Entre Vidas - Capítulo 11

Entre Vidas - Capítulo 11

Cena 01: Cidade de Pedra Azul - Noite - Apartamento

Branca e Adriana discutem sobre o casamento.

Branca: Precisa se casar logo com Miguel, antes que ele descubra da gravidez falsa.

Adriana: Eu sei mamãe. Falarei com ele amanhã. Quero marcar para este mês.

Branca: Apenas um casamento no civil é o que importa. Assim terá direito sobre seu patrimônio.

Adriana: Quero me casar na igreja também, eu o amo.

Branca: Deixe de ser idiota. Além disso temos que dar um jeito nessas jóias. César pode estragar tudo.

Adriana: Eu darei um jeito em César, mas antes tenho uma missão para ele.

Branca: Qual?

Adriana: Que ele mate a Diana.

Branca: Tem certeza que vai se arriscar assim?

Adriana: Tenho. Aquela caipira não vai ficar no meu caminho.

No dia seguinte, Adriana vai ao hospital conversar com seu médico de confiança, um mal caráter e ambicioso.

Cena 02: Cidade de Pedra Azul - Manhã - Hospital

Ao chegar no consultório Adriana e Branca são recebidas pelo médico Renato, antigo ''amigo" da família.

Renato: Como vão minhas queridas?

Adriana: Deixe de besteira. Vou direto ao assunto.

Renato: Pois bem, então diga.

Branca: Precisamos que você dê um exame falso comprovando a gravidez de minha filha.

Renato: Ela não está grávida?

Adriana: Deixe de ser imbecil. Se eu estivesse por quê estaria pedindo um exame falso?

Renato: Está certo. Entendi o recado.

Branca: Vamos te dar um boa quantia em dinheiro.

Renato: Está certo. Podem vir buscar em alguns dias.

Adriana: E mais uma coisa. Bico fechado, ninguém pode saber dessa história.

Renato: Pode deixar, eu sei manter a descrição.

Branca: Acho bom. Ou acabamos com sua carreira e reputação.

Renato: Como preferirem madames.

Adriana e Branca saem da sala do médico, e vão direto falar com Miguel. Elas querem apressar o casamento.

Cena 03: Cidade de Pedra Azul - Manhã - Casa de Miguel

Ao chegar na casa de Miguel, Branca vai para a cozinha e Adriana para o escritório de Miguel. 

Cena 04: Cidade de Pedra Azul - Manhã - Casa de Miguel - Cozinha

Cláudia está preparando o almoço, quando Branca chega e começa a importuná-la.

Branca: Faça este almoço direito cozinheira.

Claudia: Essa não é a primeira vez que cozinho. Sei muito bem como fazer.

Branca: Olha como fala comigo. Você não passa de uma empregada neste lugar.

Claudia: Eu sei muito bem onde é o meu lugar.

Branca: Desaforada. Quando eu e minha filha nos mudarmos para esta casa, será demitida.

Claudia: Não tenho medo de suas ameaças Branca.

Branca: Dona Branca para você.

Claudia: Deveria se chamar Dona alma suja. Por que de Branca só tem as vestes.

Branca: Cale sua boca empregada.

Branca ameaça dar um tapa em Cláudia, que segura seu braço.

Claudia: Não se atreva a encostar em mim. Você tem muito mais a perder do que eu.

Branca: Dá onde tira tanto atrevimento. Sua abusada.

Claudia: Você vai saber de onde eu tiro, na hora certa.

Branca sai da cozinha e fica pensando nas últimas palavras de Cláudia.

Branca (pensando): Está  mulher não me é estranha. Da onde eu a conheço?

Cena 05: Cidade de Pedra Azul - Manhã - Casa de Miguel - Escritório

Miguel está trabalhando em seu escritório quando chega Adriana.

Adriana: Como vai meu amor? Está bem?

Miguel: Estou tentando ir.

Adriana: E por que?

Miguel: Não vem ao caso agora. Já foi ao médico como pedi?

Adriana: Já sim. Está tudo bem com nosso filho.

Miguel: Fico feliz.

Adriana: Temos que marcar o casamento, o quanto antes.

Miguel: E por que tanta pressa?

Adriana: Não quero que as pessoas falem mal de mim na cidade. Vão dizer que me deitei com um homem antes de me casar.

Miguel: Deixe de tanto drama.

Adriana: Temos que nos casar o mais breve possível. Antes da barriga começar a aparecer.

Miguel: Está bem. Faremos como você quiser.

Adriana pula de felicidade.

Adriana: Já me antecipei e marquei a data do casamento no cível. 

Miguel: Para quando?

Adriana: Em uma semana.

Miguel: Uma semana. Deve estar desesperada.

Adriana: Não fale assim meu amor. E na igreja marcamos para dentro de um mês.

Miguel: Não teremos casamento religioso.

Adriana: E por que não?

Miguel: Não quero. Apenas no civil está bom.

Adriana fica visivelmente aborrecida.

Adriana: Ainda pensa nela não é? 

Miguel: Em quem?

Adriana: Minha prima Lua. Ou a maldita da empregada.

Miguel: Não fale assim dela, eu não permito.

Adriana: Não é possível que dê mais valor a uma empregada, do que a mim. Que fiquei todos esses anos ao seu lado.

Miguel: Fico agradecido por isso. Mas já te disse que amo a Diana e não você.

Adriana: E vai jogar na minha cara agora que não me ama. Que vai se casar comigo pelo nosso filho.

Miguel: Não posso mentir em relação a isso Adriana.

Adriana: Não convide ninguém alem de Vovó e titia para nosso casamento. Assim minha vergonha será menor.

Miguel: Como preferir.

Cena 06: Cidade de Pedra Azul - Tarde - Casa de Márcia

Diana chega a casa de Márcia e é mal recepcionada pela mesma.

Márcia: O que faz aqui garota?

Diana: Vim conversar com a senhora.

Márcia: Eu já disse que não temos nada o que conversar.

Diana: Temos sim. Eu me lembrei de um fato de minha vida passada, muito importante.

Márcia: Não quero ouvir suas palavras.

Diana: A senhora vai me escutar sim. Se depois disso não quiser falar comigo, eu a deixarei em paz.

Rosa: Deixe a garota falar.

Márcia: Pois bem diga logo e vá embora.

Diana: A muitos anos atrás, quando a senhora e a Lua não moravam nesta cidade, um amigo da senhora veio a visitar quando seu marido estava viajando.

Márcia fica assustada com as palavras de Diana.

Diana: Um dia este homem, que se dizia seu amigo tentou...

Márcia: Não fale mais nada. por favor. Eu enterrei essa história a muito tempo.

Diana: Eu tenho que prosseguir, só assim acreditará em mim.

Diana: Este homem tentou abusar da Lua, mas a senhora chegou a tempo e conseguiu evitar o pior. Ele então fugir e não apareceu mais.

Márcia fica chorando.

Diana (emocionada): Este era o seu segredo com a Lua. não era?

Rosa fica chocada com a história e não tem palavras para expressar o que estava sentindo. Ela nunca soube desta dor que sua filha Márcia carregava por anos.

Diana: Saiba que a alma da Lua ama a senhora. Eu te amo. E se vale de alguma coisa, saiba que ela nunca te culpou pelo ocorrido.

Márcia: Lua? Quer dizer Diana. minha filha, me perdoe!

Neste instante lágrimas percorrem os rostos de ambas e depois se abraçam com amor de mãe e filha. Finalmente Márcia acredita que Diana é sua filha que voltou.

Elas passam o restante da tarde conversando e relembrando alguns fatos. Rosa fica com ambas e declara apoio para que Diana lute pelo amor de Miguel.

Cena 07: Cidade de Pedra Azul - Tarde - Apartamento

Adriana chega em sua casa extremamente aborrecida.

Adriana: Ele não quer se casar na igreja mamãe.

Branca: Isso não importa. O único casamento que importa é o Civil sua tonta. Assim você terá direito aos seus bens.

Adriana: Tem razão mamãe. Agora tenho que dar um jeito em Diana. Assim que essa criança nascer, tenho certeza que ele vai se separar de mim e ficar com ela.

Branca: Você tem toda razão.

Neste instante César toca a campainha e entra na casa.

César: Olha quem voltou.

Branca: Deixe de ser palhaço.

Adriana: Ainda bem que veio. Tenho uma missão para você.

César: Qual missão?

Adriana: Eu ficarei com você se me provar que ainda me ama.

César: E como provo isso.

Branca: Matando Diana, uma rival de Adriana.

Adriana: Tem que matá-la o quanto antes.

César: Ela é aquela garota que mora na pensão?

Branca: Essa mesmo.

César: Mas por que?

Adriana: Miguel acredita que esta caipira é uma nova versão da Lua. Ele está apaixonado por ela, e eu preciso me casar com ele para ter toda a sua herança.

César: Não precisamos disso, temos as jóias.

Branca: Já ouviu aquele ditado, quanto mais dinheiro melhor?

Adriana: Mamãe tem razão. Faça isso o quanto antes.

César: Está bem.

Cena 08: Cidade de Pedra Azul - Tarde - Rua

Diana está voltando para a pensão, após não aceitar morar com sua mãe Márcia e sua avó Rosa. No caminho ela encontra um garoto perdido e sem família. Ele tinha apenas sete anos.

Diana: Como é o seu nome garoto?

Pedro: É Pedro.

Diana: Onde estão os seus pais?

Pedro: Pais? Eu não tenho pais.

Diana: Como assim?

Pedro: Eles me abandonaram e foram embora. Acho que eles não gostavam de mim.

Diana: Não pense isso menino. Venha comigo.

Diana então leva o menino consigo para a pensão e decide cuidar dele, até achar sua família ou um novo lar.

Cena 09: Cidade de Pedra Azul - Tarde - Pensão

Ao chegar na pensão Diana é observada de longe por César. Todos na pensão aceitam a decisão de Diana em ajudar Pedro. 

Tonico: Você fez bem em ajudar o garoto.

Abílio: Seu coração é de ouro menina.

Diana: Fiz o que meu coração mandava. Sempre tive o sonho de adotar uma criança.

Anastácia: Ele parece com fome. Vou preparar algo para ele.

Edleuza: Isso mesmo mamãe.

Diana: Obrigada pessoal.

Eva: Essa minha amiga, será um grande mãe.

Uma semana depois...

Cena 10: Cidade de Pedra Azul - Dia - Cartório

Finalmente chega o dia do casamento no cartório. Adriana e Miguel se casam no cível. Diana já tinha deixado de trabalhar na casa de Miguel para ficar longe dele. Após o casamento Miguel e Adriana vão para casa. Não teve festa, pois Miguel se opôs. 

Cena 11: Cidade de Pedra Azul - Dia - Casa de Miguel

Adriana: Te amo meu amor, vamos para nossa noite de nupcias?

Miguel: Não teremos nada. Já fizemos isso antes. não é?

Adriana: Prefere continuar me humilhando, não é?

Miguel: Chega disso. Não quero discutir. 

Miguel fica aborrecido e decide ir passear na rua.

Adriana fica em casa chorando nos braços da mãe que a conforta.

Branca: Deixe de choro minha filha. Agora estamos nesta casa, como donas. Vamos morar aqui. Somos ricas. Ricas.

Adriana: Tem razão mamãe. Se ele não quiser ficar comigo, não vai ficar com mais nínguém.

Cena 12: Cidade de Pedra Azul - Noite - Rua

Naquele noite Miguel ainda não tinha voltado para casa. Diana decide andar pela rua para apreciar a noite e de longe César a observa. Ela vai atravessar a rua, quando César de carro o acelera e tenta matar Diana. Miguel de longe vê tudo e grita:

Miguel (gritando): Diana, não...

Continua...