CENA 01.
MANSÃO DE JULIANO. INT. TARDE
Inara chega à luxuosa mansão,
carregando várias sacolas de compras de grife. Ela entra e é recebida pela
empregada na entrada principal.
Inara - Boa tarde. Como está tudo por
aqui?
Empregada -
Boa tarde, dona Inara. Posso
ajudá-la com essas sacolas?
Inara - Não, está
tudo bem. Eu consigo carregar. Obrigada. (Inara olha ao redor, notando a
ausência de sua filha e marido.) Onde está Clarinha? E Juliano?
Empregada -
A pequena Clarinha está dormindo.
A babá deu a mamadeira e a colocou para descansar. Quanto ao seu marido,
Juliano... Ele saiu sem dizer para onde ia.
Inara
franze a testa, preocupada.
Inara - Ele saiu?
Estranho, não me disse nada. (Ela tenta disfarçar sua ansiedade.)
Empregada - Sim, dona
Inara. Parecia ter algo em mente, mas não mencionou para onde ia.
Inara fica
pensativa por um momento, enquanto a empregada a observa com curiosidade.
Inara - (murmurando
para si mesma) Hoje é o dia da soltura de Romina...
Empregada -
Perdão, dona Inara?
Inara - (erguendo
o olhar) Nada. Obrigada por me informar. (Ela se vira, perdida em seus
próprios pensamentos.)
Empregada -
Se precisar de mais alguma coisa,
estarei na cozinha.
Inara acena
em reconhecimento, enquanto Maria se afasta. Inara suspira e fecha os olhos por
um momento, tentando juntar os fragmentos de informação em sua mente.
Inara - (para
si mesma) Será que Juliano... não, não pode ser. Mas e se ele... (Ela
engole em seco, uma sensação de apreensão se instalando em seu peito.)
A cena
termina com Inara perdida em seus pensamentos.
CENA 02.
PRESÍDIO. EXT. TARDE
A cena começa
com Juliano, tenso e ansioso, esperando diante da porta do presídio. Seus olhos
estão fixos na entrada. Finalmente, a porta se abre e Romina emerge.
Romina - (sorrindo)
Juliano...
Juliano
avança rapidamente e a abraça com força, sentindo o alívio inundar seu ser.
Juliano - Seja
bem-vinda, de volta. (Ele segura seu rosto, olhando nos olhos dela.)
Estou tão feliz que finalmente está livre.
Romina - Obrigada,
Juliano. Mesmo depois de tudo o que aprontei com você, ainda teve compaixão por
mim. Não sei o que teria sido de mim sem o seu apoio durante esses três anos.
Eles se
afastam um pouco, ainda segurando as mãos um do outro.
Juliano - Você tem
um futuro brilhante pela frente, Romina. Estou aqui para ajudá-la em tudo o que
precisar.
Romina - (com
gratidão) Você sempre foi um homem de coração bom, Juliano. Nunca vou
esquecer tudo o que fez por mim.
Ela então
pergunta por Clarinha, e Juliano ilumina-se com entusiasmo ao descrever a filha
deles.
Juliano - Ela está
tão grande agora, Romina. Linda como sempre.
Romina - Mal posso
esperar para abraçá-la pessoalmente, sem ser apenas por foto.
Juliano
sente uma pontada de desconforto, mas disfarça rapidamente.
Juliano - Vamos
comemorar sua liberdade. Que tal irmos comer algo juntos?
Romina
sorri, emocionada, concordando com a cabeça.
CENA 03.
CONDOMÍNIO DE LUXO. EXT. TARDE
Marsal
aparece saindo do seu condomínio. Ela
caminha pela calçada, seus passos confiantes ecoando enquanto ela se prepara
para seus afazeres. De repente, Simas, um homem jovem e determinado, a aborda,
fazendo-a se assustar.
Simas - (com um sorriso irônico) Como vai,
viúva Marsala?
Marsala
olha para ele, confusa e um tanto intrigada.
Marsala - (franzindo
a testa) Desculpe... nós nos conhecemos?
Simas - Não diretamente, mas meu nome é Simas.
Marsala- Simas!? Não me recordo desse
nome.
Simas – Muito prazer. Sou o filho que
seu falecido marido, Gerson, teve em Portugal.
Marsala solta
uma gargalhada, incrédula.
Marsala - (entre
risos) Desculpe, mas isso é absurdo. Meu marido não teve filhos.
Simas - Eu sei que
é difícil de acreditar, mas estou aqui para provar. Vou fazer um exame de DNA e
comprovar que sou filho legítimo de Gerson.
Marsala
franze o cenho, desconfiada.
Marsala - Você só
pode estar brincando. Isso é algum tipo de golpe para conseguir dinheiro. É
isso?
Simas - (com
firmeza) Não é um golpe, Marsala, mas
eu provando que sou realmente filho de Gerson, tenho direito à minha
parte na fortuna.
Uma troca
de olhares intensos e palavras afiadas se segue, enquanto Marsala e Simas se
confrontam.
Marsala - Você é um oportunista! Acha que pode simplesmente aparecer
aqui do nada e reivindicar parte do que é meu?
Simas- Eu não
estou pedindo esmolas, Marsala. Estou exigindo o que é meu por direito!
Marsala - Seu
direito? Você não tem direito algum! Meu marido nunca mencionou outro filho,
muito menos um nascido em Portugal!
Simas - Talvez ele
não tenha contado a você, mas ele sabia da minha existência. E agora que ele se
foi, é hora de eu reivindicar minha parte.
Marsala - (irritada)
Isso é ridículo! Você não passa de um impostor tentando se aproveitar da
situação.
Simas - (com
raiva) Eu não sou um impostor! E vou provar isso com o exame de DNA.
A discussão
esquenta ainda mais, com acusações sendo lançadas de ambos os lados. Passantes
curiosos começam a observar a cena, enquanto Marsala e Simas continuam a trocar
farpas.
Marsala - Você nunca
vai conseguir provar nada!
Simas - Veremos
quanto você vai rir quando o exame confirmar a verdade.
Marsala o
encara.
CENA 04.
RESTAURANTE. INT. TARDE
Romina e
Juliano estão sentados em um restaurante aconchegante, cercados por uma
atmosfera leve e descontraída. O garçom traz os pratos principais enquanto os dois
começam a conversar.
Romina - (sorrindo)
Este lugar é encantador, Juliano. Obrigada por me trazer aqui.
Juliano - (com um
sorriso gentil) É um prazer minha amiga.
Eles começam
a saborear suas refeições.
Romina - (após
um momento) Sabe, Juliano, é estranho estar do lado de fora novamente. A
liberdade é um sentimento tão poderoso.
Juliano - (assentindo)
Com certeza. Imagino que tenha sido difícil estar atrás das grades por tanto
tempo.
Romina - (nervosa)
Foi, Juliano. Mas, ao mesmo tempo, me deu tempo para refletir sobre muitas
coisas. Sobre minha vida, minhas escolhas...
Há um breve
momento de silêncio enquanto ambos ponderam sobre as palavras de Romina.
Juliano - (gentil)
Estou aqui para apoiá-la, Romina. Se precisar de alguma coisa, é só me chamar.
Romina - (com
gratidão) Obrigada, Juliano. Significa muito para mim saber que posso
contar com você.
Eles
continuam a conversar animadamente, compartilhando histórias e risadas enquanto
desfrutam de sua refeição juntos.
CENA 05. APARTAMENTO DE MARSALA. INT. NOITE
Marsala
entra em seu luxuoso apartamento, seus saltos ecoando no piso de mármore
enquanto ela chama pelo nome de seu falecido marido.
Marsala - Gerson?
Gerson, querido, você está aí?
De repente,
uma figura translúcida e familiar surge diante dela, com Gerson olhando para ela
com uma expressão travessa.
Gerson - (com um
sorriso sacana) Aqui estou eu, minha querida Marsala!
Marsala,
furiosa, avança na direção do fantasma de Gerson, com os punhos cerrados de
raiva.
Marsala – Eu quero
saber que palhaçada é essa?
Gerson - Calma,
minha adorável Marsala. Só estou aqui para alegrar seu dia!
Marsala
bufa de irritação, ignorando as tentativas de Gerson de acalmá-la.
Marsala - Alegria?
Você acha que isso é engraçado? Se você estivesse vivo, eu te mataria agora
mesmo!
Gerson - (fingindo
inocência) Mas querida, você sabe que não pode me matar, eu já estou...
morto!
(Marsala
revira os olhos, impaciente, e cruza os braços, exigindo uma explicação.)
Marsala - Chega de
brincadeiras, Gerson. Que história é essa de filho em Portugal?
Gerson coça
a cabeça, fingindo desentendimento, antes de finalmente confessar.
Gerson - Bem, é uma
longa história... Eu estava em uma de minhas viagens a Portugal e...
Antes que
ele possa continuar, Marsala irrompe em um surto histérico, misturando raiva,
choque e histeria de forma hilária. Ela começa a correr em círculos,
gesticulando selvagemente enquanto grita com o fantasma de Gerson.
Marsala - Uma longa
história? Uma longa história? Eu devia ter te matado quando tive a chance! Você
me deixou com um bastardo Português! Eu nunca vou perdoar você por isso,
Gerson! Nunca!
A cena
termina com Marsala continuando seu surto enquanto Gerson tenta, sem sucesso,
acalmá-la e pedir perdão.
CENA 06. APARTAMENTO DE SELENA. INT. NOITE
Gabriela e
sua mãe, Selena, estão sentadas à mesa, desfrutando de um jantar tranquilo em
sua casa. O ambiente é aconchegante, iluminado pela luz suave das velas.
Gabriela olha ao redor, notando a ausência de Simas.
Gabriela - (com
gentileza) Mãe, você viu o Simas sair?
Selena - (com um
suspiro) Não, querida. Não vi, mas não ficaria surpresa se ele não
voltasse.
Gabriela
abaixa o olhar, visivelmente desconfortável com o comentário de sua mãe.
Gabriela - Mãe, por
favor, eu já te pedi para não falar assim do Simas.
Selena - (com um
olhar pesaroso) Ver você abrir mão de seus sonhos por ele é difícil para
mim.
Gabriela
respira fundo, compreendendo a preocupação de sua mãe.
Gabriela - Eu
entendo, mãe. Mas eu o amo, e estou feliz ao lado dele.
Selena - (com um
suspiro) Infelizmente essa dependência emocional que ele causa em você é o
que faz eu aturá-lo dentro da minha casa.
Gabriela - (com
firmeza) Mãe, eu sei que você está preocupada, mas não precisa ser tão dura
com o Simas. Ele não é perfeito, mas me faz feliz.
Selena - (entre
risos) Ah, minha filha, você é tão ingênua! Simas só está com você pois não
tem onde ficar .
Gabriela - (defensiva)
Isso não é verdade, mãe! Simas me ama de verdade, tenho certeza disso. E eu
tenho certeza que a senhora passará a ama-lo no dia em que ele provar ser
herdeiro do milionário falecido e ter parte da herança
Selena - (ainda
rindo) Simas, Herdeiro? Claro, querida. E eu sou a rainha da Inglaterra!
Gabriela - (frustrada)
Você nunca vai entender, mãe. Simas é diferente, ele tem um coração bom.
Selena - (com
carinho) Eu sei que você o ama, Gabriela. Mas às vezes o amor nos faz cegos
para a verdade. Você precisa abrir os olhos antes que seja tarde demais.
Gabriela - (com
determinação) Eu confio no Simas, mãe. E vou apoiá-lo em tudo o que ele
precisar.
Gabriela
olha para sua mãe, sentindo frustração.
CENA 07 . MANSÃO DE JULIANO. INT. NOITE
Romina e
Juliano chegam à mansão, seus rostos irradiando felicidade e alívio. Ao
entrarem, são recebidos por Inara, cuja expressão é uma mistura de surpresa e
desdém.
Inara - (com
frieza) Onde você estava, Juliano?
Juliano - (com um
sorriso radiante) Eu fui buscar a Romina.
Romina olha
para Inara com um misto de ansiedade e cautela.
Romina - (com um
sorriso contido) Como vai, Inara?
Inara olha
para Romina dos pés à cabeça, seu olhar transmitindo uma indiferença gélida.
Inara - (com
voz cortante) O que você está fazendo aqui?
Juliano
mantém seu sorriso, tentando manter a calma.
Juliano - Romina
insistiu em ver Clarinha, Inara. Ela é a mãe, não podemos negar esse direito.
Inara
explode de raiva, sua voz ecoando pela sala.
Inara - (gritando)
Clarinha é minha filha, Juliano! Ela não tem direito nenhum sobre ela! Romina
perdeu todos os seus direitos quando nos entregou a menina!
Juliano – Por favor, Inara.
Inara – (gritando) Eu quero essa criminosa fora daqui agora
mesmo!
O clima
tenso na mansão atinge o seu ápice, com Inara e Romina trocando olhares.
Obrigado pelo seu comentário!