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Amor Astral - Capítulo 03




Capítulo 03

    - No capítulo anterior:

VERA: Descanse em paz, meu querido. Você foi um grande homem! (Diz para logo em seguida jogar uma rosa sobre o caixão).

BEATRIZ: (Observa a cena e percebe que sua visão começara a ficar turva).

LUIZA: O que foi? Você está se sentindo mal? (Questiona ao perceber que Beatriz estava ficando cada vez mais abatida).

BEATRIZ: Não sei, de repente tudo começou a girar e... (Beatriz cai desmaiada).

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BEATRIZ: Como assim? O que a senhora quer dizer?

MÉDICA: A senhora não está doente, o que aconteceu é perfeitamente natural em seu estado. A senhora está grávida!

(Luiza e Vera ficam boquiabertas com a notícia que a médica acabara de dar dentro daquele quarto, porém quem ficou realmente chocada foi Beatriz).

BEATRIZ: Grávida? Que brincadeira é essa? Isso é impossível, eu tomo remédio há anos, não posso estar grávida.

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LUIZA: E chegou alguma conclusão?

BEATRIZ: Sim, eu cheguei a conclusão de que eu não sei se devo levar essa gravidez em frente.

LUIZA: Como é? Eu acho que eu não entendi.

BEATRIZ: Eu nunca quis ser mãe, tia. Esse filho aconteceu, ele era o sonho do Orlando e agora eu não tenho mais ele. Como vou fazer sem ele aqui? Eu estou pensando em interromper essa gravidez...

LUIZA: (Esbofeteia a sobrinha) Nunca mais ouse repetir uma coisa dessas, Beatriz. Eu não admito que você fale do seu filho como se ele fosse uma coisa, ele existe e está bem ai, dentro de você. Você sabe quantas mulheres gostariam de ter essa oportunidade e não conseguem? Eu não vou deixar que você faça uma insanidade dessas... Eu não vou, entendeu?

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BEATRIZ: Projeto? De que projeto você está falando?

VERA: Trata-se de um livro, nele você poderá abordar a maternidade, sua história, esse período que está vivendo e acho que para isso, você precisa se reconectar consigo mesma e que isso só acontecerá num único lugar.

BEATRIZ: E eu posso saber qual?

VERA: Claro, eu estou falando de Correntes.

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BEATRIZ: E agora? Será que eu estou metendo os pés pelas mãos mais uma vez? Deveria ter ficado em casa, não deveria ter aceitado essa ideia maluca de me mudar. Eu preciso de um sinal, só um sinal de que estou no caminho certo... Só um sinal!

(Um homem sai da mata correndo sem rumo em meio a estrada. Beatriz se assusta e tenta desviar, porém está muito perto e acaba acertando o homem em cheio).

BEATRIZ: (Com a cabeça apoiada no volante e com o veículo parado, percebe que sua visão está turva em virtude do que acabara de acontecer) Meu Deus, eu matei um homem... Eu matei! (Fala ao observa o corpo de um homem estendido há alguns metros de seu carro. Decidida a saber se ele estava vivo ou morto, retirou seu cinto de segurança e desceu do carro).

(Beatriz caminha lentamente enquanto observa o corpo do homem imóvel e caído de bruços).

BEATRIZ: Será que está morto? (Questiona a si mesma). Moço? (Fala ao se aproximar do corpo e tentar verificar a pulsação do homem).

HOMEM: (Segura a mão de Beatriz) Bia, é você? Beatriz... Sim, é você...

BEATRIZ: Você me conhece? Quem é você?

  • Fique agora com o capítulo de hoje!

Cena 01 – Rodovia 147 – KM 48 [Externa/Tarde]

BEATRIZ: Você me conhece? Responde... Quem é você?

HOMEM: (Desmaia).

BEATRIZ: Quem será esse homem? Quem será? Eu preciso de ajuda... (Beatriz fica de pé e corre em direção ao carro, pega o celular e chama uma ambulância).

Cena 02 – Hospital Municipal de Correntes [Interna/Tarde]
(Beatriz e Luiza conversam na recepção do hospital enquanto aguardam notícias).

LUIZA: Disse que ele pronunciou o seu nome? Que estranho. Tem certeza de que não o conhece de nenhum lugar? Não sei, de algum evento da revista, nada?

BEATRIZ: Não tia, eu nunca vi aquele homem em toda a minha vida. Mas ele me olhou de um jeito e falou... Parecia mesmo que ele sabia exatamente quem eu era, que me conhecia, isso me deixou desconsertada.

LUIZA: Não consigo entender então, que coisa estranha... Aí vem o médico!

BEATRIZ: E então doutor, como ele está?

MÉDICO: O paciente apresenta várias escoriações por todo o corpo, seu quadro é estável, recomendo que ele passe essa noite aqui, em observação.

LUIZA: E ele disse como se chama? De onde veio? O que aconteceu e como ele foi parar naquela estrada?

MÉDICO: Eu já ia chegar nesse ponto. Ele está apresentando um quadro de amnésia.

BEATRIZ: Amnésia? Mas como? Ele me reconheceu, disse meu nome...

MÉDICO: Nosso cérebro é capaz de coisas inexplicáveis, pode ter sido algo involuntário, não saberemos por alto, agora só nos resta aguardar. O que me chamou bastante foi uma cicatriz que ele tem...

LUIZA: Cicatriz?

BEATRIZ: (Interrompe os dois) Eu não quero saber de cicatriz, posso vê-lo?

MÉDICO: Claro, venha comigo... (Beatriz acompanha o médico em direção aos leitos do hospital).


Cena 03 – Hospital Municipal de Correntes (Leito 206) [Interna/Tarde]
(Beatriz observa o homem misterioso dormir, agora limpo e com um curativo na testa).

BEATRIZ: Quem será você? Quem será você e de onde terá vindo? (Fala consigo mesma).
Cena 04 – Cobertura Montenegro (Recife) [Interna/Tarde]
Música da cena: Garganta – Antônio Villeroy
(Carolina toma champanhe enquanto está numa banheira de hidromassagem coberta de espuma em sua suíte).

CAROLINA: Que maravilha! A vida que eu merece, um brinde ao meu sucesso. Eu venci, agora vou desfrutar disso tudo aqui...

ALBERTO: (Sai debaixo d'água) Vamos desfrutar, não se esqueça de me incluir isso, eu te ajudei a se livrar do Cadu, não esqueça.

CAROLINA: Que ajudou que nada, eu que arquitetei tudo, você jamais teria inteligência o suficiente para planejar tão bem como dar um fim no inútil do seu irmão. Se dependesse de você, até hoje ele estaria aqui e não estaríamos juntos, que ele esteja ardendo no fogo do inferno!

ALBERTO: Nossa, eu ainda fico surpreso como você fingia amá-lo.

CAROLINA: Eu sempre defendi o que queria, se precisei mentir... Isso foi um mero detalhe. Eu venci, enfim tirei o Carlos Eduardo do meu caminho e me tornei herdeira universal do meu marido!

ALBERTO: Não seja tão apressada, não esqueça que temos que aguardar um tempo para denunciar o desaparecimento do seu marido nessa misteriosa viagem de retiro espiritual ao exterior no Himalaia, para que seu plano ganhe veracidade.

CAROLINA: (Levanta-se da banheira e envolve seu corpo numa toalha) Não me julgue como amadora, Albertinho. Você não sabe do que eu sou capaz!

ALBERTO: Onde pensa que vai? (Questiona ainda dentro da banheira).

CAROLINA: Onde eu vou? Aonde mais senão brilhar?

Alguns instantes depois...

(O motorista da família Montenegro estaciona o carro em frente a um centro cultural e diante uma multidão de fotógrafos).

JORNALISTA: Estamos aqui ao vivo para o Mundo Dos Famosos na cobertura da inauguração da Boutique Madame Bridgitte e ela acaba de chegar, a influencer mais seguida nas redes sociais de Pernambuco e uma das mais amadas do Brasil, Carol Montenegro... Carol, uma palavrinha por favor...

CAROLINA: Oi Carolfãs, um beijo no coração de vocês! Gostaram do look? Ele foi escolhido por vocês nas minhas redes sociais. Amo todos vocês e continuem curtindo tudo o que eu posto!

(Carolina é ovacionada pela imprensa, enquanto seu número de seguidores nas redes sociais só aumenta).




Cena 05 – Hospital Municipal de Correntes [Interna/Noite]
Música da cena: Anjo Roupa Nova
(Imagens da cidade de Correntes são apresentadas até chegarem a faixada do hospital).

BEATRIZ: (Observa o homem misterioso dormir) Olhando assim, você até parece inofensivo. De onde será que saiu? Quem será você?

HOMEM: (Tosse e logo em seguida acorda assustado) Quem é você?

BEATRIZ: Oi, você não se lembra do que aconteceu?

HOMEM: Eu deveria?

BEATRIZ: Eu me chamo Beatriz. Beatriz Grimaldi, estava na estrada quando você surgiu de repente na frente do meu carro e eu acidentalmente te atropelei. Consegue se lembrar?

HOMEM: Não, eu não consigo lembrar.

BEATRIZ: E o seu nome? Pode me dizer como se chama? Consegue lembrar como se chama ou de algum familiar? Precisamos avisar aos seus familiares que você está aqui.

HOMEM: Eu... Meu nome... Meu nome... (Força a memória até sentir uma dor na cabeça, porém não consegue se lembrar de nada).

BEATRIZ: Tudo bem, não se esforce agora. Vamos ter tempo para você se lembrar, o médico disse que a amnésia pode ter um efeito curto, o diagnóstico varia de paciente para paciente.

HOMEM: Eu não consigo lembrar do que aconteceu, mas sinto uma sensação estranha.

BEATRIZ: Sensação estranha? Você está passando mal? Quer que eu chame um médico?

HOMEM: Não, não é isso. Eu estou bem, tirando tudo isso que estou vivendo... É estranho, mas tenho a sensação de que te conheço de algum lugar, há bastante tempo.

Cena 06 – Ruas de Correntes [Externa/Noite]
Música da Cena: Encantada – Rafael Cortez e Sabrina Parlatore
(Eulália caminha pelas ruas da cidade sozinha, após a missa com uma bíblia embaixo do braço. Enquanto isso, Severino e Israel deixam o cabaré de Dona Cissa após mais uma noitada).

ISRAEL: Que noite, cabra! As raparigas de Dona Cissa estão cada dia mais lindas...

SEVERINO: Não posso negar, você tem razão. Eu preciso tirar água do joelho, me espera um pouco, não demoro.

ISRAEL: Está bem, fico te esperando perto do coreto.

(Severino percebendo que a rua não possui movimento, começa a urinar atrás de um poste, sem perceber que Eulália se aproxima).

EULÁLIA: (Olha para as partes íntimas de Severino e fica constrangida) Mas que pouca vergonha é essa? Enviado de satanás, filho do cão!

SEVERINO: Perdão moça, eu não vi que você estava se aproximando. (Se recompõe rapidamente e fecha o zíper da calça).

EULÁLIA: Isso é um atentado ao pudor, um crime hediondo. O senhor deveria estar preso por essa pouca vergonha, constrangendo uma moça direita!

SEVERINO: Calma moça, também não é para tanto. Vai dizer que nunca viu ninguém se aliviando?

EULÁLIA: Ora, seu abusado! Tarado, tarado! (Começa a gritar enquanto dá bolsadas em Severino).

SEVERINO: Valei-me, que mulher mais doida! Eu vou embora, antes que sobre pra mim... (Corre e deixa Eulália histérica na rua).

EULÁLIA: (Grita enquanto vê Severino partir de moto com Israel) Saiba que isso não vai ficar assim, vou te denunciar para a policia, seu tarado.

Cena 07 – Casa De Benedito e Clarissa [Interna/Noite]
Música da Cena: Não Olha Assim - OutroEu
(Clarissa observa a lua e as estrelas de uma das janelas da casa completamente distraída, sem perceber que seu avô se aproximara).

BENEDITO: Eu aposto que sei em quem você está pensando...

CLARISSA: Eu aposto que o senhor deveria estar dormindo. Não adianta vir com as suas adivinhações astrais para cima de mim não, vovô.

BENEDITO: Você deveria tirar esse homem da cabeça, Tobias Barreto não é um homem que se apaixona.

CLARISSA: E quem foi que disse que eu estou pensando no Tobias? Eu estava pensando aqui na aula que eu darei amanhã para os meus alunos.

BENEDITO: Você acha mesmo que eu nasci ontem, não é menina? Eu sei o que eu estou dizendo. Assim como eu também sei que tem gente chegando por aqui muito em breve.

CLARISSA: Tem? De quem o senhor está falando?

BENEDITO: A sobrinha da Luiza, sua amiga, a Beatriz. A chegada dessa moça vai mudar o destino de muitas pessoas por aqui, ela trará algo consigo, eu sinto isso...

CLARISSA: Eu acho melhor fazer um chá de camomila para o senhor parar de pensar essas coisas e ir dormir, não me demoro. (Clarissa vai até a cozinha preparar o chá do avô).

Cena 08 – Casa de Eulália [Interna/Noite]
(Eulália entra em seu quarto ainda nervosa e fecha a porta bruscamente).

EULÁLIA: (Começa a lembrar de Severino) Santo Deus, tirai de mim essas lembranças libidinosas, não quero arder no fogo do inferno por conta daquele enviado de satanás, mostrando as partes no meio da rua... E que partes, que calor. Senhor! Preciso fazer uma vigília de orações para afastar esses pensamentos pecadores da minha cabeça. (Eulália ajoelha próximo a sua cama e começa a rezar).

Cena 09 – Hospital Municipal de Correntes [Interna/Manhã]
(Beatriz conversava com o médico responsável pelo caso do homem que havia atropelado pelos corredores do hospital).

BEATRIZ: Alta? O senhor disse que vai dar alta?

MÉDICO: Exatamente. Nosso hospital é pequeno, temos poucos leitos e o caso dele não requer mais nenhum tipo de atenção diferenciada, já que ele não corre mais risco.

BEATRIZ: Como não? Ele não sabe quem é, onde mora, ele não lembra de nada. Para onde esse homem irá?

MÉDICO: Sinceramente? Recomendo que deixe a polícia local cuidar do caso dele e tentar encontrar a família dele. Agora, se me permite eu preciso avaliar outros pacientes. Com licença! (Se distancia de Beatriz e entra em um dos quartos).

BEATRIZ: Perfeito, enquanto isso ele vai dormir onde. Na praça? No coreto desse fim de mundo? (Fala consigo mesma).

Cena 10 – Casa de Luiza [Interna/Manhã]
(Luiza fala ao telefone, visivelmente surpresa com o que acabara de ouvir).

LUIZA: O que? Mas isso é uma loucura, nós não conhecemos a origem desse homem, como vamos abrigá-lo? E se ele for um bandido? Beatriz, reflita... Beatriz? (Percebe que a sobrinha já havia terminado a ligação). Mas que menina teimosa, isso não vai acabar bem, eu estou sentindo.

(Luzia caminha em direção a um altar que fica em sua sala, nele existe a imagem de Nossa Senhora da Conceição).

LUIZA: Minha santa, ilumina a cabeça dessa minha sobrinha e a protegei de todo e qualquer mal. Seja feita a sua vontade!

Cena 11 – Estacionamento do Hospital [Externa/Manhã]
(Do carro, Beatriz prepara-se para partir para a cidade acompanhada).

BEATRIZ: Pronto?

HOMEM: Tem certeza do que está fazendo? Eu não quero atrapalhar a sua vida, nem causar nenhum tipo de problema.

Música da Cena: Pecado É Lhe Deixar De Molho - Silva

BEATRIZ: Problema nenhum, a casa da minha tia é bastante espaçosa e você será meu convidado. Aperte o cinto, vamos para Correntes agora mesmo. (Conclui com as duas mãos no volante).

A câmera foca no para-brisa do carro de Beatriz, a cena congela e o capítulo encerra com o a tela azul da cor do céu.





Trilha Sonora Oficial, clique aqui.




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