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Júlia - Capítulo 01 (Estreia)

Júlia
Capítulo 01
Novela criada e escrita por Ramon Fernandes























CENA 01. PISTA DE DECOLAGEM. EXTERIOR. DIA
MÚSICA: “Here Without You” – Boyce Avenue
DO CÉU AZUL, A CÂM VAI DESCENDO ATÉ FOCAR A EXPANSÃO DE UMA PISTA DE DECOLAGEM NO AEROPORTO. UM AVIÃO JÁ TATEANDO O SOLO, ATÉ ALCANÇAR OS CÉUS.
CORTA PARA

CENA 02. AVIÃO. INTERIOR. DIA
A CÂM VAI PASSANDO ENTRE OS PASSAGEIROS, ATÉ SE APROXIMAR DE UMA POLTRONA ESPECÍFICA. NELA, ESTÁ JÚLIA. ELA SEGURA O CELULAR, ENQUANTO VÊ ALGUMAS FOTOS EM UMA REDE SOCIAL.
APARÊNCIA CANSADA, OLHOS VERMELHOS E INCHADOS. ELA DEIXA UMA LÁGRIMA CAIR SOBRE A TELA DO APARELHO.
JÚLIA     — (OFF) Eu nunca pensei que seria tão difícil deixar tudo pra trás. Na verdade, eu sempre soube que aquele não era o meu mundo. Ver o mundo pela fresta da porta da cozinha não é ver o mundo inteiro.
JÚLIA PASSA AS TELAS ATÉ FOCAR EM UMA FOTO DELA COM DAVI, ABRAÇADOS, FELIZES.
JÚLIA    — (OFF) Eu me chamo Júlia, e esse aqui... Esse aqui é o sapo que eu pensei ser o meu príncipe encantado. Que bobagem, vocês devem estar pensando. Alguém com a minha idade pensando em príncipes. Mas foi isso mesmo. A minha vida sempre foi uma grande bobagem. Uma mentira... Que eu inventei!
JÚLIA OLHA PARA O HORIZONTE, VÊ AS NUVENS LOGO ABAIXO DE ONDE O AVIÃO SOBREVOA. ELA FECHA OS OLHOS E DEIXA GROSSAS LÁGRIMAS ESCORREREM PELO ROSTO.
FADE OUT/

FADE IN/
CENA 03. MANSÃO ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. DIA
LEGENDA: RIO DE JANEIRO — 2004
PLANO ABERTO APRESENTA O JARDIM DA MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO.
PISCINA OLÍMPICA NO JARDIM, QUADRA DE TÊNIS, E AO FUNDO A MANSÃO EM CORES CREME. DUAS CRIANÇAS CORREM POR ALI, BRINCAM ALEGRES: JÚLIA E DAVI (com seus respectivos oito anos de idade). AS CRIANÇAS EM PERFEITA HARMONIA, CORREM UM ATRÁS DO OUTRO.
CORTES DESCONTÍNUOS DA BRINCADEIRA INOCENTE ENTRE OS DOIS MENINOS. CORTA PARA JÚLIA E DAVI PRÓXIMOS A UMA ÁRVORE.
DAVI     — Você corre muito devagar. Parece uma menina!
JÚLIA     — Talvez porque eu seja uma!
OS DOIS RIEM. ELA OLHA NO FUNDO DOS OLHOS DE DAVI.
DAVI     — Sabe, Júlia, eu acho que quando eu virar adulto, eu vou casar com você.
JÚLIA     — Casar? Como assim, Davi?
DAVI     — Você é a minha melhor amiga. Eu gosto de você, você gosta de mim, a gente casa. O que você acha?
ELA RI TÍMIDA. DAVI PEGA UM PREGO VELHO POR ALI E COMEÇA A RISCAR O CASCO DA ÁRVORE PRÓXIMA DE ONDE ESTÃO.
JÚLIA     — Tá fazendo o que?
DAVI     — Eu vou escrever aqui pra você nunca esquecer que nós vamos casar. É um compromisso!
MÚSICA: “Velha Infância” – Melim
DAVI TALHA NA ÁRVORE AS LETRAS D e J. OS DOIS SORRIEM. DAVI OFERECE A MÃO PARA JÚLIA, E QUANDO ELA VAI PEGAR A MÃO DO MENINO, ELE CORRE RAPIDAMENTE. ELA RI E SAI ATRÁS DELE.
DAVI SE JOGA NA PISCINA. JÚLIA SE JOGA ATRÁS. OS DOIS BRINCAM, JOGAM ÁGUA UM NO OUTRO. ESTÃO PRÓXIMOS. ATÉ QUE UM PAR DE PERNAS FEMININAS SE APROXIMA DA BORDA DA PISCINA.
CÂM REVELA PAULINA, COM CARA DE POUCOS AMIGOS.
MÚSICA OFF.
PAULINA     — O que significa isso?
OS DOIS OLHAM ASSUSTADOS PARA PAULINA, QUE ESTÁ COM UMA EXPRESSÃO CONTRARIADA.
CORTA PARA

CENA 04. MANSÃO ASSUNÇÃO. COZINHA. INTERIOR. DIA
PAULINA DE FRENTE PARA JÚLIA.
PAULINA     — Será que você não pensa no emprego do seu pai, garota? Se jogando com o filho dos patrões na piscina?!
JÚLIA     — Mas o Davi é meu amigo!
PAULINA     — (Rindo) Amigo? Deixa de ser tonta! Júlia, aprende uma coisa enquanto você ainda é criança: Rico não é amigo de pobre. E aqui dentro dessa casa, você é só a filha do motorista. Você não é nada!
JÚLIA ABAIXA A CABEÇA. MUITO TRISTE.
PAULINA     — O Davi te usa pra brincar quando não tem nenhum amiguinho da escola dele, do clube, da sociedade, do círculo social da família dele.
PAULINA LEVANTA A CABEÇA DE JÚLIA, QUE A ENCARA COM OS OLHOS MAREJADOS.
PAULINA    — Deixa de ser iludida e descubra o seu lugar dentro dessa casa, Júlia!
SOLTA JÚLIA COM TRUCULÊNCIA E SAI DA COZINHA. A MENINA CORRE DALI, RUMO A ALA DE EMPREGADOS.
CORTA PARA

CENA 05. MANSÃO ASSUNÇÃO. ALA DE EMPREGADOS. QUARTO DE FELIPE. INTERIOR. DIA
QUARTO MUITO SIMPLES. JÚLIA ENTRA E SE JOGA NA CAMA, CHORA MUITO. INSTANTES E FELIPE ENTRA NO AMBIENTE.
FELIPE     — (Surpreso) Filha? O que aconteceu?
JÚLIA    — (Tentando disfarçar) Nada, pai. Eu só... Eu só me machuquei.
FELIPE     — Eu já disse pra você não ficar correndo por aí. Nunca vi garota pra gostar tanto de correr. Vai ser maratonista quando crescer.
FELIPE RI E SENTA AO LADO DA FILHA NA CAMA. JÚLIA SENTA E ENCARA O PAI.
JÚLIA    — Porque a mamãe teve que morrer, pai?
FELIPE     — (Suspira) Júlia, morrer faz parte do processo natural da vida, filha. Todo mundo morre um dia. Alguns dizem que esse mundo é só uma passagem. Acontece com todo mundo!
JÚLIA    — Mas deveria ser proibido Deus tirar da gente algo que nós nunca tivemos direito.
FELIPE OLHA PENALIZADO PARA ELA E A ABRAÇA.
FELIPE     — Você sempre vai poder contar comigo, minha princesa. Seu pai vai estar aqui pra tudo. Eu nunca vou te abandonar. Nunca!
JÚLIA    — Promete?
FELIPE     — (Sorri) Vou ficar com você pra sempre!
ELA SORRI E ABRAÇA O PAI. NO CARINHO E CUMPLICIDADE ENTRE ELES.
FADE OUT.
FADE IN.
CENA 06. MANSÃO ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. DIA
LEGENDA: RIO DE JANEIRO — 2014 
PLANO GERAL MOSTRA O MESMO JARDIM DAS SEQUÊNCIAS ANTERIORES.
O JARDIM AGORA ESTÁ SENDO ORNAMENTADO COM MESAS E CADEIRAS PELA EXTENSÃO EM TORNO DA PISCINA. UM PEQUENO PÚLPITO SENDO MONTADO ALI. ÁREA DE BAR E REFEIÇÕES TAMBÉM SENDO PREPARADO.
PAULINA, MAIS VELHA, VAI COORDENANDO OS FUNCIONÁRIOS PELO LOCAL. EM SEGUNDO PLANO, FELIPE LAVA O AUTOMÓVEL, PRÓXIMO DA ÁREA DE GARAGEM.
CORTA PARA JÚLIA, UMA ADOLESCENTE AGORA (mesmo visual da cena 02), PASSA POR ALI. SE DISTRAI POR INSTANTES VENDO A ORGANIZAÇÃO DA FESTA. UM PAR DE MÃOS MASCULINAS LHE COBREM OS OLHOS. ELA SORRI.
DAVI     — (OFF/ Engrossando a voz) Adivinha quem é?
JÚLIA    — (Ri) Com essa voz grossa? Deixa-me pensar... O Darth Vader?
DAVI DESTAMPA OS OLHOS DE JÚLIA. OS DOIS SE OLHAM E RIEM.
DAVI     — Me deixa parabenizar a aniversariante de hoje.
JÚLIA    — Pensei que não ia lembrar.
DAVI A ABRAÇA, QUE VISIVELMENTE ESTÁ ENCANTADA POR ELE.
DAVI     — Como eu ia esquecer? Fazer aniversário bem no dia de jogaço do Brasil na Copa, não é pra qualquer um!
JÚLIA    — (Batendo nele) Idiota! Só por isso lembrou do meu aniversário!
DAVI     — (Rindo) Jogão hoje. Brasil e Alemanha, tomara que seu aniversário dê sorte pra seleção!
JÚLIA    — Ah tá! O Brasil não tá jogando nada nessa Copa. Duvido ganhar!
DAVI     — Mau agouro não! Mas e aí, de presente, que tal sair mais tarde?
JÚLIA    — (Sorri) Sair?
DAVI     — É. Sei lá, um barzinho, beber alguma coisa. Agora pode, já fez 18!
JÚLIA    — Eu não sei.
JÚLIA OLHA O PAI AO FUNDO. INDECISA POR INSTANTES.
JÚLIA    — Eu tenho que ajudar meu pai. Ele não tá muito bem de saúde.
DAVI     — Ah, uma saída só! Nem vai demorar muito!
QUANDO VAI RESPONDER, O CELULAR DE DAVI TOCA. ELE OLHA NO VISOR DO APARELHO E VIRA-SE DE COSTAS PARA JÚLIA. SORRI E ATENDE.
DAVI     — (Cel.) Fala, princesa! Claro que pensei em você. O dia todo! (Pausa) Sair hoje?
DAVI OLHA JÚLIA, QUE SORRI AMARELO.
DAVI     — (Cel.) Tá, pode ser. No mesmo barzinho de sempre, com a galera. Ok. Às oito então! Beijo!
ELE DESLIGA, ENCARA JÚLIA.
DAVI     — Eu acho que não vai rolar a nossa saída.
JÚLIA     — (Sorri entristecida) Tudo bem. Eu não poderia hoje, de qualquer forma. Mas obrigada pelo convite, Davi.
DAVI     — A gente pode, sei lá, marcar amanhã. O que cê acha?
JÚLIA     — Vamos ver. Bom jogo pra você.
E SAI DALI, VISIVELMENTE ABALADA. DAVI PENSATIVO.
CORTA PARA

CENA 07. MANSÃO ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. DIA
JÚLIA PRÓXIMA DA ÁRVORE DA cena 03. ELA PASSA A MÃO PELO CASCO DA ÁRVORE, ONDE DAVI MARCOU AS INICIAIS DOS SEUS NOMES. ELAS AINDA ESTÃO LÁ, MAS MAIS FRACAS. DEIXA ALGUMAS LÁGRIMAS ESCORREREM PELA FACE.
JÚLIA    — Você é uma boba, Júlia. Uma besta!
CORTA PARA

CENA 08. MANSÃO ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. NOITE
MÚSICA: “Não Me Deixe Só” – Vanessa da Mata (música ambiente)
CONVIDADOS CIRCULANDO PELA FESTA NO JARDIM. MÚSICA AMBIENTE VINDO DE UMA CABINE COM DJ. GARÇONS SERVINDO COMIDAS E BEBIDAS EM BANDEJAS, TODOS UNIFORMIZADOS.
PELO JARDIM, ESTÃO EM UMA DAS MESAS: ROBERTO, MARIA EDUARDA, ARTHUR E INGRID.
ARTHUR     — De goleada! 7 a 1! Eu nunca pensei que a seleção fosse passar essa vergonha. É digno de enterrar a cabeça na terra, igual avestruz!
ROBERTO     — O fato é que esse bando de pernas de pau, só querem dinheiro. Dinheiro e fama! O futebol não é mais arte, é business!
INGRID     — Na verdade, hoje tudo é negócio, Roberto.
ROBERTO     — Claro. Dinheiro, a mola do mundo.
ROBERTO RI. EDUARDA PROCURANDO ALGUÉM PELA FESTA. OLHA DE UM LADO PARA O OUTRO.
INGRID     — Procurando alguém, Eduarda?
M. EDUARDA     — Meus filhos. Eu falei pro Davi e pro Leandro sobre esse jantar. É importante para a construtora.
ROBERTO     — O Davi num jantar de negócios? (Ri) Só a Eduarda mesmo pra pensar nisso.
ARTHUR     — Por falar nisso, eu nunca vi o Davi na construtora. Ele não se interessa pelos negócios, Roberto?
ROBERTO     — (Ri) O Davi?!
MARIA EDUARDA FUZILA ROBERTO COM O OLHAR. ELE SE TOCA, FICA MAIS SÉRIO.
ROBERTO     — O Davi é um menino, Arthur. Mas logo, ele vai estar lá dentro, já tô preparando tudo pra isso. (Sorri) E claro, com a filha de vocês ao lado do Davi, é tudo mais fácil.
INGRID     — Um homem só cria responsabilidade de verdade, quando tem uma mulher ao lado.
MARIA EDUARDA LEVANTA O BRAÇO, SORRI. CÂM FOCA EM LEANDRO, SE APROXIMANDO DA MESA.
ROBERTO     — Olha, quem apareceu! Pensei que não viesse mais, meu filho.
LEANDRO     — O trânsito dessa cidade é uma loucura, meu pai. Ainda peguei um engarrafamento por causa desse jogo maldito.
ARTHUR     — Que vergonha pro Brasil, hein, Leandro!
LEANDRO     — Nem me fale, Arthur. Mas amanhã é outro dia, e futebol deixa pro povão. O negócio aqui é outro!
INGRID     — Homem de negócios!
LEANDRO     — Muitos! Agora se me dão licença, eu vou tomar um banho e já desço. Pai, o senhor já conversou com aqueles investidores argentinos?
ROBERTO     — Não. Deixei pra você. Você que tava cuidando das licitações.
LEANDRO     — Claro. Eu já desço então. (Sorri) Com licença.
LEANDRO SAI. INGRID ACOMPANHA COM OS OLHOS.
INGRID     — O Leandro e o Davi são tão diferentes. Nem parecem irmãos.
M. EDUARDA     — Não entendi, Ingrid.
INGRID     — O Leandro é todo responsável. Um workaholic! E o Davi, bom, nós sabemos que o Davi é um menino lindo, charmoso, inteligente, mas, claramente, não é um sucessor para os negócios da família, vamos convir.
ROBERTO E MARIA EDUARDA CONSTRANGIDOS. INGRID BEBE CHAMPANHE, SEM CERIMÔNIA. ARTHUR A FUZILA COM OS OLHOS. EM INGRID.
CORTA PARA

CENA 09. MANSÃO ASSUNÇÃO. ESCRITÓRIO. INTERIOR. NOITE
A PORTA SE ABRE. ROBERTO E ARTHUR ENTRAM.
ARTHUR     — O que você precisava falar comigo de tão sigiloso assim, Roberto?
ROBERTO     — Eu não sei nem por onde começar.
ARTHUR     — Deixe disso, Roberto. Nós somos amigos a tanto tempo. Nossos filhos são namorados, quase noivos. Somos praticamente da mesma família.
ROBERTO TATEIA COM AS PALAVRAS, MAS FINALMENTE ENCARA ARTHUR.
ROBERTO     — Eu tô falindo, Arthur.
ARTHUR     — (Surpreso) O quê?! Eu não posso acreditar, Roberto. Falindo?
ROBERTO     — Eu não conheço ninguém que possa me ajudar, Arthur. Quer dizer, conheço... Você!
ARTHUR     — Bom, é claro. Eu ajudo. Agora que nós vamos ser da mesma família, eu nunca deixaria vocês passarem por essa dificuldade. Mas tem uma condição, Roberto.
ROBERTO     — Condição?!
ARTHUR     — O Davi. Você tem que dar a sua palavra que ele vai se emendar, virar um homem responsável.
ROBERTO     — É claro.
ARTHUR     — (Emenda) E casar com a Vitória!
ROBERTO O ENCARA E SORRI. ESTICA O BRAÇO.
ROBERTO     — Temos um acordo?
ARTHUR     — (Sorri) Pode contar comigo!
ELES SELAM O ACORDO COM UM APERTO DE MÃOS.
CORTA PARA

CENA 10. MANSÃO ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. NOITE
MÚSICA: “Stole The Show” – Kygo ft. Parson James (música ambiente)
FESTA ROLANDO NORMALMENTE. VITÓRIA VEM ANDANDO POR ENTRE OS CONVIDADOS. VISIVELMENTE IRRITADA E NERVOSA. DAVI LOGO ATRÁS DELA, APARENTEMENTE EMBRIAGADO.
DAVI     — (Chamando) Vitória! Amor, espera!
VITÓRIA     — (Se virando) Amor, Davi? Eu te pego no bar da faculdade com uma vagabunda, caindo de bêbado e eu sou seu amor? 
DAVI     — Quanto drama!
VITÓRIA     — Drama? Davi, nós namoramos a quase dois anos! Dois! E você me dá perdido toda semana pra sair com alguma dessas galinhas. Você acha que é fácil fechar os olhos, e fingir que não tá acontecendo nada?
DAVI     — Eu não saio com nenhuma galinha, meu amor.
VITÓRIA     — Olha, Davi... Quer saber? Pra mim, chega! Eu, definitivamente, cansei! Saturei!
DAVI     — Como assim?
VITÓRIA     — Se você não sabe honrar os seus compromissos, eu não quero mais brincar de casal feliz. Acabou!
ELA SAI BATENDO O PÉ, PELO JARDIM. DAVI ATÉ FAZ MENÇÃO EM IR ATRÁS, MAS FICA TONTO E CAMBALEIA. VÊ UM GARÇOM PASSANDO E PEGA UMA TAÇA DE BEBIDA. SORRI MEIO BOBO. LEVANTA A TAÇA EM CUMPRIMENTO E VAI CAMBALEANDO POR ALI.
CORTA PARA

CENA 11. MANSÃO ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. NOITE
DAVI CAMBALEANTE, PRÓXIMO DA PISCINA. ELE TONTEIA E ACABA CAINDO NA MESMA. COM DIFICULDADE, NÃO CONSEGUE CHEGAR ATÉ A SUPERFÍCIE. SUSPENSE. DAVI COMEÇA A SE AFOGAR. PRÓXIMA DALI, JÚLIA VAI PASSANDO E VÊ DAVI SE DEBATENDO, TENTANDO SAIR DA ÁGUA.
JÚLIA     — (Nervosa) Davi?!
ELA SE JOGA NA PISCINA. AGARRA DAVI E VAI LEVANDO-O À BORDA DA PISCINA. ELA O TIRA DA ÁGUA E O DEIXA DEITADO AO LADO. ELE TOSSE, COSPE ÁGUA E A ENCARA, AINDA MUITO TONTO.
MÚSICA: “Beautiful” Bazzi e Camila Cabello (até o final da cena)
DAVI     — (Enrolando a fala) Júlia... Eu/
JÚLIA     — Calma. Tá tudo bem agora!
DAVI SENTA NA BORDA DA PISCINA, AINDA MUITO VAGO. ELE TENTA OLHAR PARA JÚLIA, QUE ESTÁ NERVOSA, OLHANDO PARA ELE.
DAVI     — Eu te amo.
JÚLIA BAQUEADA. DAVI A PUXA PARA SI E A BEIJA COM VONTADE. ELA TENTA RESISTIR NUM PRIMENTO MOMENTO, MAS DEPOIS ACABA SE ENTREGANDO. CLOSE NO BEIJO DOS DOIS.
CORTA PARA

FIM DO CAPÍTULO 01
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