rica e...
Juliano - (interrompendo) Cansada da vida de rica? Você? Não me faça rir, Inara. Você sabe muito bem que não é verdade.
Inara sente-se encurralada pela sinceridade de Juliano, e sua expressão vacila por um momento antes de ela tomar uma decisão desesperada.
Inara - (em um tom mais baixo) O coroa me trocou por uma novinha, Juliano. É isso que aconteceu. Estou péssima! Nunca imaginei passar por isso. Logo eu, toda natural, bonita pra caramba.
Juliano não consegue se conter e cai na gargalhada.
Inara - Isso, tripudia mais!
Juliano - (sorrindo) Me perdoa, mas é impossível não rir...
Inara - Eu não ligo que ria. O que mais me deixa chocada é você me trocar por essazinha...
Paty - (p/Inara) Pera lá, veja bem o que fala, como fala e insinua. Tenho idade para ser mãe do Juliano!
Inara - Mãe!? Faça-me o favor. Você tem idade para ser vó, bisa... - Gargalhada. Mas o que me deixa abismada é ver uma velha mocoronga, da sua idade, se roçando com um rapaz bem mais novo.
Irritada, Paty se levanta.
Paty - (altiva) Olha aqui garota, se tiver algo mal resolvido com Juliano, que o leve e converse em outro lugar, mas eu não vou permitir que me insulte!
Inara - (debochando) Permitir!? Vovózinha, você está com meu homem e por esse motivo vai ter que sentar e aturar tudo o que tenho a falar.
Paty - Olha, garota! Não me provoca...
Inara - Vai fazer o que? Me denunciar para o estatuto do idoso?
Juliano - (p/Inara) Inara, respeita a Paty.
Inara - Cala a boca, Juliano! - Inara se aproxima de Paty. Olha aqui sua ratuína, você não vai pegar meu homem. Sabe, eu só não meto a mão na tua cara em virtude da sua idade extremamente avançada.
Paty - (sarcástica) Em virtude disso é que eu farei as honras...
Sem pensar duas vezes, Paty esbofeteia Inara. Inara rodopia, se desequilibra e cai sentada em uma cadeira do bar, com a mão no rosto.
CENA 02. MANSÃO DE PATY. QUARTO DE ROMINA. NOITE.
Após o momento íntimo, Romina e Max estão deitados na cama, mas seus sentimentos parecem estar em lugares opostos.
Romina - (com um sorriso radiante) Max, isso foi incrível. Eu nunca me senti tão próxima de você.
Max, por outro lado, está calado e distante, perdido em seus próprios pensamentos.
Max - (pensativo) ...
Romina, tentando manter a felicidade, dá um leve selinho em Max, esperando uma resposta ou um gesto de carinho.
Romina - (animada) Eu sei que podemos fazer isso funcionar, Max. Podemos ficar juntos, fugir, começar uma nova vida...
Mas Max não corresponde à empolgação de Romina. Ele se levanta da cama, enrolado no lençol, e vai em direção ao banheiro sem dizer uma palavra.
Romina - (ficando chateada) Max, o que está acontecendo?
Max não responde e fecha a porta do banheiro atrás de si. Romina, sozinha na cama, sente-se perdida e desamparada.
CENA 03. BAR. MADUREIRA. NOITE.
Irritada com o tapa que levou, Inara se levanta e caminha em direção a Paty. Juliano tenta intervir, mas Inara o emburra e ele cai sentado na cadeira.
Sonoplastia on: "Feliz, Alegre e Forte - Marisa Monte"
Inara - Você achou mesmo que ia me bater e ficaria por isso mesmo sua dondoca malfadada. -Levanta uma das mãos. Tome isso...
Inara esbofeteia Paty que quase se desequilibra, mas se apoia na mesa. As pessoas, curiosas, começam a se aglomerar em volta para ver a confusão.
Paty - (com a mão no rosto) Garota, que mão pesada!
Inara - (grita) Quer mais meu bem?
Inara abre os braços e começa a gesticular.
Paty - Então quer dizer que você quer subir nas tamancas? Pois vamos ver agora quem fica mais alta.
Paty parte para cima de Inara, que revida com um tapa igualmente exagerado. As duas mulheres começam então uma luta de gatas, rolando pelo chão e trocando golpes . Ao ver as duas rolando no chão, Juliano fica nervoso, sem reação.
Inara - (rindo ironicamente) Você não sabe com quem está mexendo, querida!
Inara devolve os golpes de Paty com igual entusiasmo, em meio a risadas sarcásticas e gestos exagerados. Os puxões de cabelo e as bofetadas continuam, enquanto as duas mulheres se debatem pelo chão do bar.
A cena é uma mistura de comédia física e confronto dramático, com Inara e Paty exagerando cada movimento de forma caricata. Enquanto a briga se desenrola, objetos são derrubados e outros voam pelo ar, adicionando um toque de caos à cena.
Paty - (ofegante) Você vai se arrepender de ter mexido comigo!
Nesse momento alguns homens se juntam para apartar a briga. Paty e Inara, contidas, se encaram, ofegantes.
Sonoplastia off
CENA 04. MANSÃO DE PATY. QUARTO DE ROMINA. BANHEIRO.NOITE.
Dentro do banheiro, o ambiente é abafado e a luz suave lança sombras nas paredes. Max, sentado no chão frio, abraça os joelhos enquanto sua respiração torna-se rápida e irregular. Sua mente está uma confusão, as preocupações e temores se aglomerando em sua cabeça, tornando-se quase insuportáveis.
A crise de ansiedade atinge Max de forma avassaladora. Seu peito aperta, e uma sensação de sufocamento o envolve. Ele tenta controlar os pensamentos tumultuados, mas eles o dominam, levando-o a um estado de angústia quase insuportável.
Enquanto isso, do lado de fora, Romina percebe a atmosfera tensa. Ela se levanta da cama, inquieta, e vai em direção à porta do banheiro, esperando uma resposta de Max. Ao tentar abrir a porta, ela percebe que está trancada. Ela bate na porta freneticamente.
Romina - (em lágrimas) Max, por favor, abra a porta! O que está acontecendo? Por que você está trancado aí dentro?
Seus apelos ecoam no pequeno espaço do banheiro, mas não há resposta de Max. Romina bate mais forte, implorando para que ele a deixe entrar.
Romina - (desesperada) Max, eu estou aqui por você. Por favor, me deixe ajudar!
Max está imerso em sua própria batalha interna, incapaz de responder aos apelos de Romina. Ele se sente paralisado pelo medo e pela ansiedade, perdido em um redemoinho de pensamentos negativos.
Do lado de fora, Romina chora, sentindo-se impotente diante da situação. Ela teme o pior, imaginando se tudo o que compartilharam foi apenas uma ilusão, se ela foi usada e enganada por Max.
Enquanto as lágrimas escorrem pelo seu rosto, Romina continua a bater na porta, esperando desesperadamente por uma resposta que parece nunca chegar.
CENA 05. BAR. INT. MADUREIRA
Após a turbulência causada pela chegada inesperada de Inara, Juliano e Paty encontram um momento de calmaria. Juliano, ainda sorrindo pela partida repentina de Inara, oferece apoio a Paty, ajudando-a a se recompor da situação. Enquanto ele gentilmente ajuda Paty a limpar qualquer resquício do confronto, os dois compartilham sorrisos e olhares cúmplices, como se nada mais importasse naquele instante além da presença um do outro.
Juliano - (com um sorriso reconfortante) Bem, acho que podemos dizer que essa foi uma noite... inesquecível.
Paty - (rindo) Com certeza! Nunca imaginei que teria uma briga de novela na minha vida real.
A atmosfera descontraída do bar parece envolvê-los, dissipando qualquer tensão que possa ter surgido com a chegada de Inara. Eles trocam histórias engraçadas sobre experiências passadas e riem juntos, compartilhando um momento de conexão genuína em meio ao caos que os cercava.
Juliano - (brincando) Bem, acho que Madureira nunca viu nada parecido antes!
Paty - (sorrindo) E espero que não veja de novo tão cedo!
Enquanto a noite avança, Juliano e Paty desfrutam da companhia um do outro, encontrando conforto e alegria na simplicidade da amizade e no calor humano que compartilham.
CENA 06. MANSÃO DE GERSON. QUARTO PRINCIPAL. NOITE
Gerson (Ary Fontoura), marido de Marsala, chega em casa completamente bêbado. Marsala, deitada na cama, finge dormir. A porta se abre e Gerson entra, claramente embriagado. Ele tropeça nos móveis enquanto tenta se mover pelo quarto.
Marsala - (em tom irônico) Ah, Gerson, que surpresa agradável você chegar tão tarde.
Gerson - (desajeitado, soltando uma risada forçada) Ora, ora, se não é a minha adorável esposa, a rainha da noite.
Marsala - (sentando-se na cama, irritada) Gerson, você está bêbado de novo? Quantas vezes vou ter que repetir que isso não é mais aceitável?
Gerson - (rindo alto) Bêbado? Eu? Quem está bêbado aqui é o armário, não eu.
Marsala - (com firmeza) Isso não é engraçado, Gerson. Você precisa se controlar.
Gerson - (caminhando até o guarda-roupa e abrindo-o) Ora, Marsala, relaxa um pouco. A vida é curta demais para se preocupar com bobagens.
Marsala - (franzindo a testa) Bobagens? Bobagens são as suas noites intermináveis de farra, enquanto eu fico aqui, preocupada com você!
Gerson - (tirando a camisa e jogando-a no chão) Ah, relaxa, Marsala. Você sempre foi a rainha do drama.
Marsala - (indignada) Drama? Você acha que é drama preocupar-se com o marido que volta para casa em estado lastimável todas as noites?
Gerson - (caminhando em direção à cama, tropeçando nos próprios pés) Ah, para com isso, Marsala. Não seja tão quadrada.
Marsala - (levantando-se da cama, furiosa) Quadrada? Gerson, eu cansei das suas desculpas esfarrapadas e das suas atitudes irresponsáveis!
Gerson - (caindo sentado na cama) O que você quer que eu faça, Marsala? Eu sou assim, sempre fui. Não posso mudar quem sou.
Marsala - (cruzando os braços) Você pode e deve, Gerson. Se não por você, então por mim e pelo nosso casamento.
Gerson - (com sarcasmo) Casamento? Esse não é um casamento, é um campo de batalha!
Marsala - (firme) É assim que você quer enxergar, Gerson? Então que seja. Mas eu exijo respeito, e não vou tolerar mais esse tipo de comportamento.
Gerson - (levantando-se com esforço) Respeito? Ah, por favor, Marsala. Você não merece nem metade do meu respeito.
Marsala - (determinada) Se é assim que você se sente, Gerson, então talvez seja hora de reavaliarmos algumas coisas.
Gerson - (com ironia) Reavaliar? Ótimo! Vamos começar com a sua dieta, querida. Você está ficando com a bunda muito grande.
Marsala - (exasperada) Isso é o limite, Gerson! Eu não vou mais tolerar esse tipo de tratamento!
Gerson - (desafiador) E o que você vai fazer, Marsala? Me deixar? Eu adoraria ver você tentar.
Marsala - (firme) Não me subestime, Gerson. Eu tenho mais coragem do que você imagina.
Gerson - (rindo) Coragem? Você? Oh, Marsala, você é tão previsível.
Marsala - (cruzando os braços, com determinação) Talvez eu seja, Gerson. Mas uma coisa é certa: eu não vou mais viver assim. Chega de ser a sua marionete.
Gerson se prepara para deitar na cama e Marsala o observa com desaprovação.
Marsala - (com autoridade) Gerson, você não vai se deitar assim. Você precisa tomar um banho primeiro.
Gerson - (rindo) Ah, Marsala, você sempre preocupada com a minha higiene. Não precisa se preocupar, eu não estou tão sujo assim.
Marsala - (irritada) Não comece com essa palhaçada, Gerson. Você está fedendo a álcool!
Gerson - (caçoando) Oh, que horror! A nobre Lady Marsala não pode suportar o cheiro de um homem de verdade!
Marsala se irrita e pega um travesseiro, batendo em Gerson com ele.
Marsala - (irritada) Cale a boca, Gerson! E vá tomar um banho!
Gerson - (ri, pegando outro travesseiro) Se é guerra que você quer, é guerra que terá!
Gerson começa a bater em Marsala com o travesseiro, enquanto ela tenta se defender e revidar. A cena se transforma em uma guerra de travesseiros, com risadas e gritos enquanto os dois se divertem, esquecendo momentaneamente de suas diferenças.
CENA 07. MANSÃO DE PATY. QUARTO DE ROMINA. INT.
Max finalmente destranca a porta do banheiro e sai, visivelmente abalado. Romina, preocupada, corre em sua direção e o ajuda a se sentar no chão. Ele desaba em lágrimas, e Romina o segura com carinho.
Romina -(comovida) Max, meu amor, o que aconteceu?
Max - (entre soluços) Eu... eu não sei o que está acontecendo comigo, Romina. Eu... eu não consigo mais lidar com isso.
Romina - (afagando seus cabelos) Shh, está tudo bem, Max. Eu estou aqui com você. Você pode me contar o que está te incomodando.
Max - (entre soluços) Eu... eu não sei se consigo fazer isso. Eu estou tão perdido, Romina. Eu sinto como se estivesse me afogando em meus próprios pensamentos, em minha própria escuridão.
Romina - (com ternura) Você não está sozinho, Max. Nunca esteve. Eu estou aqui com você, e eu não vou a lugar nenhum. Nós vamos passar por isso juntos, eu prometo.
Max - (desabando completamente) Eu sinto como se estivesse quebrando, Romina. Como se estivesse prestes a perder o controle de tudo.
Romina - (segurando-o firmemente) Não, Max, você não vai quebrar. Você é forte, mais forte do que imagina. E eu estou aqui para te ajudar a superar isso. Você pode confiar em mim.
Max se entrega ao choro, e Romina o segura com firmeza, oferecendo-lhe conforto e apoio incondicionais.
CENA 08. MANSÃO DE GERSON. QUARTO PRINCIPAL. NOITE
A guerra de travesseiros está em pleno andamento. Marsala e Gerson riem enquanto se atacam com os travesseiros, jogando penas para todos os lados. O quarto está uma bagunça completa.
Marsala - (rindo) Você vai acabar acordando os vizinhos com tanto barulho, Gerson!
Gerson - (sorrindo) Ah, quem se importa com os vizinhos? Eles também merecem um pouco de diversão!
A luta continua por mais alguns momentos, até que ambos param, ofegantes, e se olham. Apesar das tensões entre eles, há um brilho de diversão em seus olhos.
Marsala - (sorrindo) Sabe, Gerson, às vezes você consegue ser menos insuportável.
Gerson - (rindo) E você, Marsala, até que não é tão ruim quanto parece.
Eles compartilham um sorriso breve antes de Marsala se lembrar da situação anterior.
Marsala - (mais séria) Mas isso não muda o fato de que você precisa tomar um banho, Gerson. Vá se limpar antes de se deitar na minha cama.
Gerson - (sorrindo) Sim, senhora. Às suas ordens, Lady Marsala.
Gerson se levanta, ainda rindo, e segue para o banheiro enquanto Marsala começa a arrumar a bagunça do quarto, ainda sorrindo com a recente brincadeira.
CENA 09. MANSÃO DE PATY. INT. NOITE
Romina desce as escadas e se depara com Paty e Juliano chegando. Ela expressa surpresa ao vê-los.
Romina - (sorrindo) Era só o que faltava. A senhora trazendo indigentes para a mansão.
Juliano - (interrompendo) Olha só, não sou nenhum indigente, tá legal? Eu não aceito ser tratado assim.
Paty - Juliano, não dê importância, afinal, Romina já está de saída.
Romina - (sem entender) De saída?
Paty - Sim. Eu quero que agora mesmo você e seu comparsa juntem os trapos e saiam da minha mansão.
Romina a olha surpresa e sem acreditar.
Obrigado pelo seu comentário!