CENA
01. BANCO . INT . MANHÃ
O gerente,
que estava ocupado em uma ligação e de costas para Romina, se vira lentamente
ao ouvir sua voz. Quando ele finalmente se vira, é revelado que o gerente é
Max. Seus olhos se arregalam de surpresa ao ver Romina diante dele, e ele luta
para controlar suas emoções, segurando as lágrimas que ameaçam escapar. Há um
momento de silêncio carregado de tensão enquanto eles se encaram, o passado e o
presente colidindo diante deles.
Sonoplastia on : “My All –
Mariah Carey”
Romina - (com um suspiro, quase sussurrando) Max...
Romina sente
um aperto no peito e um mal estar repentino a domina. Ela se senta abruptamente
na cadeira mais próxima, lutando para controlar as emoções que ameaçam
inundá-la.
Max - (com urgência, em um tom
baixo) Por favor, alguém traga um copo d'água!
Max se
aproxima rapidamente de Romina, preocupado com sua condição. Ele coloca uma mão
reconfortante em seu ombro, enquanto olha ao redor, procurando por uma funcionária
para atender seu pedido.
Max - (em um sussurro
discreto) Romina, precisamos conversar. Mas não aqui. O plano não pode
correr o risco de dar errado.
Romina
tenta se manter firme.
Romina - (com voz firme, apesar
do tremor) Tudo bem. Vamos conversar em outro lugar.
Enquanto a
funcionária traz a água, Romina fecha os olhos por um momento, tentando reunir
sua determinação.
Sonoplastia off
CENA
02. MANSÃO DE JULIANO. QUARTO PRINCIPAL. TARDE
Juliano
entra no quarto e encontra Inara soluçando no canto. Ele se aproxima
lentamente, sua voz suave, mas carregada de dor.
Juliano - Inara...
Inara ergue
o rosto, os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar.
Inara - (com a voz embargada)
Juliano, como você pôde fazer isso comigo?
Juliano se
aproxima mais, sentindo o peso do ar pesado com emoções cruas e não ditas entre
eles. Ele se ajoelha diante de Inara, sua própria angústia refletida em seus
olhos.
Juliano - Eu sei que errei, Inara. Eu
sei que te magoei profundamente. E eu me odeio por isso.
Inara
soluça ainda mais alto, incapaz de conter as lágrimas que continuam a fluir
livremente. Ela olha para Juliano com desespero.
Inara - (entre soluços) Como
você pode trair nossa família assim?
(Juliano
abaixa a cabeça, incapaz de encarar a dor que ele mesmo causou.)
Juliano - Eu não tenho desculpas,
Inara. Eu só sei que preciso fazer o que é certo agora.
Inara o
olha, percebendo o que Juliano está insinuando.
Inara - (em um sussurro
desesperado) Não, Juliano... por favor, não faça isso.
Juliano
levanta-se lentamente, seu coração partido em pedaços diante da agonia de
Inara. Ele se aproxima dela e segura suas mãos trêmulas
Juliano - Eu preciso ir embora,
Inara. Eu preciso de espaço para pensar.
Inara
agarra desesperadamente as mãos de Juliano, suas lágrimas agora fluindo sem
impedimentos. Ela se ajoelha diante dele, implorando com um desespero palpável.
Inara - Por favor, Juliano... não
me deixe. Eu te amo.
CENA 03. CONDOMÍNIO DE
MARSALA. EXT. TARDE
Marsala sai
para correr. Seus passos são determinados, sua mente focada em deixar para trás
as preocupações do mundo. No entanto, sua corrida é interrompida quando Simas
aparece no seu caminho, um sorriso presunçoso estampado em seu rosto.
Marsala - (parando abruptamente)
O que você quer agora, Simas?
Simas - (com um ar de
satisfação) Ah, Marsala, minha querida. Só vim compartilhar uma boa
notícia.
Marsala
revira os olhos, cansada da constante interferência de Simas em sua vida.
Marsala - Poupe-me dos seus
joguinhos, Simas. Eu já estou cansada disso.
Simas - (ignorando seu desdém)
Ah, mas você vai adorar essa. Finalmente marcaram a data do exame de DNA. Em
breve, metade da sua fortuna será minha.
Marsala
solta um suspiro. Sua paciência se
esgotando rapidamente.
Marsala - Isso é o que você pensa,
seu filho de chocadeira!
Simas
arregala os olhos, momentaneamente surpreso pelo insulto de Marsala. No
entanto, ele rapidamente recupera sua compostura, seu sorriso se transformando
em um sorriso debochado.
Simas - (com um tom zombeteiro)
Ah, Marsala, sempre tão perspicaz com suas palavras afiadas. Mas você vai ter
que fazer melhor do que isso se quiser me ofender de verdade.
Marsala - Eu não preciso fazer
melhor. A verdade é que você sempre será um parasita oportunista, tentando se
aproveitar da fortuna alheia!
Simas - E você sempre será uma dondoca
insuportável, vivendo na sombra do seu marido falecido!
Marsala - (com um tom de
descrença) Você só pode estar brincando. E eu aqui achando que já tinha
conhecido todos os tipos de imbecis do mundo.
Simas - (fingindo indignação)
Imbecil? Eu? Oh, minha querida Marsala, você sabe que eu sou apenas uma vítima
das circunstâncias. (Ele coloca a mão no peito dramaticamente.)
Marsala não
pode conter um riso, apesar de si mesma, surpresa com a atuação exagerada de
Simas.
Marsala - (entre risadas) Vítima
das circunstâncias? Mais como vítima da própria vaidade, se você me perguntar.
Simas - (com um sorriso
presunçoso) Vaidade? Eu? Jamais! (Ele passa a mão pelos cabelos com um
ar de superioridade fingida.)
CENA 04. PARQUE . EXT .TARDE
A praça estava
envolta em uma atmosfera serena, enquanto Romina aparece solitária em um banco.
Ela observa as folhas das árvores dançando ao vento, perdida em seus próprios
pensamentos. Max, com os olhos úmidos e o semblante carregado de
arrependimento, aproxima-se lentamente, os passos carregados de determinação.
Ao vê-lo,
Romina se levanta abruptamente, as lágrimas já embargando sua voz enquanto um
turbilhão de emoções a inunda. Ela o encara com uma mistura de raiva e dor,
suas palavras transbordando a intensidade de seus sentimentos. Sem esperar por
uma explicação, Romina desfere um tapa forte no rosto de Max, o som ecoando
pela praça deserta.
Romina – (chorando) Você me deixou acreditar que estava
morto! Você me destruiu, Max... Eu te odeio!
Sonoplastia on
: “Palavras ao Vento - Cássia Eller”
Max, com os olhos
cheios de lágrimas, segura o rosto de Romina entre suas mãos trêmulas, a
expressão repleta de remorso. Ele engole em seco, tentando encontrar as
palavras certas para expressar seu pesar.
Max – (chorando) Eu não pude, mas durante todo esse
tempo nunca deixei de te amar.
Max a puxa
para seus braços, seus corpos se unindo em um abraço intenso e redentor. E então,
em um gesto impulsivo e carregado de paixão, Max sela seus lábios com os dela
em um beijo ardente e cheio de significado.
CENA 05 .MANSÃO DE JULIANO.
SALA DE ESTAR. TARDE
Inara está de
pé no centro da sala, os olhos marejados e as mãos trêmulas. Juliano está de
costas para ela, próximo à porta, com a expressão séria e pensativa.
INARA - (com a voz embargada) Juliano, por favor, não faça
isso. Não vá embora.
JULIANO - (virando-se lentamente para encará-la) Inara, eu
preciso fazer isso. Preciso de um tempo para colocar as coisas no lugar, para
entender o que realmente sinto.
INARA - (caminhando em direção a ele, desesperada) Mas
nós podemos resolver isso juntos, Juliano. Por favor, não me deixe aqui
sozinha.
JULIANO - (com um suspiro pesado) Você sabe que não é só
sobre nós dois, Inara. Eu também preciso entender o que sinto por Romina.
INARA - (com lágrimas nos olhos) Mas e nós? E a nossa
família? Pense em Clarinha, Juliano. Ela precisa de nós dois juntos, ela
precisa de um pai.
JULIANO - (com a voz embargada) Eu sei, eu sei. Mas eu não
posso continuar assim, confuso e dividido. Eu preciso reorganizar minha mente,
Inara.
INARA - (segurando as mãos dele com firmeza) Por favor,
Juliano, não vá. Eu te amo. Nós podemos superar isso juntos, eu prometo.
JULIANO - (olhando nos olhos dela, lutando contra as
próprias emoções) Eu também te amo, Inara. Mas eu preciso fazer isso. Por nós,
por Clarinha, por tudo.
INARA - (afundando de joelhos, soluçando) Por favor,
Juliano... (suplicante)
Juliano se
ajoelha diante dela e a abraça com força, deixando escapar uma lágrima.
JULIANO - (sussurrando) Eu prometo que com mais calma
chegaremos a uma decisão justa para o bem de todos.
CENA 06. APARTAMENTO DE
SELENA . COZINHA . TARDE
Selena está
preparando uma receita enquanto Gabriela está sentada à mesa, mexendo distraída
em seu celular.
SELENA - (com um sorriso) Gabi, querida, você pode me
passar aquela receita de bolo de chocolate que sua avó costumava fazer?
GABRIELA - (levantando os olhos do celular) Claro, mãe! Eu
te mando agora mesmo.
Gabriela
desliza os dedos pelo celular e passa a receita para Selena, que olha para a
filha com ternura.
SELENA - Obrigada, meu amor. Sua avó ficaria orgulhosa de
ver você cozinhando suas receitas.
GABRIELA - (sorri levemente) Eu sei que ela estaria, mãe. Sinto
falta dela todos os dias.
Selena se
aproxima de Gabriela e coloca uma mão carinhosa em seu ombro.
SELENA - Ela está sempre conosco, Gabi. Nas lembranças,
nas receitas que fazemos juntas... Ela vive em cada pedacinho nosso.
Gabriela
sorri, os olhos marejados de emoção, e abraça a mãe.
GABRIELA - Obrigada, mãe. Por sempre me lembrar disso.
SELENA - (abraçando-a de volta) Você é o melhor presente
que sua avó poderia ter nos dado, minha querida.
Ambas se
abraçam por um momento, compartilhando um momento de amor e conexão.
GABRIELA - (limpando uma lágrima furtiva) Eu te amo, mãe.
SELENA - Eu também te amo, minha menina. Mais do que
palavras podem dizer.
A cena se
fecha com mãe e filha abraçadas, compartilhando um momento de ternura e afeto.
CENA 07. PRAÇA. EXT . TARDE
Max e Romina estão
sentados em um banco da praça, aproveitando a suave brisa da tarde.
MAX - (terminando de contar sua história) E foi assim
que o Leo salvou minha vida e mudou tudo, Romina. Ele me deu uma segunda chance
e eu não poderia estar mais grato.
ROMINA - (com um sorriso caloroso) Max, é incrível ver
como você conseguiu superar tantas dificuldades e se tornar uma pessoa tão
incrível. Estou realmente feliz por você.
MAX - (olhando para ela com ternura) Obrigado, Romina.
Eu sei que não fui o melhor para você no passado, mas eu realmente mudei. E eu
quero te pedir desculpas por tudo que te causei.
ROMINA - (colocando uma mão sobre a dele) Max, já passou.
O importante é que você está aqui agora e parece feliz.
Romina olha
Max por alguns instantes.
ROMINA - Max, há algo mais que eu preciso te contar. Algo
que descobri pouco antes do acidente.
MAX - (surpreso) O que é, Romina? Por que parece tão
séria?
ROMINA - (com um sorriso emocionado) Max, você é papai. Eu
descobri que estava grávida pouco antes do acidente.
MAX fica sem
palavras, os olhos se arregalando com surpresa e alegria.
MAX - (emocionado) Papai? Eu... Eu sou pai?
ROMINA - (com lágrimas nos olhos) Sim, Max. Você é pai.
MAX abraça Romina com força, os olhos também úmidos de emoção.
Obrigado pelo seu comentário!