QUINTO CAPÍTULO
Cena 01– Mansão da família Portalupi – Entrada/ Noite
Emmily entra na mansão e encontra seu marido e seu cunhado
discutindo, ela imóvel apenas observa.
RAFAEL: A vida é minha e dela vou fazer o que eu
quiser.
DANIEL: você mora na minha casa então tem que me
obedecer.
RAFAEL: já sou bem crescidinho e já sei o que eu quero.
DANIEL: você é menor de idade ainda.
Emmily interrompe a discussão.
EMMILY: o que está acontecendo aqui?
RAFAEL: Pergunta para o seu marido.
EMMILY: O que aconteceu Daniel?
DANIEL: Esse garoto que agora me inventou de ser gay.
EMMILY: Era só isso?
DANIEL: Só isso? Essa atitude é uma aberração. Aonde se
viu um Portalupi gay? Vai manchar a imagem da família. Temos uma imagem na
sociedade a zelar.
EMMILY: Entenda que a sociedade, não tem que
achar nada. E ele já tem idade para decidir o que ele quer. Se assim ela vai
ser feliz, ele terá o meu apoio.
RAFAEL: Sério?
EMMILY: Sim. Pode contar comigo.
RAFAEL: Nossa não esperava isso de você, muito
obrigado.
EMMILY: Não tem nada a agradecer.
RAFAEL: Posso te abraçar?
EMMILY: Pode sim.
Os dois se abraçam.
DANIEL: Já chega né. Eu não vou apoiar isso. Não
acredito que você vai fazer isso comigo.
EMMILY: Eu que não acredito que você vai
fazer isso com seu irmão, ele precisa da sua ajuda.
DANIEL: Mas ele não terá.
EMMILY: Pelo menos respeite a decisão dele.
DANIEL: Isso nunca.
EMMILY Rafael vai pro seu quarto, deixar eu
conversar com ele.
RAFAEL: Mas Emmily.
EMMILY: Por favor.
RAFAEL: Tudo bem, mais uma vez obrigado.
Rafael sobe para seu quarto e
deixam os dois a sós para conversarem.
DANIEL: Não vai me dizer que acha isso normal?
EMMILY Sim eu acho. E você também deveria
achar.
DANIEL: Isso não é certo, Deus não vai perdoá-lo.
EMMILY: Deus ama e aprova qualquer forma de
amor.
DANIEL: Vamos deixar esse assunto, isso é assunto
vencido. Vamos jantar?
EMMILY: Sim, por favor, estou morrendo de
fome.
Mostram cenas, do casal jantando ao lado da filha Ana.
Cena 02– Mansão da família Portalupi – Quarto do casal/
Madrugada
O casal está dormindo, quando o celular de Emmily toca e para
não acordar o marido ao seu lado ela sai do quarto e atende no banheiro.
EMMILY: Alô. Quem fala?
ANONIMO: Eu sei bem que você é Emmily
Rodrigues, uma ex presidiária, uma assassina.
EMMILY: Você deve estar louco, essa não sou
eu, nunca fui presa.
ANONIMO: primeiro não é ele, e sim ela, e não
tente me enganar eu sei que é você.
EMMILY: você me liga as três da madrugada, e
eu nem sei quem você é.
ANONIMO: identifico-me como capa vermelha.
EMMILY: Te conheço?
ANONIMO: Você não se lembra de mim, mas já nos
conhecemos muito bem.
EMMILY: Mas o que você quer comigo?
ANONIMO: Quero apenas te encontrar temos algo
muito sério pra conversar.
EMMILY: Eu não tenho nada para conversar com
uma desconhecida.
ANONIMO: Tenho certeza que o assunto te agrada
é sobre sua família e sua irmã gêmea.
EMMILY: O que você sabe sobre ela?
ANONIMO: Muito mais do que você imagina.
EMMILY: Me de um bom motivo para te
encontrar.
ANONIMO: Se você não me encontrar todos vão
saber que você mantém uma pessoa em um cativeiro.
EMMILY: Você só pode estar louca.
ANONIMO: Você sabe que é verdade, e pelo seu
bem você vai me encontrar.
EMMILY: Muito bem então, onde nos
encontramos?
ANONIMO: No antigo parque abandonado no sul da
cidade, sabe aonde é?
EMMILY: Sei sim, conhecia muito bem aquele
lugar.
ANONIMO: Eu sei você brincava nele quando
criança.
EMMILY: Então você realmente me conhece.
ANONIMO: Já te provei que sim.
EMMILY: Mas como eu vou saber que é você?
ANONIMO: Lembre-se capa vermelha.
EMMILY: Que horas?
ANONIMO: Às dezoito horas e nem um minuto a
mais.
EMMILY: Até o nosso encontro então.
ANONIMO: Até.
A ligação se encerra.
EMMILY (pensando): Quem será essa mulher que tanto sabe
da minha família? , de onde eu a conheço? Vou dormir, pois amanha será um dia
daqueles.
Cena 03– Mansão da família Portalupi – Dia/Manhã
Emmily desce as escadas rumo à cozinha, quando Ana Clara vem
e lhe da um abraço.
EMMILY: Eu ainda sonho com o dia em que você
vai voltar a falar.
A garota balança a cabeça.
EMMILY: Que tal irmos tomar nosso café da
manhã, hoje a mamãe vai preparar para você.
Ana abre um sorriso esbanjando felicidade.
EMMILY: Então corre e vai escovar os dentes,
e depois vem tomar café.
A menina sobe para escovar os dentes. Neste instante Emmily
para e começa a pensar.
EMMILY: Meu Deus como eu posso fazer mal a
essa família se a cada dia me prendo mais a eles, são pessoas tão boas, não tem
culpa da megera que entrou aqui.
Mostram cenas rápidas de Emmily preparando o café da manha
junto a cozinheira, e depois tomando café com a filha.
Cena 04– Floresta – Cativeiro - Dia/Manhã
Emmily entra no cativeiro.
EMMILY: Bom dia flor do dia.
SOPHIA (suplicando): Por favor, me tira daqui.
EMMILY: Isso é pouco comparado ao que você me
fez.
SOPHIA: Perdoa-me, eu não sou...
EMMILY: Eu não sou o que, termina de dizer.
SOPHIA nada. Deixa pra la você não
acreditaria mesmo em mim.
EMMILY: Não mesmo, vindo de você. Agora que
eu reparei, onde está a tatuagem que você tinha.
SOPHIA: Qual tatuagem?
EMMILY: A do seu braço, a fênix.
SOPHIA: Eu tirei.
EMMILY: Por que você gostava tanto dela.
SOPHIA: Meu marido me fez tirar.
EMMILY: Entendi. Vai contando os dias.
SOPHIA: Pra me tirar daqui?
EMMILY: Não. Vai contando até completar dez
anos. Adeus.
Emmily sai do cativeiro e começa a pensar.
EMMILY (pensando): Como que ela não se lembrava daquela
tatuagem, sendo que até eu lembrei, muito estranho, além de estar agindo
estranho.
EMMILY (rindo): devem ser os efeitos psicológicos
daquele lugar.
Cena 05– Mansão da família Portalupi – Entrada/ Tarde
Emmily entra na casa e encontra Rafael chorando na escada.
EMMILY: O que foi que aconteceu?
RAFAEL: Nada, me deixa.
EMMILY: Me diga pode confiar.
RAFAEL (bravo): Já pedi para me deixar em paz.
EMMILY: Eu não vou sair daqui até você me
dizer o que está acontecendo.
Emmily senta na escada ao lado de Rafael.
RAFAEL: Foi o Daniel novamente, o Gabriel meu
namorado veio aqui e ele o expulso e novamente brigou comigo, falou vários
absurdos.
EMMILY: Ele foi capaz disso?
RAFAEL: Sim.
EMMILY: Não se preocupe eu vou conversar com
ele novamente.
RAFAEL: Não precisa isso não vai apagar todas
as feridas causadas pelas palavras dele.
EMMILY: Mas vai reparar o dano causado, com o
tempo tudo vai ficar bem eu prometo.
RAFAEL: Eu preferia que ele ne desse uma surra,
ao invés de escutar aquelas palavras, me machucaram muito.
EMMILY: Eu sei. Mas não se preocupe eu sempre
vou estar ao seu lado, e vou te ajudar no que puder. Você sempre pode contar
comigo.
RAFAEL: Sério?
EMMILY: Sério. Vou te apoiar sempre. Só me
prometa uma coisa?
RAFAEL: O que pode falar.
EMMILY: Na verdade duas. Levanta esse astral,
quero ver seu sorriso lindo na sua boca.
RAFAEL: E a segunda?
EMMILY: Que você sempre vai continuar sendo
esse garoto bondoso e amável que sempre foi.
RAFAEL: Pode deixar comigo.
EMMILY: Eu vou cobrar viu.
RAFAEL: Pode cobrar. Posso te dizer uma
coisa?
EMMILY: Pode, claro que sim.
RAFAEL: Você foi a pessoa que mais me
surpreendeu. Nunca esperava esse apoio seu.
EMMILY: É que agora eu sou uma nova mulher.
RAFAEL: Então que essa nova mulher não mude
nunca.
EMMILY: Pode deixar.
Os dois se abraçam e sobem para seus respectivos quartos.
Cena 06– Mansão da família Portalupi – Quarto de Rafael/Tarde
Rafael entra no quarto e encontra um bilhete de Gabriel seu
namorado em cima da escrivaninha, dizendo.
- Rafael eu gosto muito de você, mas tudo que eu menos quero
nesse mundo é estragar a linda relação que você possui com seu irmão, a qual
você sempre enfatizou ser muito bonita e agradável, eu não quero acabar com a
parceria de vocês, então estou te deixando, para que você continue sendo feliz.
Adeus e abraços. Gabriel
Rafael começa a chorar dizendo:
RAFAEL: Meu Deus por que eu estou vivendo
esse pesadelo, um irmão que não me aceita, motivo de chacota nos lugares em que
eu passo a piadinha da turma, e agora o Gabriel me deixando eu não mereço isso
meu Deus, não mereço.
Continua...
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