???: Como ela está?
???: Nada bem... As facadas foram profundas.
???: Alguma chance dela sobreviver com nossos recursos comuns?
???: Acho que não...
???: Então... O que você pretende fazer, Doutora Júlia?
???: Vamos curá-la usando... Aquele método.
???: Tem certeza? E se ela desconfiar de algo?
???: Essa garota já viu coisas surreais naquele prédio. Ela tem que sobreviver.
???: Certo... Eu vou chamar a Clara...
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Sofia abriu os olhos. Ela estava deitada em uma cama hospitalar. Ao despertar, se sentou, assustada.
Sofia: O... Onde eu estou?
Havia um homem, aparentemente um médico, sentado em uma cadeira visualizando um computador na entrada da sala. Ele se virou para ela.
César: Ah, good morning.
Sofia: O... O quê?
Ele riu.
César: Aulas de inglês não vão bem, né? Sem problemas. Pode me chamar de Doutor César. Eu tomei conta de você durante a noite.
Sofia se lembrou das facadas que levou.
Sofia: Eu... Como eu sobrevivi?
César: Por sorte os danos não foram tão graves. Você já está bem.
Sofia ergueu sua blusa e olhou seu corpo. Ela estava sem nenhum sinal.
Sofia: Isso é impossível...
O doutor César suspirou.
César: Acho que não dá pra esconder de você, não é? Bem, é verdade. Nós te curamos usando um recurso que a população ainda não está pronta para testemunhar.
Sofia pensou.
Sofia: Então... Você também sabe das coisas que eu vi naquele apartamento?
César: Sim eu sei. Nós aqui da Progênese estamos cientes de que há pessoas... Peculiares nesse mundo.
Sofia: Alguma coisa tem que ser feita...
César: Por enquanto você pode ficar tranquila. Não há muitos registros desses... Mutantes, por aí.
Sofia: ...
César: A propósito... Foi informado à polícia que eram apenas terroristas naquele prédio, e que seu amigo Gustavo te esfaqueou por... "Acidente". Mas como tem testemunhas que viram o que realmente aconteceu... A coisa pode mudar logo.
Uma cientista, mais velha, entrou na sala.
Júlia: Ah, como vai, Sofia? Eu sou a doutora Júlia.
Sofia: Eu... Estou bem, obrigada.
Júlia olhou para César.
Júlia: Alguma sequela?
César: Nenhuma, fizemos vários testes. Está tudo normal com a garota.
Sofia: Eu... Posso ir?
Júlia riu.
Júlia: Pode sim. Seus pais estão esperando.
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Sofia saía da delegacia de polícia. Gustavo e Pedro a esperavam.
Gustavo: Ei, Sofia... Você tem quinze anos e já está saindo da delegacia?
Sofia: Cala a boca, Gustavo... Eu fui testemunhar à favor do Neo.
Pedro: Ah é, ele foi preso... O que os policiais disseram?
Sofia: Ele vai responder por homicídio, mas eu disse que o homem que ele matou era o líder dos terroristas, e que ele ajudou a nos salvar.
Os três caminhavam pelas ruas.
Pedro: O que houve, Sofia? Você parece pensativa...
Sofia: É que... Eu fico pensando... Todos andando pela cidade tranquilamente sem saber que algo muito grande pode estar prestes a acontecer e mudar o rumo da nossa história...
Gustavo: Nós todos passamos por experiências horríveis... A propósito, meu pai aceitou emprego em outra clínica. Ele vai sair da Progênese logo.
Os três pararam em frente a uma praça.
Pedro: O que faremos? Sabemos de coisas que ninguém mais sabe.
Sofia: Eu vi que um homem, um tal de... Acho que o nome dele era Robinson, que criou um blog na internet onde relatou ter passado por experiências assustadoras em uma fazenda dessa região nos anos 90... Então acho que não somos os únicos.
Gustavo: Que tal se contarmos ao mundo o que vimos?
Sofia: Não irão acreditar. E ainda assim, acho perigoso demais.
Pedro: Bem, por enquanto podemos apenas deixar isso de lado e tomar um sorvete.
Sofia: Tem razão.
Sofia, Gustavo e Pedro caminharam seguindo as ruas.
É complicado dizer o que vai acontecer depois. Talvez tudo acabe bem para toda a humanidade. Mas sempre existem riscos, e pessoas podem sofrer. Mas por enquanto aqueles três tinham certeza de que o pesadelo havia chegado ao fim.
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