*Lar doce Lar*
*Capítulo 12*
*Baseado no livro De Volta Para Casa de Karen White*
...
As crianças de Walton estavam brincando de cabra-cega na rua. Sarah era a pegadora e as crianças corriam.
Cassie ficou na calçada olhando para as crianças. Era tão similar aos verões de sua infância! Os verões de quando se preocupava
apenas com economizar a mesada para o cinema de sexta-feira à noite e correr mais rápido que a cabra-cega no meio da rua.
apenas com economizar a mesada para o cinema de sexta-feira à noite e correr mais rápido que a cabra-cega no meio da rua.
Sam: Vejo que aceitou o meu conselho de correr à noite. É bem melhor, não é?
Cassie se virou ao ver Sam do seu lado.
Sam: Como seu médico, não me lembro de dizer que você já podia correr com esse seu tornozelo. Deveria esperar ao menos uma semana.
Relutante, ela direcionou sua atenção a Sam.
Sam: Como seu médico, não me lembro de dizer que você já podia correr com esse seu tornozelo. Deveria esperar ao menos uma semana.
Relutante, ela direcionou sua atenção a Sam.
Cassie: Certo. E eu ficaria enorme como uma porca se não queimasse todas as calorias daquelas comidas que todo mundo vem me empurrando. A cidade está numa conspiração para me engordar, juro. É isso ou estão
querendo me enfartar. Nunca vi tanta fritura em toda a minha vida.
querendo me enfartar. Nunca vi tanta fritura em toda a minha vida.
Ela virou os para assistir às crianças de novo.
Sam assistia com ela às crianças. Achou certa graça quando Joey cutucou Sarah ao passar correndo pela irmã. Ele limpou a garganta.
Sam assistia com ela às crianças. Achou certa graça quando Joey cutucou Sarah ao passar correndo pela irmã. Ele limpou a garganta.
Sam: Já que perguntou, fico muito feliz em te dizer em primeira mão que eu ganhei a eleição hoje. Sou o mais novo membro do conselho da prefeitura.
Cassie: Hã? Nossa. Parabéns.
Ela continuou a observar as crianças, agora com um sorriso saudoso na face.
Cassie: Lembra se de brincar disso quando éramos crianças? Acho que nunca fui pega. Provavelmente era rápida demais para os outros.
Sam a olhou de canto de olho.
Sam a olhou de canto de olho.
Sam: É mesmo? Eu lembro de as pessoas terem medo de te pegar porque quando faziam você batia nelas com força.
Cassie se virou para olhar para ele.
Cassie se virou para olhar para ele.
Cassie: Como pode saber? Nem me lembro de você brincar com a gente.
O sorriso dele murchou um pouco. Quando falou, sua voz saiu arrastada e baixa.
Sam: Nossa, eu brincava. Você estava muito ocupada atrás de Joe Warner para notar qualquer outra pessoa.
Ela o encarou sob a luz fraca.
Cassie: Isso é passado. Todo mundo parece já ter se esquecido disso, por que você não se esquece? Parece que se lembra de um monte de coisa ruim sobre mim. Espero que sua memória seja boa para as coisas importantes.
Ele chegou mais perto dela, fazendo ela pensar desesperadamente se tinha passado desodorante suficiente.
Sam: Depois de votar, fui até a prefeitura para ver quem estava ganhando e o Sr. Harmon disse que você tinha passado por lá.
Cassie deu de ombros.
Ele chegou mais perto dela, fazendo ela pensar desesperadamente se tinha passado desodorante suficiente.
Sam: Depois de votar, fui até a prefeitura para ver quem estava ganhando e o Sr. Harmon disse que você tinha passado por lá.
Cassie deu de ombros.
Cassie: É. Achei que seria um boa ideia checar os registros de nascimento e morte do início dos anos 70. Achei que um nascimento ilegítimo facilmente escaparia dos registros públicos, principalmente se a criança morreu.
Duvido que tenham dado o sobrenome de meu pai ao bebê. Mas achei que deveria tentar assim mesmo.
As risadas ecoavam da rua quando a mãe chamou os filhos para o jantar. Aqueles sons transmitiam à Cassie segurança e consolo. Ela virou a cabeça de novo para Sam.
Duvido que tenham dado o sobrenome de meu pai ao bebê. Mas achei que deveria tentar assim mesmo.
As risadas ecoavam da rua quando a mãe chamou os filhos para o jantar. Aqueles sons transmitiam à Cassie segurança e consolo. Ela virou a cabeça de novo para Sam.
Cassie: Acredito que meu próximo passo será ir até a biblioteca para buscar nos jornais antigos os registros de nascimento de abril de 1973. É um chute, mas não tenho ideia de onde mais ir. A carta estava com o selo de Atlanta, então também vou verificar os jornais de lá. Mas tenho um pressentimento de que essa mulher, seja lá quem for, priorizava manter sua vida particular em segredo.
Sam: Isso é uma boa ideia. Você já teve a oportunidade de olhar as coisas de dentro da caixa?
Sam: Isso é uma boa ideia. Você já teve a oportunidade de olhar as coisas de dentro da caixa?
Cassie balançou a cabeça.
Cassie: Não. Ainda não. Não tive tempo. Mas vou dar uma olhada.
Cassie: Não. Ainda não. Não tive tempo. Mas vou dar uma olhada.
Ele concordou com um sinal de cabeça, observando-a de perto por um momento.
Sam: Caso não encontre nada nas cartas e na biblioteca, estou indo para Atlanta no final do próximo mês para uma congresso médico. Posso dar uma olhada em registros médicos enquanto estiver por lá, se quiser. Devo
ter um tempinho livre.
ter um tempinho livre.
Duas marcas de ruga se formaram entre as sobrancelhas de Cassie.
Cassie: Por que você está me ajudando? O que quer de mim?
Sam: Chama-se ajudar uma amiga. E não, não espero nenhuma retribuição. Gosto de desafios.
Cassie: Ótimo. Porque eu já sou noiva.
Sam: Chama-se ajudar uma amiga. E não, não espero nenhuma retribuição. Gosto de desafios.
Cassie: Ótimo. Porque eu já sou noiva.
Por que ela disse isso? Ele não disse nada que pudesse ser interpretado como um interesse numa relação mais íntima, e ela deixou escapar aquilo. Misericordioso, ele apenas ergueu as
sobrancelhas, o que lhe conferia aquele olhar marcado que ela passara a admirar a distância.
sobrancelhas, o que lhe conferia aquele olhar marcado que ela passara a admirar a distância.
Com uma última olhada para as crianças que se dispersavam, ela começou a ir embora.
Cassie: Preciso voltar. Helena quer conversar sobre planos para uma festa de noivado. Ela não parece aceitar não como resposta.
Sam começou a andar com ela.
Sam: Mas você poderia dizer obrigada, supondo que se lembre como.
Ela parou, colocando as mãos nos quadris. Parou tão de repente que Sam esbarrou nela, agarrando-a pelos braços para impedir que ambos caíssem, e não a soltou.
Cassie: Obrigada, Sam, por ter se preocupado comigo. Estou muito agradecida. —
Gentilmente, ela se desvencilhou dele e continuou a andar. Sam caminhou ao lado dela.
Sam: É uma história muito interessante. Sei que é fácil falar por não se tratar dos meus pais, mas até eu estou curioso para descobrir o que
aconteceu a “E.”.
Cassie: Bem, você e Helena. Ela acha que é uma história muito romântica. E eu não sei se deveria estar brava com meu pai ou com esta mulher, ou nenhum dos dois. Ela perdeu o homem que amava e a criança que geraram e, mesmo assim, ela lhe deseja alegria e felicidade para o resto da vida. E depois lhe diz que o amará para sempre.
aconteceu a “E.”.
Cassie: Bem, você e Helena. Ela acha que é uma história muito romântica. E eu não sei se deveria estar brava com meu pai ou com esta mulher, ou nenhum dos dois. Ela perdeu o homem que amava e a criança que geraram e, mesmo assim, ela lhe deseja alegria e felicidade para o resto da vida. E depois lhe diz que o amará para sempre.
Sua voz hesitou e ela tossiu para disfarçar. —
Cassie: Não posso deixar de questionar se ela encontrou outra pessoa, se teve filhos.
Ela parou em frente a casa e olhou para o céu.
Cassie: Até mesmo o meu lado cético quer acreditar que sim.
Cassie: Até mesmo o meu lado cético quer acreditar que sim.
Sam se pôs perto dela, e Cassie pôde sentir o calor de seu corpo. Quando ele falou, seu hálito roçou em seus cabelos.
Sam: Talvez haja somente um amor para cada um na vida. E, quando se perde esse amor, acabou. Não há outra chance. É possível esperar a pessoa estar livre de novo e ter esperanças de que ela retribua o amor. Mas isso é apenas uma possibilidade.
Cassie inclinou a cabeça para encará-lo.
Cassie: Você não acredita mesmo nisso, acredita? Que, em meio a milhões e milhões de pessoas no mundo, há somente uma para cada um de nós?
Sam: Peixes-anjos têm uma única fêmea na vida. Quando um dos dois morre, o outro se lança até o fundo do oceano e morre também.
Cassie: Você não acredita mesmo nisso, acredita? Que, em meio a milhões e milhões de pessoas no mundo, há somente uma para cada um de nós?
Sam: Peixes-anjos têm uma única fêmea na vida. Quando um dos dois morre, o outro se lança até o fundo do oceano e morre também.
Cassie tentou acrescentar certo tom de brincadeira em sua voz, mas não obteve muito sucesso.
Cassie: E viúvas-negras, que, depois de copularem, comem seus machos.
Ela tentou rir, mas não conseguiu.
Ela tentou rir, mas não conseguiu.
Cassie: Sendo assim, estou feliz por não ser
um peixe-anjo. Talvez eu tivesse me encolhido e morrido depois de Joe.
um peixe-anjo. Talvez eu tivesse me encolhido e morrido depois de Joe.
Ela se arrependeu de ter dito isso, mas Sam parecia arrancar confissões dela. Nenhum dos psiquiatras que frequentou em Nova York tinha exercido esse efeito. E eles a cobravam pelo atendimento.
Sam: Talvez o tenha feito. Há inúmeras maneiras de morrer que não envolvem morte física.
Cassie: Bem, você está enganado quanto a isso. Estou vivinha da silva.
Cassie: Bem, você está enganado quanto a isso. Estou vivinha da silva.
Sam continuou em silêncio, a observando. Ela abanou a mão na frente do rosto dele.
Cassie: Escutou? Estou aqui. E muito bem. E vou me casar.
Finalmente, ele falou:
San: Eu sei.
Seu tom de voz não era convincente.
Sam: Então, talvez Joe não fosse o seu grande amor.
Cassie: Eu sei disso agora. Basta olhar Joe e Helena juntos para saber que há algo de muito especial entre os dois. Mas tente dizer isso a uma menina de 20 anos.
Cassie: Eu sei disso agora. Basta olhar Joe e Helena juntos para saber que há algo de muito especial entre os dois. Mas tente dizer isso a uma menina de 20 anos.
Ela deu um belo suspiro, cuja tristeza surpreendeu até ela própria.
Cassie: Ah, ter a sabedoria de 35 com a juventude dos 20!
Sam: Mas por que tudo isso? Por que demorou tanto tempo para você perdoar e esquecer?
Cassie: Não é da sua conta, Sam. Você tem o péssimo hábito de enfiar o nariz em assuntos que não lhe dizem respeito.
Cassie: Não é da sua conta, Sam. Você tem o péssimo hábito de enfiar o nariz em assuntos que não lhe dizem respeito.
Terapia grátis era um coisa, mas querer saber de seus pensamentos mais íntimos era outra
completamente diferente.
completamente diferente.
Sam permaneceu onde estava, observando-a discretamente.
Sam: Não foi por causa de Joe, não é? Tinha mais a ver com orgulho ferido. E vocês, Madisons, têm orgulho suficiente para fertilizar uma plantação.
Cassie: Você é mesmo muito ousado. Não sabe nada sobre mim. Nada sobre a minha vida atual. Estou muito feliz com o desenrolar de tudo.
Cassie: Você é mesmo muito ousado. Não sabe nada sobre mim. Nada sobre a minha vida atual. Estou muito feliz com o desenrolar de tudo.
Ela começou a subir a escada de sua com passos pesados. Contudo, ele colocou o braço na frente dela, esticando-o até o corrimão do outro lado.
Sam: A verdade dói, não é mesmo? Eu sei muito mais sobre você do que imagina.
Sam: A verdade dói, não é mesmo? Eu sei muito mais sobre você do que imagina.
Cassie: Dá licença, por favor.
A voz de Cassie estava bastante sarcástica.
Sam: Eu tenho uma pergunta. E é a mesma que fiz ao seu pai, mas nunca obtive uma resposta. Por que, em todos esses anos, ele nunca foi te visitar em Nova York?
Sam: Eu tenho uma pergunta. E é a mesma que fiz ao seu pai, mas nunca obtive uma resposta. Por que, em todos esses anos, ele nunca foi te visitar em Nova York?
Surpresa, Cassie deu um passo para trás.
Cassie: Não porque não tenha pedido isso a ele. Pedi em todas as cartas e em todos os telefonemas. Mas ele queria que eu voltasse para casa para visitá-lo, e isso eu não faria. Então, nós apenas conversávamos ao telefone e nos encontrávamos uma vez ao ano em Atlanta. Era um lugar neutro para os dois, imagino.
Sam: Acho que isso significa que você é guiada por sua enorme teimosia.
Ela ignorou a zombaria dele.
Cassie: Posso passar agora, por favor?
Quando ele saiu da frente, disse:
Sam: Ah, acho que você deveria saber de só mais uma coisa antes de eu ir embora. Uma das minhas primeiras medidas como membro do conselho da prefeitura será buscar apoio para uma lei que proteja mais de vinte prédios históricos da cidade. Também pretendo dar início a uma moratória em todos os empreendimentos futuros até que possamos colocar em vigor um plano de uso do terreno. Além disso, estou preparando os alicerces
para colocar grande parte da cidade, incluindo a sua casa, no Registro de Tombamento. Não vai te afetar em nada, a menos que decida fazer alguma coisa que altere a sua arquitetura. Como terraplanagem. Ou convertê-la em
apartamentos.
para colocar grande parte da cidade, incluindo a sua casa, no Registro de Tombamento. Não vai te afetar em nada, a menos que decida fazer alguma coisa que altere a sua arquitetura. Como terraplanagem. Ou convertê-la em
apartamentos.
Ela ficou olhando para ele, incrédula.
Cassie: Você só pode estar brincando. Esta casa é minha, e não é da conta de ninguém o que eu decido fazer com ela. Agora saia da minha propriedade e não volte mais aqui. Nem fale comigo. Ninguém (ela apontou o dedo
para ele) nem você, nem ninguém de sua cidadezinha, de pessoas com cabecinha, vão me dizer o que eu posso ou não fazer com a minha casa.
Ele parou por um instante, mordendo o canto da boca. Devagar, ele se virou, falando arrastado enquanto se distanciava.
para ele) nem você, nem ninguém de sua cidadezinha, de pessoas com cabecinha, vão me dizer o que eu posso ou não fazer com a minha casa.
Ele parou por um instante, mordendo o canto da boca. Devagar, ele se virou, falando arrastado enquanto se distanciava.
Sam: Boa noite, Cassie. Foi um prazer, como sempre.
A única resposta que ela deu foi bater a porta na sua cara.
Obrigado pelo seu comentário!