Data: 1993
Shalon: Oi pessoal, beleza, o que vocês estão fazendo? Alguma ideia para animar o final de semana?
Bertilda: Eu tenho, por mim passava o final de semana todo com o Jacinto.
Jacinto: Bertilda meu amor, eu também, mas queríamos fazer algo realmente animado, uma diversão às custas de um idiota.
Shalon: Já sei! O que vocês acham de fazermos, uma brincadeirinha com o otário do Maurício? Mais só vai valer se nós cinco aqui toparmos como um acordo.
Salira: Eu topo gente, com uma condição que não levemos essa brincadeira tão longe.
Otávio: Você sempre com medo né, Salira?
Salira: Não é isso Otávio temos que medir as consequências do que fazemos.
Shailon: Pois eu já tenho uma ideia (risos). Vamos já chamar ele para passar uma tarde na chácara abandonada da minha família, ela está abandonada, mas tá em ótimas condições, o que acham?
Bertilda: Bom, se o Jacinto topar eu topo!
Jacinto: Estou dentro, achei bacana a ideia, vamos nos divertir por conta daquele otáariooooo !!!
Otávio: Eu também, não perco essa por nada gosto de sacanear o otário !!!
Shalon: Então fazemos assim. Salira que é mais gostosa, da em cima dele, e convence a ele ir com agente, sem ofensas,Bertilda.
Bertilda para Shalon: Idiota!
Salira: Vou usar então todo meu poder de sedução.
Shalon: Combinado então? Esse final de semana.
Os cinco concordam a participar da brincadeira de mau gosto com Maurício sem saber como pode acabar! Levando até as últimas consequências.
Cena 2: Casa dos Ferreira; Tarde.
Salira aperta a campainha da casa de Maurício, mas é Dona Colatina, a mãe dele que atende.
Dona Colatina: Em que posso ajudar, minha bela jovem?
Salira: Oi, eu gostaria de falar com o Maurício
Dona Colatina grita: MAURÍCIO TEM UMA MOÇA BONITA AKI QUERENDO FALAR COM VOCÊ
Maurício chega até a porta e não acredita que a menina, cuja ele é apaixonado tá ali na porta de sua casa, com uma cara de espantado, ele a cumprimenta e gagueja: Oi Salira, tututudo bem bem?
Salira: Oi Maurício, melhor agora, eu vim pra te convidar para passar o final de semana comigo, o que acha?
Maurício: Acho maravilhoso, é claro que eu topo.
Salira; Então nos encontramos na frente do colégio sábado à tarde pra irmos a chácara da família do Shalon.
Maurício: Ele também vai?
Salira: Vamos nó seis, Shalon, Bertilda, Otávio, Jacinto, você e eu.
Maurício: Então tá, à tarde, estou na frente do colégio.
Salira: Então é isso Maurício, até à tarde do sábado então, tchau!
Maurício: Tchau, Salira.
Indo embora Salira pensa: Mau ele sabe o que o aguarda kkkkkkkk !!! Otáaaaariooo !!!
Sábado à tarde chega e todos estão prontos em frente ao colégio de onde partem com destino a chácara da família de Shalon!
Cena 3: Chácara, sala, início da tarde;
Shalon: Bem vindos, e aí vamos fazer o que pescar, nadar na piscina, ou ficar aqui mesmo e jogar verdade ou consequência?
Salira: Eu prefiro jogar verdade ou consequência.
Bertilda: Então vamos jogar, estou louca para uma consequência com o Jacinto.
Jacinto ri e pisca o olho para Bertilda
Maurício: Eu sou tímido, fico envergonhado de participar dessa brincadeira.
Salira pensa ai que otáaaaarioooo
Otávio: o que acham de sentarmos no meio da sala em círculo, para começarmos então a brincadeira?
Shalon: Então vou rodar essa garrafa aqui mesmo pode ser?
Todos concordam!
Shalon: aponta aqui, no caso o bico da garrafa indica que faz a pergunta e o fundoindicaquem responde, vamos lá!
E Shalon então gira a garrafa.
Shalon: Vamos lá! Bertilda pergunta para Jacinto
Bertilda: Verdade ou Consequência?
Jacinto: Verdade, claro.
Bertilda: Você já me traiu?
Jacinto: É claro que não, meu amor. (risos)
Shalon: Vamos girar outra vez a garrafa! Olha eu mesmo pergunto para o Maurício.
E aí Maurício você é afim da Salira? Se não responder a verdade, vai pagar consequência hein!
Maurício fica com um nó na garganta não consegue responder, vai ficando vermelho e acaba pagando consequência!
Otávio: Qual vai ser a consequência dele, Shalon!
Shalon: ir para o porão com a Salira, kkkkkkk.
Salira: Então vamos para o velho, sujo e mal assombrado porão Maurício!
Maurício fica ainda mais vermelho, seu coração dispara mas segue para o porão acompanhado de Salira!
Cena 4: Porão escuro, ainda tarde.
Salira: Sabe que sou uma menina bem permissiva aos prazeres da carne né, Maurício?
Maurício então fica todo sem graça, mais não consegue ver nada pois está muito escuro e Salira está perto da porta.
Salira? O que acha de tirarmos a roupa?
Mauricio? Não vai dar problema não, Salira?
Salira: Claro que não seu bobo.
E apenas Maurício tira a roupa achando que Salira também está tirando a roupa.
Salira: Cadê suas roupas Maurício eu não acredito que você as tirou, me entrega vai deixa eu cheirar sua roupa limpinha
Maurício então entrega toda sua roupa para Salira, incluindo a cueca, e ela sai, sobe as escadas devagar, fazendo pouquinho barulho em direção a porta que está perto, corre para fora e Shalon, Bertilda, Otávio e Jacinto já estão lá pra trancar a porta pelo lado de fora. Maurício fica preso no porão escuro e pelado.
Cena 5:Sala; Chácara; Início de Noite.
Shalon: Galera temos que nos certificar que não terá nenhuma roupa depois pra ele vestir.
Salira: Para ele esconder aquele pênis minúsculo dele só ele tapando com essa frigideira, mais ainda assim o popozão vai ficar destapado !! kkkkkkkkkk
Bertilda: Gente tirei lençóis, cortinas, tudo que vocês possam imaginar, vamos deixar somente essas duas folhas da bananeira para ele.
Shalon: Otávio avisa o otáaaaaario que vamos vazar e que ele vai ficar aí, pra largar de ser otáaarioooo e bundão !!!
Otávio: Pode deixar Shalon, vou lá falar com ele, vem comigo jacinto?
Jacinto: Vou sim Otávio !!!
Cena 6: Corredor que dá para a porta do porão; noite.
Otávio: E aí otáaaaarioooo tu vais ficar preso no porão, pra você pensar e deixar de ser bundão.
Mauricio(gritos): Me tirem daqui, eu falei pra minha mãe que chegava antes de escurecer. Me tirem daqui por favor!
Jacinto: Não, bunda mole, vai ficar aí, passar essa noite para aprender.
Maurício: Minha mãe está em casa sozinha com meu irmão, ela não tem uma saúde de ferro, eu preciso ir embora, achei que não ia demorar e minha mãe ficou só com meu irmão mais novo.
Jacinto: Tchau Bundãoooooooo !!!!
Otávio: Falou Otáaaarioooo!!!!
E os cinco foram embora deixando o Maurício lá, preso no escuro, com medo e chorando.
Cena 7: Casa dos Ferreira, Madrugada, Quarto de Dona Colatina;
Dona Colatina: Cadê seu irmão? Já chegou Riobaldo.
Riobaldo: Não chegou ainda mãe, mas eu já dei seus remédios, agora e só você deitar, que você vai melhorar.
Dona Colatina: Você leu direitinho, porque estou sentindo muita dor em todo corpo.
Riobaldo: Mãe vou pegar mais remédio para a senhora, mas o remédio para dor você já tomou vários, aliás você vem fazendo isso há anos Dona Colatina vive sustentada a base de remédios.
Dona Colatina: Foi a única forma que encontrei de viver, foi usando esse coquetel de remédios, desde quando seu pai nos deixou sem dar explicações falando que iria para São Paulo em busca de emprego e nunca mais voltou, eu vivo assim, são remédios, mais remédios!
Riobaldo: Nossa mãe que manchas feias, o engraçado que fomos no médico aqui de Arco das Medalhas e nenhum conseguiu explicar o que você tem, acho até que fizeram pouco caso.
E Dona Colatina quanto mais o tempo passava, mais ela perguntava sobre o filho mais velho e ele não chegava aquelas altas horas da madrugada, enquanto seu estado ia piorando.
Riobaldo: Mãe você está muito mal vou ligar para minha madrinha, pelo menos é uma ajuda de um adulto eu não sei o que fazer.
Riobaldo foi até a sala e ligou para sua madrinha que disse que já estava a caminho.
Dona Colatina: Ligou então para comadre?
Riobaldo: Sim ela já está vindo ainda bem que é aqui do lado, sei mãe que telefone está caro, mas não queria deixá-la sozinha.
Sula, a comadre de Dona Colatina então chega a casa, bate na porta, Riobaldo abre e ela já entra no quarto de Dona Colatina.
Sula: Nossa comadre você está muito mal, temos que ir agora para Santa Casa, Riobaldo pegue as coisas de sua mãe, vou tirar o carro da garagem e vamos para Santa Casa, precisamos interná-la.
Riobaldo: Tudo bem dinda! Vou fazer. Vamos mãe consegue andar?
Dona Colatina: Sim consigo, mas eu sinto uma tontura e muita falta de ar.
Então naquela madrugada, Riobaldo e Sula, colocaram Dona Colatina no carro e a levaram para Santa Casa da cidade que não tinha muitos recursos. Dona Colatina não parava de perguntar por Maurício, mas já perdendo a consciência. Então chegaram ao hospital.
Cena 8: Hospital; Corredor; Madrugada
Sula: É urgente por favor me ajudem! (falando com desespero)
Atendente: Nossa mais o que aconteceu? Porque ela está assim parece que a pele está soltando, o que foi isso meu deus, vou chamar o médico. Dr Abílio o senhor está ocupado?
Dr Abílio: Não estou, espera que vou ver esta paciente que acabou de chegar.
O Dr se dirigiu a paciente e disse.
DrAbilio: Vamos interná-la agora, entre com ela.
Com a Dona Colatina já na maca, entraram para o quarto e colocaram no leito e nela colocaram aparelhos para que pudesse respirar. Mas não está adiantando, cada vez mais Colatina ia piorando e ficando com mais dificuldade de respirar. O médico se dirigi ao corredor onde Riobaldo e Sula esperam e diz:
Dr Abílio: Sinto muito ela tem poucas horas, por abuso excessivo de remédio ela contraiu o que chamamos de síndrome de Steves-Jhonson (SSJ), uma reação alérgica que danificou também a traqueia, por isso a dificuldade de respirar.
Riobaldo: (desesperado) Não pode ser!!! Não com a minha mãe.
Sula: Calma Riobaldo! Calma! Não sei nem o que dizer.
Passada algumas horas já por volta do amanhecer, Dona Colatina chama Riobaldo e Sula no quarto em que ela está.
Cena 9: Hospital; Quarto; Manhã
Dona Colatina: Chamei vocês aqui porque sinto que vou partir, cadê meu Mau Mau (forma que ela costumava chamar o Maurício). Já estou enxergando muito embaçado, ele está por aqui?
Sula: (chorando) Não comadre ele não está.
Riobaldo: A senhora não lembra mãe onde ele foi, precisamos encontrá-lo.
Dona Colatina: Não meu filho, não lembro.
Sula fala baixo para Maurício: Precisamos ir até a polícia dar queixa do sumiço de seu irmão Maurício.
Riobaldo: Mas eles não vão fazer nada, não deu as horas para ser considerado desaparecimento.
Dona Colatina: Chegue perto meus queridos! Sula prometa que cuidará de meu filhos e os protegerão. Arco das Medalhas já não é mais a mesma. Meu filho sua mãe te ama e ama seu irmão também.
Riobaldo: Não fala mais nada mãe, por favor eu lhe imploro, não deixe mãe!
Os aparelho começa a apitar de forma contínua e Dona Colatina falece.
Riobaldo grita: NÃOOOOOOOOOOOO
Sula chora muito, o médico entra na sala e diz agora não tem mais jeito tentamos de tudo.
Rapidinho a notícia que Dona Colatina havia falecido chega ao bairro dela, pois Sula mandou avisar. É um bairro mais afastado e todos lá se comovem.
Dr Abílio: Sula ela morreu de insuficiência respiratória causada pela (SSJ). Agora você tem que cuidar da burocracia velório e enterro.
Sula (desolada): Pode deixar que eu resolvo isso.
Cena 10: Manhã; Praça da Cidade.
Shalon: E aí galera?
Bertilda: Como será que está o otário?
Salira: Está lá pelado, morrendo de frio e fome. Mas um diazinho só não mata ninguém. Kkkkkk
Shalon: Vamos deixar ele até mais tarde.
Otavio: Sim. Vamos ver se ele se torna resistente igual a mim, que joga no time da escola.
De repente aparece o Jacinto que ainda não estava na praça com a galera.
Jacinto: Pessoal! Pessoal! Vocês não sabem o que acabei de saber.
Shalon: Fala logo, desembucha!
Jacinto: A Dona Colatina faleceu está noite.
Salira: (irônica) Quem é dona Colatina?
Jacinto: A mãe do Maurício, o otário que prendemos no porão da chácara do Shalon. E agora tem gente procurando ele por toda a cidade. Vão chegar até nós. Estamos ferrados, ele não sabe que a mãe morreu.
Otávio: E agora o que vamos fazer?Não podemos tirá-lo de lá.
Bertilda: Se a cidade descobre que ele não estava com mãe nos últimos momentos, nós vamos ser linchados. E agora o que fazemos?
Shalon: Muito simples voltamos lá na chácara e acabamos com ele, assim resolvemos nosso problema e aquela família imunda é dizimada de uma vez. (risos).
Close no rosto de Shalon, a imagem congela e fica sépia.
Obrigado pelo seu comentário!