CAPÍTULO 02
Criada e Escrita por ANDIE ARAÚJO
Diretor de Núcleo DENNIS CARVALHO
Personagens deste capítulo
JASMIN
HELENA
LEONARDO
MARINHO/MARCELO
MIRO
NANDA
HELENA
VITINHO
JU
MIGUEL
NARCISO
MÔNICA
Participações Especiais do Capítulo: Bombeiro, Pai, Mãe, Menina, Cliente.
CENA 01. CASA. INT/ EXT. DIA.
Continuação imediata da cena 10, capítulo 01. Ritmo. Tensão. As pessoas envolta da casa em pânico, assustadas. O pai se aproxima de um dos bombeiros ali e o puxa pela gola do uniforme, em desespero.
PAI em desespero: Eu quero a minha filha, moço. Salva ela!
BOMBEIRO: Calma, meu senhor. Acalma-se!
A mulher abraça o marido. Os dois tentam se confortar.
Corta para dentro da casa em chamas. Helena consegue chegar a menina. A menina inalando muita fumaça, tosse. Helena pega a menina no colo. Labaredas altas, intensas. Helena com a menina no colo consegue passar por um corredor que vai se desmoronando a medida que elas vão passando.
Corta para o exterior da casa. As pessoas preocupadas, na expectativa. Os olhares de todos se voltam para a entrada da casa. Helena sai com a criança a tiracolo.
MENINA: Tia, obrigada! A senhora é minha mulher maravilha!
A menina esforça-se para um abraço. Tocada pelas palavras da menina, Helena se emociona, deixando algumas lágrimas caírem. Outros bombeiros e equipes médicas vão se aproximando. Os transeuntes começam a aplaudir a coragem de Helena. Close em Helena feliz, determinada.
Corta para:
CENA 02. FLORICULTURA. INT. DIA.
A CAM passeia pela loja mostrando as diversidades de floração, folhagens, vasos. A CAM corta para POV de um homem segurando um buquê de flores jasmim. Este homem observa Jasmim um pouco de longe, a jovem está arrumando uma das prateleiras da loja. Ele se aproxima da moça, a surpreendendo.
JASMIM: Miguel!?
Ele lhe entrega o ramalhete e a puxa para um beijo. Corta para:
No balcão, Narciso, Ju e Vitinho estão ali, observando o casal.
VITINHO suspirando : Bem que você podia fazer isso comigo, Narciso. Um buquê e um beijo.
JU: Melhor comigo.
NARCISO: (muxoxo) Vocês não são do meu porte, com licença.
O rapaz sai e se vira para um vidro e se olha através do reflexo.
JU: Tu se acha, né?
VITINHO: Autoestima elevadíssima!
Volta para Jasmim e Miguel aos beijos. Eles se desvencilham.
MIGUEL: Te amo!
JASMIM: Eu também, meu querido.
MIGUEL entusiasmado: Já tava vendo uns lugares para a lua-de-mel. Eu pensei algo como Fernando de Noronha, algum lugar do Nordeste Brasileiro. Itacaré, Porto Seguro, Porto de Galinhas.
JASMIM: Confio em você! Você tem bom gosto.
MIGUEL: E o vestido? Você já...
JASMIM: Pode deixar que desse assunto eu cuido, Miguel.
Um cliente adentra a loja.
JASMIM: Chegou cliente... mais tarde conversamos melhor, Miguel. (Ela dá um selinho nele).
JASMIM (PARA O CLIENTE/ mais entusiasmada): Seja bem vindo! O que desejas?
CLIENTE: Eu queria uma terra adubada... para rosa do deserto.
A conversa continua em off.
Corta para:
CENA 03. LANCHONETE/AEROPORTO. INT. DIA.
Movimentação intensa no saguão do aeroporto. A CAM passa a focar em Leonardo e Miro conversando sentados à mesa de uma Lanchonete.
LEONARDO: Enfim férias... Vou poder descansar um pouco, curtir meus filhos. Tava precisando, meu amigo.
MIRO: Imagino. Bem que eu queria tirar ferias também. E temos que marcar uma comemoração!
LEONARDO: Sim, sim. (Léo desvia o olhar ao notar uma bela morena) Que delícia... Assim me mata, bebê!
MIRO: E a Nanda, mano?
LEONARDO: Cara, ela tá pegando no meu pé. Ela enfiou na cabeça que quer que eu apresente ela para os meus filhos. Ela quer oficializar a relação. Pode isso? Logo eu, o rei da pegação! E ainda tem, as crianças, tem pouco tempo que a mãe deles faleceu.
MIRO: Você deveria conversar com a Nanda e jogar a real: que ela é só mais uma! Ela idealiza demais uma relação mais forte com você.
Nanda se aproxima. Um breve silêncio.
NANDA: Falando de mim?
LEONARDO: É... Estávamos falando sobre a nossa comemoração. Amanhã naquele barzinho de sempre, beleza?
NANDA: Combinado! Tô louca para passar mais tempo com você...
Ela tasca um beijo voraz em Leonardo, que corresponde.
corta para:
CENA 04. QUARTEL CORPO DE BOMBEIROS. INT. DIA.
Helena e Mônica em conversa já iniciada. Helena feliz, radiante. As duas caminham até o estacionamento local.
HELENA: Estou com coração... ai, você não sabe como... Sabe, um prazer, uma satisfação enorme. A declaração daquela menina... Cada vez eu tenho mais certeza que é isso que que sempre quis. É tão gratificante, é tão...
MÔNICA: Um senso de dever cumprido, de estar fazendo o que ama. É a melhor sensação da vida salvar alguém.
HELENA: Ai... não tem explicação! Eu vou embora hoje muito mais feliz do que cheguei. Só isso!
As duas chegam até o carro de Helena.
HELENA: Partiu lá pra casa hoje?
MÔNICA: Que nada! Vou estudar paraum concurso aí...
HELENA: Tá bem, então! Beijos.
As duas se cumprimentam com um abraço. A CAM segue Helena que adentra o carro e põe uma música contagiante no som e segue seu destino.
CENA 05. SALA DE ESTAR/APARTAMENTO DE TERESA. INT. DIA.
Teresa desce o lance de escadas. Lia mexendo no celular, deitada no sofá.
TERESA: Tenha modos, Lia. Isso não é jeito de uma mocinha se comportar.
LIA: Ih vó.
TERESA: Aquele homem que você chama de pai está subindo.
LIA animada: Papai?
A campainha toca. Lia vai direto abrir a porta e encontra o pai com sacolas com embrulhos de presentes. Os dois se abraçam. Teresa faz cara de poucos amigos.
LIA: Pai, que saudades eu estava, nem imagina!
LEONARDO: Eu também, meu amor, muitas saudades.
Leonardo adentra o apartamento e vai ao encontro de Teresa.
TERESA: Boa tarde, Leonardo. Quer alguma coisa? Um café, um refresco?
LEONARDO: Não precisa. Estou bem. E Leandro?
TERESA: Ele se encontra no quarto. (P/ Ivete) Ivete, por favor, peça que Leandro desça aqui.
Ivete sobe o lance de escadas. Leonardo senta-se abraçado a Lia. Teresa fica ali observando.
TERESA: E o trabalho? Muitas pontes-aéreas?
LEONARDO: Sim. Mas venho aqui contar uma novidade!
TERESA: É mesmo?
LEONARDO: Estou de férias! Vou poder curtir um tempo com meus filhos!
Leandro aparece no alto da escada. Leandro e Leonardo se encaram.
Corta para:
CENA 06.SALA DE ESTAR/APARTAMENTO DE TERESA. INT. DIA.
Leandro se mostra revoltado. Leandro termina de sce o lance de escadas.
LEANDRO revoltado: Não acredito que me chamou para isso?
LEONARDO: Precisamos conversar, filho.
LEANDRO: Filho? Eu não sou seu filho! Eu não quero saber de você, não entende? Você matou a minha mãe!
LEONARDO: Eu não…
Leandro sai apressado, pega a chave da moto ali na cômoda. Teresa com um olhar satisfeito.
LEONARDO: Leandro, Leandro volta aqui!
Leonardo corre atrás de Leandro. Teresa se mostra vitoriosa.
Corta para:
CENA 07.QUARTO DE DO CARMO/CASA DE DO CARMO. INT. DIA.
Trilha instrumental drama. Do Carmo adentra o quarto, melancólica, triste. Ela fica ali observando as fotos de Marcelo (Marinho). Ela chora.
DO CARMO aos prantos: Porquê? Porquê tu se foi, meu filho?! Ai.
Marcos adentra o quarto, depois de uma batidinha.
MARCOS: Aí de novo, mãe? Não cansa, não, de ficar chorando pelo Marcelo? Isso é chato, sabia?
DO CARMO: Por favor, Marcos! Eu não vou deixar de amar seu irmão, de me lembrar dele. Sei que um dia vou ver ele.
MARCOS debocha: Só se for no céu, né? Ele tá morto e enterrado!
DO CARMO: Não seja malvado, moleque. Me deixei aqui com meus lamentos e vai caçar o que fazer.
Marcos sai. Do Carmo ali, abraçada com um porta-retrato de Marcelo (Marinho).
DO CARMO decidida: Ainda o verei, meu filho. Não sei como, mas sinto isso!
Do Carmo determinada, ali em suas lembranças.
Corta para:
CENA 08. CARRO. MOTO. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA/NOITE.
Leandro, de moto, anda a mil por horas cortando os carros pelas avenidas movimentadas do Leblon.
LEANDRO: Você não vai conseguir me alcançar, papaizinho.
Corta para o carro de Leonardo. Ele frustrado, preocupado, nervoso, com o carro parado em um engarrafamento.
Volta a focar em Leandro, pilotando a moto, a noite cai. Ao som de “Eyes Closed - Imagine Dragons”.
Corta para:
CENA 09.SALA DE ESTAR/CASA DE TÔNIA. INT. NOITE.
Tônia ali assistindo TV. Ela sentada no sofá. Rindo com alguma coisa na TV. Campainha toca.
Zu vem da cozinha. Tônia se ajeita no sofá.
ZU: Já vai! (t) Visitas uma hora dessas? Hora de repousar, meu Deus!
TÔNIA repreende, tom leve, divertido: A dona da casa sou eu, Zu! Mania de ficar comentando as coisas… Não seja inconveniente, menina.
Zu abre a porta. Solange simpática.
SOLANGE: Dona Antônia está?
Tônia se aproxima do hall de entrada. Zu apenas observa.
TÔNIA curiosa: Sou eu! O que quer?
Solange estende a mão, cumprimentando-a. CAM foca em Zu.
ZU para si mesma: Isso não vai prestar! Tô até vendo…
Zu olha desconfiada.
Corta para:
CENA 10. FACHADA DA FLORICULTURA. EXT. DIA/NOITE.
Ao som de "Mapa - Melim”. Clipe com movimentação dos carros em vias conhecidas. Avenida Brasil, Túnel Zuzu Angel, Av. Atlântica até chegar ao cruzamento da Rua Catete com a rua fictícia de nossa trama.
Jasmim, distraída, atravessando a rua com caixotes de plantas. Um carro freia bruscamente. Um outro carro acaba batendo no primeiro.
JASMIN: (grito de horror).
Jasmin, no susto, acaba caindo ao chão. Marinho que passa por ali se aproxima para acodir a jovem florista. Os olhares da dupla se cruzam e um clima romântico se inicia, mas é interrompido por uma gritaria.
O motorista do primeiro carro, Léo, sai do carro e vai em direção ao motorista que bateu no seu carro. Ele vê que é uma mulher, Helena.
LÉO: Só poderia ser mulher mesmo!
HELENA (Já saindo do carro e com raiva): Como é que é? Machistinha de merda!
Um misto de sentimentos de raiva e odio nasce naquele instante entre os motoristas. Uma aglomeração de curiosos se forma entorno do quarteto.
Marinho chama a atenção da dupla.
MARINHO: Tem uma vítima aqui no chão, ô!
HELENA: Olha o que você fez Além de machista é um feminicida!
LÉO: Cala a boca aí,dondoca!
HELENA: Dondoca?! Meu querido, você não sabe da minha história...
JASMIN: Chega vocês dois! (Esbraveja a moça se levantando com a ajuda de Marinho). Eu estou ótima e foi apenas um susto.
HELENA: Ei, você não pode se levantar. Pode ter quebrado, torcido alguma coisa.
Jasmin se sente-se fraca e acaba cambaleando, mas é amparada por Marinho.
LÉO: Vamos esperar a ambulância. É o melhor a se fazer nessas horas.
HELENA sussurra para si: Pelo menos falou algo que preste.
Corte descontínuo. Ambulância parada ali. Movimentação de pessoas ainda é crescente. Marinho ajuda Jasmim e, ao se virar, ele percebe Marcos.
MARINHO incrédulo: Marcos?!
Marinho segue Marcos, com o olhar esperançoso.
A cena congela, um esfumaçado azul, como se fosse uma neblina.
FIM DO CAPÍTULO
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