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Antropófago - Diário de um Canibal | Episódio 14 (Penúltimo Episódio)


 ANTROPÓFAGO – DIÁRIO DE UM CANIBAL
WEB SÉRIE DE ADÉLISON SILVA
PRIMEIRA TEMPORADA
DÉCIMO-QUARTO EPISÓDIO

CENA 01/ BRAÇO FORTE/ AP/ DIA

Max está sentado no chão ao lado do cadáver da mulher. Um garotinho vai se aproximando e fica o encarando.

MAX: (off) Eu não havia vistoriado a casa. Com a pressa, e o medo de ser pego pelo o policial. Nem me dei o trabalho de saber, se tinha ou não mais alguém na casa. E para a minha surpresa, ao olhar para o lado vejo um garotinho de mais ou menos dois anos de idade. Paralisado na porta do meio, assistindo aquele ambiente tétrico. Sua fisionomia inanimada, não evidenciava reação alguma. Não chorava, não sorria, não demonstrava medo. Apenas me olhava fixo nos olhos. Eu enxergava criança como algo sagrado, angelical, uma criatura divina. Não poderia machucá-lo. Já bastavam as marcas que ele carregaria por toda sua vida, ao assistir uma cena tão grotesca. 


Max se levanta e se aproxima do garoto que continua no mesmo lugar, inerte. Apenas o seguia com olhar a cada movimento que ele dava. Max pega o menino em seus braços e caminha por todos os cômodos verificando se há mais alguém na casa. Não ver ninguém.

MAX: Qual o seu nome? 
O menino não respondia, apenas o encarava de olhar fixo.

MAX: Não quer conversar?
O menino balançava a cabeça negativamente.

MAX: Está com fome? Posso fazer algo para você comer.
Desta vez o menino balançava a cabeça positivamente. 

[ABERTURA]

EPISÓDIO XIV
“O reencontro”

CENA 02/ BRAÇO FORTE/ AP/ DIA

Max pega o menino nos braços e caminha pela a casa.

MAX: (off) Mesmo sem dizer uma palavra, conseguimos manter uma comunicação. Fui até a despensa, e encontrei um macarrão instantâneo, era o de mais prático que tinha ali para fazer. Eu tinha que ser breve. A polícia estava empreita rodeando toda a cidade tentando me pegar. E também não poderia deixar, o menino ali sozinho naquele ambiente macabro. Eu tinha que pensar em uma saída rápido. E antes que os vizinhos estranhassem a quietude do apartamento. 


Enquanto a criança degusta o macarrão, Max vai até a janela e fica observando o movimento da rua. Escondendo por trás da cortina para não ser visto do lado de fora. Ao levantar o olhar Max ver Érica na sacada do prédio vizinho. A CAM alterna entre Max emocionado ao ver Érica e ela rebolando ao som do samba que tocava na rua.

MAX: (off) Eu tinha certeza, dessa vez não se tratava de mais uma de minhas alucinações, era a minha amada Érica. A minha doce menina agora já era uma mulher. E que mulher! Mantinham seus longos cabelos lisos e brilhosos, negros como uma noite escura. Seus olhos pequenos e verdes como a mais reluzente esmeralda. Seus lábios eram rosados e carnudos. E o seu nariz pontiagudo, parecia ter sido esculpido pelo o mais talentoso dos artistas. Fiquei trêmulo ao vê-la ali tão próxima a mim. Ela dançava ao som do samba que era tocado na rua, enquanto alisava os cabelos e sensualizava no rebolado. Como era linda! Meus olhos brilhavam fascinados com sua beleza, e se lacrimejavam ao lembrar-me que ela não mais me pertencia.

Davi aparece na sacada e abraça Érica por trás. A CAM mostra a reação de Max que se morde de ciúme ao ver os dois ali juntos. Érica vira se de frente e os dois se beijam. CLOSE no rosto enciumado de Maxweel. CORTA para lembranças de Max enquanto segue a narração em off. 

MAX: (off) Durante esses dez anos que se passaram, não havia um só dia em que não me lembrasse desse maldito acidente, e da imagem de Érica e Davi abraçados. Essa lembrança me doía como uma ferida aberta. Mas eram essas lembranças que me impulsionava a ir adiante, e procurar o meu grande amor. Não era nada justo, eu ser condenado a esse inferno em que eu vivia, enquanto eles se regozijavam, felizes sem a menos sentir a minha falta.

{Flashback on}

4º EPS/ CENA 01-02/ INT/ FÁBRICA DE SODA/ TARDE

Max e Davi conseguem subir Érica. Ao subir ela já vai em direção ao Davi e pelo o calor da emoção o abraça, Max olha para os dois com ciúme. De repente Max se desequilibra, procura segurar nas bordas como Érica havia feito, mas ela dá um passo para trás e acaba sem querer pisando em sua mão. O derrubando. Eis que o já frágil cilindro parte-se no meio fazendo com o que a soda que está em seu conteúdo derrame pelo salão, provocando incêndio. Max vai descesse em direção às chamas, enquanto ao longe avista os dois envolvidos nos braços um do outro. 

{Flashback off}

CENA 03/ BRAÇO FORTE/ AP/ TARDE

Ouve uma batida na porta do apartamento em que Max está. Max se assusta ao ouvi a batida. Mexem na maçaneta enquanto uma mulher chama pela a moradora. Mostra a mulher do lado de fora acompanhada de um policial.

MULHER: (do lado de fora) Juliana! Juliana você está aí? 

Max olhava para o garotinho que estava comendo. E ele retornava o olhar ofegante. Pela a primeira vez o medo era retratado por trás das suas pupilas que se dilatavam. Max ao observar que o menino estava com medo se aproxima e tenta acalmá-lo. 

MAX: (falando baixinho) Eu não vou te fazer mal. Pode comer o seu macarrão tranquilo. 

CORTA mostrando a mulher e o policial do lado de fora.


CENA 04/ BRAÇO FORTE/ CORREDOR/ TARDE

MULHER: Juliana! Você está me ouvindo?

Max passa a mão no punhal e se aproxima da porta atento a qualquer movimento. A CAM corta novamente mostrando o lado de fora.

POLICIAL: Parece que não tem ninguém. 
MULHER: (virando-se para o policial) Eu não a vi saindo. Tem alguma coisa errada. Eu conversei com ela hoje mais cedo e ela não disse que iria sair. Pelo o contrário disse que ficaria em casa arrumando as coisas.
POLICIAL: Então se afaste eu vou arrombar a porta. 

CENA 05/ BRAÇO FORTE/ AP/ TARDE

CORTA mostrando Max do lado de dentro. Ele se apavora ao ouvir o policial dizer que vai arrombar a porta. Max então pega tudo o que pode e joga dentro de uma mochila. O policial dá a primeira pancada na porta. Max arregala o olho ao ouvir a batida. Como o apartamento em que estava era de esquina ele correu para a janela do quarto que dava para o beco. Ao olhar pela a janela ver que o a parte térrea é uma loja. Um toldo cobria a fachada.

CENA 06/ BRAÇO FORTE/ RUA/ TARDE

 A CAM pelo o lado externo mostra Max na janela. Ele cria coragem e se joga por cima do toldo, caindo em cima de uns caixotes de madeira que se encontravam embaixo. O dono da loja vem saindo resmungando ao ver a fachada de sua loja destruída.

HOMEM: Mas o que está acontecendo aqui? 

Max apressadamente se levanta e olha para o homem. Esse se assusta com a fisionomia macabra de Max. Sem dá muita ousadia para o homem ele sai apressado e entra em outro beco. PLANO SEQUÊNCIA acompanhado Max. Ele para diante de uma tampa de ferro de esgoto. Max então tira o punhal de dentro da mochila, olha para um lado e para o outro pra ver se ninguém se aproxima. E com a ponta do punhal ele tira a pesada tampa de ferro. Rapidamente entra para dentro do bueiro e se esconde por lá.

CENA 07/ BRAÇO FORTE/ RUA/ BOEIRO/ TARDE

MAX: (off) Eu estava cansado, com fome e o ambiente em que eu estava não era muito agradável. E mesmo assim em minha mente só tinha espaço para Érica. Eu precisava ir até aquele apartamento, e me por diante do meu grande amor. Eu não poderia permitir um final feliz para Davi e Érica, era para eu está ao lado dela, e não ele. 

Max anda por um tempo por dentro das manilhas de esgoto. Ele senta então em uma lata velha de tinta que se encontrava jogada ali. Ratos e baratas corriam de um lado ao outro.

MAX: (off) Perambular pela a cidade naquele momento era muito arriscado, preferi ficar ali e esperar anoitecer. Eu ouvia a sirene da polícia que passava afoita correndo por cima da minha cabeça. Meu corpo cansado acabou adormecendo ali mesmo, sentado em meio ao esgoto. 

CORTA para cena externa mostrando as nuvens. TIME-LAPSE transição dia/noite. CORTA novamente para Max dentro do bueiro.

CENA 08/ BRAÇO FORTE/ RUA/ BOEIRO/ NOITE

Max está sentado em cima de uma lata, dentro do esgoto. Um rato passa por cima do seu pé, ele se assusta e acorda.

MAX: (off) Despertei horas depois, sem noção nenhuma do tempo. Mas já entendia que era noite, pois os raios do sol já não entravam mais pelas as frestas. Era hora de sair do meu esconderijo. E eu tinha que ser mais cauteloso do que nunca. 

Max levanta da lata em que estava sentado, retorna até a tampa de ferro por onde havia entrado. 

CENA 09/ BRAÇO FORTE/ BECO/ SAÍDA DO BOEIRO/ NOITE

A CAM corta mostrando o lado externo, e a tampa do bueiro se abrindo lentamente. O beco estava escuro e sem nenhum movimento. Max cautelosamente vai saindo do bueiro.  E se pondo de pé. PLANO SEQUÊNCIA seguindo Max que vai passando por trás dos carros e se escondendo. Ao passar diante de uma loja ele se emociona ao ver a sua imagem refletida na vitrine. 

{Flashback on}

EPS 02/ CENA 01/ REPÚBLICA/ JARDIM/ TARDE

Max está sentando embaixo de uma árvore e Érica sentada ao seu lado.

ÉRICA: Mas você se engana, Max. Aquilo que eu te disse mais cedo, de que eu pensei muito em você e que eu também te quero. É a mais pura verdade. Esse seu jeitinho meigo, atrapalhado mexeu muito comigo. (T) Mas você conhece as regras daqui. Se o Ricardo souber de algum envolvimento nosso, ele poderá contar para a dona Elizabeth. E eu não posso perder a oportunidade de ficar aqui. Você me entende?
MAX: (se animando) Então, isso significa que você ainda quer ficar comigo?
ÉRICA: Claro. Mas vamos ficar escondidos, não precisa ninguém ficar sabendo.
MAX: (nervoso e animado) E... e... eu aceito! Eu te quero muito, Érica.

{Flashback off}

Continuação da CENA 09/ BRAÇO FORTE/ RUA/ NOITE

CLOSE na lágrima escorrendo pelo o olho de Max. Enquanto ele via sua imagem se refletindo no espelho.

MAX: (off) Eu estava sujo, maltrapilho, minha figura era de um mendigo. Tudo o que eu queria, era voltar no tempo em que eu estava nos braços do meu amor. Minha alma se feria em meio às lembranças de Érica. 

A CAM se abre mostrando Davi saindo do prédio ao lado e entrando no carro. Max olha para o lado e o ver. Um taxi estava parado um pouco atrás do carro de Davi. Max então se aproxima apressadamente e entra no taxi.

TAXISTA: (repreendendo) Ei você, como entra assim no meu taxi? Eu não estou livre. (ao olhar para o rosto de Max) Meu Deus!
MAX: Mas agora vai ficar livre.

Max olha para o lado e ver um fio de cobre encapado (desses usados em energia) em cima do banco do taxi. Rapidamente ele pega o fio e enrola no pescoço do taxista, segurando-o firme para trás. O taxista se debate por um instante tentando escapar e depois desfalece. Max então joga o corpo do taxista para o banco carona e assume o seu lugar. Liga o taxi e sai atrás do carro de Davi. 

CENA 10/ BRAÇO FORTE/ RUA/ NOITE

PLANO AÉREO mostrando o carro dos dois. CORTA para cenas dentro do carro do Davi, que ouve alegremente um samba sem perceber que está sendo seguido. Depois de uma certa distância Davi para o carro próximo a um prédio. Max para o taxi alguns metros de distância. Davi desce do carro e entra no prédio.

CENA 11/ BRAÇO FORTE/ PRÉDIO/ BANHEIRO/ NOITE

 Max o segue sem ser notado. Davi vai direto para um banheiro público ali mesmo no primeiro piso do prédio. Davi entra em um dos boxes. Max fecha a porta principal do banheiro e coloca uma lixeira travando a porta. Fica então ali esperando Davi já com o punhal na mão. Ouve-se a descarga, e logo depois Davi abre a porta. E se assusta ao ver Max ali do lado de fora.

MAX: Boa noite!
DAVI: (assustado) Max!
MAX: Incrível, você me reconheceu. Para o Ricardo a ficha demorou a cair.
DAVI: O que você se tornou, Max? Esse não é você.
MAX: Claro que não sou. O Max que você conheceu morreu, no dia em que caiu naquele cilindro de soda. E você nem se preocupou, pois estava louco para ficar com Érica. 
DAVI: Isso não é verdade. Eu e Érica ficamos muito mal quando nos damos conta do que aconteceu. Nós iríamos atrás de você quando tudo explodiu.  Mas tivemos que sair do local o mais depressa possível. 
MAX: (tirando a máscara) Veja só Davi, o monstro que eu me tornei.
Davi fica desconfortável ao ver Max naquele estado. Mas tenta agir com naturalidade.

DAVI: Você não é nenhum monstro. Você não precisa fazer nada disso. Deixa eu te ajudar Max?
MAX: Você vai me ajudar a ficar com Érica?
DAVI: (estranhado a pergunta) O quê?
MAX: Claro que não. Você a quer para si. Eu amo a Érica, eu sempre a amei e você não respeitou isso. 
DAVI: Calma Max, não foi bem isso que aconteceu. Cara, já passou dez anos muita coisa aconteceu.
MAX: Pra vocês muita coisa aconteceu pra mim nada aconteceu. Só dias e mais dias de angustia. (T) Você me acha um monstro Davi?
DAVI: Claro que não. Hei, sou eu, o seu amigo. Lembra?
MAX: Está mentindo, e eu odeio mentiras. 

Max se aproxima rapidamente de Davi e enfia o punhal em sua barriga. Max retira o punhal e Davi aperta o local do corte com as mãos. Sem demonstrar nenhum remorso pelo o que acabou de fazer, Max pega a chave que se encontrava no bolso na calça de Davi e sai do banheiro deixando o amigo se estrebuchando no chão. 

CENA 12/ BRAÇO FORTE/ PRÉDIO/ NOITE

MAX: (off) Eu precisava voltar para encontrar o meu amor.  Peguei a chave que estava no bolso do Davi e voltei depressa, peguei o seu carro, pois não poderia ficar andando por aí com o taxi e o defunto do taxista ao lado. Eu estava cego não pensava em mais nada tudo o que eu queria era me por diante de Érica. Olhar de novo para o seu rosto angelical e dizer o quanto eu a amava. 

CENA 13/ BRAÇO FORTE/ RUA/ NOITE

Ao chegar ao prédio Max percebe que ele está fechado pois a polícia já tinha fechado tudo. Para poder fazer a pericia no corpo da mulher que ele havia deixado morta. Ele tinha que ser cauteloso pois o prédio em que Érica estava ficava vizinho e a chance de ser pego pela a polícia era enorme. Ainda no carro do Davi Max discretamente rodeia pela a outra rua procurando uma maneira de chegara até o prédio em que Érica está. Eis que do outro lado havia próximo ao prédio um pé de carvalho, cujas galhas davam até uma das janelas do prédio. Max então estaciona o carro do outro lado da rua e sorrateiramente corre até a árvore e começa a subi-la apressadamente. Ao chegar no alto, eis que uma viatura da polícia vai se aproximando e para exatamente próximo ao carro que ele deixou estacionado. Max se encolhe atrás dos galhos da árvore e ao olhar pela janela ver dentro do apartamento, um pôster com o rosto de Érica. Teve ali a certeza que estava no apartamento da amada. 

CENA 14/ BRAÇO FORTE/ AP DA ÉRICA/ NOITE

A janela está apenas encostada. Ele então puxa a janela e entra no apartamento. Max vai até diante do pôster e se encanta ao se ver ali bem próximo a sua amada.

MAX: (passando a mão pelo o pôster) Minha amada, como eu ansiei por esse momento. 
Max encosta no pôster e o beija. A CAM vai se abrindo e mostrando Érica já próxima de boca aberta assustada ao ver Max ali em sua frente.

ÉRICA: (chocada) Meu Deus Max, não pode ser!
MAX: (se aproximando) Érica!
ÉRICA: (assustada) Por favor, não se aproxime! Foi você que matou todas essas pessoas que estão sendo noticiado na mídia? O que você fez Max? Em que você se tornou?
MAX: Tudo o que eu fiz foi por amor a você. Não teve um dia durante todos esses anos que eu não tenha pensado em você. O que você fez Érica? Porque você me traiu? Era para eu está casado com você, não o Davi.
ÉRICA: Todos nós pensávamos que você tivesse morrido. Eu não te trair Max, nem estávamos mais juntos.
MAX: (com ódio) Você e o Davi não se importaram ao me ver ali caindo no cilindro de soda caustica. Vocês dois se abraçavam contentes, enquanto minha pele se dilacerava naquele calor sufocante. 
ÉRICA: Não é verdade, ficamos muito preocupados contigo. Mas não poderíamos continuar ali, o lugar estava correndo risco de explosão. Se ficássemos ali correríamos o risco de morrer. 
MAX: Se eu estivesse em seu lugar eu daria a minha vida para te salvar. Eu jamais te deixaria lá.
ÉRICA: Eu não poderia fazer mais nada Max. Nem eu e nem mais ninguém. 
MAX: Você nunca me amou. Eu só fui um brinquedo pra você, não é mesmo. 

{Flashback on}

EPS 01/ CENA 06/ REPÚBLICA/ JARDIM/ DIA

Ricardo, Max e Érica estão no jardim da república.

RICARDO: Érica, fala sério você beijou esse cara por pena, né? Você estava se divertindo com a cara dele, né isso? O cara era BV você achou interessante seduzir ele, não foi isso?
Érica olha para Max e depois olha para Ricardo e fala com firmeza. 

ÉRICA: Exatamente isso. Tudo não passou de uma diversão para mim.
MAX: (tristonho) Então você não sente nada por mim, me beijou por pena?
RICARDO: (zombando) Ela sente seu otário, peninha de você. Eu sabia, não tinha condição de uma gata dessa com um Zé ruela como esse.
ÉRICA: Desculpe Max, eu sinto muito. Eu achei fofo o seu jeito atrapalhado, todo tímido e daí eu fui vendo até onde isso iria. Mas acho que agora já deu, vamos parar por aqui.
RICARDO: (zombando) Olha a cara do zé ruela!

{Flashback off}


Continuação da CENA 14/ BRAÇO FORTE/ AP DA ÉRICA/ NOITE

Max vai se aproximando de Érica enquanto fala.

MAX: Mas agora acabou. O Davi e o Ricardo estão mortos. Agora sou só eu e você. Ninguém mais vai nos separar meu amor.
ÉRICA: (com lágrimas nos olhos) Onde está o Davi, Max? O que você fez com ele?

MAX: (off) Eu olhava para aquele rosto delicado, e enxergava em seus olhos a doçura daquela menina que eu tanto amei. Mas agora envolvida com a malícia da mulher que havia se tornado. Seu cheiro, sua delicadeza, sua beleza, tudo para mim era encanto. Como eu desejei esse momento, como eu sonhei em está assim diante da minha amada Érica novamente. Meus olhos se lacrimejavam ao fixar-me em seus olhos. Que estavam amedrontados, assustados com a minha presença. Eu via que o desejo que tinha era de fugir, correr o mais longe que pudesse de mim. Mas as suas pernas eram travadas pelo o medo que se concentravam. 

MAX: Está com medo de mim Érica? 
ÉRICA: Não. Eu tenho é pena. Você não é esse monstro que está me apresentando. Você ainda é aquele rapaz que me encantou naquela república. 
MAX: Você não me ver como um monstro?

Conforme Max dava um passo para frente, Érica dava um passo para trás. Mesmo que a boca dizia que não sentia medo, os olhos revelava a verdade. 

ÉRICA: Largue esse punhal! Vamos conversar.
MAX: Eu não vou te machucar, só quero que venha comigo. Vamos fugir meu amor? Vamos fugir para um lugarzinho só nosso, longe de tudo e de todos. Agora acabou, ninguém mais vai impedir a nossa felicidade. Agora não tem mais a dona Elizabeth, não tem mais o Ricardo e nem mais o Davi. De agora em diante será só nós dois e mais ninguém! Vem comigo Érica?
ÉRICA: Eu vou, mas largue o punhal. 

MAX: (off) Ela não viria assim facilmente, o medo que abrangia em si era maior do que tudo. Eu procurava conversar, tentar resgatar aquela paixão que havia deixado. Mas eu tinha a certeza que seria impossível retornar ao passado. A única coisa que aquela Érica ali sentia por mim era medo. E era nesse medo que habitava a minha fortaleza. Érica seria minha de um jeito ou de outro, nem que pra isso eu tivesse que matar nós dois.

FIM DO DÉCIMO QUARTO EPISÓDIO
Como a página de um diário dá um close em Max de um punhal nas mãos,  em uma espécie de Freeze frame. Depois o diário fecha mostrando o logo da série na capa.

PERSONAGENS DESTE CAPÍTULO

MAXWELL = Johnny Massaro
ÉRICA = Sophia Abrahão
DAVI = Guilherme Leicam
RICARDO = Chay Suede
MULHER = Isabela Garcia
POLICIAL = Juliano Casaré



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