Type Here to Get Search Results !

A Promessa - Capítulo 31


A Promessa
CAPÍTULO 31

webnovela de
FELIPE LIMA BORGES

escrita por
FELIPE LIMA BORGES

livre adaptação do livro de Rute

No capítulo anterior: Iago diz que não vai participar da Caravana da Morte. Malom e Quiliom saem para conhecer a cidade. Rute desabafa com Orfa sua indignação em Aylla ir lavar os pés do rei e as duas resolvem sair. Salmon planta uma semente de trigo na frente do povo e diz que seu crescimento indicará o retorno das bênçãos de Deus. Segismundo não se importa com a recusa de Iago em fazer parte da Caravana. Malom e Quiliom passam por Rute e Orfa e nenhum deles se nota. É quando uma estrutura cai e as duas duplas se percebe.

FADE IN:

CENA 1: EXT. BELÉM – RUA – DIA

Tani caminha tristonha pela rua, assim como a maioria que circula por ali.
De repente ela avista, jogada em um canto, uma fruta não notada por ninguém. Tani sorri e corre para pegá-la. Examina-a e, constatado que está boa, guarda na veste. É quando ela vê, perto dali, um menino sentado no chão e claramente faminto. Tocada, Tani vai até ele, que olha para ela. Ela então tira a fruta da veste e dá para o menino. Alegre, ele a pega.
MENINO
Obrigado!
Tani faz que sim sorrindo e sai, novamente tristonha.

CENA 2: EXT. MOABE – RUA – DIA

Malom, Quiliom, Rute e Orfa ajudam as pessoas que foram atingidas pela estrutura que desabara, porém, paralelamente, os olhares se cruzam a todo momento, um tanto curiosos.
MALOM
(para um atingido, porém olhando elas) Você está bem? Nada grave? Está tudo bem?
ORFA
(da mesma forma) Tem certeza que não se machucou?
Uma vez que as pessoas estão seguras, eles se aproximam delas.
MALOM
Vocês duas estão bem?
RUTE
Sim, obrigada. Assim como vocês, não fomos atingidas... Só ouvimos tudo cair atrás de nós...
MALOM
Como nós...
ORFA
Como vocês...
QUILIOM
Exatamente igual...
Por alguns segundos eles se encaram... Até que Malom quebra o clima estranho.
MALOM
(para Rute) Qual é o seu nome?...
RUTE
Vocês não sabem quem nós somos?
MALOM
Não...
ORFA
Uau... Somos as sacerdotisas de Moabe, servas da Sacerdotisa Myra e do Sumo Sacerdote Faruk...
RUTE
Ao menos eles vocês devem saber quem são.
QUILIOM
Não. Nós chegamos hoje à cidade, não somos moabitas. Somos de Israel.
RUTE
Hebreus?!
ORFA
Nossos antigos inimigos...
Quiliom está muito impressionado com a beleza de Orfa.
QUILIOM
Escute, onde poderíamos encontrá-las?
Apesar de também estar abalado pela beleza de Rute, Malom olha com leve estranheza para o irmão.
ORFA
(sorrindo) Isso não é possível. Nós habitamos no templo.
QUILIOM
Onde é? Diga-nos, e poderemos ir até lá.
ORFA
Para quê?
Quiliom fica meio sem graça.
QUILIOM
Bom, para... para saber se vocês estão bem...
Orfa ri.
ORFA
Não fomos atingidas nem por uma lasca de madeira.
QUILIOM
Os sintomas podem vir depois...
Orfa ri mais.
ORFA
Por acaso são médicos? Desculpe... Mas não será possível.
Rute, mais atenta a Malom, se incomoda com a resposta de Orfa.
RUTE
É possível se permitirmos.
Orfa olha estranhando.
RUTE
Vão até o portão do templo, na noite de amanhã...
Malom e Quiliom sorriem.
RUTE
Mas não se enganem e nem me interpretem mal. Disseram que são hebreus, não é? Como sacerdotisas queremos saber mais de Israel e sua cultura de adoração.
Orfa, olhando para Quiliom, faz que sim.
MALOM
Mas quais são os nomes das sacerdotisas?
RUTE
Eu sou Rute.
ORFA
E eu sou Orfa.
MALOM
Rute... Meu nome é Malom.
QUILIOM
Quiliom.
Elas sorriem, fazem uma minúscula reverência com a cabeça e saem rapidamente. Sorridentes, Malom e Quiliom as observam se distanciar. Rute olha uma vez para trás e logo continua.
ABERTURA

CENA 3: EXT. CASA DE BOAZ – FRENTE – DIA

Parados ali, Boaz e Josias olham tristes para a situação das ruas.
JOSIAS
É só amargura...
BOAZ
Tsc, prefiro enxergar com um olhar de otimismo... O povo começou a buscar o Senhor novamente... Tenho fé de que as coisas vão melhorar.
JOSIAS
Amém.
Pensativo, Boaz encara o movimento. Então olha para Josias.
BOAZ
Sabe, Josias, acho que estou pensando nesse negócio que meus pais vivem falando...
JOSIAS
O quê? Casamento?
BOAZ
Isso... Quem sabe um pouco de alegria não ajude em tempos como esses.
JOSIAS
O problema é escolher errado e essa alegria virar uma tremenda dor de cabeça.
Boaz faz que sim sorrindo.
JOSIAS
Talvez seja o caso de você falar com seu primo, o Neb.
BOAZ
Neb?! Não... É claro que ele não leva jeito com essas coisas.
JOSIAS
Bom, por outro lado, pode ser bem divertido...
BOAZ
É, nisso você tem razão.
Eles riem.

CENA 4: EXT. MOABE – RUAS – DIA

Rute e Orfa caminham em meio aos movimentos de comemoração.
ORFA
O que foi aquilo, Rute? Por que permitiu que eles fossem até o templo? Por que decidiu recebê-los?
RUTE
Você sabe muito bem, Orfa. Como sacerdotisas devemos sempre estar estudando, conhecendo outras culturas, outros costumes...
ORFA
É só por isso mesmo?
Rute não responde. Sem parar de andar, ela olha para os lados e então fala baixo.
RUTE
Você também não tem um motivo específico para recebê-los, Orfa?
ORFA
Bom... Talvez... Talvez eu tenha...
Rute ri. Então Orfa também acaba rindo... E continuam a andar.
Em outro ponto da cidade, Malom e Quiliom caminham animados. De repente eles param e Quiliom bate no peito de Malom.
QUILIOM
O que é que foi aquilo, Malom?! O que foi que nós vimos, meu irmão?! Eram anjos?!
MALOM
Quiliom, eu vou te dizer uma coisa, viu... Acho que vou ter que repensar aquela história de não me casar...
QUILIOM
Se você escrevesse isso e eu tivesse um anel, selava embaixo agora!
MALOM
Se bem... Se bem que...
QUILIOM
O que foi, Malom? Se bem que o quê?!
MALOM
Você sabe. Isso não está certo, elas são estrangeiras. Cultuadoras de deuses pagãos.
Quiliom fica triste e respira fundo. Então eles retomam a caminhada... Até que param de novo.
QUILIOM
Mas são tão lindas! Lindas, lindas!!!
MALOM
São sim, Quiliom! Exuberantes!!!
Novamente animados, eles voltam a caminhar.
Em uma rua não muito distante dali, Elimeleque paga uma compra em uma barraca e sai. Passa pelos festeiros e, em seguida, pega um beco. É quando algumas prostitutas, vestidas provocativamente, começam a chamá-lo. Ao notar quem elas são, Elimeleque olha para frente e continua a caminhar.
Mas mais delas surgem em seu caminho, chamando-o e passando a mão em seus braços. Ele se desvencilha e segue. Então a mais bonita de todas bloqueia seu caminho e o encara com um olhar provocativo.
PROSTITUTA
Olá, meu guerreiro...
Elimeleque revira os olhos devagar e olha sério para ela.
PROSTITUA
(se aproximando) De longe eu notei você vindo... Tão bonito, tão forte... Você parece ser muito rico. (passando a mão em seu próprio corpo) Com certeza tem ouro para se deitar com as melhores mulheres.
ELIMELEQUE
Eu sou casado.
Ela se aproxima mais.
PROSTITUTA
Ah, a maioria é... Não se preocupe, forte guerreiro, ninguém saberá... Tudo ficará perdido aqui, nos becos de Moabe.
Ela então acaricia o rosto dele. É quando ele pega a mão dela, a tira de seu rosto e segura com firmeza.
ELIMELEQUE
Não toque em mim!
Ela o encara surpresa.
ELIMELEQUE
Eu só me interesso por uma mulher, e jamais a trairia. Muito menos ao meu Deus, a quem sirvo!
PROSTITUTA
Larga a minha mão!
Elimeleque solta a mão dela.
ELIMELEQUE
Com licença.
Ressentida, ela se afasta e ele vai embora.

CENA 5: INT. CASA DE LEILA – COZINHA – DIA

Enquanto preparam a comida, Leila e Noemi conversam animadamente. Noemi está explicando o ritual do casamento hebreu.
NOEMI
...e então a noiva faz assim, desse jeito, por sete vezes...
LEILA
Sete?! Sete voltas em torno do noivo?!
NOEMI
Exatamente! Simbolizando a construção das paredes da casa em que os dois vão habitar.
LEILA
Uau, que diferente!...
NOEMI
Sim, e aí depois--
Ela para ao ouvir um barulho. Olha para a direção da loja.
LEILA
É o seu marido.
NOEMI
Ah, sim.
Elimeleque chega ali com as compras.
ELIMELEQUE
Trouxe os temperos.
LEILA
Oh, muito obrigada, Elimeleque! Pode colocar aqui.
Elimeleque coloca as coisas no balcão.
NOEMI
Está tudo bem, meu amor?
Elimeleque olha para ela.
ELIMELEQUE
Sim, sim, tudo bem...
Elimeleque se aproxima e a beija.
ELIMELEQUE
Eu te amo. Muito.
NOEMI
Eu também te amo...
Eles sorriem e Leila observa em suspiros.
LEILA
Como é lindo o amor...

CENA 6: INT. TEMPLO – QUARTO DAS SACERDOTISAS – DIA

Rute e Orfa chegam ali.
RUTE
Não será muito difícil recebê-los amanhã aqui no templo, visto que o reino está em festa e a tendência é que as comemorações se intensifiquem nos próximos dias...
ORFA
Sim... E a Aylla, hein?
RUTE
Puxa!, com isso tudo acontecendo, por um momento eu até me esqueci da menina... Coitada... Como ela estará agora?...

CENA 7: INT. CASA DE LEILA – SALA – DIA

Preparando a comida, Leila e Noemi vão dali para a cozinha e vice-versa o tempo todo. Na mesa da sala, Elimeleque corta alguns legumes. É quando Malom e Quiliom chegam, atravessam a loja e entram na sala.
MALOM, QUILIOM
Shalom!
ELIMELEQUE, NOEMI
Shalom!
LEILA
“Shalom”... Significa paz, não é? Logo eu me acostumo.
ELIMELEQUE
E esses sorrisos, ahn? O que os dois viram?
LEILA
(suspeitando) Gostaram muito da cidade...
QUILIOM
A cidade é muito bonita, mas não como algumas outras coisas...
LEILA
(já entendendo) Hummm...
Elimeleque para de cortar os legumes e olha para eles.
ELIMELEQUE
Vocês por acaso estão assim por causa de mulheres?
MALOM
Bom, meu pai... A verdade é que Quiliom e eu estamos repensando aquela história de não nos casarmos.
Elimeleque e Noemi claramente não gostaram do que ouviram. Em Noemi, IMAGEM CONGELA
CONTINUA...
FADE OUT:


No próximo capítulo: Noemi e Elimeleque não reagem bem ao fato dos filhos estarem interessados por moabitas, e Tamires tenta arrancar a semente de trigo plantada por Salmon.

Postar um comentário

0 Comentários
* Please Don't Spam Here. All the Comments are Reviewed by Admin.