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Débora - Capítulo 45 (Penúltimo Capítulo)


Débora
CAPÍTULO 45
Penúltimo Capítulo

uma novela de
FELIPE LIMA BORGES

escrita por
FELIPE LIMA BORGES

baseada nos capítulos 3 a 5 do livro de Juízes

CENA 1: EXT. BETEL – RUAS – DIA
Todas as ruas de Betel estão movimentadíssimas com as famílias se preparando para a partida de seus membros homens. Choros de preocupação são constantes...

CENA 2: EXT. CASA DE DÉBORA – FRENTE – DIA
Tamar, abatida, está com Débora e Lapidote. Ele segura a espada que ela havia usado e que estava no baú.
DÉBORA
Então agora é você quem a usará?
LAPIDOTE
Espero que seja Deus, porque se depender de mim, morro no primeiro confronto...
TAMAR
Lapidote, não diga isso...
DÉBORA
Oh, mãe...
Débora a abraça.
TAMAR
Eles já levaram o Elian, e agora vocês partindo para a guerra...
LAPIDOTE
Deus estará conosco, minha sogra. Deus estará conosco...

CENA 3: EXT. BETEL – RUA – DIA
Adélia e Laila caminham pela rua observando a movimentação.
ADÉLIA
Meu Deus... Nem imagino a dor dessas mulheres e crianças de saberem que seus maridos, filhos e pais estão indo pra uma guerra... Nunca nem ouvimos falar disso nos nossos tempos...
LAILA
Eles precisam ser fortes nesse momento.
ADÉLIA
Se eu ao menos tivesse criado uma receita que amenizasse isso...
Adélia então avista Setur logo ali; correm até ele.
ADÉLIA
Setur!
SETUR
Adélia! Estava indo agora mesmo na loja...
ADÉLIA
Por quê?...
SETUR
Iria me despedir. Afinal, combinamos de sair...
Adélia solta um pequeno sorriso.
ADÉLIA
Então você também vai...
SETUR
Todos os homens devem ir. É uma missão nobre, ordenada pelo próprio Deus.
ADÉLIA
Se cuida! Se cuida, Setur!...
Ele sorri e pega as mãos dela.
SETUR
Não se preocupe. Eu voltarei... E você trate de me esperar. Assim que eu voltar vamos sair e nos conhecer melhor.
Ela sorri esperançosa.
ADÉLIA
Estarei esperando.
Laila então avista Mireu passando por ali.
LAILA
Mireu!
Mireu vai até eles.
MIREU
Sim?...
LAILA
Apenas... tome cuidado... meu amigo.
MIREU
Claro... Não se preocupe, Laila. Eu não--
Mireu é interrompido por Laila que avança e lhe dá um beijo na boca!
Um beijo de despedida... Ao ver aquilo o queixo de Adélia cai.
Laila se afasta... Mireu está com os olhos esbugalhados... Ela, constrangida, olha para o chão.
LAILA
Me desculpe...
Laila sai correndo. Mireu, ainda surpreso, olha para Adélia.
MIREU
Uau...
Adélia faz que sim.
ADÉLIA
Uau...

CENA 4: EXT. BETEL – ARREDORES – DIA
No lado de fora da cidade, centenas de homens estão prontos para partirem. A maioria é de Betel, mas há vários de vilarejos próximos.
Débora, montada em Pérola, vem lá de dentro da cidade, passa pelo grande grupo de mulheres e crianças que já se despediram e agora os observam, e vira de frente para elas. Tamar, Isabel, Adélia, Laila, entre todas as outras, a observam.
DÉBORA
Minhas irmãs, agora falo com vocês! Por alguns dias esses homens valorosos estão fora, lutando a guerra do Senhor! A cidade ficará nas mãos de todas vocês! Cuidem dela, e cuidem de nossas crianças! Mas, mais importante do que isso tudo, orem! Orem sem cessar! Para que Deus esteja conosco todo o tempo! E que possamos voltar aqui vitoriosos e como uma nação livre, tal qual Deus prometeu a Abraão que seria sua descendência!
Várias delas gritam “Amém”.
DÉBORA
Que Deus as abençoe e as proteja!
Débora sorri para Tamar, Isabel e outras. Então vira Pérola e cavalga até a frente do grande grupo de homens, onde está Baraque, em seu cavalo, e, nas fileiras da frente dos soldados à pé, Lapidote.
DÉBORA
(para Baraque) Vamos.
Débora sai à frente. Baraque faz sinal apontando e todo o povo começa a andar. Um pequeno exército partindo de Betel.
As mulheres, apreensivas, buscam conforto umas nas outras...
O olhar de Débora para o horizonte é firme.



CENA 5: EXT. HAROSETE – RUA – DIA
Três carroças são guiadas pela rua. Cada uma carrega uma grande gaiola de madeira com 4 hebreus em cada. Elian e Sama estão na mesma.
Sísera, indo à frente das carroças, sorri para o povo hazorita.
SÍSERA
Veja, povo de Hazor! Vocês todos se lembram de Débora, a guerreira que tanto os aterrorizou?! Vocês se lembram que muitos passaram a temer se aproximar dos hebreus, com medo de parecer estarem lhes fazendo mal e a figura de Débora surgir de repente?! Lembram que os hebreus se tornaram um povo temido?!
O povo presta atenção.
SÍSERA
Eis aqui os hebreus, povo de Hazor. Do jeito que nasceram para ser: dominados. Trancafiados. Os hebreus não são nada!!!
O povo vibra.
SÍSERA
E, além do mais, aquele homem é ninguém menos que o pai de Débora. Sintam-se à vontade de demonstrar todo o seu desprezo por eles.
Sísera dá as costas. Atrás dele, o povo começa a jogar frutas e outros objetos nas 3 gaiolas. Elian, Sama e os outros 10 tentam proteger o rosto...

CENA 6: EXT. QUEDES – ARREDORES – NOITE
O dia cai e a noite vem e avança.
Finalmente a grande comitiva hebreia chega nos arredores de Quedes e ali mesmo, fora da cidade, os homens começam a sentar e deitar.
Débora desce de Pérola e, junto a Lapidote e Baraque, caminha na direção do portão da cidade, de onde vem Jaziel com Melissa, Sara, Abinoão, Renê e outras pessoas.
Sara pula no pescoço de Baraque e Jaziel, depois de deixar Melissa em pé ao seu lado, abraça Débora e Lapidote. Depois de saudar os pais, Baraque junta sua família à de Débora.
BARAQUE
Débora, essa é minha esposa Sara.
Elas se cumprimentam com um abraço.
SARA
É um prazer e uma honra conhecê-la.
Abinoão aperta a mão dela.
ABINOÃO
Não pensei que ainda em vida poderia vê-la, minha juíza.
Débora também sorri para ele, e Renê logo vem e a abraça.
RENÊ
Ai, que prazer é abraçar a escolhida de Deus... Que privilégio!
DÉBORA
O prazer é meu em conhecer todos vocês, meus irmãos.
Todos eles também saúdam Lapidote.
JAZIEL
Em quantos estão?
DÉBORA
Saímos em algumas centenas de Betel, mas todas as cidades de Efraim se juntaram a nós no caminho. E um mensageiro nos alcançou e nos informou que a tribo de Benjamin soube da batalha e já está a caminho. Até o amanhecer eles devem chegar e se juntar a nós.
JAZIEL
Débora... Vamos precisar de muitos homens.
DÉBORA
10.000. Foi o que ordenou Deus a Baraque.
SARA
Quê?! Baraque?! Deus falou com você?!
BARAQUE
Sara, mãe, pai... Venham aqui, eu vou lhes contar tudo.
Os 4 se afastam para conversar. Jaziel se aproxima de Débora e Lapidote.
JAZIEL
Débora... Os hazoritas... Eles vieram e levaram vários daqui de Quedes.
DÉBORA
Até daqui?...
JAZIEL
Então foram em Betel?
DÉBORA
Sim. Meu pai... Eles o levaram.
Inconformado, Jaziel respira fundo.
JAZIEL
E Sama... Eles também a levaram.
DÉBORA
Meu Deus...
JAZIEL
Débora, já que Deus deu a ordem, temos que ir com tudo e resgatá-los.
DÉBORA
Temo que eles os matem... Mataram Aliã... Capturaram o ancião e depois o mataram. Não paro de pedir a Deus que proteja meu pai e todos os outros... agora Sama, também.
LAPIDOTE
Jaziel, quem é essa menina?
JAZIEL
Desculpe, minha cabeça está longe, nem me lembrei de apresenta-la... É a Melissa, sua prima, Débora.
LAPIDOTE
E minha também. (sorrindo) Por que não?
DÉBORA
Filha da Sama?!
JAZIEL
Sim...
Débora sorri e pega Melissa no colo.
DÉBORA
Vem com a tia, meu amor...
MELISSA
Você é a Débora?
DÉBORA
(sorrindo) Sou eu sim.
MELISSA
Minha mãe disse que você é minha prima, e não tia.
Débora ri e a beija.
DÉBORA
E quer saber? Sua mamãe tem toda a razão.
Melissa sorri.
JAZIEL
Eu vi quando eles pegaram Sama e a deixaram... Quando lembro meu coração ainda dói... (cabisbaixo) Eu não esperava por isso...
DÉBORA
Jaziel, eu espero que poder contar com a sua ajuda nessa missão. Não podemos falhar na fé, meu irmão.
Jaziel fita os olhos dela.
JAZIEL
Não falharemos, minha irmã.
Débora faz que sim e entrega Melissa no colo de Lapidote, que a distrai com brincadeiras.
Baraque então deixa sua família e se aproxima.
BARAQUE
Débora... Precisamos convocar todas as outras cidades daqui de Naftali e também toda a tribo de Zebulom.
DÉBORA
Diga a eles... Peça que se voluntariem para os buscarem...
Baraque fica receoso.
DÉBORA
Vá.
Baraque faz que sim e vira para os homens sentados e deitados por ali.
BARAQUE
Preciso de pelo menos 30 homens para partirem imediatamente e trazer os homens das outras cidades de Naftali e os de toda a tribo de Zebulom!
Demora um pouco, mas logo o número de homens necessário se completa. Débora, Baraque e Jaziel conseguem cavalos para eles, que partem imediatamente noite adentro.

CENA 7: INT. PALÁCIO – CELA – NOITE
Os 12 hebreus, alguns sentados, outros escorados nas paredes e ainda outros deitados no chão, estão em silêncio e abatidos.
Elian segura a mão de Sama, como se a impedisse de desfalecer... Abatida, a todo instante uma lágrima lhe risca o rosto.
Pouco depois ela percebe que seu tio observa com preocupação os outros... Então eles dois se olham... E começam a falar com o povo ali.
Pouco depois, Elian, com o apoio da sobrinha, tenta encorajar os companheiros e mantê-los na fé...

CENA 8: INT. CASA DO AMOR – NOITE
Uma música distante e algumas dançarinas no palco...
Abatido, Gadi bebe vinho em uma das mesas. Sísera chega ali com sua taça e coloca outra jarra cheia em cima.
SÍSERA
Mais uma.
GADI
Hum...
Sísera senta, bebe e nota o olhar desanimado de seu Primeiro Oficial.
SÍSERA
Como ela está?
Gadi arqueia as sobrancelhas e respira fundo.
GADI
Mal... Com alto risco...
E bebe.
SÍSERA
Eu sinto muito.
GADI
Obrigado, senhor...
Eles ficam alguns segundos em silêncio.
Por fim...
GADI
Nunca pensei que Laís poderia morrer primeiro que eu... Aliás, nunca pensei que ela poderia morrer... Somos tão jovens... Parece que foi ontem que nos casamos. Toda a vida pela frente... Maldita e desgraçada morte. Quem dera minha espada pudesse aniquilar essa sombra que assombra os homens desde que o mundo é mundo...
Sísera faz que sim.
GADI
Senhor... Já pensou em sua morte? Digo... Se pudesse escolher... como morreria?
Sísera respira fundo e toma um bom gole de vinho.
SÍSERA
Se eu pudesse escolher... não morreria. (pensativo) Mas... se tivesse que escolher mesmo... (pequena pausa; então olha para Gadi) minha morte seria gloriosa. Grandiosa. Épica. Seria no campo de batalha... Morreria exausto, ferido, destruído... mas de pé. De pé diante de um inimigo superior... De um opositor o qual eu reconhecesse sua superioridade. Ainda assim, mesmo com o corpo destruído, eu tentaria um último golpe. Seria o meu último... Seria o meu fim. Meu glorioso fim.
Gadi, impressionado, faz que sim enquanto bebe mais.
SÍSERA
Porém... está para nascer tal opositor.
Ele ri e Gadi sorri.
GADI
À vida.
SÍSERA
À vida eterna.
Ambos levantam as taças um para o outro e bebem.

CENA 9: EXT. MEROZ – ARREDORES – NOITE
Dois hebreus dos voluntários de Quedes conversam com Elói, que está com outros homens de sua cidade.
ELÓI
Nós não iremos! Qual é a dificuldade em entender isso?!
HEBREU 1
A ordem é de Deus! O Senhor convoca as tribos de Naftali e Zebulom!
HEBREU 2
Elas não podem faltar!
ELÓI
Ah, Deus convoca, ahn?! E por quê?! Por que Deus obriga Naftali e Zebulom e as outras não?! Somos mais pecadores do que eles e por isso precisamos arriscar nossas vidas numa batalha que já começa com vencedores, os hazoritas?! De forma alguma! Estamos bem, aqui, e aqui ficaremos. Vocês podem ir embora.
HEBREU 2
Muito bem. Saiba que você recusou um pedido de socorro.
HEBREU 1
Você e sua cidade abandonaram seus irmãos.
ELÓI
Vão embora!
Os dois hebreus viram, montam em seus cavalos e partem sob os olhares raivosos de Elói e dos homens.

CENA 10: EXT. QUEDES – ARREDORES – DIA
A noite passa e amanhece.
Durante todo o dia, homens de diversos lugares de Israel chegam ali nos arredores de Quedes. Cada vez mais o grupo de hebreus aumenta para longe dos limites da cidade. Apesar do grande número, todos recebem água e pão das mulheres de Quedes.
Baraque, de pé diante daquela multidão, parece abatido com o número cada vez maior de hebreus. Débora se aproxima por trás e para ao lado dele.
BARAQUE
De dia é ainda mais assustador... Acho que prefiro a noite. Pelo menos assim não sei em quantos eles são.
DÉBORA
Baraque, por que teme? Deus não o escolheu para essa missão?
BARAQUE
Esse é o problema, Débora. Por que eu? Por que Deus escolheu a mim?! Você é a juíza, você era guerreira, lutou por todos nós!... Eu tenho lá minhas habilidades de combate, mas é só... Não tenho carisma algum, não sei estar à frente de ninguém!
DÉBORA
Por que insiste em pensar que Deus escolhe aqueles que são aparentemente preparados?
BARAQUE
E não é assim que tem de ser?
Débora olha para frente, para os homens.
DÉBORA
Minha missão, Baraque, é ser juíza, profetiza, líder... Não é comandar exército. Deus me capacitou para isso.
BARAQUE
“Capacitou”...
DÉBORA
Sim. Não pense você que Deus escolhe os capacitados ou os que se julgam ser... Deus capacita seus escolhidos, meu amigo. E é isso o que Ele está fazendo com você. Você se saiu bem na convocação de voluntários, e agora temos aqui os convocados de Deus. Concentre-se, porque liderará esses homens no campo de batalha. E se o Senhor o escolheu, é porque não há ninguém melhor do que você nesse mundo para tal missão.
Baraque respira fundo. Débora bate de leve no braço dele e sai.

CENA 11: EXT. QUEDES – ARREDORES – DIA
O dia todo passa e não para de chegar homens em Quedes.
Por fim, lá pelo meio da tarde, Baraque vai até Débora.
DÉBORA
E então? Todos chegaram?
BARAQUE
Todos estão aqui.
DÉBORA
As tribos que não podem faltar de forma alguma são Naftali e Zebulom. Todos dessas devem vir e atender o chamado do Senhor.
BARAQUE
Débora... Todos os povos dessas tribos vieram, com exceção de uma cidade chamada Meroz, de Naftali. Eles se recusaram.
Débora respira fundo.
DÉBORA
Tudo bem... Eles terão de prestar contas a Deus. Deixe-os para lá.
BARAQUE
Por outro lado, tivemos surpresas. O povo da região de Maquir veio com toda sua força. Veja.
Débora olha para onde ele aponta e vê um homem, à frente de quase 100 homens, que lhe faz um sinal. Débora sorri esperançosa e acena em agradecimento.
BARAQUE
E também a tribo de Issacar. Seus homens mais fortes e valentes se propuseram a lutar conosco. Lá.
Débora olha lá para o meio da multidão, e vê um grande grupo de homens vestidos de roxo.
DÉBORA
Glória a Deus!
BARAQUE
E, por fim, Rúben. Eu soube que muitas foram as discussões por lá e o povo ficou dividido. Mas a parte que nos apoiou não ouviu a outra e veio.
DÉBORA
Onde eles estão?!
BARAQUE
Olhe para trás.
Débora vira e sorri ao ver vários homens sorrindo e lhe fazendo sinais que significam lealdade. Ela sorri e lhes acena em agradecimento.
DÉBORA
E em quantos somos?
BARAQUE
Quer arriscar?
Débora sorri.
DÉBORA
10.000?
BARAQUE
Como ordenou Deus.
Débora sorri e levanta as mãos para o alto.
DÉBORA
Glória a Deus!
Olha para Baraque.
DÉBORA
Então está na hora. Vamos partir.
Jaziel entrega Melissa para Sara.
JAZIEL
Escute, Melissa, você vai ficar uns dias com a Sara, está bem? E também terá o senhor Abinoão e a senhora Renê.
MELISSA
E minha mãe?...
JAZIEL
Estou indo busca-la. Daqui a poucos dias, com a ajuda de Deus, eu a trarei de volta para você. Está bem? Não se preocupe, Melissa.
Jaziel a beija.
JAZIEL
(para eles) Obrigado... E que Deus os recompense.
SARA, RENÊ, ABINOÃO
Amém.
Baraque despede da família... Cada um deles lhe dá um longo abraço... Sara o beija. Ele então toca a barriga dela...
BARAQUE
Espere por mim...
SARA
Sempre!
Sorriem e trocam outro beijo.
Pouco depois, Débora, montada em Pérola, convoca todos para se levantarem e se prepararem.
Lapidote fica na fila da frente. No cavalo vai Baraque e, ao lado dele e um pouco mais à frente, Débora em Pérola.
Então Débora, Baraque e os 10.000 homens começam a deixar Quedes e a partir dali rumo ao deserto.

CENA 12: INT. PALÁCIO – SALA DO TRONO – DIA
Jabim, inquieto no trono, chama Sísera, que está ali perto conversando com alguns nobres. O Capitão imediatamente se aproxima.
JABIM
Sísera, eu me cansei. Estou cansado de esperar. Decidi que vou matar os 12 hebreus.
Sísera levanta um pouco a cabeça.
SÍSERA
Providenciarei tudo para agora mesmo.

CENA 13: EXT. HAROSETE – PRAÇA – DIA
Todo o povo de Harosete está reunido ali na praça e nas ruas ao redor. Os soldados cercam o centro da praça onde está o rei Jabim em cima de um palco de madeira, e Sísera, Gadi e outros soldados ao redor dos 12 hebreus, de pé, com as mãos amarradas para trás e um ao lado do outro.
JABIM
Hebreus! Que prazer me dá vê-los aqui, sozinhos e entre seus inimigos... Nem consigo imaginar o pavor que devem estar sentindo.
Jabim ri. Alguns dos 12, principalmente as mulheres, choram sem parar. Elian tenta se manter firme, e Sama, ao seu lado, apesar dos olhos marejados, não chora.
JABIM
Porém, para que meu povo não diga que não sou um rei misericordioso, vou lhes dar uma chance de sobrevivência.
Alguns dos 12 o olham esperançosos.
JABIM
Se vocês se ajoelharem aqui e agora diante de mim, da mesma forma que fazem diante do tal Deus único, eu pouparei suas vidas do fio da espada.
Elian o olha horrorizado. Sama nem reage, parece que já esperava por algo assim.
JABIM
Pois bem. Se querem viver, ajoelhem-se todos diante de Jabim, o rei dos reis e senhor de toda Canaã.
Os hebreus não se mexem. Jabim aguarda...
JABIM
Estou esperando...
Alguns dos 12 se entreolham...
JABIM
Parece que vai ter sangue no chão, hein... Hum? O que me dizem?
Elian então olha diretamente nos olhos de Jabim.
ELIAN
Ninguém aqui se ajoelhará. Não fazemos isso diante de homens, muito menos de incircuncisos, idólatras e pagãos. Só nos ajoelhamos diante do Senhor Deus de Israel, único e invencível Deus!
O povo se impressiona diante de tal resposta ao seu rei. Sísera sorri, parece já sentir o cheiro de sangue. O rosto de Jabim se avermelha e, furioso, ele se levanta.
JABIM
Sísera! Mate-os imediatamente!
SÍSERA
Com prazer, meu rei.
Sísera saca sua espada e se aproxima de Elian.
SÍSERA
Você deveria morrer duas vezes. A outra seria por gerar Débora.
Elian fecha os olhos. Sísera então segura-o pelo ombro e, com a outra mão, prepara para fincar nele a espada.
VOZ
Capitão!!!
Sísera para a espada prestes a atingir Elian e olha para a direção de que vem a voz.
VOZ
Capitão Sísera!!!
O dono da voz passa por entre o povo e para no cerco dos soldados. Sísera o olha com certa raiva.
MENSAGEIRO
Capitão Sísera! Os hebreus! Os hebreus estão vindo! Os hebreus estão vindo, Capitão!
SÍSERA
Deixem-no.
Os soldados se afastam e o homem se aproxima. Ajoelha-se diante de Jabim e vem até Sísera.
SÍSERA
Do que está falando?!
MENSAGEIRO
Débora está vindo! Está vindo com milhares de homens!
Os olhos de Jabim brilham e ele sorri com malícia. Elian tem a mesma reação corporal, porém seu sentimento é de esperança.
ELIAN
(para Sama) Deus há de nos salvar! Débora está vindo!
SAMA
Glória seja dada a Deus!
SÍSERA
(para o mensageiro) Por onde estão vindo?!
MENSAGEIRO
Pelo que me disseram os olheiros, pelo caminho do monte Tabor!
Sísera olha para o rei.
JABIM
Prepare o exército imediatamente! Esses hebreus, quero-os de volta à cela, e bem vigiados! Também convoque os exércitos de todos os reinos que estão sob o nosso domínio. Vou humilhar Débora até onde não for mais possível alguém ser humilhado!
Sísera chama Gadi e alguns soldados e sai correndo. Outros então conduzem os 12 de volta à cela; choram e sorriem aliviados por terem sidos salvos da morte.

CENA 14: EXT. HAROSETE – RUA – DIA
O povo se espalha apressado pelas ruas...
Sísera se separa de Gadi e os outros e entra em uma casa de portas escuras.
Pouco depois sai de dentro puxando Hanna pelo braço.
HANNA
Me solta, Sísera!
Ele a solta.
SÍSERA
Você não disse que queria lutar?! Que queria fazer parte do exército em uma batalha?!
HANNA
(surpresa) Contra quem vamos lutar?!
SÍSERA
Ora, contra quem mais poderia ser?! Débora e os seus, é claro!
Um sorriso surge no rosto de Hanna.
HANNA
Ótimo! Esperei muito por esse momento. Vamos, Sísera!
SÍSERA
Eu vou lhe dar suas roupas de soldado! E você deve seguir e obedecer a todas as minhas instruções!
Eles saem correndo.

CENA 15: INT. PALÁCIO – CASA – SALA – DIA
Um pouco de tempo se passa.
Najara vem de outro cômodo e encontra Sísera amarrando as peças que compõe sua vestidura de guerra.
NAJARA
Então Débora finalmente resolveu nos atacar.
SÍSERA
Finalmente. Mas logo não haverá Débora alguma para se arrepender de ter saído de casa.
Najara segura o ombro do filho e sorri.
NAJARA
Que orgulho de ver o meu filho vestido assim e indo para a guerra...
SÍSERA
Orgulho? Se ainda fosse contra um exército formidável... São os hebreus, mãe. Nem vai ter graça. Se não fosse para me divertir com Débora, acho que eu nem iria. Será fácil demais... Eles não sabem lutar. Nunca lutaram. Dependendo do número em que estiverem, só nossos carros de ferro bastarão para os aniquilar por completo.
NAJARA
Hum... Mesmo assim eu sinto orgulho, Sísera. Isso é coisa de mãe, você não entenderia.
SÍSERA
Mas uma coisa eu entendo, minha mãe...
NAJARA
O quê?
SÍSERA
Esse reino precisa de um rei mais apropriado.
Najara olha para os lados...
NAJARA
(baixinho) E você tem alguma ideia quanto a isso?
SÍSERA
A senhora quer mesmo saber? Sempre me repreendeu quando insinuei esse assunto...
NAJARA
Talvez agora eu esteja mais suscetível a concordar com você, Sísera.
Ele termina de amarrar uma peça em seu braço; vira para Najara e segura as mãos dela.
SÍSERA
Quando eu voltar, falaremos sobre isso em detalhes. Porém, o que posso adiantar é que farei daquele trono o meu lugar. Na ponta de meu cetro estará o crânio de Débora. E, ao meu lado, ficará a senhora, pois a colocarei como minha rainha conselheira.
Najara sorri.
NAJARA
Você nunca me decepciona, meu filho.
Eles então se abraçam... Um longo abraço.
Por fim se soltam.
SÍSERA
Até breve, mãe.
NAJARA
Até breve, Sísera, até breve...
Sísera pega sua espada, coloca-a na bainha e vai para a porta; passa, dá uma última olhada em Najara e sai.
Najara sorri com os prenúncios em sua mente...

CENA 16: EXT. HAROSETE – ARREDORES – DIA
Finalmente os carros de ferro saem de seus lugares e se colocam à frente. Em seguida vêm todos os soldados à pé. Disfarçada no meio deles está Hanna, concentrada.
Gadi, em um dos carros da frente, olha para Sísera.
GADI
Senhor, os outros reis de Canaã, nossos subordinados, enviarão seus exércitos para nos encontrarem no ponto combinado.
SÍSERA
Ótimo.
Sísera então aponta a espada para frente, e todos os 900 carros de ferro partem dali.
Na janela de sua casa no palácio, Najara, com um sorriso satisfeito, observa o grande e poderoso exército partindo e se distanciando...

CENA 17: EXT. DESERTO – DIA
Sísera leva seu exército até próximo do limite daquela planície.
SÍSERA
Daqui até os morros temos uma distância suficiente para adquirirmos velocidade e esmigalharmos os malditos.
Gadi faz que sim.
SÍSERA
Envie olheiros para os morros.
Gadi faz sinal e um grupo de 5 cavaleiros avançam.
SÍSERA
Vamos esperar.

CENA 18: EXT. MONTE TABOR – DIA
Débora, Baraque e os 10.000 homens percorrem o montanhoso deserto...
Até que avistam o monte Tabor impondo-se no horizonte.
DÉBORA
Agora falta pouco.
Baraque faz que sim e aponta para frente. O povo continua.
Não demora muito e eles chegam aos pés do monte. Débora guia Pérola pela lateral do mesmo, em terreno inclinado: à direita está a subida até o topo, e à esquerda a descida até os pés do monte.
Por ser um grande número de gente, a maioria nem chega ali no Tabor. Mas uma boa parte do exército está na parte de baixo do monte, apesar da inclinação do terreno.
BARAQUE
(para Débora) E agora?
DÉBORA
Agora esperamos. Deus mandou que viéssemos até o Tabor, não foi?
BARAQUE
Foi exatamente isso.
DÉBORA
Pois bem... Vamos aguardar. Em breve Sísera e os seus aparecerão.
E eles olham para frente. Nessa direção, descendo o monte, estende-se uma vasta planície, grande o suficiente para caber diversos exércitos.

CENA 19: EXT. DESERTO – DIA
Conforme o sol se abaixa, exércitos de outros reinos pertencentes a Hazor chegam e se juntam a eles, formando milhares e milhares.
Sísera está em um carro, que é guiado por um soldado. No carro ao lado, também guiado por um soldado, está Gadi, que olha para o Capitão.
GADI
Estamos há horas aqui, e nem sinal deles.
SÍSERA
Os olheiros estão vindo.
Gadi vira e nota os 5 cavaleiros aproximando-se a toda velocidade.
Eles chegam ali.
SÍSERA
O que viram?!
OLHEIRO 1
O exército de Débora está no monte Tabor, e não parecem dispostos a avançarem.
SÍSERA
Maldição!...
OLHEIRO 2
É como se soubessem da nossa desvantagem no campo montanhoso...
SÍSERA
Muito bem. Não tem problema. Vamos até o monte Tabor agora mesmo.
GADI
Mas senhor... Os nossos carros... É aqui, no plano, que nós temos a vantagem...
SÍSERA
Gadi, por favor! São os hebreus! Camponeses e mercadores! Não será um terreno montanhoso que vai nos fazer ser derrotados por essa gente!
Sísera olha para todo o exército e aponta sua espada para frente.
SÍSERA
Avante! Marchem!
Então os carros de Sísera e Gadi saem na frente guiando toda aquela multidão de gente para dentro dos terrenos mais montanhosos.
Até o final da tarde, o absurdamente gigantesco e poderoso exército comandado por Sísera avança pelo deserto...
Até que chegam do outro lado daquela vasta planície à frente dos hebreus. Débora, Baraque e Jaziel os avistam.
JAZIEL
Eles chegaram em Taanaque.
BARAQUE
Taanaque?
JAZIEL
É o nome dessa planície.
DÉBORA
Baraque, vamos fazer uma estimativa de quantos eles são.
BARAQUE
Por Deus... São tantos...
DÉBORA
Lapidote, Jaziel... Por favor, nos ajudem.
Os 4 então, olhando lá para muitos quilômetros à frente, fazem sua contagem estimada do exército inimigo.
Do outro lado, Gadi aponta o monte Tabor.
GADI
Chegamos.
Sísera sorri.
SÍSERA
E essa planície à frente que separa os hebreus de nós?
GADI
Uma inesperada vantagem.
SÍSERA
Essa Débora se julga tão inteligente e não consegue ter o mínimo de estratégia... Não passam de selvagens. Exército!!! Preparar!!!
No monte Tabor...
JAZIEL
Já perdi as contas... Mas são pelo menos 50.000 homens... 5 vezes mais do que nós.
DÉBORA
Muito bem.
Jaziel e Lapidote então voltam para junto dos homens. Éder está por ali.
ÉDER
50.000 homens?!
JAZIEL
Sim...
ÉDER
E nem temos escudos, e muito menos lança.
Jaziel faz que sim.
ÉDER
Sabe que é impossível, não sabe?
Jaziel olha para frente.
JAZIEL
Sim. (olha para Éder) Mas sabe que vamos conseguir, não sabe?
Éder demora um pouco, mas faz que sim.
ÉDER
Sei sim.
Mireu, ao seu lado, olha todo o exército hebreu e depois o exército inimigo lá na frente.
MIREU
Nunca vi tanta gente em um mesmo lugar.
ÉDER
Imagine então quando os dois exércitos se colidirem...
Débora então vira Pérola de frente para os homens e olha para Lapidote. Trocam olhares de apoio. Então ela olha para todos eles.
DÉBORA
Posso ouvir que já se espalha entre vocês comentários sobre a desproporcionalidade em números entre nós e eles. Porém, se chegamos aqui, é porque Deus chegou primeiro. Uma vez o juiz Sangar me disse que enfrentar até a morte é o destino de um juiz de Israel. Porém eu digo a vocês que enfrentar até a morte é o destino de todo hebreu, de todo filho e servo do Senhor! Quando se faz isso em nome de um ideal, um ideal compartilhado e apoiado por Deus, não há mal algum para se temer! E esse ideal, de liberdade e de prosperidade da nossa nação, não é apenas um sonho, nunca foi só um sonho! Ele é o nosso destino! Pelo qual aqui estamos, para que ele se cumpra!
O povo se anima, e segura suas espadas e outras armas rústicas com mais confiança.
DÉBORA
Nós somos as estrelas do céu de Abraão! Somos os herdeiros dessa terra maravilhosa, terra que mana leite e mel! Não tema, Israel! Deus está conosco e a vitória já é nossa!
Os homens gritam animados. Débora olha para Baraque.
DÉBORA
Vá com ânimo, porque hoje é o dia em que o Senhor dará Sísera na sua mão. Porventura não está o Senhor à sua frente?
Baraque, segurando as rédeas firmemente, faz que sim.
DÉBORA
Ao meu sinal.
Ela então guia Pérola à frente e subindo o monte.
Do outro lado, Sísera olha para frente com um sorriso.
SÍSERA
Uma coisa não podemos negar: esses hebreus são corajosos. É como se um recém-nascido enfrentasse um gigante.
Gadi permanece em silêncio.
SÍSERA
Gadi, destaque uma dezena de homens e os mande para a cidade de Betel. Quando souberem da derrota de seus homens e da morte de sua líder, podem querer fugir e dificultar o nosso trabalho de extermínio. Mande-os para lá para que contenha o povo. Que usem a espada caso essas mulheres ofereçam resistência.
GADI
Agora mesmo, senhor.
Gadi vira para um grupo de soldados à direita da formação e lhes faz um sinal.
GADI
Betel!
Os cavaleiros entendem e rapidamente se destacam do grandioso exército e partem pelo deserto em outra direção.
Sísera olha para frente.
SÍSERA
Vamos, Gadi. Vamos terminar isso de uma vez por todas.
Ele então aponta a espada para frente. Os soldados dos carros de ferro batem as rédeas e os homens marcham. Vão ganhando velocidade... Chegam na planície de Taanaque e batem as rédeas ainda mais forte.
Do outro lado, Baraque nota que o exército está avançando e, ansioso, olha deles para Débora, lá no meio da subida do monte. Mas ela apenas observa os inimigos, não dá sinal algum.
Débora então desce de Pérola.
DÉBORA
Fique aqui, garota.
Débora sobe mais alguns metros no monte, para e vira. À frente, os hazoritas e cananeus vêm avançando. Ao seu lado esquerdo e atrás, os hebreus.
Débora então fecha os olhos. Tudo se silencia...
E ela se lembra.
DEUS (O.S.)
Eu estarei com você, Débora. Sempre.
Ela abre os olhos; nesse momento percebe que o céu está mudando. De repente, nuvens pesadas começam a se aproximar dali...
No carro da frente e disparando a toda velocidade pela planície, Sísera olha para os lados e para cima. Relâmpagos e trovões vão se intensificando. Gadi também olha, mas eles nada dizem.
Atrás dos carros, os homens correm a pé, entre eles Hanna, ainda disfarçada.
Para Baraque, aquele grandioso exército está perto demais e, inquieto, não tira os olhos de Débora. Então, olhando para os que se aproximam, ela levanta sua mão devagar, como se já se preparasse.
ÉDER
Já não devíamos estar avançando? Eles estão próximos!
JAZIEL
Acalme-se, Éder.
Então Débora finalmente aponta sua mão para frente. Imediatamente Baraque levanta seu braço.
BARAQUE
Atacar!!!
Os gritos dos 10.000 hebreus se espalham pelas montanhas e se sobrepõe aos dos trovões. Baraque e os da frente então descem o que resta do monte Tabor até a planície e avançam correndo. Débora olha e vê todos eles passando ali pelos pés do Tabor.
DÉBORA
Avante, Israel!!! Avante!!!
SÍSERA
Finalmente!
Nisso, um forte trovão. As nuvens, cada vez mais pesadas, se ajuntam sobre a planície e escurecem o local. Olhando para cima e vendo que não resta muito terreno de planície, Sísera faz sinal e os carros de ferro param.
SÍSERA
Aguardem! Eles estão chegando!
GADI
Senhor! Veja onde paramos!
Sísera olha para os lados.
SÍSERA
O que que tem?
GADI
(apontando para os lados) Isso aqui é o leito de um rio... que cruza essa planície. Suspeito que trata-se... do ribeiro de Quisom.
SÍSERA
E o que isso nos interessa? Não há água, está seco!
Gadi, como se com o olhar dissesse “Eu não tenho certeza disso”, vira de Sísera para o céu acima, onde as nuvens relampejam cada vez com mais intensidade.
À frente, Baraque se aproxima liderando os hebreus. E, no monte Tabor, Débora está de pé e em comunhão com Deus. Sísera a olha com um ódio sem igual.
SÍSERA
Maldita... Hoje é o dia em que eu te mato.
Nisso, pingos de água começam a cair e, em questão de segundos, se intensificam para uma forte chuva.
GADI
Não precisávamos disso!
SÍSERA
Nada nos impedirá de acabar com eles! Nada!!!
Sísera bate no ombro de seu soldado, que bate as rédeas do cavalo, mas as rodas tem dificuldade em andar naquele lamaçal.
SÍSERA
Rápido!!!
O carro avança apenas alguns metros.
SOLDADO
Senhor, não dá! A chuva está nos atrapalhando!
De repente, um barulho ao lado; todos eles olham.
GADI
Senhor!... Isso pode ser o rio vindo...
Percebendo e suspeitando do tal barulho, Hanna, disfarçada, sai do meio dos homens. Eles a olham sem entender. Então ela arranca as peças da cabeça, dos braços e do corpo. Por fim, apenas de vestido, ali está Hanna. Sísera a nota.
GADI
O que aquela mulher está fazendo aqui?!
SÍSERA
(tampando o rosto por causa da chuva) Nos ajudando.
Com a chuva e o barulho do rio, os cavalos dos carros, utilizando de toda sua força para saírem dali, arrebentam as cordas que os unem aos veículos e fogem para o deserto.
SÍSERA
Não!!!
Apesar da chuva, Hanna para bem no meio do leito do rio e olha para o lado de onde vem o barulho.
Não demora muito e aquilo chega ali: um mundo de água vindo com toda a força, carregando tudo o que está pela frente. Confiante, Hanna aponta as palmas da mão e se concentra. Nada acontece ainda... As águas continuam avançando em sua direção com toda a força. Ela engole em seco e tenta se concentrar mais. O gigantesco corpo de água se aproxima... Ela treme... Se desconcentra... As águas crescem à sua frente... Sísera franze a testa... Hanna grita e aquela enchente sem igual a atinge em cheio.
SÍSERA
Maldição!!!
Sísera e os outro soldados pulam de seus carros e disparam a correr. Em segundos as águas do rio passam por seu caminho natural carregando as dezenas e dezenas de carros de ferro que estavam sem os cavalos.
Os carros de trás se afastam com o rio passando e a chuva castigando seus rostos.
Baraque, no meio da noite e com a chuva a seu favor, finalmente avista o rio cruzando e continua a avançar com os 10.000 homens.
Como a força do rio diminuiu, a profundidade do mesmo é baixa. Baraque e os hebreus o cruzam a pé e surpreendem os soldados hazoritas, que têm dificuldade de olhar na direção dos hebreus por causa da chuva intensa contra seus rostos. Antes que eles possam se defender com suas espadas, os hebreus os atingem mortalmente com suas armas rústicas.
Hazorita após hazorita vai caindo...
Sísera, percebendo aquilo, faz sinal para o restante dos carros de ferro, que então dão a volta e avançam pela lateral da planície, aos pés dos morros. Sísera, raivoso e sem carro, apenas os observa. Débora, do alto do monte, nota que um trovão mais intenso que os anteriores soa e a terra por onde parte do restante dos carros passa começa a tremer.
De repente todos aqueles morros tremem, balançam e começam a se derreter! De um momento para o outro a terra sob os carros simplesmente afundam, levando juntos os veículos e os soldados, que gritam desesperados em queda livre.
Uma grande cratera se forma no local. Sísera mal acredita no que seus olhos veem...
SÍSERA
Gadi!!!
Gadi se aproxima.
SÍSERA
Quero todo o exército, força total!!!
Gadi corre dali e Sísera se aproxima de onde ocorre a batalha.
Com a chuva lhes dando vantagem, os hebreus aniquilam os hazoritas. Quando um desses avista um vulto hebreu e intenta ataca-lo, outro se aproxima com a chuva, o bloqueia e o finca sua arma.
Sísera se junta aos seus e luta. Seus movimentos são rápidos e, na medida do possível, precisos. Consegue ferir vários hebreus, mas nem mesmo tem certeza se os matou.
A chuva continua a castigar a planície. Os carros que restam estão parados. Os soldados apontam suas espadas para frente, mas a chuva é intensa demais. Baraque luta contra 2 de uma vez. Chuta um, desarma o outro, mete-lhe um soco, agarra sua cabeça e bate no outro que volta e finca sua espada em ambos.
BARAQUE
Vamos! Avante, hebreus! Eles são muitos!
Débora, no alto do monte, se ajoelha e ergue as mãos para o céu em oração.
Então a chuva, tão rapidamente como começou, cessa. Os hazoritas estão completamente desorganizados, mas logo Sísera olha para a multidão restante do exército, que nem está lutando ainda, e a chama.
SÍSERA
Ataquem!!!
As dezenas de milhares de homens avançam. Baraque e os hebreus olham.
BARAQUE
Fiquem firmes! O Senhor está conosco! Não desanimem! Fiquem firme e o Senhor os dará em nossas mãos!
Sísera observa seus homens correrem pelo lamaçal. Os dois exércitos colidem violentamente e a batalha recomeça.
Lapidote usa sua espada bloqueando-se dos diversos golpes que sofre de todos os lados. Éder, Mireu e Setur lutam perto um do outro. Jaziel é exímio na espada, e derruba seus inimigos um a um. Baraque, não muito diferente, chuta os inimigos, desvia-se, fere-os à espada, decepa cabeças...
SÍSERA
(para Gadi) Não é possível... Esses hebreus estão mais à vontade do que deveriam!
GADI
A chuva nos desestabilizou, senhor! E deve tê-los encorajado!
SÍSERA
Minha espada é que acaba de se encorajar! Vamos!!!
Sísera e Gadi partem. Esse duela com um e outro hebreu e Sísera volta a lutar. Seu estilo de combate é selvagem: chuta, dá cotoveladas, corta com a espada, sempre terminando os golpes com um grito!
Apesar das habilidades de Sísera, vista de cima, de onde Débora está, a batalha que toma toda a alagada planície mostra que a superioridade é dos hebreus. A chuva, a enchente do rio e o tremor dos morros desorganizaram as mentes estratégicas dos hazoritas, e agora eles lutam para não serem derrotados. Porém, os hebreus lutam como se mãos invisíveis guiassem seus movimentos, protegendo-se e ferindo.
Sísera luta até próximo da exaustão, e, por mais que fira vários, percebe que seus homens estão, um a um, caindo diante dos hebreus. Então ele corre pelo campo de batalha à procura do chefe, Baraque.
Perto dali, Éder arranca sua pequena espada de um hazorita e olha para o filho.
ÉDER
Está tudo bem aí?!
MIREU
Cuidado!
Éder vira para trás a tempo de desviar de um golpe e fincar sua espada no estômago do inimigo; joga-o no chão e olha para Mireu.
MIREU
Agora está...
À margem do ribeiro de Quisom, Hanna, caída, acorda. Olha no entorno... Então, com dificuldade, ela senta.
Percebe ao seu redor destroços dos carros de ferro e outros totalmente destruídos ou retorcidos...
Então ela põe-se de pé: a batalha, próximo dali, é intensa, e Hanna percebe que os hebreus, pouco a pouco, vão avançando contra os cananeus, derrotando-os de forma inusitada e imprevisível.
Hanna vira para o lado e localiza o monte Tabor. Vê que nele há uma figura, a silhueta de Débora. Hanna então fecha os olhos e aponta as palmas das mãos para o chão. De repente seu corpo começa a subir, seus pés desgrudam do chão e ela ascende nos ares... Hanna está voando!
Ela passa por cima do violento confronto.
JAZIEL
Uma bruxa!
ÉDER
Essa não!...
MIREU
Eles têm uma bruxa?!
Sísera a vê voar na direção do monte.
SÍSERA
Hanna!!! Débora é minha!!!
Então Sísera também vai naquela direção, mas muitos são os hebreus em seu caminho, e ele não consegue avançar sem precisar lutar.
Débora, ao ver Hanna se aproximando pelo ar, franze a testa e põe-se de pé. A feiticeira então para e, levitando, encara Débora.
HANNA
Surpresa, Débora? Esse é o verdadeiro poder, e não as fantasias que seu povo conta.
Débora permanece em silêncio. Hanna então faz um movimento suave com a mão e um dos carros de ferro destruídos treme, ascende nos ares, passa por Hanna e viaja na direção de Débora a toda velocidade!
Porém, antes que possa atingi-la, ele se despedaça no ar em milhares de pedaços, como se um muro invisível estivesse logo à frente de Débora.
Débora expira aliviada, mas Hanna, estranhando, desce suavemente e pousa os pés no chão, na base do monte. Então ela se agacha, coloca as duas mãos no solo molhado e fecha os olhos.
De repente ouve-se um barulho de rachadura... e, no chão à frente dela, começa a surgir uma fenda. A fenda rapidamente se alarga e avança monte acima, na direção de Débora. Pedaços do solo caem para dentro do pequeno abismo formado.
A rachadura, no entanto, logo para... Por mais que Hanna se concentre, ela não avança. Débora apenas observa a fenda que subiu até algumas dezenas de metros abaixo.
Hanna então se levanta e a encara com raiva.
No campo de batalha, os hazoritas e cananeus tentam de toda forma ferir os hebreus usando de seus golpes rápidos e espadas afiadas, mas a todo instante são surpreendidos por golpes hebreus vindos sabem lá de onde.
Sísera encontra Baraque, que derruba um inimigo e encara o Capitão.
SÍSERA
Então você é o lacaio de Débora.
BARAQUE
Aproxime-se... e descubra.
Jaziel chega ali.
JAZIEL
Não quer dividi-lo?
BARAQUE
Será um prazer.
Furioso, Sísera avança e os ataca, mas eles o bloqueiam. Golpes de um lado, de outro. Golpes duplos, bloqueios, chutes, desvios... Sísera dá conta de ambos!
Nos pés do monte Tabor, Hanna encara Débora lá em cima.
DÉBORA
Você não tem poder sobre mim, bruxa!
HANNA
É o que veremos.
Então Hanna levanta suas mãos e fortes e brilhantes chamas surgem nelas. Ela as aponta lá para cima, para Débora... Mas, quando fecha os olhos para atirar as rajadas... ela franze a testa. Abre os olhos... Parece doer. Desesperada, Hanna sacode as mãos em chamas e grita! Perdeu o controle sobre o fogo!
Então ela se joga ao chão e enfia ambas as mãos em uma poça de água.
Agoniada de dor, ela tira as mãos e vê que estão queimadas.
Sísera começa a ter dificuldade com Baraque e Jaziel. Quando ataca um, o outro vem. Quando se defende do segundo, o primeiro lhe desfere um golpe mortal, obrigando-o a se afastar. Já em tom de desespero, ele agarra um soldado seu e o joga contra os dois hebreus. Pega outro e faz o mesmo, e outro, e mais outro... E assim escapa do meio deles.
Afastado, Sísera nota que Débora ainda está no monte e Hanna caída. Então olha para o lado oposto... Os carros de ferro restantes ainda estão parados; ele lhes faz sinal!
SÍSERA
Esmaguem os hebreus!!!
SOLDADO
Senhor, mas o nossos homens estão juntos!
SÍSERA
Esmaguem!!! Os!!! HEBREUS!!!
Sísera corre na direção do monte e os cavalos de ferro começam a avançar, porém não ganham velocidade devido ao terreno escorregadio. Os soldados abrem espaço, e os hebreus conseguem se desviar. Éder, que luta com um hazorita, ao ver o carro se aproximar, chuta o inimigo no peito, fazendo-o cair para trás e ser atropelado.
Sísera alcança Hanna, agoniada no chão por causa de suas mãos, e olha furioso para Débora.
SÍSERA
É assim que luta, Débora?! De pé, parada no alto de um monte, afastada do perigo?! Essa é a grande guerreira de Israel?!
DÉBORA
Não sou guerreira há muito tempo. E não estou aqui para lutar, e sim para pedir ao meu Deus que os vença.
SÍSERA
Acha que foi o seu Deus?! Pensa que ele enviou essa chuva, que tornou o curso do Quisom e que derreteu os montes, engolindo os meus carros?!
Sísera, raivoso, começa a subir o monte ao lado da fenda, na direção de Débora.
SÍSERA
Não foi! Porque aqui só há Sísera, e só é feita a minha vontade! Não me conhece de verdade ainda, sua maldita! Não sabe quem eu sou! Mas te digo: eu sou o seu pesadelo, Débora! Sou aquele que sobe à imponência das alturas dos montes onde se assentam os reis, e os destrona! Está me entendendo?! Se preciso for, subo até o Céu do seu Deus e também O destrono!
De repente, um assovio... Um assovio agressivo misturado com um som semelhante ao de atrito entre rochas... Débora nota que o olhar de Sísera é lá para trás dela, para a direção do topo do monte. No momento em que ela vira, uma bola de fogo sai do céu trás do monte, passa por cima da cabeça deles e cai lá embaixo, na planície, exatamente sobre os homens de Sísera. Um estrondo, uma explosão... Hebreus olham para aquilo maravilhados, e os hazoritas se amedrontam. Hanna, ainda caída, está impressionada. E Sísera, assombrado, após olhar para Débora, desce o monte correndo.
É quando diversas outras bolas de fogo começam a cair do céu de todos os lados: meteoros! Débora, reconhecendo a ajuda de Deus, sorri.
Os hazoritas correm, mas os meteoros os atingem em cheio, lançando quem está em volta pelos ares.
Baraque, Lapidote, Jaziel, Éder, Mireu e todos os outros param e olham admirados.
Os meteoros caem principalmente onde há concentração de hazoritas, e as explosões se espalham por todo lado.
Desesperado com a chuva de meteoros, Sísera se junta a Gadi e corre até os carros de ferro ainda inteiros. Sísera pula em um, joga para fora seus próprios soldados e tenta correr. Todos os carros de ferro avançam juntos.
Temendo ser atingida, Hanna se levanta e, mesmo com as mãos feridas, corre dali.
Os carros de ferro continuam avançando. Sísera está arrasado, mal crê no que seus olhos veem.
GADI
Que povo é esse, por quem até as estrelas lutam?!
De repente, um carro à frente de Sísera e Gadi é atingido de lado por um meteoro, livrando apenas o cavalo, que corre desordenadamente. Os destroços em chamas obrigam Gadi a desviar, e ele se separa de Sísera. Outro meteoro vem de frente, e Gadi vira. A explosão atrás balança todo o carro; o cavalo galopa assustado.
Não demora muito e um meteoro vem de lado e rasga todo o caminho à frente na perpendicular, fazendo levantar uma nuvem de fogo e poeira. Assustado, o cavalo para, fica apenas sobre as patas traseiras e relincha. Gadi tenta controla-lo, mas ele se desprende e foge assustado. É quando outro meteoro vem da frente, fura o muro de poeira, fogo e fumaça e atinge o carro de Gadi de raspão, fazendo-o virar e capotar duas vezes.
Com explosões para todos os lados, Hanna derrapa e se esconde atrás de um carro de ferro retorcido. Ela treme a cada som de explosão. Seus olhos, assustados como os de uma criança, assistem aquele espetáculo medonho no céu.
Um meteoro atinge a traseira do carro de Sísera, o que faz ele ser levantado e jogado pelos ares. O carro capota dezenas de vezes, mas Sísera cai na lama.
Os hebreus agora pouco lutam e mais observam os carros sendo atingidos pelos meteoros. O céu, avermelhado, não para de despejar a chuva de fogo que aterroriza os hazoritas.
Do alto do monte, Débora observa maravilhada a planície: focos de incêndio e meteoros caindo sem parar.
Sísera, fraco, se levanta do chão. Está sujo, ferido e dolorido. Olha ao seu redor: não há o menor senso de unidade em seu exército, e o caos é generalizado. Para onde quer que ele olhe há explosões, e seus homens são lançados pelos ares como bonecos de panos e os carros como brinquedos de madeira. Ele se desespera... Seu semblante é de terror...
SÍSERA
ALGUÉM ME ESCUUUTEEEEEE!!!
É em vão... O pavor domina seu olhar. Ele não tem o que fazer a não ser correr para não ser atingido.
Hanna, escondida atrás do destroço, de repente parece voltar a si...
HANNA
Não... Isso não está certo... Os hebreus não podem vencer!
Ela põe-se de pé e aponta as palmas das mãos para cima.
HANNA
Deuses de Hazor! Mostre ao Deus dos hebreus que nós somos muitos, e somos mais!
Ela abre os olhos. À frente e acima, um meteoro se aproxima. Hanna abre a boca e seu olhar fica hipnotizado. E a bola de fogo aumenta... aumenta... Está mais próxima...
De repente ela volta a si e, no último instante, vira e corre. O meteoro atinge o carro de ferro retorcido: uma grande explosão! Hanna é lançada pelo ar e cai já inconsciente e ferida; está morta.
Gadi caminha abaixado. A todo instante treme com uma explosão próximo. Então ele se joga ao chão ajoelhado e olha para o céu.
GADI
Deus de Israel! Por favor, peço que me poupe! Não sei como pedir, mas se me livrar da morte e salvar minha esposa, prometo que vou servi-lo pelo resto de meus dias!
Uma explosão ao lado faz pedaços de terra cair nele. Então se levanta e sai correndo.
BARAQUE
Onde estará Sísera?!
LAPIDOTE
Não o vejo em lugar algum!
JAZIEL
Pode ter sido atingido...
BARAQUE
E pode ter fugido!
LAPIDOTE
Isso não pode acontecer!
Perto dali, Sísera corre alucinado. Tudo o que quer é desviar dos meteoros que se despejam ao seu redor e sair de sob o céu avermelhado.
É quando Gadi, de longe, o nota. Sísera escala uma pequena elevação, olha assustado para o caos, para as explosões, os focos de incêndio... e vira; corre à pé para o deserto.
GADI
Capitão!!!
Sísera some atrás dos montes e morros.
GADI
É isso... Essa é a minha chance de provar o meu valor ao Deus de Israel.
Ele vira para o monte Tabor do outro lado. No caminho, diversos soldados ainda fugindo dos meteoros. Gadi então engole em seco, respira fundo... se prepara... e dispara.
Ele corre sem olhar para os lados, tenta não se preocupar, foca apenas no monte à frente. Uma explosão ali perto. Meteoro cai e explode mais perto. Explosão atrás. Dos lados... Gadi não para.
Ele finalmente chega aos pés do monte e olha para Débora lá em cima.
GADI
Débora!!!
Ela o olha, não entende o que quer aquele soldado inimigo.
GADI
Sísera fugiu! O Capitão Sísera fugiu da batalha!
Débora franze a testa. Baraque, percebendo que um soldado inimigo está falando com ela, chama Lapidote e Jaziel e vai até lá.
DÉBORA
Por que está me contando isso?!
GADI
Fiz um voto ao seu Deus, Débora! (olhando para os meteoros) Se Ele me livrar da morte e curar minha esposa, eu O servirei! Estou fazendo isso para mostrar que minha intenção é honesta! Sísera acabou de fugir naquela direção!
Débora então vai até Pérola, monta nela e desce o monte. Alcança Gadi no momento em que Baraque, Lapidote e Jaziel chegam ali apontando-lhe suas armas.
DÉBORA
Esperem. Ele está do nosso lado.
Gadi retira sua espada e, devagar, joga-a aos pés dos 3 homens. Ela desce de Pérola e se aproxima.
DÉBORA
Obrigada.
Débora nota que os meteoros cessam de cair, restando apenas o caos, os focos de incêndio, a poeira e o fumaceiro por toda a planície. Nisso, os hazoritas sobreviventes começam a fugir.
DÉBORA
Lapidote, venha comigo. Precisamos levar o exército atrás dos que estão fugindo. Ninguém pode escapar. E depois iremos para Harosete.
GADI
Nossos homens devem estar fugindo para Harosete.
DÉBORA
Ótimo. Baraque e Jaziel... Levem homens e procurem Sísera. Não o deixem escapar! Sísera não pode sair impune!
BARAQUE
Sim.
JAZIEL
Vamos agora mesmo.
Baraque e Jaziel correm chamando alguns hebreus. No olhar de Débora para aquilo tudo, IMAGEM CONGELA
CONTINUA...
FADE OUT:
No último capítulo: Betel, onde estão apenas as mulheres e crianças, é atacada pelos soldados que se destacaram do exército antes da batalha. Sísera busca refúgio na tenda de Jael. Baraque é tentado. E Débora e os hebreus chegam em Harosete. E ainda: Darda conseguirá executar sua vingança contra Najara? Laís será curada? Baraque encontrará o tesouro? Quais os destinos de Adélia & Setur, Laila & Mireu, Éder & Isabel e Sama & Jaziel? As fortes surpresas e emoções finais do gran finale de DÉBORA.



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