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Antropófago - Diário de um Canibal | Episódio 15 (Último Episódio)


 ANTROPÓFAGO – DIÁRIO DE UM CANIBAL
WEB SÉRIE DE ADÉLISON SILVA
PRIMEIRA TEMPORADA
DÉCIMO-QUINTO EPISÓDIO

CENA 01/ BRAÇO FORTE/ AP DA ÉRICA/ NOITE

Max e Érica estão em pé um do lado do outro. Ele com a faca na mãe e ela amedrontada com o que poderia acontecer.

ÉRICA: (chorando) Por favor, Max! Me diz, onde está o Davi?
MAX: (com raiva) Está preocupada com ele? Você não se preocupou desse jeito quando eu cair no cilindro de soda. Porque Érica?
ÉRICA: É claro que me preocupei. Eu fiquei desesperada, eu não sabia o que fazer. Eu e o Davi sempre fomos os seus amigos. Porque está fazendo isso com a gente?
MAX: Você está mentindo. E eu odeio mentira.
Ouve se a sirene da polícia passando na rua. 

ÉRICA: O prédio todo está cercado Max, não tem como você sair. Se entrega vai ser o melhor pra todo mundo. 
MAX: Você está querendo que a polícia me pegue Érica?
ÉRICA: Não, eu não disse isso!
MAX: A gente agora vai dá uma voltinha. E a polícia não vai me impedir. (sádico) Nem que pra isso eu tenha que arrancar um pedaço de você.  

MAX: (off) Meu coração estava ferido, me sentia como uma criança pobre desejando aquele brinquedo caro e sem poder possuir. Aquele olhar ali esbugalhado de medo na minha frente revelava o monstro que eu havia me tornado. Mas agora era tarde, eu não poderia concertar todas as crueldades que eu havia feito. E nada faria sentido se eu desistisse de Érica agora. Érica seria minha por bem ou por mal. 
Max pega Érica pelo o braço e arrasta até a janela por onde ele subiu. 

[ABERTURA]



EPISÓDIO XV
“O destino de Max”

CENA 02/ BRAÇO FORTE/ AP DA ÉRICA/ JANELA/ NOITE

A cena mostra do lado de fora os dois na janela. Max incentivando Érica a descer pela a árvore como ele havia feito para subir. 

ÉRICA: É alto Max, não terá como eu descer!
MAX: Tem como você descer sim. Escute meu amor. (colocando o cabelo de Érica para trás da orelha) Eu não quero te machucar, sua pele é macia delicada não posso feri-la. (alisando o punhal em seu rosto) No entanto se você não colaborar, vou deixar o seu rosto igual o meu. Assim nenhum homem mais vai te olhar e você será só minha.
ÉRICA: (respirando fundo com medo) Não é preciso você me machucar, eu farei tudo o que você quiser. Mas por Deus me responda. O que você fez com o Davi? 
Max dá um passo para trás com ódio no olhar ao ouvir Érica mais uma vez perguntando por Davi.

MAX: (com frieza na fala) Eu o matei! E mataria de novo se ele ousasse a te roubar de mim. Será que você não entende? Você é minha, só minha e de mais ninguém. 
Uma lágrima brota do olho de Érica.

MAX: Agora desce por essa maldita árvore. E trate de ser discreta, por que se a polícia nos pegar eu não terei piedade nenhuma em passar o punhal nesse seu pescoço e arrancar sua cabeça fora. Se você não for minha não será de mais ninguém. 

 Com medo Érica segue as ordens de Max e os dois descem pela a árvore. 

MAX: (ainda em cima da árvore) Espere! Deixa que eu desça primeiro. 

Max passa por Érica e vai descendo a árvore. 

CENA 03/ BRAÇO FORTE/ RUA/ NOITE

Ao descer da árvore, Max agarra pelo o braço de Érica e vai levando-a até o carro do Davi, que ainda estava estacionado no mesmo local que ele havia deixado. A polícia se mantinha concentrado na outra rua apenas cuidando da pericia do caso da morte da Juliana. Max vai levando Érica até o lado do carona, e ao se aproximar da porta ouve a voz de Sara já bem próxima dele.

SARA: (off) Mãos para cima Maxwell Lenzi, não dá mais um passo!
Max olha para Érica e ela lhe retorna o olhar amedrontada. A CAM se abre revelando Sara Campestrini com a arma apontada para Max. 

SARA: Eu mandei você colocar as mãos para cima. Não me ouviu?
Max agarra Érica e pressiona o punhal sobre o seu pescoço. 

MAX: Eu sinto muito doutora, porém não irei obedecer a sua ordem.
SARA: (falando pelo o rádio) Preciso de reforço aqui na rua trinta e seis. Ele está aqui na minha frente.
Max passa o punhal no rosto de Érica fazendo um corte em sua face. Ela grita de dor e Sara se desespera em ver a atitude do atroz.

SARA: (desesperada) Não faça isso!
MAX: (frio) Eu não vou ter nenhum receio em cortá-la e comer a sua carne ainda viva aqui em sua frente.
ÉRICA: (desesperada) Max, não!
SARA: Calma Max!
MAX: (com ódio) Eu estou falando sério doutora. Érica vai ser minha e ninguém vai me impedir de fazer isso. Afaste-se, nós vamos fugir e nenhum de vocês vão impedir. 

Max puxa Érica para dentro do carro. Com medo de que ele matasse a refém Sara não o impediu. Max parte com o carro, logo em seguida Hugo se aproxima da colega.

HUGO: Sara, aquele era o Max?
SARA: Era ele sim, o maldito. 
HUGO: Sara, você não deveria ter o abordado sozinha. Você é uma psicóloga forense, não está preparada para isso!
SARA: Não importa, não podemos permitir que ele faça mais uma vítima. Aprece Hugo, pegue a viatura e vamos atrás dele. Ele está com uma refém não podemos deixar ele escapar.
HUGO: A tropa do Álvaro cuidará disso. Nós vamos ficar aqui.
SARA: Então fique você, eu não vou ficar aqui e deixar esse desgraçado escapar. Você não tem noção do que esse rapaz é capaz. Ele já não é mais dono da sua própria alma.
Sara deixa Hugo parado e toma direção do seu carro, Hugo respira fundo e resolve acompanhar Sara.

HUGO: (na porta do carro) Você é teimosa!
SARA: Estamos perdendo tempo.
Hugo entra no carro, e os dois vão seguindo atrás de Max.

CENA 04/ SAÍDA DE BRAÇO FORTE/ NOITE

PLANO AÉREO mostrando carro em que Max está passando pela a ponte, a tropa da polícia vindo logo atrás e o carro de Sara com o Hugo logo em seguida. Todos em alta velocidade. 

MAX: (off) Eu estava louco perdido e completamente sem causa. Escravo desse amor platônico que me dominava e me tornava réu de mim mesmo. Ter Érica era uma pretensão minha, sentir o seu beijo tocando os meus lábios, as minhas mãos passeando pelo o seu corpo e assim sentir a delicadeza de sua pele. E assim vou vivendo nessa nostalgia, refém de um amor que só eu vivi. Desejando ter o que talvez eu nunca tive.



{Flashback on}

EPS 01/ CENA 06/ REPÚBLICA/ JARDIM/ DIA

Érica vem andando de mãos dadas com Max até o meio do jardim para diante dele e o interroga:

ÉRICA: (com um imenso sorriso no rosto) Pois não aqui estou, o que queres de mim?
Max ficou inerte, sem palavras. Delicadamente Érica amaciava a suas mãos e estranhava por senti-las fria.

ÉRICA: Elas são sempre assim?
MAX: (aéreo) O quê? 
ÉRICA: As suas mãos são sempre assim gelada?
MAX: (sem jeito) Só quando estou nervoso.
Érica lança um dos seus braços no pescoço de Max, enquanto com o outro alisa o seu rosto.

 ÉRICA: Pensei tanto em você esses dias.

Érica encostou seu rosto no rosto do Max, e os dois se abraçaram. Depois ela se afastou um pouco e o olhou fixamente nos olhos.  Com sorriso enigmático o pergunta.

ÉRICA: E então, o que queria mesmo comigo?
MAX: Já não sei, só sei que te quero.
Érica dá meia volta em torno de Max e sussurra em seu ouvido.

ÉRICA: Eu acho que também te quero.
Max fica nervoso, fitava o olhar em cada movimento que Érica dava. Ela por sua vez completou a volta deixando a mão sobre a sua nuca e o acariciando. E finalmente já em sua frente lhe dá um demorado beijo.

{Flashback off}

CENA 05/ FLORESTA MOSSAÍH/ NOITE

Max corre apressadamente no carro de Davi com Érica no banco do carona. Sara Capestrini e  Hugo vinham logo atrás juntamente com o restante da polícia. Max corta a floresta Mossaíh tomando o mesmo caminho que anos antes percorreu com a turma da professora Maria da Soledad. 

MAX: Malditos, eles não podem te tirar de mim. 
ÉRICA: Você está correndo muito Max, a gente pode se acidentar.
MAX: Não tema meu amor, eu vou cuidar de você!
CORTA para o carro de Sara.

SARA: Essa tropa do Álvaro são todos incompetentes, ainda não conseguiram alcançar o carro. 
HUGO: Eu acho bom você diminuir a velocidade, essa estrada está muito esburacada. 
SARA: Eu só vou parar quando eu conseguir por as mãos nesse maldito. (acelerando) Se segura!

A CAM se abre em um PLANO AÉREO mostrando Max se aproximando da fábrica. 

CENA 06/ FLORESTA MOSSAÍH/ FÁBRICA/ NOITE

Ele entra com tudo para dentro da fábrica, arrebentando o portão e tudo mais o que encontrava pela frente. Rapidamente ele levanta, vai até o lado do carona e puxa Érica para fora. E sai puxando-a pelo o braço entrando fábrica adentro.

MAX: Eles não vão conseguir me pegar, eu vou ser mais rápido. Nós dois vamos ser muito felizes. Eu e você finalmente juntos. 
Max vai descendo uma escada que dá para uma sala no subsolo.

MAX: Vem, vamos nos esconder e eles não vão mais nos achar. (passando a mão pelo o rosto de Érica) Você será só minha. Como eu te desejei esse tempo todo.
Ouve se a polícia já dentro da fábrica. 

MAX: (puxando Érica) Vem meu amor! Vamos fugir daqui.

CENA 07/ FLORESTA MOSSAÍH/ FÁBRICA/ SALA NO SUBSOLO/ NOITE

Max e Érica chegam até uma sala. Ele fecha a porta, e depois sai arrastando do os moveis que encontrava ali para poder segurar a porta.

MAX: (desesperado) Eu não vou deixar eles me pegar. Nós dois vamos ficar juntos, não posso mais permitir que ninguém mais me afaste de você. (alisando o rosto de Érica) Deixa eu te olhar. Você é tão linda.
ÉRICA: (aos prantos) Por favor, Max! Não me mate!
MAX: Eu não faria isso. Eu te amo, Érica. Porém eu vou ter que te amarrar, não poderei permitir que você fuja de mim.

Max amarra Érica com os braços para cima. E fica alisando o seu rosto lhe admirando.  

MAX: As coisas poderiam ter sido diferente, se vocês não tivessem deixado eu cair naquele cilindro de soda. 
ÉRICA: Não deixamos, foi um acidente. Nada poderíamos fazer. 
MAX: Eu te salvei. Você também poderia me salvar se quisesse. Mas era o Davi que você queria, não é mesmo?
ÉRICA: Não, claro que não. Eu me apaixonei pelo o Davi depois. 
MAX: (com ciúmes) Se apaixonou? Você nunca gostou de mim, mas é apaixonada por ele. 
Max abaixa a cabeça e depois a levanta com ódio no olhar.

MAX: No entanto agora o Davi está morto, e é comigo que você está?
ÉRICA: (chorando) Ele era teu amigo, porque você fez isso?
MAX: Ele não era meu amigo. Se fosse mesmo meu amigo não teria te tocado, te beijado, nem estaria noivo de você. Era eu que deveria está vivendo essa história com você e não ele.
Max corta as alças do vestido de Érica delicadamente, deixando-a apenas de calcinha. 

{Flashback on}

EPS 05/CENA 04/ INT/ REPÚBLICA/ BANHEIRO FEMININO/ NOITE

Mostra Max se aproximando do banheiro feminino que estava de porta entreaberta. CORTA para Érica passando as mãos pela a cabeça enquanto toma o seu banho. Max a observa pelo o reflexo no espelho do banheiro. 

{Flashback off}

Continuação da CENA 07/ FLORESTA MOSSAÍH/ FÁBRICA/ SALA NO SUBSOLO/ NOITE

Érica está nua amarrada em frente a Max e ele passeando a mão pelo o seu corpo. 

MAX: Você é perfeita, e será agora toda minha. 
Ouve uma pancada na porta. Max segura Érica com a faca sobre o seu pescoço.

MAX: Eu não vou deixar eles entrarem! Eles não vão tirar você de mim. 
ÉRICA: (em prantos) Pelo o amor de Deus, Max! Está me machucando!
MAX: (alisando o seu rosto no rosto de Érica) Tudo isso vai acabar meu amor e a gente vai ficar juntos.
A porta da sala arrebenta e para a surpresa de todos, Baltasar é quem entra na sala. Ele está furioso e armado, dá um forte grito mostrando a sua língua que está no toco. 

MAX: Desgraçado, ainda está vivo?
Baltasar dá um tiro no pé de Max que agacha no chão. Max sai se arrastando procurando se esconder atrás de algum móvel. Ouve se a voz de Álvaro se aproximando.

ÁLVARO: (off) Polícia! Max você está cercado, não tem como escapar. Saia com as mãos para cima, agora!
Ao ouvir a voz de Álvaro, Baltasar dá um tiro em um disjuntor de energia provocando uma explosão, deixando o ambiente escuro. Baltasar vai de aproximando de Érica que continua amarrada e em prantos.

ÉRICA: Por favor, me deixa sair daqui!
Ele olha fixo para ela implorando por ajuda. E antes de tomar alguma atitude é recebido por Max que o ataca. Mas desta vez sem o punhal, pois o deixou cair depois de ter levado o tiro. Max ataca Baltasar querendo tomar a arma. Baltasar deixa a arma cair. Os dois lutam entre si, Baltasar carregava consigo o ódio e o desejo de vigar-se de Max. Em um determinado momento da luta Max alcança a sua faca, e ele a enfia no pescoço de Baltasar arrancando seu último suspiro. Ele se aproxima de Érica. Mas é recebido mais uma vez com uma arma na nuca.
SARA: Não se mova! Vire-se de frente para mim!
Max olha fixo dentro do olho de Érica e deixa uma lágrima escorrer pela a sua fronte.

MAX: Eu te amo meu amor! Ninguém nesse mundo vai te amar como eu.
Depois de se declarar, Max passa a faca pelo o seu pescoço lhe tirando a própria vida. Sara e Érica ficam perplexas diante da atitude de Max.

CORTA para cenas aleatórias da floresta, mostrando toda a vida ao redor. Depois a cena retorna mostrando tempos depois todos já na frente da fábrica. 

CENA 08/ FLORESTA MOSSAÍH/ FÁBRICA/ LADO EXTERNO/ NOITE

O carro da ambulância vai se aproximando, prestando os primeiros socorros a Érica, que está enrolada em um roupão. O IML passa com o corpo de Baltasar em uma maca, logo depois com o corpo de Max em outra. Sara está encostada em uma viatura alguns metros distante, pensativa. Hugo se aproxima dela. 

HUGO: Você está bem?
SARA: Acabou Hugo. Esse foi o fim do Maxwell Lenzi. Braço Forte agora voltará a ser a cidadezinha pacata e tranquila de sempre.
HUGO: Meio difícil. A população ficou meio assustada depois de todo esse reboliço. 
SARA: Não era ele que fazia essas coisas, era como se uma força maligna o controlasse. 
HUGO: Que bobagem é essa Sara? Do que você está falando?
SARA: As conversas que tivemos no tempo em que ele esteve preso deram pra eu perceber isso. Ele não teria força para enfrentar tanta gente sozinho, apenas com o uso de uma faca. (T} Você está certo, acho que estou falando bobagem. (ao ver Érica) Precisamos ir lá avisar a moça que o seu marido não morreu.
HUGO: Verdade, nessa correria esquecemos de avisá-la que o Davi está internado sem risco de vida. Vamos lá doutora!
SARA: Vamos!
HUGO: A senhora fez um excelente trabalho.
SARA: Obrigada, o senhor também.

A CAM vai se abrindo mostrando uma imagem aérea da alegria de Érica ao saber que Davi está vivo.

Existem certos amores que são impossíveis de se concretizar. Talvez a graça seja exatamente isso, por ser impossível é que a gente tanto deseja. Não cometeríamos pecados se esse não fosse tão atraente. E o meu maior pecado foi amar tanto uma pessoa, que fui capaz de odiar todo o resto da humanidade. Agora o que me resta é a sepultura, onde serei o alimento dos vermes que se saciarão com a minha carne. 




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