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Amor Astral - Capítulo 07



Capítulo 07

    - No capítulo anterior:

ADELAIDE: Eu sei o quanto isso é difícil para você, mas eu vou te ajudar a superar essa fase, sou sua mentora espiritual. Vou te ajudar a compreender qual foi a sua missão e te direcionar para o descanso eterno!

ORLANDO: Eu não preciso de ajudar para aceitar algo que não concordo e não precisa vir atrás de mim, não quero continuar com essa conversa fiada. (Orlando sai apressado e deixa Adelaide sozinha).

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BETO: Quer sentar um pouco?

BEATRIZ: Quero sim, mas será que antes você poderia pegar um algodão doce pra mim? Sabe como é gravidez, né? Dá um desejo...
BETO: (Sorri) Sei sim, senta lá e me espera, daqui a pouco eu levo seu algodão doce.

(Beatriz caminha até se aproximar de um banco, onde se senta logo em seguida)

BEATRIZ: Meu bebê... Será que você é menino ou menina? Continua crescendo aí, forte e me perdoe por qualquer coisa, eu era uma pessoa vazia, mas eu estou mudando, prometo tentar ser uma pessoa melhor, uma boa mãe pra você. Seu pai estaria tão feliz se ele estivesse aqui agora. (Fala sozinha enquanto acaricia a barriga).

Música da cena: Abrázame – Camila

ORLANDO: Mas eu estou... Bem aqui! (Responde pousando a mão sobre a barriga de Beatriz).

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Cena 01 – Praça Do Coreto [Externa/Noite]

BEATRIZ: (Respira fundo) Esse perfume de flores agora está diferente, parece está misturado com um cheiro familiar, um perfume...

ORLANDO: Sou eu meu amor, é o meu cheiro. Eu estou aqui para te proteger, para proteger vocês. Vocês não estarão sozinhos, eu cuidarei de vocês! (Responde, porém Beatriz não o vê, tampouco escuta).

BETO: Falando sozinha? (Questiona segurando o algodão doce em uma das mãos para em seguida entregá-lo a Beatriz).

BEATRIZ: Eu estava conversando com o bebê...

ORLANDO: Esse cara de novo? Porque ele não some de uma vez...

ADELAIDE: Você sabe muito bem que ele não irá desaparecer e qual ligação ele tem com a Beatriz, não adianta fingir. (Responde ao reaparecer).

ORLANDO: E você, não vai parar de me perseguir?

ADELAIDE: Eu sou sua mentora, sua guia... Não irei te deixar tão cedo. Você sabe bem que o Beto e Beatriz estão interligados e que parte de você vive nele.

ORLANDO: Não, eu não quero e não aceito.

ADELAIDE: Você não pode mudar o destino, agora o seu coração bate dentro do peito dele. É preciso deixar o percurso da vida seguir, ele irá ajudar muito a Beatriz nesse momento.

ORLANDO: Esse momento era para eu estar vivendo e não ele. Eu não aceito que ele viva o meu sonho, era para eu estar curtindo a vinda do meu filho e não um desconhecido.

Cena 02 – Cobertura Montenegro [Interna/Noite]
(Carolina está deitada em sua cama com um olhar distante. Com uma das mãos tateia a renda da camisola vermelha que está trajando, perdendo-se em seus pensamentos).

CAROLINA: (Relembra o passado).

Flashback:

(Carolina aguarda na recepção do hospital por notícias de seu marido Cadu na companhia de Alberto).

ALBERTO: Eu vou buscar um café, você quer um?

CAROLINA: Eu quero que isso acabe logo de uma vez, não aguento mais fingir ser uma boa esposa e estar confinada nesse hospital deprimente.

ALBERTO: O estado de saúde do meu irmão é grave, não acho que irá durar muito.

CAROLINA: Pois que não dure nada, que morra durante esse maldito procedimento, que morra de uma vez.

(O cardiologista de Cadu se aproxima com uma expressão de felicidade).

CARDIOLOGISTA: Boas notícias Senhora Montenegro, encontramos um doador perfeito para o seu marido. Soube que faleceu agora pouco, vítima de violência no trânsito, a família dele autorizou a doação e nesse momento estão fazendo a retirada do coração.

CAROLINA: Doador? Mas como assim? Não existe uma fila para transplantes?

ALBERTO: É verdade doutor, achei que meu irmão ainda estivesse bem distante para na fila de transplante...

CARDIOLOGISTA: Sim, essa fila existe. Só que diante a gravidade do caso clínico apresentado pelo paciente, ele acabara ficando no topo da fila. Bom, agora vamos prepara-lo para a cirurgia, espero em breve trazer boas notícias.

CAROLINA: Eu também espero, doutor.

CARDIOLOGISTA: Com sua licença! (Diz e se retira em seguida).

CAROLINA: (Fala em pensamento consigo mesma) Não vai sobreviver, tomara que morra de uma vez. Tem que morrer, tem que morrer!

Fim do Flashback.

CAROLINA: (Fala sozinha) Tudo teria sido tão fácil se você tivesse morrido nessa cirurgia por alguma complicação, mas você teve que sobreviver... Então tive que tomar medidas extremas, te matar era o caminho e eu não me arrependo.

Cena 03 – Praça Do Coreto [Externa/Noite]
Música da cena: Quem Me Dera – Márcia Fellipe e Jerry Smith

EULÁLIA: Me solte, seu grosseirão! O que pensa que está fazendo? Que está domando mais um de seus cavalos? Eu não sou uma égua, me solte.

SEVERINO: Eu já domei bicho mais turrão que você, posso te domar quando quiser! (Solta Eulália).

EULÁLIA: Me domar? Eu não sou bicho pra ser domada. Nunca mais ponha essas mãos... Grandes e fortes em cima de mim, seu pecador. Aposto que estava mostrando suas partes por aí como fez naquele dia...

SEVERINO: Naquele dia eu estava apertado, precisava tirar água do joelho e não iria dar tempo de chegar em casa, você apareceu de intrometida e bem que ficou olhando.

EULÁLIA: Mas você é um abusado! (Ergue a mão para esbofeteá-lo, mas é contida por ele).

SEVERINO: Vamos combinar uma coisa? Você só me bate quando eu pedir, ok?

EULÁLIA: (Se desvencilha de Severino) Espero nunca mais ter o desprazer de te ver, grosseirão! (Vai embora).

SEVERINO: Algo me diz que será justamente ao contrário, que vamos nos ver cada vez mais.

Cena 04 – Delegacia [Interna/Noite]
(O Delegado Almeida lê o depoimento de Carolina mais uma vez, mas desconfia de que ela não esteja dizendo a verdade)

INSPETORA CARINA: Trabalhando até tarde Almeida?

DELEGADO ALMEIDA: Sim, estou lendo mais uma vez o depoimento da Carolina Montenegro sobre o desaparecimento do marido no Tibete, mas algo não se encaixa...

INSPETORA CARINA: Carolina Montenegro, a influencer? Eu a sigo nas redes sociais, ela vive mostrando a vida dela, viagens, roupas caras, restaurantes... Coisas desse tipo.

DELEGADO ALMEIDA: A própria! Segundo ela, o marido viajou com uma dessas manias de gente rica de fazer um retiro, depois disso não manteve mais contato e desapareceu.

INSPETORA CARINA: E o que você acha?

DELEGADO ALMEIDA: Eu já entrei em contato com a polícia internacional, mas para mim tem caroço nesse angu, ah se tem!



Cena 05 – Casa de Luiza [Interna/Noite]
(Luiza, Beatriz e Beto chegam em casa após a festa)

LUIZA: Eu estou exausta, a festa estava linda não era? Só quero tirar esses sapatos, tomar um bom banho e dormir a noite toda.

BEATRIZ: Vai sim, tia. Eu vou indo também, a gravidez tem me dado tanto sono, quase não tenho produzido para o livro que a Vera me pediu, espero ter um dia produtivo amanhã.

LUIZA: E terá meu amor, tenho certeza. Boa noite!

(Beto e Beatriz cumprimentam Luiza e lhe desejam boa noite)

BEATRIZ: Bom, eu também vou me recolher... Boa noite! (Beatriz dá as costas a Beto).

Música da cena: Pecado É Lhe Deixar de Molho – Silva

BETO: Espera!

BEATRIZ: (Vira-se para Beto) O que foi?

BETO: Eu só queria te agradecer mais uma vez, não só pela saída de hoje, mas por tudo que tens feito por mim, um mero desconhecido.

BEATRIZ: Não precisa se agradecer por isso, faço porque o meu coração quis que eu fizesse. Eu disse que vou te ajudar a se reerguer, não disse? Eu vou... Agora estou indo descansar... Até amanhã!

BETO: (Sorri) Até amanhã, boa noite!

Cena 06 – Cobertura Montenegro [Interna/Manhã]
(Carolina está sentada a mesa da sala de jantar, ela grava vídeos enquanto toma café da manhã)

CAROLINA: Oi meus amores! Carol Montenegro aqui, olha só esse café da manhã que incrível, de rainha né? Tem alguém com fome aí? Queria muito que vocês estivessem aqui comigo, degustando todo esse sabor, quem sabe um dia? Bem, agora eu vou comer, até já... (Desliga a câmera).

RANGEL: (Observa de longe sem ser notado).

CAROLINA: Tomar café comigo? Até parece, aquele monte de gente feia, pobre... Com certeza não sabe o que é a diferença entre um pão de qualidade e o pão gorduroso de padaria que eles comem chamando de “pão na chapa”... Chapa de gordura, só se for... Pobres! (Cai na gargalhada).

(Rangel vai até a copa completamente enojado com a cena e encontra com a cozinheira).

DORALICE: A bruaca acordou feliz, não foi? Dá pra ouvir a risada dela daqui, nem parece que o marido está desaparecido lá no estrangeiro.

RANGEL: Essa mulher é a pior espécie, Doralice. Gananciosa, mau caráter... Está lá, gravando vídeo para internet, fingindo que gosta dos milhares de fãs dela, mas quando desliga a câmera, ela debocha de todos eles... É uma fingida!

DORALICE: Não gosto dela.

RANGEL: Nem eu Dora, nem eu.

Cena 07 – Divina (Recepção) [Interna/Manhã]
(Imagens da cidade são apresentadas enquanto o dia amanhece. Pessoas transitam pelas ruas, carros seguem apressados ao seu destino e a fachada da Revista Divina é mostrada).
Música da Cena: A Gente Samba – Gabriel Nandes

RECEPCIONISTA: Guilherme, bom dia. Tenho um recado para você!

GUILHERME: Bom dia! Recado? Aposto que a Vera que insistir naquela matéria maluca, a gente já conversou...

RECEPCIONISTA: Não, não, não... O recado é da Beatriz! Ela ligou e como você não estava, ela deixou o telefone e pediu para que você entrasse em contato com ela assim que desse. (Entrega um papel com o telefone de Beatriz anotado).

GUILHERME: (Sorri ao pegar o papel) Obrigado...

(Na sala de Guilherme, ainda na revista)

GUILHERME: (Fala ao telefone) Eu aposto que você está morrendo de saudades!

BEATRIZ: Mas é claro que estou, você sabe que é um amigo muito querido e que eu te quero muito bem.

GUILHERME: Sei sim, mas a que devo a honra da sua ligação?

BEATRIZ: Eu tenho uma oportunidade perfeita para você realizar o seu grande sonho.

GUILHERME: Não estou entendendo...

BEATRIZ: Você sempre quis ser um jornalista investigativo, não? Tenho uma oportunidade perfeita para você colocar em prática, preciso que investigue a vida de uma pessoa. (Conclui).

Cena 08 – Ruas de Recife [Externa/Manhã]
(Carolina dirige seu carro a caminho do escritório do marido sem perceber estar acompanhada)

CAROLINA: (Aproveita que o sinal fechou para retocar sua maquiagem).

(Uma criança se aproxima para limpar o para-brisa de seu carro)


CAROLINA: (Carolina encara a criança e começa a ouvir vozes).

MULHER: Você tem certeza de que é isso mesmo que você quer?

CAROLINA: Sim, eu não quero esse menino... Eu não posso estragar a minha vida por conta desse pirralho, eu não quero esse filho... não quero, não quero!

(Enquanto lava o para-brisa do carro de Carolina, o menino olha para ela e ela volta a si de seus pensamentos).

CAROLINA: (Grita) Sai, vai embora... Sai!

MENINO: (Estende a mão em sinal de que pede dinheiro pelo trabalho).

CAROLINA: Eu não vou te dar nada, vai para os seus rolezinhos, moleque morto de fome. Sai, sai! (Continua gritando).

MENINO: (Corre assustado e deixa Carolina em seu carro).

(O sinal abre e os motoristas que estão atrás de Carolina logo começam a buzinar).

CAROLINA: (Atordoada, acelera e dá partida, saindo em disparada).

Cena 09 – Praça do Derby [Externa/Manhã]
(Um grupo de crianças corre pela praça enquanto pessoas embarcam e desembarcam de diversas cidades vizinhas)
Música da cena: Encantada – João Cortez e Sabrina Parlatore

CORUJA: (Corre até um poste) Cheguei primeiro!

PEDRITO: Não vale, você trapaceou...

CORUJA: Não trapaceei não... Conseguiu uma boa grana hoje?

PEDRITO: Consegui 15 reais lá no centro pedindo na porta de uma loja e você?

CORUJA: Não consegui nada, parece que ninguém quer limpar para-brisa hoje...

PEDRITO: Não diz isso, a Candi disse que se a gente voltasse sem dinheiro hoje, a gente ia dormir sem comer.

(Candi se aproxima dos dois meninos na praça)

CANDI: Mas o que vocês pensam que estão fazendo aí conversando? Eu já disse que não quero moleque vagabundo aqui, ou vocês conseguem dinheiro ou eu jogo vocês no olho da rua, entendeu? (Candi dá um tapa na cabeça de Coruja e vai embora).

PEDRITO: Não liga pra ela, eu vou dividir o meu dinheiro com você.

CORUJA: Valeu! Eu só queria ser uma criança normal e poder brincar como as outras, ir a escola e aprender coisas... Não depender dessa velha exploradora e apanhar.

(Pedrito consola o amigo).

Cena 10 – Casa de Luiza [Interna/Tarde]
(Beatriz entra no quarto de Beto após bater na porta para lhe dar uma notícia)

BETO: O que houve? Está tudo bem? Você parece que quer me contar alguma coisa.

BEATRIZ: E eu quero... Amanhã vamos dar o primeiro passo para começar a descobrir quem você é!

BETO: O que?

BEATRIZ: Vamos descobrir quem você é, confie em mim!

A câmera foca no rosto de Beto, a cena congela e o capítulo encerra com o a tela azul da cor do céu.

Trilha Sonora Oficial, clique  aqui.



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