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Entre Laços Quebrados - Capítulo 13

 

 



ENTRE LAÇOS QUEBRADOS | CAPÍTULO 13
Criada e escrita por: Vicente de Abreu
Produção Artística: Ezel Lemos


Essa obra pode conter representações negativas e estereótipos da época em que foi realizada

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CENA 01: QUARTO. CASARÃO DE LEONA. INT. NOITE

Tigre olha para ela, hesitante por um momento, mas depois assente. Ele entrega a foto para Rubi, observando enquanto ela a examina.

RUBI: (surpresa) Olha.. você é bonito como o seu pai.

Tigre olha para a foto nas mãos de Rubi, um sorriso melancólico brincando em seus lábios.

TIGRE: (confirmatório) É.. obrigado. Eu pareço com o meu pai. Dr. Raul. Mas na verdade muitos diziam que eu lembrava a minha mãe. 

Ele se levanta e vai até sua mochila, abrindo-a com cuidado. De lá, ele retira um estetoscópio de brinquedo, suas cores desbotadas pelo tempo, mas cuidadosamente guardado.

TIGRE: (suavemente) Minha mãe me deu isso quando eu era criança. Ela sonhava que eu seria médico, como meu pai.

Ele segura o estetoscópio com reverência, como se fosse um símbolo tangível de seus sonhos perdidos e da promessa não cumprida.

{A câmera se afasta mostrando de cima a foto com Tigre ainda menino, sua mãe ao seu lado e seu pai em um jardim ensolarado.}



CONTINUAÇÃO


CENA 02: INT. CASARÃO DE LEONA. QUARTO | NOITE.


LEONA: (animada) E aí! O que estão aprontando?

Rubi levanta os olhos do celular e sorri.

RUBI: (sorri) Estou tentando animar o Tigre aqui. Ele está meio desanimado hoje.

LEONA (determinada) Então é hora de agir! Tigre, você não pode ficar assim. Temos que levantar seu astral!

Tigre olha para Leona, um pouco surpreso, mas também intrigado.

TIGRE (surpreso) Leona, você também está nessa?

LEONA (sorrindo) Claro! Além de uma família, somos amigos, e amigos não deixam amigos ficarem na fossa. E tenho um plano infalível para isso!

Rubi sorri maliciosamente, enquanto Tigre e Leona olham para ela com curiosidade.

TIGRE (curioso) Um plano? Estou ouvindo.

RUBI (entusiasmada) Vamos curtir uma boate! Isso mesmo, música alta, luzes piscando, e dançar até os pés doerem!

Tigre olha para Rubi e Leona, um tanto incrédulo.

TIGRE (intrigado) Uma boate? Vocês sabem que não sou muito fã desse tipo de lugar.

LEONA (insistente) Ah, mas hoje é diferente, Tigre! Você precisa de uma noite diferente, uma noite de diversão com os amigos!

Tigre pondera por um momento, então sorri.

TIGRE (cedendo) Tudo bem, vamos lá. Uma noite diferente pode ser uma boa ideia.


CENA 03: RIO DE JANEIRO. LAPA. MAIS TARDE. 

[ TRILHA ON: Cher - Believe]

À medida que as luzes da Lapa começavam a brilhar, Rubi e Leona irradiavam energia, ansiosas pela noite. Tigre, embora sorridente, parecia distante. Mesmo assim, o trio adentrou a boate, prontos para dançar até o amanhecer e criar memórias inesquecíveis.


CENA 04: BOATE. INT. NOITE.

[ TRILHA CONT.] 

Leona, Tigre e Rubi entram na boate animados, o som alto e as luzes coloridas preenchem o ambiente. Leona e Rubi se dirigem para a pista de dança, enquanto Tigre fica um pouco mais recuado, observando do bar.


RUBI: (gritando sobre a música) Vem, Tigre! Vamos nos divertir!


Tigre sorri timidamente, mas não se move do lugar. Seus olhos seguem Rubi enquanto ela dança, perdendo-se na sua energia contagiante.

Enquanto Leona e Rubi se divertem na pista, uma colisão acontece. Rubi esbarra em um homem mal-encarado, fazendo com que sua bebida se espalhe pelo chão.


RUBI: Desculpa, foi sem querer!


O homem a encara com hostilidade, sua expressão se tornando mais agressiva a cada segundo. Tigre nota a tensão e observa a cena atentamente do bar.


TIGRE: (murmurando para si mesmo) Algo não está certo.


Sem hesitar, Tigre se levanta do bar e avança em direção à pista, determinado a proteger Rubi. Ele chega a tempo de ver o homem se aproximando dela com raiva nos olhos.


TIGRE:  (firme) Ei, irmão, relaxa aí!


O homem se vira para encarar Tigre, surpreso com a intervenção.


HOMEM: E quem é você?


TIGRE: (encarando-o com determinação) O suficiente para saber que você está incomodando minha irmã.


O clima tenso se intensifica enquanto os dois homens se encaram. Tigre se prepara para agir, pronto para proteger Rubi a qualquer custo.


HOMEM: Ah, moleque fala sério! Esse travequinho, é a sua irmã?

Sem pensar, Tigre difere um soco no rosto do homem e os dois iniciam uma luta corporal. 


CORTA PARA: 

CENA 05: QUARTO DE SERGINHO - NOITE


Luciana está sentada na cama de Serginho, olhando para o vazio, com uma expressão pensativa. Serginho entra no quarto, notando a expressão dela.


SERGINHO: O que foi, Lu? Parece que está a mil por hora aí dentro.


LUCIANA: (suspira) É o Otto, Serginho. Eu não consigo tirar ele da minha cabeça.


SERGINHO: Ah, Lu, não começa com isso de novo. Você sabe que ele não vale o seu tempo.


LUCIANA: Eu sei, mas... eu só consigo pensar nas coisas que ele disse antes de ir embora.


**FLASHBACK: PRAIA DE BÚZIOS. TARDE**


Luciana e Otto estão sentados na areia da praia, o sol se pondo no horizonte.


OTTO: (sorrindo) Você já foi ao Rio de Janeiro, Lu?


LUCIANA: (olhando para o mar) Não, nunca fui.


OTTO: (olhando para ela) Ah, deveria ir um dia. É uma cidade incrível, cheia de vida e oportunidades.


LUCIANA: (sorri de volta) Quem sabe um dia, né? Eu sei que é tão lindo quanto a minha Búzios. Vejo nas novelas, na televisão. 


**FIM DO FLASHBACK**


LUCIANA:  Ele disse que morava no Rio de Janeiro, Serginho. Eu acho que preciso ir até lá, tirar isso a limpo.


SERGINHO: (preocupado) Lu, você não pode simplesmente largar tudo e ir atrás dele. E se ele não quiser te ver?


LUCIANA: Eu preciso tentar, Serginho. Não vou conseguir seguir em frente se não resolver isso de uma vez por todas.


SERGINHO: (resignado) Se é isso que você acha... Mas por favor, tome cuidado. Eu não quero te ver machucada de novo.


LUCIANA: (abraça Serginho) Obrigada por sempre estar aqui por mim, Serginho. Eu prometo que vou ficar bem.


SERGINHO: (retribui o abraço) Eu sei que vai. Mas me mantenha informado, ok? Eu quero saber se você está bem.


LUCIANA: Pode deixar. Eu te mando mensagem assim que chegar lá.


Luciana se levanta da cama determinada, enquanto Serginho a observa com uma mistura de preocupação e apoio.


CENA 06: INT. QUARTO DE HOTEL. ITAIPAVA (PETRÓPOLI) - NOITE

O quarto está iluminado apenas por uma suave luz das velas. Uma garrafa de vinho meio vazia repousa sobre a mesa ao lado da cama, enquanto uma música lenta e suave preenche o ar. Débora e Otávio estão sentados na beira da cama, olhando um para o outro.

Débora, com um sorriso tímido, pega a taça de vinho e dá um pequeno gole, tentando quebrar o silêncio.


DÉBORA:(sorrindo) Este vinho é maravilhoso, não é?

Otávio olha para a taça de vinho e acena com a cabeça, mas seu olhar parece distante, perdido em pensamentos.


OTÁVIO: (simulando um sorriso) Sim, é ótimo.


O silêncio paira sobre eles novamente, deixando Débora visivelmente desconfortável. Ela coloca a taça de vinho de volta na mesa e respira fundo, tentando encontrar as palavras certas.


DÉBORA: (incerta) Você parece distante hoje, Otávio. Está tudo bem?


Otávio suspira, parecendo desconfortável com a pergunta.


OTÁVIO: (olhando para baixo) Eu... Eu só tenho muita coisa na cabeça, Débora. Desculpe se não estou sendo muito presente.


Débora olha para Otávio, preocupada, mas tentando manter a calma.


DÉBORA: (suavemente) Você sabe que pode compartilhar qualquer coisa comigo, certo? Estou aqui para você.


Otávio olha nos olhos de Débora, um misto de tristeza e gratidão em seu olhar.


OTÁVIO: (suspirando) Eu sei, Débora... Eu só... não consigo me desligar do trabalho hoje. Estou tentando, mas...


Débora abaixa os olhos, decepcionada, mas tentando entender.


DÉBORA: (abaixando a cabeça)Eu entendo, Otávio. Mas... isso tudo está começando a afetar nosso relacionamento. Eu só queria uma noite para nós dois, sem preocupações.


Otávio coloca a mão no rosto de Débora, tentando consolá-la.


OTÁVIO: (suavemente) Eu sinto muito, Débora. Eu prometo que vou me esforçar mais. Você merece isso.


Débora olha nos olhos de Otávio, tentando encontrar conforto em suas palavras, mas a decepção ainda está presente em seu olhar.

DÉBORA: (engolindo em seco) Eu espero que sim, Otávio... Eu realmente espero.

O ambiente fica tenso, enquanto eles permanecem sentados na beira da cama, perdidos em seus próprios pensamentos, tentando encontrar uma maneira de superar a barreira que se formou entre eles.


CENA 07: INT. MANSÃO DE RAUL - SALA DE JANTAR - NOITE

A sala de jantar é suntuosa, mas desoladoramente vazia. Raul, um homem de meia-idade com um semblante cansado, está sentado à cabeceira da mesa, olhando para o prato intocado diante dele. Eulália, uma mulher mais velha com um olhar compreensivo, está ocupada arrumando os talheres ao lado.

RAUL: (suspirando pesadamente) Eulália, por favor, junte-se a mim para o jantar.

Eulália hesita por um momento, antes de assentir e se sentar em frente a Raul.

EULÁLIA: Obrigada, senhor Raul.

Ela serve um pouco de sopa em seu prato e no de Raul, e então eles começam a comer em silêncio por um momento.

RAUL: (com voz embargada) Você sabe, Eulália, às vezes me pergunto se alguma vez fui um bom pai.

Eulália ergue os olhos, preocupada com a dor evidente de Raul.

EULÁLIA: Tenho certeza de que fez o melhor que pôde, senhor Raul. Ninguém pode culpá-lo por isso.

RAUL: (abaixando o olhar para o prato) Mas mesmo assim, meu filho... meu próprio sangue... ele me abandonou. Não consigo entender como isso pôde acontecer.

Ele faz uma pausa, lutando para conter suas emoções.

EULÁLIA: (colocando a mão sobre a dele) Às vezes, as coisas fogem do nosso controle, senhor Raul. 

Os olhos de Raul se enchem de lágrimas enquanto ele olha para Eulália, reconhecendo o conforto em suas palavras.

RAUL: (com voz embargada) Você se lembra, Eulália, quando éramos mais jovens? Como minha mãe costumava nos reunir para jantares em família?

Eulália sorri suavemente, recordando os tempos mais felizes.

EULÁLIA: Sim, meu querido, eu me lembro bem. Parecia que nada podia nos deter naqueles dias.

RAUL: (abaixando o olhar para o prato) Sinto falta daquela sensação de união, Eulália. 

EULÁLIA: Oh, meu querido... Tenho certeza de que Tiago está bem. Ele é forte, como o pai dele.

Ela coloca a mão sobre a dele, transmitindo conforto e apoio.

RAUL: (lutando para conter suas emoções) Obrigado, Eulália. Por estar aqui por mim... como sempre esteve. Você é como uma mãe para mim.



CENA 08: BABILÔNIA | LEME. QUARTO DE HOTEL. INT. 

[ TRILHA ON: A Viagem | Trilha Instrumental | Tensa Notredame]

Otto está sentado à beira da cama em seu modesto quarto de hotel. Ele está tenso, segurando o telefone, como se estivesse esperando por algo. Após alguns momentos de hesitação, ele se levanta e sai do quarto.


CENA 09: [EXT. LANCHONETE . NOITE]

[ TRILHA CONT.] 

Otto atravessa a rua apressadamente em direção à lanchonete mal iluminada. Ele parece preocupado e constantemente olha para trás como se sentisse que está sendo seguido. Ao entrar na lanchonete, ele pede algo rapidamente e olha em volta, nervoso.


CENA 10: [EXT. RUA - NOITE]

[ TRILHA CONT.] 

Um homem misterioso (60 anos, vestido de preto e com uma expressão séria) observa Otto de longe, mantendo-se nas sombras. Seus olhos seguem cada movimento de Otto com interesse desconhecido.


CENA 11: [INT. QUARTO DE HOTEL - NOITE]

[ TRILHA CONT.] 

Otto retorna ao seu quarto de hotel, fechando a porta com cuidado. Ele parece aliviado por estar de volta em um lugar familiar, mas sua tensão ainda é visível. No entanto, sua calma é interrompida quando ele vê o homem sentado em uma cadeira próxima à janela.


OTTO: (surpreso e perturbado) O que você está fazendo aqui?


O homem se levanta lentamente, revelando um olhar sinistro em seu rosto.


HOMEM: (sarcástico) Surpreso em me ver, Otto?


Antes que Otto possa reagir, ohomem lança um soco rápido em sua direção, pegando-o desprevenido. Otto é atingido com força, caindo no chão.

Otto tenta se levantar, mas o homem o domina, segurando-o com força.


HOMEM: (com um sorriso cruel) Agora é só esperar sua mãe, para que possamos ter uma conversa sobre velhos tempos.

A tela escurece enquanto os sons de luta e os gritos abafados de Otto ecoam no quarto de hotel. O destino de Otto e o motivo por trás do ataque permanecem obscuros.


FIM DO CAPITULO







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