ESPERANÇA
Capítulo 11
Novela criada e escrita por
Wesley Franco
CENA 1.
INT. CASA DE HOMERO – QUARTO DE NATÁLIA – DIA
Homero
entra no quarto e se aproxima da cama onde Natália está deitada. Ela parece
tranquila, com uma expressão serena no rosto. Ele se senta suavemente ao lado
dela na cama, deixando a maleta no chão ao lado.
HOMERO
– Natália...meu amor.
Sem
resposta, ele aproxima sua mão do rosto dela, tocando sutilmente sua bochecha.
HOMERO
– Natália...sou eu, Homero. Acorda.
A pele de
Natália está fria ao toque, e Homero instantemente retira a mão, como se algo estivesse
errado. Seus olhos demonstram preocupação. Ele engole seco, tentando afastar o
medo que começa a crescer dentro de si. Homero respira fundo.
HOMERO
– Natália, por favor...acorde...
Ainda sem
resposta, Homero se inclina e segura delicadamente o pulso de Natália. Ele
aguarda alguns segundos, tentando sentir qualquer sinal de vida. Seu rosto
começa a se transformar em puro desespero quando percebe que não há pulsação. A
respiração de Homero acelera, seus olhos ficam arregalados, enquanto ele desesperadamente
segura o outro pulso de Natália, buscando uma confirmação. Ele então toca seu
peito, buscando algum sinal de batimento cardíaco, mas não encontra nada.
HOMERO
(GRITANDO DESESPERADO) – Natália! Não, por
favor...Não!
Homero
solta o pulso de Natália, suas mãos estão trêmulas se apoiando no corpo inerte
da esposa. Ele começa a sacudi-la suavemente, como se pudesse acordá-la.
HOMERO
(CHORANDO) – Natália...meu amor...você não pode
me deixar...não agora, não assim.
Ele enterra
seu rosto sobre o corpo de Natália, chorando bastante, enquanto o corpo de
Natália permanece imóvel e frio. Homero se debruça sobre Natália, a abraçando
com força, como se tentasse trazê-la de volta à vida. Ele não consegue aceitar
o que está diante de si.
HOMERO
(DEVASTADO) – Me perdoa por não ter chegado a tempo,
me perdoa...
Homero
desaba, apertando Natália em seus braços, completamente destruído.
CORTA PARA:
CENA 2. INT.
CASEBRE DE ALMEIDA – QUARTO – DIA
Almeida e
Nina estão deitados na cama, com Nina repousando a cabeça no peito peludo de
Almeida. Nina acaricia o peito dele, enquanto Almeida acaricia os cabelos dela
demonstrando um nível de intimidade entre os dois.
ALMEIDA
– E então, o que você pensa sobre a minha proposta? A Helena
se casando com o Marcos, você acha uma boa ideia?
Nina
suspira suavemente, continuando a traças pequenos círculos no peito dele com os
dedos.
NINA
(PENSATIVA) – Acho uma excelente ideia, meu amor.
Marcos seria um ótimo partido para a Helena. Apesar de tudo, ele tem um futuro
promissor, sem contar a fortuna que ele herdará de você.
Almeida
sorri de canto, satisfeito com a resposta, mas ainda com algo pesando em sua
mente. Ele continua a acariciar os cabelos de Nina, mas seus olhos estão fixos
no teto, ponderando.
ALMEIDA
(DESCONFIADO) – Você tem certeza que a Helena não é
minha filha, não é?
Nina levanta
um pouco a cabeça para olhar Almeida nos olhos, rindo suavemente.
NINA
– Certeza absoluta, a Helena é filha de Ezequiel. Você não
precisa se preocupar com isso, Almeida.
Ela se
deita de volta no peito dele. Almeida continua sério, mas parece aliviado com a
confirmação.
ALMEIDA
– Bom...assim espero.
NINA
– E o Marcos? Você acha que ele vai aceitar essa ideia de
casamento? Sabemos que ele não gosta de mulheres. Você acha que ele vai se
casar com a Helena?
ALMEIDA
– Se ele não aceitar, vai continuar preso naquela clínica
pelo resto da vida. Eu não criei um filho para me desonrar desse jeito, se
deitando com homens.
NINA
– Você sabe o que é melhor para todos nós, sempre.
ALMEIDA
– O Marcos vai aprender a seguir o caminho que eu traçar para
ele, nem que seja à força.
CORTA PARA:
CENA 3. INT.
MANSÃO DE FLÁVIO – SALA – DIA
Na
imponente mansão de Flávio, cercada por jardins bem cuidados, um carro para
diante da entrada principal. Flávio, Ernesto e Matteo descem do carro,
visivelmente cansados da viagem.
MATTEO
(IMPRESSIONADO) – Então é aqui que você mora,
padrinho...Que lugar enorme.
ERNESTO
(RINDO) – E isso é só por fora! Espere até
ver lá dentro. Isso aqui é um verdadeiro palácio.
Eles se
aproximam da entrada principal, onde a porta é aberta por Magali, a empregada
da casa. Ela dá as boas-vindas, segurando a porta aberta para que todos entrem.
MAGALI
(SORRINDO) – Sejam muito bem-vindos, senhores.
FLÁVIO
(SORRINDO) – Magali, este aqui é meu afilhado
Matteo, que morará conosco a partir de hoje. Faça de tudo para que ele se sinta
em casa.
Magali
olha para Matteo com um sorrio caloroso e faz um leve aceno de cabeça.
MAGALI
– Muito prazer, Matteo! Preparei um delicioso almoço para
vocês, e vou arrumar um quarto aconchegante para você.
MATTEO
– Muito obrigado, Magali. Parece que já estou em boas mãos.
Eles
entram na mansão, e Matteo observa o ambiente luxuoso, com grandes lustres pendendo
do teto, móveis elegantes e quadros nas paredes.
FLÁVIO
– Sinta-se em casa. O que precisar é só pedir, aqui você vai
ter todo o conforto que quiser.
Ernesto se
aproxima de Matteo com um sorriso animado.
ERNESTO
(ENTUSIASMADO) – E eu vou te levar para conhecer a
cidade e todos os meus amigos. Em pouco tempo você vai estar habituado a São
Paulo como se tivesse nascido aqui.
MATTEO
– Parece que tudo vai ser bem diferente do que estou
acostumado, mas estou pronto para essa nova fase.
Magali
interrompe a conversa com sua habitual delicadeza.
MAGALI
(SORRINDO) – Senhores, o almoço já está pronto.
Vocês viajaram a manhã inteira devem estar morrendo de fome.
FLÁVIO
– Você vai adorar o almoço da Magali. Ela faz a melhor comida
que já comi em toda a minha vida.
ERNESTO
– É verdade! Você nunca mais vai querer comer em outro lugar.
Matteo
sorri, se sentindo cada vez mais à vontade.
CORTA PARA:
CENA 4.
INT. CASA DE HOMERO – SALA – DIA
O clima é
pesado, carregado de luto e tristeza. No centro da sala, está o caixão de Natália,
cercado por muitas coroas de flores. A luz é suave, mas sombria, criando um
ambiente solene. Fernando está em pé ao lado do caixão, olhando para o corpo de
sua mãe, em silêncio, claramente devastado pela perda. Ele mal consegue
acreditar que a mãe, que no dia anterior estava tão bem, se foi. Ao fundo, os
convidados chegam e oferecem seus pêsames a Homero, que está perdendo da porta,
recebendo as condolências com um semblante abatido. Entre os que chegam estão
Coronel Almeida e sua esposa Dorotéia.
ALMEIDA
– Meus sinceros pêsames, Homero. Lamento profundamente pela
sua perda.
DOROTÉIA
– Natália era uma mulher extraordinária. Estamos muito
tristes por isso.
HOMERO
- Obrigado, Coronel. Obrigado, Dorotéia. Estou devastado,
apesar da Natália estar doente há tanto tempo, foi algo inesperado, ainda ontem
ela estava tão bem como há muito tempo não estava e hoje ela se foi para
sempre.
Homero faz
uma pausa, lutando contra as lágrimas, ele tenta se recompor forçando um sorriso
triste, enquanto Dirce circula pela sala servindo café aos presentes. O
ambiente é tomado por sussurros e murmúrios, com os amigos e conhecidos
trocando palavras baixas, respeitosas. Do outro lado da sala, Dr. Romeo está
conversando com Padre Olavo e Eriberto.
PADRE
OLAVO – O Fernando está inconsolável. Ele
me contou que ontem a Natália teve uma melhora súbita, ela conseguiu se
levantar, se arrumou e até jantou com ele. Era como se estivesse recuperada e
agora, hoje de manhã, ela se foi.
ROMEO
– Já vi isso acontecer outras vezes. É um fenômeno conhecido
como melhora da morte. Às vezes, pessoas gravemente doentes parecem ter uma
recuperação milagrosa, apenas para falecer logo em seguida. É como se o corpo
estivesse reunindo as últimas forças.
ERIBERTO
(PERPLEXO) – Como isso pode acontecer? Parece
tão...cruel.
ROMEO
– Ninguém sabe ao certo o porquê. A medicina não tem uma explicação,
algumas religiões tentam explicar. Pode ser que o corpo esteja em uma espécie
de despedida, mas é devastador para quem fica. Dá uma falsa esperança, e isso
pode ser o mais doloroso.
Antes que
possam continuar a conversa, Homero se aproxima, ainda com os olhos vermelhos
de lágrimas, mas tentando manter uma postura firme.
HOMERO
– Padre Olavo, acho que está na hora. Podemos começar a
missa?
PADRE
OLAVO – Claro, Homero. Vamos dar início.
Padre
Olavo se encaminha até o centro da sala, parando ao lado do caixão. Ele faz o
sinal da cruz e começa a preparar-se para a missa. Fernando permanece ao lado
do corpo da mãe, sem mover um músculo, ainda em choque. Homero se posiciona ao
lado dele, tentando reconfortar o filho.
PADRE
OLAVO – Caros amigos e familiares, estamos
aqui hoje para nos despedirmos de uma alma querida, que agora retorna ao
criador. Natália foi uma mulher de fé, uma mulher de família, e seu legado será
sempre lembrado por todos nós...
O silêncio
respeitoso toma conta da sala, enquanto a missa se desenrola.
CORTA PARA:
CENA 5.
INT. CASA DE EZEQUIEL E NINA – COZINHA – NOITE
Ezequiel,
Nina e Helena estão sentados na mesa da cozinha, servindo-se da comida.
EZEQUIEL
– Helena, tenho que lhe contar uma coisa importante. Hoje à
tarde, o Coronel Almeida veio falar comigo. Ele pediu a sua mãe para que você
se case com o Marcos.
Helena que
estava comendo, quase engasga de surpresa. Ela coloca o talher sobre o prato,
claramente chocada com o que ouve.
HELENA
(SURPRESA) – O quê? Pai, eu não posso me casar
com o Marcos! A cidade inteira sabe que ele gosta de homens.
Nina, que
até então comia em silêncio, levanta o olhar e tenta convencer a filha.
NINA
– Helena, o Marcos é o melhor partido que você pode ter. Ele
é filho do Coronel Almeida, o homem mais poderoso dessa cidade. Você vai ter
uma vida de luxo, vai poder comprar tudo o que sempre sonhou, vestidos, joias...E
quem sabe, com o tempo, com jeitinho, você pode ajuda-lo a mudar esse
particular dele.
HELENA
(INCRÉDULA) – Mas, mãe, ele gosta de homens! Não
acho que casar comigo vai mudar isso.
EZEQUIEL
– Sua mãe tem razão. O casamento com Marcos seria bom para
nossa família. O Coronel Almeida poderia me dar mais importância aqui dentro.
Mas, no fim das contas, a decisão deve ser sua. Nós queremos sempre o melhor
para você, mas ninguém pode forçá-la a nada.
NINA
– Você pode ajudá-lo filha. Depois do casamento ele vai
mudar, e você vai ser a mulher mais admirada da cidade. Pense na vida que você
vai ter lá naquela casa, sem precisar se preocupar com nada. Imagine, Helena. Joias,
roupas caras, as festas, as viagens. Você merece essa vida.
Helena
olha para os pais, e a ideia de uma vida luxuosa começa a criar raízes em sua
mente. Ela respira fundo, pensativa. A dúvida ainda está em seu olhar, mas a
tentação é clara.
HELENA
– Vocês acham mesmo que ele pode mudar? Que eu posso fazê-lo
gostar de mulher?
NINA
(SORRINDO) – Tenho certeza, e além disso você
terá tudo o que sempre quis.
Helena
baixa o olhar, ainda processando a situação. Após um momento de silêncio, ela
finalmente ergue o olhar parecendo resignada à ideia.
HELENA
– Está bem! Se é isso que acham melhor, eu aceito me casar
com o Marcos.
Nina
sorri, satisfeita. Ezequiel acena com a cabeça, embora com uma expressão um
pouco mais contida, respeitando a decisão da filha.
CORTA PARA:
CENA 6. INT.
CASA DE MARTINA E JERÔNIMO – COZINHA - NOITE
Jerônimo está
na cozinha, terminando de preparar dois copos de suco, mexendo calmamente com
uma colher. Ele retira do bolso um pequeno frasco contendo o medicamento para
dormir que comprou na farmácia. Com uma expressão série e determinada, ele abre
o frasco e despeja o conteúdo do medicamento dentro dos copos de suco, mexendo cuidadosamente
para dissolver. Ele olha para os dois copos por um momento, suspira, e em
seguida os pega, saindo da cozinha e subindo as escadas em direção aos quartos.
CORTA PARA:
CENA 7. INT.
CASA DE MARTINA E JERÔNIMO – QUARTO DE RODOLFO - NOITE
Jerônimo
entra silenciosamente no quarto de Rodolfo, que já está deitado, prestes a
dormir. Ele se aproxima da cama com um sorriso suave, tentando manter a
normalidade.
JERÔNIMO
– Aqui está seu suco, Rodolfo. Beba antes de dormir.
Rodolfo se
senta levemente na cama, aceitando o copo de suco de Jerônimo.
RODOLFO
(SONOLENTO) – Obrigado, tio.
Rodolfo dá
um gole no suco enquanto Jerônimo o observa por um breve momento, depois se
vira e sai do quarto. Ao fechar a porta, seu rosto perde o sorriso e assume uma
expressão de tensão.
CORTA PARA:
CENA 8. INT.
CASA DE MARTINA E JERÔNIMO – QUARTO DE JERÔNIMO E MATINA – NOITE
Jerônimo
entra no quarto onde Martina já está deitada, arrumando-se para dormir. Ele se
aproxima da cama, entregando o outro copo de suco para ela.
JERÔNIMO
(CALMO) – Aqui está o seu suco, querida. Beba
antes de dormir.
Martina,
sem desconfiar de nada, pega o suco com um sorriso.
MARTINA
– Obrigada, meu amor. Boa noite.
Ela dá
goles no suco enquanto Jerônimo se deita ao seu lado, abraçando-a levemente.
Ele a observa com cuidado, esperando o efeito do remédio começar a agir. Após
um tempo, Martina fecha os olhos e adormece profundamente. Jerônimo, agora
tenso inquieto, se levanta com cuidado da cama, tomando cuidado para não fazer
barulho. Ele se move com cautela até a porta do quarto, abrindo-a devagar e saindo
silenciosamente.
CORTA PARA:
CENA 9. INT.
CASA DE MARTINA E JERÔNIMO – QUARTO DE RODOLFO – NOITE
Jerônimo
anda pelo corredor escuro e se aproxima do de Rodolfo. Ele abre a porta
levemente, confirmando que Rodolfo já está dormindo profundamente. O copo de
suco está vazio ao lado da cama. Ele fecha a porta com cuidado, sem fazer
barulho, e desce as escadas em direção ao quarto de Isabella.
CORTA PARA:
CENA 10. INT.
CASA DE MARTINA E JERÔNIMO – QUARTO DE ISABELLA - NOITE
Jerônimo
entra silenciosamente no quarto de Isabella, onde a jovem está dormindo
pacificamente. O quarto está parcialmente iluminado pela luz da lua que entra
pela janela. Jerônimo para por um momento, observando Isabella dormindo, ele se
aproxima da cama e se mantém ali, observando-a, seu olhar se torna cada vez
mais perturbador e pesado. Jerônimo então puxa a coberta de Isabella, revelando
seu corpo vestido em uma camisola, ele então começa a tocá-la, acariciando suas
pernas e seus peitos. Isabella acorda e percebe os toques do tio, assustada ela
pensa em gritar, mas Jerônimo rapidamente tampa sua boca com suas mãos.
JERÔNIMO
(AMEAÇADOR) – Não grita! Estão todos dormindo, se
você gritar vai ser pior para você!
Isabella
olha para Jerônimo com um olhar de medo e o desespero toma conta da sua
expressão. Jerônimo continua a acaricia-la, até que solta a mão da sua boca.
Ele vai até a porta e passa a chave, volta a olhar para Isabella e começa a
tirar a própria roupa ficando completamente pelado. Isabella assiste tudo com
um olhar desesperador.
JERÔNIMO
(ORDENA) – Tira a roupa!
ISABELLA
(ASSUSTADA) – O que você quer? O que você vai
fazer?
Jerônimo
não responde Isabella, parte para cima dela e rasga sua camisola com muita
violência, deixando-a nua em cima da cama. Isabella fica bastante assustada,
mas não grita. Jerônimo então se deita sobre ela e a beija de forma forçada,
Isabella tenta resistir virando o rosto, mas Jerônimo a segura com força.
JERÔNIMO
– Não tenta resistir porque vai ser pior para você.
ISABELLA
(CHORANDO) – O que você quer comigo?
JERÔNIMO
(ALUCINADO) – Quero te fazer mulher!
Jerônimo
volta a agarrar Isabella a força, ela tenta resistir, mas é muito mais fraca
que ele e não consegue se soltar.
FIM DO
CAPÍTULO
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