CENA 01. HOTEL. QUARTO. MADRUGADA.
Romina mantém a faca firmemente pressionada contra o pescoço de Marisol, seu olhar penetrante fixado nos olhos da funcionária do hotel.
Romina - (com voz grave) Não tente me enganar, Marisol. Eu não estou para brincadeiras. Você vai me ajudar a sair daqui, ou...
Marisol - (interrompendo, com a voz trêmula) Eu... eu juro que vou te ajudar, Romina. Por favor, não me machuque.
Romina segura o olhar de Marisol por mais um momento, antes de afastar a faca de seu pescoço, mas mantendo-a em posição de alerta.
Romina - (com um suspiro tenso) Bom. Agora, como vamos fazer isso? Não posso sair daqui carregando essa maleta, vai chamar atenção demais.
Marisol - (pensando rapidamente) Eu... eu tenho uma ideia. Vou enrolar a mala em alguns lençóis e escondê-la embaixo da cama. Quando a polícia se for, eu vou pegá-la e te entregar.
Romina assente, considerando a sugestão de Marisol.
Romina - Não há outra alternativa. Mas eu ficarei pelas redondezas do hotel e não vou a lugar nenhum até ter a maleta em minhas mãos novamente.
Marisol concorda, e começa a enrolar a maleta em alguns lençóis, escondendo-a habilmente debaixo da cama. Enquanto isso, ela explica a Romina como ela pode escapar usando uma saída nos fundos do hotel, onde normalmente recebem os suprimentos.
Marisol - (explicando) Você vai ter que se esconder no meu carro, senhora. Eu vou distrair a polícia e te levar a maleta assim que for seguro.
Romina ouve atentamente as instruções de Marisol, planejando cada passo de sua fuga com precisão.
Romina - (com determinação) Muito bem, Marisol, Mas lembre-se, se você me enganar...
Marisol engole em seco, entendendo a seriedade da situação.
Marisol - (com sinceridade) Eu não vou te enganar, Romina. Eu prometo.
Com um olhar de determinação, as duas mulheres se preparam para o que está por vir.
CENA 02. HOTEL. SAGUÃO. MADRUGADA
Os capangas de Leo e os policiais estão engajados em uma intensa troca de tiros, com rajadas de balas ecoando pelo ambiente, criando sons ensurdecedores. Os destroços e estilhaços voam pelo ar, enquanto os hóspedes aterrorizados se esquivam em busca de abrigo.
Os policiais, liderados pelo comandante, avançam corajosamente, utilizando as colunas e móveis como cobertura enquanto disparam contra os capangas. Os capangas de Leo, bem armados e treinados, retaliam com uma ferocidade igual, respondendo com uma chuva de tiros certeiros.
Comandante - (gritando para sua equipe) Avancem, pessoal! Não podemos recuar agora! Precisamos neutralizar esses criminosos!
Os policiais avançam em meio ao fogo cruzado, mantendo a compostura sob pressão enquanto se esforçam para avançar contra os capangas de Leo.
Enquanto isso, os capangas de Leo estão determinados a proteger seu território a qualquer custo. Eles se movem habilmente pelo saguão, buscando posições estratégicas e respondendo com uma precisão mortal a cada investida dos policiais.
Capanga de Leo - (gritando para seus companheiros) Mantenham a linha!
O fogo cruzado continua sem trégua, com ambos os lados lutando arduamente por seus objetivos. O ar está impregnado com o cheiro de pólvora e o som ensurdecedor dos tiros, criam uma atmosfera de tensão e desespero.
CENA 03. HOTEL. EXT. MADRUGADA
Enquanto os tiros ecoam ao fundo, Leo chega ao terraço do hotel, acompanhado por seus dois seguranças leais. O helicóptero está posicionado ali, suas pás cortando o ar com um zumbido constante. O vento sopra forte, agitando os cabelos de Leo e dando uma aura de drama à cena.
Leo - (gritando sobre o barulho dos tiros) Vamos! Não temos tempo a perder!
Os seguranças respondem com um aceno de cabeça e seguem Leo em direção ao helicóptero. Eles entram rapidamente na aeronave, o som do motor aumentando em intensidade conforme o helicóptero se prepara para decolar.
Leo - (gritando para o piloto) Partimos! Voem o mais alto e rápido possível!
Pouco a pouco, o helicóptero começa a se erguer do terraço, ganhando altitude enquanto se afasta do hotel. Leo olha pela janela, vendo o caos que fica para trás enquanto eles escapam da polícia.]
Leo - (sorrindo com satisfação) Ah, o doce sabor da liberdade! Nada como uma boa dose de adrenalina para animar a noite, não é mesmo?
Segurança 1 - (assentindo) Sem dúvida, chefe. Essa foi uma fuga e tanto.
Leo - (sorrindo) Como digo, sempre há um jeito de contornar os obstáculos, não é mesmo?
Os seguranças concordam, brindando com Leo enquanto o helicóptero voa alto no céu, deixando para trás o tumulto e a confusão do hotel.
CENA 04. MADUREIRA. BAR. EXT. MADRUGADA
Inara chega em meio ao pagode, com os cabelos em desalinho e os olhos arregalados de ansiedade. Ao notar sua agitação, o dono do bar, interrompe imediatamente o batuque animado e corre para o lado dela, com uma expressão de preocupação estampada no rosto.
Dono do Bar - (preocupado) Calma aí, Inara! O que aconteceu? Você tá bem?
Inara se joga em uma cadeira, ofegante, e olha ao redor, como se procurasse alguém.
Inara - (com a voz embargada) Você viu o Juliano passar por aqui hoje?
Dono do Bar - Ele não deu as caras por aqui hoje, Inara. O que tá acontecendo?
Inara suspira e aceita a água que o assistente do bar traz para ela, bebendo vorazmente.
Inara - Eu jurei que o encontraria aqui. Achei que seria o lugar mais óbvio, sabe?
Dono do Bar - Conta pra mim o que tá acontecendo, Inara. A gente tá aqui pra ajudar.
SONOPLASTIA ON - "INARAÍ - KATINGUELÊ"
Inara lança um olhar teatral ao redor, como se estivesse prestes a narrar uma história de épicas proporções.
Inara - Ah, meu amigo, você não vai acreditar! Acabei de escapar do meio de uma confusão bafônica! Parecia o início da Terceira Guerra Mundial, eu juro!
Dono do Bar - Terceira Guerra Mundial? O que foi que aconteceu, Inara?
E então, Inara começa sua narrativa, exagerando cada detalhe, aumentando o caos e transformando-se na heroína da história. Ela descreve uma invasão ao estilo filme de ação, onde ela enfrentou muitos invasores com nada além de sua sagacidade e charme. O dono do bar e os clientes ao redor ouvem atentamente, alternando entre incredulidade e diversão diante das reviravoltas absurdas que Inara acrescenta a cada frase.
Ao final de sua história, Inara termina com um gesto dramático, levantando-se da cadeira como se estivesse saindo de um palco.
Inara - E assim, meus caros, é assim que sobrevive uma Inara! Agora, se me derem licença, preciso encontrar meu Juli querido.
O dono do bar ri, balançando a cabeça.
Dono do Bar - Você é uma figura, Inara! Boa sorte com o Juliano.
SONOPLASTIA OFF
CENA 05. CABANA DE MAX. INT.MADRUGADA
Max aparece, visivelmente agitado, andando de um lado para o outro impacientemente. Ele segura seu celular, olhando para a tela com preocupação.
Max tenta ligar para Romina mais uma vez, mas o celular dela vai direto para a caixa postal. Com raiva ele joga o celular em uma poltrona próxima.
Max - Droga!
Ele caminha até o frigobar, abre-o e pega uma garrafa de água, bebendo em grandes goles. Sua expressão é de irritação misturada com ansiedade.
Max - [murmurando para si mesmo] O que está acontecendo com ela?
Max volta para pegar o celular, mas algo na tela chama sua atenção. Ele abre uma rede social e se depara com a notícia da invasão policial ao hotel. Seus olhos se arregalam de choque
Max - Mas que maldição...
Sem perder tempo, Max começa a agir. Ele vai até sua mala, jogando algumas roupas dentro apressadamente.
Max - Ela está em perigo. Se ela for capturada, vai me entregar sem hesitar.
Ele fecha a mala com um estrondo e olha em volta do quarto, pensando rapidamente no que mais precisa levar.
CENA 06. HOTEL. INT. NOITE
O ambiente está tenso e caótico. No andar de baixo do hotel, o som de sirenes ecoa pelos corredores enquanto Romina corre freneticamente, desviando-se das pessoas em pânico. Seu coração bate descompassado enquanto ela busca desesperadamente a saída que Marisol mencionou. As luzes piscam intermitentemente, criando sombras inquietantes nos corredores labirínticos do hotel.
Romina - [ofegante, murmurando para si mesma] Vamos, Romina, você consegue. Só mais um pouco.
Romina continua sua busca frenética, virando em cada esquina na esperança de encontrar a tão desejada saída. O som distante de tiros e gritos aumenta sua ansiedade, mas ela se recusa a desistir.
Romina - Vamos, chega logo!
Finalmente, Romina avista a porta de saída à sua frente. Um sorriso de alívio surge em seu rosto enquanto ela se aproxima da porta e a empurra com força. No entanto, seu sorriso desaparece abruptamente quando ela se depara com uma cena aterradora do lado de fora. Agentes armados estão à espera, apontando suas armas diretamente para ela.
Romina - [paralisada, voz trêmula] O que...
Um policial se aproxima, seu rosto sério e determinado. Ele segura algemas em uma mão enquanto aponta sua arma para Romina com a outra.
POLICIAL - [firme] Romina Macedo, você está sob prisão. Coloque as mãos para cima lentamente.
Romina engole em seco, sua mente girando enquanto tenta processar a situação.
Romina - [com voz fraca] Calma aí, deve estar havendo algum engano.
O policial não parece se importar com sua declaração. Ele avança e coloca as algemas em Romina, prendendo-as com firmeza.
Policial - Isso é o que todos dizem. Venha comigo.
Romina é levada pelos policiais.
CENA 07. COMPILADO DE CENAS DO RIO DE JANEIRO . TRANSIÇÃO MADRUGADA- MANHÃ.
CENA 08. DELEGACIA. SALA DE VISITAS. MANHÃ.
Na delegacia, uma atmosfera pesada paira sobre a sala de visitas. Paty e Juliano entram, seus rostos expressando uma mistura de apreensão e compaixão. Romina está sentada, seus olhos inchados de tanto chorar. Ao vê-los, ela se levanta, sua expressão desolada se transformando em uma mistura de surpresa e esperança.
Paty - [comovida, estendendo os braços] Romina...
Romina hesita por um momento, mas então Paty se aproxima e a abraça forte. As lágrimas começam a escorrer pelos rostos das duas mulheres enquanto se abraçam, deixando de lado suas diferenças.
Paty - [emocionada] Eu sinto muito, Romina. Eu sinto muito por tudo.
Romina - [soluçando] Eu... eu também sinto, tia Paty.
As duas se afastam, ainda com lágrimas nos olhos, e voltam a se sentar.
Paty - [com voz trêmula] Eu sei que poderia ter sido diferente... você poderíamos ter escolhido um caminho diferente...
Romina - [com um suspiro pesado] Eu sei...
Paty respira fundo, reunindo sua coragem para continuar.
Paty - [com sinceridade] Mas não podemos mudar o passado, Romina. Tudo o que podemos fazer é aprender com nossos erros e tentar consertar as coisas daqui para frente.
Romina assente, sua expressão refletindo uma mistura de determinação e arrependimento.
Paty - [com um suspiro] Eu falei com a advogada. Ela disse que... que provavelmente haverá um julgamento... mas ela vai fazer o possível para reduzir a pena.
Romina abaixa a cabeça, um nó se formando em sua garganta.
Romina - [com voz fraca] Obrigada, Paty... Aproveitando, já gostaria de contar uma coisa.
Paty a olha, prestando atenção.
Romina - (com os olhos marejados) Eu estou grávida.
Paty - [surpresa] Espera... você disse... grávida?
Romina assente, suas mãos instintivamente indo para sua barriga.
Paty - [incrédula] Meu Deus...
Romina olha para Juliano, seus olhos cheios de temor.
Romina - [com sinceridade] Eu não sei o que vou fazer, Paty... mas enquanto estiver na cadeia... eu preciso que vocês... cuidem do meu bebê...
Paty e Juliano trocam um olhar, sua surpresa evidente.
Paty - [com voz suave] Nós vamos cuidar, Romina. Nós vamos cuidar...
Então, uma sombra de preocupação atravessa o rosto de Paty.
Paty - [com um suspiro] Max... ele te levou para o abismo...
Romina -[com resignação] Eu sabia no que estava me metendo, Paty...
Paty balança a cabeça, sua tristeza evidente.
Paty - [com determinação] Pelo menos uma coisa boa saiu disso tudo... Max deve estar sendo preso agora mesmo.
Romina se enrijece, seus olhos se arregalando de choque.
Romina - [em um sussurro] Eu... eu não contei sobre o paradeiro do Max...
Paty - Nem foi necessário. A polícia já rastreou as mensagens de vocês... eles sabem onde ele está...
Romina passa a mão pela cabeça, um misto de medo e culpa.
CENA 09. ESTRADA . EXT. MANHÃ
A câmera foca em Max, que está dormindo no banco do motorista de um carro estacionado em um canteiro de uma estrada deserta. O som distante de uma sirene policial corta o silêncio da noite, e Max desperta de repente, seu coração acelerando.
Max - [olhando pelo retrovisor, preocupado] Droga...
Sem hesitar, Max se recompõe rapidamente, seus olhos varrendo o ambiente em busca de uma rota de fuga. Ele gira a chave na ignição e o motor ruge. Com um olhar determinado, Max pisa fundo no acelerador e o carro arranca com força.
A câmera corta para o carro da polícia, onde o policial, ao volante, acelera.
A estrada se estende diante deles. Max e a viatura policial correm pela rodovia deserta. O policial usa o rádio para chamar reforços, enquanto Max manobra habilmente entre os veículos, desviando-se dos obstáculos com agilidade. O barulho dos motores ecoa pela estrada enquanto eles correm lado a lado, uma batalha de habilidade e coragem.
Max- [gritando para si mesmo] Você não vai me pegar!
O policial não desiste, mantendo-se firme atrás de Max enquanto eles aceleram pela estrada. Os carros correm em alta velocidade, ultrapassando curvas perigosas e cruzamentos movimentados.
De repente, Max vira em uma estrada de terra, levantando poeira no ar. O policial o segue de perto, a viatura quase colada na traseira do carro de Max. Os pneus rangem enquanto eles derrapam em curvas fechadas.
Por um momento tenso, parece que Max está ganhando vantagem, mas então o policial consegue se aproximar, empurrando-o para fora da estrada. O carro de Max balança descontroladamente, à beira do precipício.
Max - [gritando, lutando para manter o controle] Não... não pode ser...
Com um último esforço desesperado, Max tenta corrigir a trajetória do carro, mas é tarde demais. Com um estrondo ensurdecedor, o veículo despenca do precipício. E cai diretamente no mar.
A câmera se afasta do penhasco, revelando o carro de Max afundando lentamente no mar agitado.
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