CAPÍTULO #006
ESCRITA POR:
WANDERSON ALBUQUERQUE
CENA 01.COMPLEXO DO DESALENTO. BAR DA GEANE. INT. NOITE.
Jaguar aponta a arma para a cabeça de Dandara que observa o
revolver com cautela. As pessoas ao redor estão aflitas.
JAGUAR – Vou estourar a sua cabeça, vadia.
DANDARA – Atire, seu covarde.
Jhonatan surpreende Jaguar e os dois acabam entrando em
confronto. Eles caem no chão. Hércules vai pra cima de Jhonatan, mas Dandara
puxa Hércules pelo pescoço e eles também caem.
GEANE – PELO AMOR DE DEUS, GENTE. Alguém pega esses dois
bandidos.
Alguns homens pegam Jaguar e Hércules que ficam imobilizados no
chão. Dandara ajeita o seu cabelo e abaixa. Ela olha nos olhos de Jaguar.
DANDARA – Olha só quem tá por cima da carne seca agora. Vai ser
uma delicia ver o Desalento longe das suas garras. Tu só está colhendo o que
plantou, cafajeste.
JAGUAR (RI) – Tu acha mesmo que eu vou ficar preso? Eu saio de lá
em dois tempos e baixo aqui novamente para matar todos vocês.
SOLANGE – Alguém liga para a polícia. Eles vão gostar de saber
que esses dois aí estarão na cadeia.
HÉRCULES (GRITA) – Todos vocês irão me pagar. TODOS
Dandara levanta-se e vai até Jhonatan que está colocando gelo em
seu olho.
DANDARA – Está tudo bem, Jhonatan?
JHONATAN – Sim, não foi nada demais. Apenas meu olho está
doendo, mas tenho certeza que eu acabaria com esse desgraçado em dois tempos.
DANDARA – Você foi muito corajoso. Muito obrigada.
Dandara abraça Jhonatan. Ele repousa a cabeça no ombro de
Dandara.
CENA 02 ORFANATO. EXT. DIA
Tomada rápida da fachada do orfanato.
CENA 03.ORFANATO. INT. DIA
Vemos uma mulher com um salto alto e vestida com um vestido longo
vermelho. Ela anda pelo corredor enorme do Orfanato. A Luz do sol invade o
ambiente. É Victoria.
Ela para em frente a um vitral que tem a imagem do menino Jesus e
Maria. Victoria tira seu óculos escuro e observa a imagem. Uma senhora em torno
de 80 anos com roupa de freira surge.
MADRE CÉLIA – Posso te ajudar?
VICTORIA – Não está me reconhecendo, Madre? Sou eu, Victoria Agostini.
Madre Célia fecha o sorriso e olha sério para Victoria.
MADRE CÉLIA – Vamos até a minha sala, por favor. Me acompanhe.
Madre Célia faz um gesto para Victoria acompanha-la. Elas andam
e entram em uma sala.
CENA 04.ORFANATO. SALA. INT. DIA.
Madre Célia senta-se em sua cadeira e Victoria senta em uma em
frente a escrivaninha dela.
MADRE CÉLIA – Vou ser direta. Por qual motivo está aqui?
VICTORIA – Vejo que a senhora ainda continua não gostando de
mim, não é?
MADRE CÉLIA – E você deu motivos para isso. Não tenho muito
tempo, Victoria. Para você ter saído dos Estados Unidos para vir até aqui, deve
ser algo muito importante, presumo.
VICTORIA – Na verdade, eu voltei para o Brasil por questões familiares,
mas é sempre bom rever grandes amigas (RI).
MADRE CÉLIA – Não tenho tempo para joguinhos, Victoria. Por
favor, diga o que você tem a dizer e suma o mais rápido do meu orfanato.
VICTORIA – Calma, Madre Célia. Bom, já que insiste tanto, o motivo
da minha vinda até aqui é que eu quero saber quem foi que adotou a criança que
eu deixei aqui.
Madre Célia treme com a pergunta e observa Victoria.
CENA 05. RIO EM AÇÃO. INT. DIA.
Patrícia aparece no elevador e vai em direção a uma mesa que
está escrito seu nome “Patrícia MOREIRA”. Ela senta-se e começa a organizar os
materiais. Felipe aparece.
FELIPE – Seja muito bem-vinda ao RIO EM AÇÃO, Patrícia. Estamos
muito felizes em tê-la conosco.
PATRÍCIA – Eu que fico feliz em poder estar nesta equipe.
FELIPE – Uma salva de palmas, por favor.
Os outros funcionários começam uma salva de palmas para Patrícia
que cora rapidamente.
PATRÍCIA – Felipe, eu gostaria de falar sobre a notícia da
Igreja. Posso publicar no blog do site?
FELIPE – Mas é claro! Ao final do dia teremos uma reunião para
debatermos. Lembre-se de imprimir esses arquivos para entregarmos a polícia, tá
bem?
PATRÍCIA – Pode deixar.
Felipe se retira. Patrícia entra no site e vai em rascunhos. Ela
observa a sua matéria e aperta em publicar.
PATRÍCIA (APREENSIVA) – Feito.
CENA 06. DELEGACIA. ESCRITÓRIO. INT
Há um movimento na delegacia. Miguel vai até a recepção e o
Policial Pedro chega.
MIGUEL – Pedro? O que você está fazendo aqui? Achei que
estivesse no hospital.
PEDRO – Fui liberado no mesmo dia. Foi apenas um arranhão. Eu precisava
vir trabalhar.
MIGUEL – Fico feliz que esteja melhor. Você é um grande
policial.
PEDRO – Obrigado. Bom, eu acabei recebendo as imagens da câmera
de segurança do dia do atentado aquela jornalista. Ainda não vi.
Pedro entrega o pendrive a Miguel. Rapidamente, o delegado vai
até o seu laptop e coloca o pendrive. Ele abre as imagens.
No vídeo, mostra o carro de Patrícia, um Fox Xtreme 2020, parado
no sinal, quando um Corolla 2015 chega ao lado e começa a alvejar o veículo da
jornalista na parte de trás. Eles saem cortando pneu.
MIGUEL (SURPRESO) – Vai ser muita coincidência ser o mesmo carro.
PEDRO – Do que você está falando?
MIGUEL – Lembra daquele carro que encontramos na zona leste? Ao
lado tinha corpo de quatro homens?
PEDRO – É o mesmo veículo?
MIGUEL – Não dá pra saber, mas o modelo é o mesmo. Não consigo ver
a placa do carro, mas nada que o pessoal do T.I não consiga. Vou copiar e você
leva esse pendrive lá, tudo bem?
PEDRO – Pode deixar.
Miguel copia o arquivo para o seu computador e entrega o
pendrive a Pedro que pega o objeto e sai.
CENA 07. GABINETE DO DEPUTADO RENATO. INT. DIA.
O Deputado Renato fuma um cigarro. Ele vai até o cinzeiro e
apaga. A porta do gabinete é escancarada pelo Capitão Vasconcelos que adentra o
ambiente. O Deputado ri de canto de boca.
DEP. RENATO – De todas as pessoas do mundo que poderiam visitar
esse gabinete, eu podia jurar que nenhuma delas seria você, capitão.
CAP. VASCONCELOS – Não seja idiota. Foi você, né?
DEP. RENATO – Do que está falando?
CAP. VASCONCELOS – Foi você quem mandou atirar no carro da
Patrícia, né?
DEP. RENATO (MENTE) – Eu não sei do que você está falando.
CAP. VASCONCELOS – Não seja cínico, seu cretino.
O deputado vai até a porta e a fecha. Ele vai em direção a janela
do seu gabinete.
DEP. RENATO – Afinal de contas, capitão, o que desejas?
CAP. VASCONCELOS – Eu gostaria de arrancar a sua cabeça fora,
mas não posso. Eu estava quieto e tentei por muito tempo acreditar que você não
seria capaz de ser tão leviano a ponto de mandar dar um susto na minha esposa, mas
só pode ter sido você.
DEP. RENATO – Capitão, você sempre foi muito inteligente, mas
depois que casou parece que ficou muito mais burro. Demorou muito para vir.
CAP. VASCONCELOS – O que você quer? Já não basta ter quase
acabado com a minha vida?
DEP. RENATO (RI) – Quase acabado com a sua vida? Olha, pelo que
eu me lembro bem, você gostava de trabalhar pra mim, mas aí a sua esposinha
apareceu e tudo mudou? Sabe, sempre acreditei que uma mulher poderia mudar um
homem, mas confesso que fiquei surpreso com a sua mudança.
CAP. VASCONCELOS – Eu espero que você esteja ciente de que se você
encostar um dedo em minha mulher, eu juro que mato você.
DEP. RENATO (CONFRONTA) – Mata nada. Você não irá fazer nada,
sabe por que? Porque se fizer, eu acabo com a sua carreira de capitãozinho de
merda. Se a sua querida esposa souber o que você já fez, temos certeza que ela
não irá olhar mais na sua cara.
CAP. VASCONCELOS (SE APROXIMA) – Eu te juro que sou capaz de
arrancar seu pinto fora se ousar chegar perto da minha mulher.
DEP. RENATO – É só pra você ver que eu sempre estarei rodeando
sua vida. Não ache que deixarei você em paz.
CAP. VASCONCELOS (COSPE) – Cretino. O recado está dado.
Capitão Vasconcelos dá um soco no Deputado que cai e começa a
rir.
CAP. VASCONCELOS – NOJENTO!
O Capitão sai e o Deputado Renato ri
CENA 08. RIO EM AÇÃO. ESCRITÓRIO. INT. DIA.
Felipe e Patrícia conversam. Ela está com um caderno e começa a anotar
tudo.
FELIPE – Mas mudando totalmente de assunto, Patrícia, preciso saber
de uma coisa. É verdade que você sofreu um atentado?
PATRÍCIA – Sim, é verdade. Provavelmente por conta do meu
marido, já que ele é Capitão do BOPE.
FELIPE – Seu marido é capitão do BOPE? Não sabia.
PATRÍCIA – Sim. Isso me deixa um pouco triste, claro. Pode
parecer muito masoquista dizer isso, mas se o atentado fosse por conta do meu
trabalho, eu ficar muito mais conformada.
FELIPE – Eu te entendo. Sabe o que é estranho? Você sofreu o
atentado no mesmo dia que encontraram os corpos daqueles homens.
PATRÍCIA – Cá entre nós? Com certeza foi queima de arquivo.
FELIPE (SURPRESO) – Você acha?
PATRÍCIA – Tenho certeza disso. Conheço o Diogo, ele vai
descobrir quem foram os caras que fizeram isso comigo.
FELIPE – Patrícia, olhe, só para avisar a você, temos uma
conduta muito grande em relação sobre violência policial. Eu mesmo já sofri
racismo da policia.
PATRÍCIA – Estou ciente disso.
FIM DO CAPÍTULO 06
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