Alto Mar - Capítulo 4

 

 

ALTO MAR

GÊNERO WEBSÉRIE

ESCRITA POR GABRIEL PRETTO

EMISSORA RANABLE WEBS

CAPÍTULO 4

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Cena 1: Casa de Lorenzo/Gijón/Dia/

Lorenzo está folheando seus documentos com todas as dívidas a pagar. Lupita está terminando de guardar algumas compras de seu patrão. O telefone toca.

Lorenzo: Lupita! Atende o telefone?

Lupita: Só um instante.

Lupita para com o que está fazendo e corre até o telefone e atende a ligação.

Lupita (no telefone): Alô?

Lorenzo toma uma xícara de café.

Lupita (no telefone): Um momento.

Lupita deixa o telefone de lado por um momento.

Lupita: É pra você, Senhor Hidalgo. É aquele tal de Laerte Aviles de novo.

Lorenzo (se levantando e indo até o telefone): De novo? Cruzes! Vai ficar me ligando noite e dia? Larga do meu pé jacaré.

Lorenzo pega o telefone.

Lorenzo: Qual foi, Laerte?

Laerte (nervoso): Lorenzo! Ainda bem que você atendeu! 

Lorenzo: O que aconteceu? Você parece nervoso.

Laerte: Escuta, eu preciso que você venha até a empresa agora. Vai acontecer uma reunião de emergência e todos os meus empresários e sócios vão comparecer.

Lorenzo: Por quê?

Laerte: Um dos navios da empresa desapareceu no mar essa madrugada e só me avisaram agora.

Lorenzo: Como assim desapareceu? Ele naufragou?

Laerte: Eu não sei! Eu estou muito nervoso. Não quero me meter em um escândalo!

Lorenzo: Calma! Eu já to indo pra aí.

Laerte: Ah, que bom. Só vem rápido, tá bom?

Lorenzo desliga.

Lupita: Algum problema?

Lorenzo: Lupita, pede pro meu personal driver tirar meu carro da garagem.

Lupita: Não quer que ele dirija pra voc-

Lorenzo: Eu não tenho tempo pra isso. Ele é muito lerdo! E é urgente!

Lorenzo sai apressado.

Cena 2: Corredores/Atena/Madrugada/

Gallego está escorando Paola na parede.

Paola: Me solta pelo amor de deus! Me solta!

Gallego: Hum...aqui não tem muita privacidade. Vamos...aqui nesse quartinho. Aqui é perfeito.

Gallego arrasta Paola até o quarto de faxina

Gallego: Não se preocupe Paola. A noite tá só começando. Se aquele seu marido é fraco na cama, eu vou resolver esse problema.

Paola: O que é que você quer fazer comigo garoto? Pelo amor de deus!

Gallego: Primeiro de tudo, pare de berrar e tira a roupa.

Paola: O que…

Gallego: Tira a roupa, eu falei!
Paola: Não…

Gallego: Me obedece, se não as coisas vão ser piores pra você, querida.

Paola, soluçando, tira todas as suas roupas.

Gallego (se aproximando): Agora fique calma.

Paola: Por favor Gallego. Eu sou uma mulher casada. Eu não posso transar com outro ho-

Gallego dá um tapa em Paola, vira e escora ela de costas pra parede, tampa a boca dela com sua mão e começa a penetrá-la. Paola geme de desespero enquanto Gallego se diverte. A câmera foca sobre o rosto assustado de Paola.

Cena 3: Capela/Puerto Limon/Dia/

Carlos está ao lado do caixão de Elena esperando mais familiares chegar. Os pais de Elena chegam

Lilia: Elena! Meu deus!

Ela se debruça no caixão da filha.

Carlos (tentando consolá-la): Eu sei...eu sei.

Agenor: Eu posso saber o quê esse esfarrapado está fazendo aqui comigo?

Carlos: Você tá falando comigo por acaso?

Agenor: Tô sim. Com quem mais eu estaria falando?

Carlos: Olha só, com todo o respeito, eu era o marido dela e eu tenho o direito de com-

Agenor: VOCÊ ERA? VOCÊ NUNCA DEU BOLA PRA SUA ESPOSA. DEU PRA ELA UMA VISTA PRA FAVELA PRA ELA. NÃO AJUDOU ELA ENQUANTO ELA ESTAVA DOENTE. DEIXOU O FILHO DELA RALANDO PRA AJUDAR A MÃE! VOCÊ NÃO É NADA MAIS QUE UM CAFETÃO.

Carlos: Não me chama de cafetão! Velho ridículo. Doido!

Lilia: Chega! Por favor! Chega.

Agenor: Velho ridículo? Você vai ver do que esse velho ridículo é capaz.

Carlos: Então vem! Mas eu vou te avisando que eu não vou perder pro um velho fedorento de 80 anos!

Agenor dá um tapa na cara de Carlos, começa a bater nele e a levar ele em direção a porta de saída da capela.

Lília: Para Agenor! Para! 

Carlos (chorando): Deixa ele vir. Me bate mesmo. Me bate.

Agenor pega Carlos pelo braço e joga ele pra fora da Capela.

Agenor: Vê se não volta aqui, se não eu te mato seu cachorro! Aqui é seu lugar. Na rua!

Carlos: Você não tem o direito de me expulsar-

Agenor: Eu tenho! Agora fora daqui se não eu chamo a polícia!

Carlos se levanta humilhado e corre em direção a sua casa.

Cena 4: Sala de reuniões/Prédio da Coimbra/Gijón/Dia/

Os sócios e empresários de Laerte, incluindo Lorenzo estão sentados para começar a reunião.

Laerte: Damas e Cavalheiros, tive que convocar vocês para essa reunião de urgência para discutirmos o nosso plano de ataque para contornar essa situação. Como vocês provavelmente já sabem, uma de nossas embarcações desapareceu na noite anterior. Eu gostaria da opinião de vocês sobre como devemos agir.

Doutora Vanessa: Eu acho que a primeira coisa a se discutir é se nós devemos levar isso até a mídia.

Doutor Aguilar: Talvez. Isso poderia ajudar com o apoio às famílias e arrecadação de suplementos para a tripulação.

Laerte: Não se equivoque, Doutor Aguilar. Eu ainda não comentei com vocês que nós não podemos fazer disso um escândalo.

Doutor Aguilar: Como assim escândalo se nós não sabemos a real situação da emb-

Laerte: Está definido. Não vamos levar isso até a mídia de imediato.

Doutor Sales: Será que nós devemos esperar até termos mais informações sobre o paradeiro do navio?

Lorenzo: O que…

Laerte: Talvez isso seja uma opção. Visto que não sabemos de muita coisa. Eu acho que nós deveríamos começar a agir de verdade se o desaparecimento continuar durante alguns dias

Lorenzo: É mais...e se realmente a embarcação tiver naufragado. Nós vamos deixar nossos tripulantes sozinhos no mar?

Laerte: Bem, você está presumindo que o navio afundou. É uma possibilidade, mas eu acho que muito equivocada.

Lorenzo: Como assim equivocada?

Laerte: Muito cedo para presumir isso.

Lorenzo fica confuso.

Laerte: Bem, quem acha que nós deveríamos esperar?

Todos levantam a mão, menos Lorenzo.

Laerte: Bem, tenham em mente que essas opiniões ainda irão passar por outras áreas da empresa. Ainda tem muita coisa para ser definida. 

Cena 5: Cafeteria/Atena/Dia/

Marijo, Ludim, Marcel e Paola, que ainda está abalada pela noite anterior reuniram todos da tripulação, incluindo Gallego, para uma conversa.

Marijo: Atenção todos! Atenção!

Todos olham para o capitão.

Marijo: Eu sinto informar a vocês que, realmente, nós todos estamos a deriva no mar sem comunicação com o mundo exterior. Eu peço a todos que fiquem calmos. Deve ser um choque para alguns, aliás, pra todos, e também é um choque pra mim. Eu sei que essa uma...situação muito desesperadora. Mas agora, mais do que nunca. Nós precisamos ficar unidos. Nós fizemos uma estimativa e vimos que temos apenas 4 quilos de alimento.

Todos ficam chocados.

Diego: Como assim? Isso deveria ter sido reabastecido antes da viagem.

Marijo: Eu ainda não terminei! Então, nós teremos que economizar a nossas reservas de alimentos. Também precisamos economizar as nossas lanterna. Elas têm baterias limitadas. Nós estamos tentando achar um jeito de restabelecer a energia. Eu peço a todos que aguardem mais informações. A equipe técnica vai continuar trabalhando em restabelecer a energia do local. Com licença. 

Marijo e sua equipe se retiram do local e todos voltam as suas posições. Paola vê Gallego antes de sair. Ele dá um sorriso em direção a Paola. Ela tenta evitar o contado visual. A câmera foca na expressão maliciosa de Gallego.

Cena 6: Prédio da Coimbra/Gijón/Dia/

Os sócios saem da sala de reunião após o seu término. Laerte fica no ambiente. Antes que Lorenzo saia do cômodo, ele o interrompe.

Laerte: Lorenzo.

Lorenzo (se virando): Sim?

Laerte: Olha...sobre hoje a noite…não vou mais ao Jantar.

Lorenzo: É...eu consigo imaginar que você não queira ir depois de tudo o que…

Laerte (entregando um papel): Não...não é isso. Eu pedi pra minha secretária comprar essas passagens aéreas.

Lorenzo pega a passagem.

Lorenzo: De Gijón para Puerto Limon. Hoje às oito e meia? Por quê?

Laerte: A única informação que eu tenho sobre a rota do Atena é que ele ir de Puerto Limón para o Rio De Janeiro. Eu marquei uma reunião com a marinha costarriquenha. Eles ficaram sabendo do assunto hoje de manhã. Eu pedi para que lhe informassem. Eles vão ajudar com as buscas. Mas a investigação vai continuar em sigilo. Eu não queria ir sozinho. 

Lorenzo: Mas se você não quer ir sozinho, porque não fala com a sua secretária, ou com o subchefe da empresa. Eu não sei se eu estou pronto para isso.

Laerte: Eu sabia que eu devia ter consultado você antes de qualquer coisa. Se você não quiser ir comigo, tudo bem. Eu não tenho o direito de te obrigar-

Lorenzo: Não. Eu vou com você sem problemas. Assim que eu chegar em casa eu vou fazer as minhas malas.

Laerte: Muito obrigado. Me encontre no aeroporto por volta das 7:00 da noite. Eu não quero chegar muito em cima do hora para não ter stress.

Lorenzo: Pode deixar. Eu preciso ir. Até mais.

Laerte: Até.

Lorenzo sai de cena.

Cena 7: Aeroporto de Gijón/Noite/

Laerte está esperando por Lorenzo.

Laerte: Huh, quem diria que jogar ele pra escanteio seria tão fácil assim? Tapado, ele acha mesmo que eu vou perder meu tempo pra ajuda pobre? Que terminem no fundo do mar. 

Lorenzo (ao longe): Laerte! 

Lorenzo se aproxima de Laerte, que imediatamente se endireita.

Lorenzo: E ai?

Laerte: Eu reservei um quarto em hotel três estrelas pra você. Eu vou ficar em uma suíte separada. Olha, eu preciso que você faça um lista com todos os tripulantes do Atena quando chegarmos a cidade. Tudo bem?
Lorenzo: Ok.

Radiofonista: Voo para Puerto Limon, favor se dirigir ao portão de embarque. 

Lorenzo: É o nosso voo. Vem, vamos logo.

Cena 8: Corredores/Atena/Tarde/

Paola está caminhando pelos corredores quando Gallego aparece:

Gallego: Qual é, gata?

Paola: Eu não quero falar com você.

Gallego: Eu sei, mas provavelmente quer relembrar a nossa noite maravilhosa, não é?

Diego surge no corredor, vê a esposa conversando e se esconde atrás da parede tentando escutar a conversa. A câmera foca em Diego, que está com um olhar desacreditado. A imagem congela em Diego. O fundo fica embaçado e a imagem inteira fica azul.

FIM DO CAPÍTULO

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