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Amor Astral - Capítulo 05




Capítulo 05

    - No capítulo anterior:

BEATRIZ: Chegamos, lar doce lar! Essa a partir de agora será a sua nova casa, Beto!

BETO: (Observa a fachada da casa por um breve momento).

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LUIZA: Onde está o Beto?

BEATRIZ: No quarto dele, eu vou chamá-lo para jantar.

LUIZA: Está bem, vou dar uma olhada no forno e já nos encontramos aqui.

BEATRIZ: (Observa a tia ir para cozinha e logo depois muda a expressão) Que cheiro é esse? Um aroma de flores... Estranho! Bobagem minha...

(Beatriz caminha pelo corredor da casa e bate na porta do quarto de Beto, que não abre. Preocupada, ela abre a porta assim mesmo).

BEATRIZ: Beto, onde está?

(Beto sai do banheiro apressado enrolado numa toalha branca e com os cabelos completamente cobertos da espuma do shampoo).

BETO: Oque foi? Aconteceu algum problema?

Música da Cena: Pecado É Lhe Deixar De Molho – Silva

BEATRIZ: (Beatriz olha fixamente para o corpo de Beto).

  • Fique agora com o capítulo de hoje!

Cena 01 – Casa de Luiza (Quarto de Beto) [Interna/Noite]
(Envergonhada, Beatriz dá as costas a Beto, desviando seu olhar).
Música da Cena: Pecado É Lhe Deixar De Molho - Silva

BEATRIZ: Desculpe entrar desse jeito, é que eu bati e ninguém respondeu... Fiquei preocupada, vim te chamar para jantar.

BETO: Não precisa se desculpar, eu não ouvi... Eu vou me vestir e já encontro vocês lá na sala.

BEATRIZ: Está bem, vejo você lá... (Beatriz vira-se novamente, ficando de frente para Beto e depois de alguns segundos, nota uma cicatriz no peito de Beto).

BETO: O que foi? Porque está me olhando assim?

BEATRIZ: Desculpe, de novo... É que fiquei impressionada com essa cicatriz que tem no peito.

BETO: Sabe que eu também estava observando no espelho? Fiquei me perguntando o que teria me acontecido, pois eu não faço a menor ideia do que a ocasionou.

BEATRIZ: Tudo bem, uma hora você lembra. Bom, agora vou te deixar sozinho e te espero na sala de jantar com a minha tia. Com licença! (Beatriz sai do quarto).

BETO: (Se observa no espelho e toca a cicatriz como se estivesse tentando lembrar de alguma coisa).

(Do lado de fora do quarto, Beatriz encosta-se na porta do quarto de Beto, completamente pensativa).

BEATRIZ: Quem será esse homem? O que ele está fazendo comigo? O que? (Beatriz vai para a sala sem perceber a presença de um vulto ali).

Cena 02 – Casa de Benedito [Interna/Noite]
(Durante o jantar, Benedito percebe que a neta está distraída a ponto de não ter tocado no jantar).

BENEDITO: O que houve? Porque está com esse olhar tão triste?

CLARISSA: Nada vovô, não foi nada.

BENEDITO: Como não? Você está com os olhos inchados, visivelmente você chorou. Estou velho, mas não caduco. Anda, conta o que aconteceu...

CLARISSA: Eu não consigo te enganar, não é mesmo?

BENEDITO: Não, eu crio você desde pequena. Te conheço como a palma da minha mãe e posso apostar que a razão da sua tristeza tem nome e sobrenome: Tobias Barreto!

CLARISSA: Sim, exatamente. Eu não sei o que faço para ele me notar, parece que não existo para ele. Meu coração acelera cada vez que o vejo, queria ficar perto dele todo o tempo, mas ele só me afasta, parece que me despreza.

BENEDITO: Ele não é mal, já sofreu uma desilusão e fechou seu coração para isso, mas isso irá mudar um dia. Pouco a pouco vai mudar, você vai ver...

Cena 03 – Cabaré de Dona Cissa [Interna/Noite]
(Dona Cissa observa o movimento da casa encostada no bar do estabelecimento).

SERENA: (Se aproxima) Está com o olhar tão distante, pensativa?

DONA CISSA: Estou só observando o movimento, tudo parece tão parado aqui hoje. O movimento está fraco!

SERENA: Eu acho que você está se preocupando a toa, ainda está cedo. Logo, logo isso aqui estará cheio, você vai ver.

DONA CISSA: Esse lugar é a minha vida. Estou aqui desde muito nova, fui julgada, humilhada, praticamente apedrejada por ser quenga. Tive meus momentos de vazio e solidão. Aqui é o que me levanta, que distrai a minha mente.

SERENA: Eu posso imaginar, mas saiba que você não está sozinha. Eu e todo mundo aqui gostamos muito de você e somos gratos por você ter nos acolhido. Estamos aqui por você.

DONA CISSA: Sei... Tem alguém que também está aqui por você.

SERENA: Tem? Quem?

DONA CISSA: Bem ali, olha! (Aponta para a porta).

SERENA: (Olha na direção que Dona Cissa apontou e percebe que Israel chegou).

DONA CISSA: Sei não, mas acho que esse rapaz gostou de você.

SERENA: Não diga bobagem... Vou receber o cliente, como qualquer outro! (Serena caminha em direção a porta).

DONA CISSA: Me engana que eu gosto! (Fala sozinha consigo mesma).

(Serena chega até onde Israel está).

SERENA: Boa noite!

ISRAEL: Acabou de ficar boa.

Cena 04 – Casa de Luiza [Interna/Noite]
(Luiza, Beatriz e e Beto conversavam durante o jantar).

BETO: A comida está deliciosa, Dona Luiza!

LUIZA: Sem o “dona”, por favor. Pode me chamar de Luiza.

BEATRIZ: Eu disse que a minha tia cozinhava muito bem, não disse? Uma das partes boas de se viver nessa cidade, parece que estamos no fim do mundo, nem a internet funciona direito.

LUIZA: Sempre reclamando, você não muda Bia.

BEATRIZ: Vocês não estão sentindo um aroma de flores pela casa? Eu tô sentindo há algum tempo, só não consigo decifrar o tipo de flor, parecem várias.

LUIZA: De flores? Não, eu não estou sentindo. Estranho, eu nunca mais trouxe flores aqui pra casa. Você também está sentindo Beto?

BETO: Não senhora, eu também não estou sentindo cheiro nenhum.

BEATRIZ: Deve ser bobagem da minha cabeça, esqueçam, vamos mudar de assunto... E o que temos de interessante para fazer nessa cidade?

LUIZA: O de sempre... A única novidade é a festa da padroeira que acontece no próximo fim de semana.

BEATRIZ: Festa da padroeira?

LUIZA: Sim, Nossa Senhora da Conceição, esqueceu?

BEATRIZ: Não, não esqueci não.

LUIZA: E pretende ir?

BEATRIZ: Não temos escolha, iremos sim. Eu e o Beto! (Conclui).

(Sem perceberem que estão sendo observados, Luiza, Beatriz e Beto continuam jantando enquanto Orlando está ali, bem diante deles sem ser notado).

ORLANDO: Era para eu estar ali, no lugar dele, vivendo essa alegria. Eu perdi tudo, mas eu não vou sair do seu lado meu amor, não vou.



Cena 05 – Delegacia [Interna/Manhã]
(O Delegado Almeida entra na sala e se depara com Carolina acompanhada de Alberto).

DELEGADO ALMEIDA: Senhores, bom dia. Desculpem a demora, em que posso ajudar?

CAROLINA: Nós viemos comunicar um desaparecimento.

DELEGADO ALMEIDA: Desaparecimento? Quem desapareceu?

CAROLINA: O meu marido, Carlos Eduardo Montenegro.

Cena 06 – Escola Municipal de Correntes [Interna/Manhã]
(Clarissa está sentada em seu birô completamente distraída em seus pensamentos).

CLARISSA: Porque você não se interessa por mim? Eu gosto tanto de você. Se não é para ficarmos juntos, eu tenho que te esquecer Tobias, eu preciso te esquecer. (Pensa).

ALUNA: Professora, professora!

CLARISSA: (Depois de algum tempo distraída, volta a si e percebe que uma das alunas estava lhe chamando) Oi meu amor, o que houve?

ALUNA: Não estou conseguindo resolver essa questão.

CLARISSA: Vai conseguir agora, traz aqui e vamos dar uma olhada juntas.


Cena 07 – Rede Montenegro [Interna/Tarde]
(As portas do elevador se abrem e Carolina surge acompanhada de Alberto nas empresas do marido).

ZORAIDE: Boa tarde, senhores. A sala do seu marido já está pronta, senhora. (Disse a secretária).

CAROLINA: Não, a minha sala. Enquanto o meu adorado marido estiver desaparecido, serei eu que irei ficar a frente dos negócios da minha família.

ALBERTO: Sim, com a minha colaboração é claro. Não pode se esquecer desse detalhe, continuo sendo o diretor da rede de shoppings.

CAROLINA: E como eu poderia esquecer disso? Você nunca nos deixou esquecer. Bom, agora você já pode se retirar Zoraide, irei checar alguns documentos com o meu cunhado.

ZORAIDE: Está bem, com licença.

(Zoraide sai da sala).

CAROLINA: Não posso acreditar, finalmente vou me apoderar dessa sala, dessa cadeira. Deixo de ser a simples esposa e passo a ser a dona de tudo. Precisamos esperar só mais algum tempo para que o meu marido seja dado como morto perante a lei e eu serei sua herdeira universal.

ALBERTO: Eu não estou gostando de uma coisa para lhe ser bem sincero... Toda hora tenho que te lembrar que você não é dona de tudo, metade é meu. Não se atreva a me passar a perna nem em pensamentos, Carolina. Sou capaz de me livrar de você também!

CAROLINA: E você acha que eu tenho medo? Não me ameace, Alberto. Não me ameace!

Cena 08 – Correntes [Externa/Tarde]
Música da cena: A Gente Samba – Gabriel Nandes
(Imagens da cidade são apresentadas enquanto as pessoas transitam em seu cotidiano enquanto o dia anoitece e amanhece).

DIAS DEPOIS...


LAURINHA: Filha, já fechei a mercearia. Que horas você pretende ir para a igreja?

EULÁLIA: Já, já mamãe. Quero chegar cedo para ajudar o Padre Fernando nos últimos detalhes da festa da padroeira que começa essa noite.

LAURINHA: E por causa de que você está tão arrumada assim?

EULÁLIA: Arrumada? Eu? Ora mamãe, eu estou completamente normal e igual como todos os dias.

LAURINHA: Não é verdade, até soltou o cabelo e desmanchou a trança. Essa arrumação tem algum outro motivo, Eulália?

EULÁLIA: Pare de falar tanta bobagem mamãe e vá se apressar, precisamos sair de casa logo.

LAURINHA: Está bem, fingirei que acredito. Vou terminar de organizar umas coisas e já saio. (Sai do quarto).

Música da cena: Quem Me Dera – Márcia Fellipe e Jerry Smith

EULÁLIA: (Pensa em Severino) Santo Deus, tira esse homem pecador dos meus pensamentos, tira esse fogo de mim.

Cena 09 – Cobertura Montenegro [Interna/Noite]
Música da cena: Garganta – Villeroy

CAROLINA: (Faz vídeos em frente ao espelho) Oi Carolfans, como sabem eu fiquei viúva, meu adorado marido desapareceu. Por esse motivo os meus looks ultimamente tem sido em tons mais escuros, muito obrigada pelas mensagens de apoio, vocês são lindos. Continuem curtindo e comentando com a hashtag #carolviuva. Beijo meus amados seguidores, até logo! (Desliga a câmera sem perceber que está sendo observada pela brecha da porta).

RANGEL: Essa daí não me engana, pode estar banhada de ouro, não vale nada. (Conclui).

Cena 10 – Praça Do Coreto [Externa/Noite]
(Luiza, Beatriz e Beto chegam a praça onde está acontecendo a festa da padroeira. O local está bem iluminado, possui barracas de comidas tipicas e bastante gente circulando).

LUIZA: Bia, minha sobrinha. Eu vou entrar e cumprimentar o Padre Fernando e já volto.

BEATRIZ: Tudo bem tia. Eu e Beto daremos uma volta, nos encontramos depois.

(Luiza entra na igreja enquanto Beatriz e Beto caminham pela lugar).

BETO: Eu posso parecer estranho, mas esse lugar me diz algo, parece mesmo que já estive aqui.

BEATRIZ: E será que realmente não esteve? Tudo é possível nessa vida, você pode ter estado mesmo aqui, quando a sua memória voltar, você irá se lembrar.

CLARISSA: Bia! (Grita ao avistar a amiga de longe entre a multidão).

BEATRIZ: (Acena para Clarissa).

CLARISSA: Vamos falar com ela, vovô! (Responde para logo em seguida ir ao encontro da amiga, junto do avô).

BEATRIZ: Clarissa, que bom te ver! (Abraça a amiga que não via há alguns anos).

CLARISSA: É verdade, quanto tempo e você está grávida...

BEATRIZ: Estou sim, quatro meses já. (Beatriz percebe que não apresentou Beto aos seus velhos conhecidos). Gente, que indelicadeza de minha parte... Esse daqui é o Beto, um amigo. Beto, essa é a Clarissa, uma grande amiga e o seu avô, Benedito.

CLARISSA: Como vai Beto? (Estende a mão).

BETO: Bem, obrigado. E você? (Responde ao apertar a mão de Clarissa).

BENEDITO: (Olha fixamente para Beto e logo constata que ele não está sozinho. Benedito vê o espírito de Orlando ao seu lado).

ORLANDO: (Ao perceber que Benedito está olhando diretamente para ele e não Beto, questiona-o) Você está me vendo? Pode me ver?

A câmera foca no rosto de Beatriz, a cena congela e o capítulo encerra com o a tela azul da cor do céu.




Trilha Sonora Oficial, clique aqui.




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