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Júlia - Capitulo 06

Júlia
Capítulo 06
Novela criada e escrita por Ramon Fernandes










CENA 01. SHOPPING. CORREDOR. INTERIOR. NOITE
Continuação imediata do capítulo anterior.
JÚLIA OLHA VINÍCIUS E ENCARA LEANDRO.
JÚLIA    — Esse aqui é/
VINÍCIUS    — (Por cima/ Estende a mão) Eu sou o Vinícius.
LEANDRO ACHA GRAÇA E CUMPRIMENTA O MENINO.
LEANDRO    — E eu me chamo Leandro. Prazer em conhecer você, Vinícius.
JÚLIA    — (Se apressa) Ele é filho de uma amiga que veio comigo para o Brasil.
LEANDRO    — (Estranha) E cadê ela?
JÚLIA    — Quem?!
LEANDRO    — Ué, sua amiga. Ela não tá aqui com você?
JÚLIA    — Não. Quer dizer, tá. (Nervosa) Ela, inclusive, está esperando a gente. Nós vamos ter que ir. Prazer em te rever, Leandro. Tchau.
LEANDRO    — Júlia, espera.
MAS JÚLIA JÁ FOI, QUASE ARRASTANDO VINÍCIUS PELA MÃO. LEANDRO FICA OLHANDO EM DIREÇÃO A SAÍDA DOS DOIS, INTRIGADO.  
LEANDRO    — Que estranho. Será que ela mentiu? Será que... Não, não pode ser.
LEANDRO FICA ALI, TENTANDO ENTENDER, AINDA MUITO INTRIGADO.
CORTA PARA

CENA 02. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. NOITE
MÚSICA: “Too Bad” – Giulia Be
TAKES DO RIO DE JANEIRO. BARES E RESTAURANTES COM PESSOAS CIRCULANDO, PESSOAS AINDA NA ORLA DAS PRAIAS MAIS CONHECIDAS, COMO COPACABANA. ÚLTIMO TAKE NA FRENTE DO GRAND BISTRÔ. MOVIMENTAÇÃO EM FRENTE.
CORTA PARA

CENA 03. GRAND BISTRÔ. SALÃO. INTERIOR. NOITE
MOVIMENTAÇÃO DENTRO DO BISTRÔ. GARÇONS CIRCULANDO, PESSOAL EM MESAS. E EM UMA ESTÁ UM GRUPO DE MAIS OU MENOS 15 PESSOAS. DENTRE ELAS ESTÁ HELENA. TODOS EM TORNO DA MESA, CLIMA DE ANIMAÇÃO E COMEMORAÇÃO ENTRE TODOS.
HELENA    — Galera, bora fazer um brinde pra nossa turma de formandos!
TODOS ERGUENDO AS TAÇAS, ANIMADOS.
COLEGA 01    — Aos formandos de Direito desse ano!
TODOS BRINDAM. COMEMORAM. GARÇOM VINDO SERVIR. UM DOS COLEGAS SE ADIANTA.
COLEGA 02    — (P/ o garçom) Amigo, essa comida tá deliciosa. Acho que a galera aqui tá afim de conhecer, parabenizar o chefe. Tem como?
HELENA    — Ah, verdade. Cadê o chefe?
TODOS COMEÇAM A PERGUNTAR PELO CHEFE DO BISTRÔ. O GARÇOM VAI LÁ DENTRO DA COZINHA. INSTANTES. JULIANO SAI DE LÁ COM O MESMO GARÇOM. A TURMA DE DIREITO APLAUDINDO. JULIANO RI, SE APROXIMA. HELENA NÃO TIRA OS OLHOS.
COLEGA 03    — Esse então é o famoso chefe do Grand Bistrô, um dos mais conceituados do Rio de Janeiro!
JULIANO    — Que exagero, pessoal. Mas agradeço os elogios. Prazer, Juliano!
HELENA    — (P/ si) Juliano... Interessante.
JULIANO SORRINDO. EM HELENA FASCINADA.
CORTA PARA

CENA 04. APARTAMENTO DE CAROL E WILLIAM. SALA. INTERIOR. NOITE
A PORTA SE ABRE, WILLIAM ENTRA. SALA SIMPLES, MAS BEM CONFORTÁVEL, MÓVEIS SIMPLES. TV LIGADA NA NOVELA. UMA BANCADA SEPARA A SALA DA COZINHA. CAROL VEM DA COZINHA COM UMA PANELA EM MÃOS.
WILLIAM    — Cheirinho gostoso.
CAROL    — Meu amor.
CAROL SORRI E ABRAÇA WILLIAM. OS DOIS SE BEIJAM COM PAIXÃO.
CAROL    — Chegou na hora certa. (Aponta a panela) Fiz brigadeiro, quer?
WILLIAM    — Não, amor. Você sabe que tô cortando o doce, né? Tenho que manter o corpo.
CAROL SENTA NO SOFÁ, SEM MUITA PACIÊNCIA.
CAROL    — O corpo... O corpo... Sempre o corpo.
WILLIAM    — Eu trabalho com isso, meu amor. Eu sou personnal! Você acha que alguém contrataria um personnal trainer gordo, ou fora dos padrões? É triste? É. Mas eu vou fazer o que? É assim que funciona.
CAROL    — Eu sei. O maldito padrão de beleza.
WILLIAM    — (Sentando ao seu lado) Mas foi por conta do maldito padrão de beleza que o seu maridinho aqui conseguiu um emprego.
CAROL    — (Animada) Como é? Conseguiu?
WILLIAM    — (Sorri) Consegui!
CAROL ABRAÇA WILLIAM, O BEIJA.
CAROL    — Mas fala. Foi em alguma academia? Clube?
WILLIAM    — É, não... Na verdade, foi como personnal trainer particular de uma mulher chamada Ingrid Bacelar. Ela é mulher do proprietário de uma grande financeira, não sei se você conhece, a Bacelar Financeira.
CAROL OLHANDO INCRÉDULA PARA WILLIAM. MISTO DE SURPRESA E RAIVA.
CAROL    — Você vai treinar uma dondoca da Zona Sul, é isso, William?
WILLIAM LEVANTA IRRITADO.
WILLIAM    — Ah, não, meu amor! Sério isso? Você deveria estar feliz por eu ter conseguido um emprego tão bom quanto esse, Carol. É a nossa chance de uma vida melhor.
CAROL    — Eu sei, William... Mas... Ah, deixa pra lá. Você tá certo. Eu tô deixando meu ciúme falar mais alto e não tô raciocinando direito. Você tá certo. (Sorri) E eu estou feliz por você.
WILLIAM    — Por nós, meu amor. Por nós!
WILLIAM ABRAÇA CAROL E OS DOIS SE BEIJAM. 
CAROL    — Eu também vou sair amanhã, vou procurar um emprego novamente.
WILLIAM    — E não precisa se preocupar. Eu só tenho olhos pra você, viu?
ELA CONCORDA, RI E SUJA ELE DE BRIGADEIRO E ELES RIEM. MAIS UM BEIJO DO CASAL.
CORTA PARA

CENA 05. MANSÃO BACELAR. SUÍTE DE ARTHUR E INGRID. INTERIOR. NOITE
INGRID ESTÁ DEITADA NA CAMA, LÊ UM LIVRO. ARTHUR ENTRA NO QUARTO E VAI DIRETO AO BANHEIRO. INGRID BAIXA O LIVRO E FICA ESPERANDO PELO MARIDO. INSTANTES. ARTHUR SAI DO BANHEIRO.  
INGRID    — Arthur, eu queria entender o que você falou mais cedo.
ARTHUR    — Não entendi.
INGRID    — Entendeu sim.
ARTHUR SENTA NA CAMA. ENCARA INGRID.
ARTHUR    — De novo você com a história do Roberto?
INGRID    — Uma história que você nunca me contou a verdade. Você nunca me contou porque tanta auto-confiança sobre o Roberto Assunção. O que você tem contra ele? O que você guarda pra ter o Roberto na sua mão?
OS DOIS SE ENCARAM. ARTHUR ENGOLE SECO.
CORTA PARA

CENA 06. MANSÃO ASSUNÇÃO. ESCRITÓRIO. INTERIOR. NOITE
ROBERTO EM SUA MESA, REVISANDO ALGUNS PAPÉIS. A PORTA SE ABRE. LEANDRO ENTRA.
LEANDRO    — Licença.
ROBERTO    — Oi, meu filho. Tô aqui terminando de revisar umas licitações. Tá tudo bem?
LEANDRO SUSPIRA E SE SENTA EM FRENTE A ROBERTO.
LEANDRO    — Então... Eu não sei como te responder essa pergunta, pai.
ROBERTO    — Como assim, Leandro?
LEANDRO    — Pai... Eu fui agora a noite ao shopping ver algumas coisas para a construtora. Materiais para o escritório, enfim.
ROBERTO    — Leandro... Vá aos finalmentes, meu filho.
LEANDRO    — Pai, eu acabei encontrando uma pessoa por lá. (Pausa) A Júlia voltou ao Rio de Janeiro.
ROBERTO DESCRENTE, ENCARA LEANDRO.
CORTA PARA

CENA 07. MANSÃO BACELAR. SUÍTE DE ARTHUR E INGRID. INTERIOR. NOITE
Continuação da cena 05.
ARTHUR LEVANTA DA CAMA, TENTANDO SAIR DAQUELAS PERGUNTAS. INGRID INCISIVA, O ENCARANDO.
INGRID    — Arthur, você vai fugir mais uma vez das minhas perguntas? É isso mesmo?!
ARTHUR    — Ingrid, meu amor, esqueça isso tudo, tá bem? É melhor.
INGRID    — Melhor pra quem, Arthur? Pra você que vai continuar escondendo coisas de mim? Poxa, eu achei que eu fosse da sua confiança. Que eu fosse a sua companheira pra todas as horas/
ARTHUR    — (Por cima) E é, Ingrid! É! Mas... (Reticente) Meu amor, é complicado. 
INGRID    — Nada tão complicado que eu não possa entender. Me conta logo, Arthur. O que é que você tem contra o Roberto Assunção?
ARTHUR A ENCARA. SE DÁ POR VENCIDO. VAI ATÉ UMA GAVETA EM UM MÓVEL E TIRA DE LÁ UMA PASTA. INGRID ATENTA. ELE ESTICA A PASTA PARA ELA, QUE A ALCANÇA PRONTAMENTE.
ARTHUR    — Pronto. Tá aí o que você tanto queria saber. O que eu tenho sobre o Roberto, que me deixa tão confiante em ter ele nas mãos.
INGRID PASSA OS OLHOS SOBRE OS PAPÉIS. CÂM NÃO REVELA TODO O CONTEÚDO, APENAS ALGUMAS FOTOS DE ROBERTO E ALGUNS DOCUMENTOS, MAS NADA DETALHADO. SUA EXPRESSÃO DE SATISFAÇÃO VAI MUDANDO PARA UMA DE PREOCUPAÇÃO SOBRE O MATERIAL QUE VÊ. ELA ENCARA ARTHUR.
INGRID    — Mas isso aqui...
ARTHUR    — (Completa) Isso aí é um dossiê completo, com as provas das irregularidades, das falcatruas do senhor Roberto Assunção. Um dossiê que eu cozinhei durante anos e que está prestes a ser servido de bandeja para a polícia.
INGRID CAI SENTADA NA CAMA. ARTHUR PEGA O DOSSIÊ DA MÃO DELA.
INGRID    — Cê vai mesmo entregar isso aqui pra polícia?
ARTHUR    — Bom, isso quem decide é o próprio Roberto. Aliás, ele não, o querido filho dele. Se o Davi não cumprir com a palavra dele em casar com a Vitória, eu vou entregar esse dossiê quentinho, fumegando para a polícia sim.
INGRID    — Eu tô... Chocada!
ARTHUR    — Ah, além de entregar isso aqui tudo pra polícia, eu ainda ganho de cereja o embargo da construtora Assunção. Tá bom ou quer mais, meu amor?
INGRID ENCARA ARTHUR, MUITO CHOCADA. ARTHUR SORRI PARA A ESPOSA.
CORTA PARA

CENA 08. MANSÃO ASSUNÇÃO. ESCRITÓRIO. INTERIOR. NOITE
Continuação da cena 06.
ROBERTO EXULTA DIANTE DE LEANDRO.
ROBERTO    — Não é possível que essa assombração tenha voltado pra infernizar a minha vida.
LEANDRO    — Calma, pai. Quem vê o senhor falando, vai pensar que a Júlia é algum demônio saído do inferno.
ROBERTO    — (Levanta/ Furioso) E é! Ela é um demônio saído do inferno sim. Leandro, acorda! Acorda, meu filho! Olha a situação que nós estamos vivendo. O seu irmão nesse casa-não-casa, enrolando essa garota a mais de cinco anos... E se ele encontrar a filha do motorista, hein? Se ele bater o olho nessa idiota? Nós morremos na praia?
LEANDRO    — Pai, espera. O senhor tá se antecipando aos fatos. Eu a vi no shopping, e falei muito rápido com ela. Eu não sei nem se ela vai ficar no Rio. Talvez ela vá embora e o Davi nem descubra que ela sequer pisou nessa cidade.
ROBERTO PREOCUPADO, ANDA DE UM LADO PARA O OUTRO.
 ROBERTO    — Você subestima esse povo, Leandro. A filha do motorista já tentou se criar no passado, tentou seduzir o idiota do seu irmão, eu consegui me livrar. Eu achei que tivesse me livrado desse problema pra sempre. Pelo visto, me enganei. (O encara) Você vai ter que me ajudar.
LEANDRO    — Ajudar? Em que? Pai, o senhor tá equivocado/
ROBERTO    — (Por cima) Equivocado?! Eu tô equivocado? E você vai esperar o que? Que nós estejamos na sarjeta pedindo esmola, por causa dessa vadiazinha? Eu não! Eu tenho que fazer alguma coisa se essa empregadinha se aproximar.
LEANDRO ENGOLE SECO. EM ROBERTO FURIOSO.
CORTA PARA

CENA 09. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. DIA
MÚSICA: “Never Be Alone” – Shawn Mendes
TOMADAS RÁPIDAS DO RIO DE JANEIRO. ÚLTIMO TAKE NA UFRJ. PÁTIO LOTADO DE ESTUDANTES.
CORTA RAPIDAMENTE PARA

CENA 10. UFRJ. LANCHONETE. INTERIOR. DIA
MOVIMENTAÇÃO COMUM EM UMA DAS LANCHONETES DENTRO DA UFRJ. EM UMA DAS MESAS ESTÁ BRUNO, ELE CONVERSA COM UMA COLEGA, ENQUANTO TOMA UM SUCO. CHEGA ALI GABY E UMA AMIGA, QUE CHAMAREMOS DE CLARA (Participação especial).
GABY    — Amiga, olha ali, aquele boy que eu te falei.
CLARA    — Onde, Gaby?
GABY    — (Aponta discretamente) Ali. Com aquela garota. Será que é namorada dele?
CLARA    — (Procura) Ué, Gaby. Eu não encontrei.
GABY PASSA PELA MESA DE BRUNO. COCHICHA PARA CLARA. CLARA COMEÇA A RIR.
CLARA    — Sério? O Bruno? 
GABY    — (Empolgada) Mentira! Você conhece?
CLARA    — Sim. É o Bruno. Ele é amigo do Eduardo, meu irmão. Conheço o Bruno faz anos. E não, se realmente te interessa, ele não tem namorada.
GABY    — É gay?
CLARA    — (Ri) Não! Que ideia!
GABY    — Ah, bonito e interessante, se não tem namorada, talvez tivesse namorado. Vai saber...
CLARA    — Que pensamento mais anos 70! Mas vamos resolver isso?
GABY    — Resolver o que, maluca?
CLARA ARRASTA GABY PELO BRAÇO ATÉ A MESA DE BRUNO. GABY MORRENDO DE VERGONHA.
CLARA    — Bruno!
BRUNO    — (Sorri/ Levanta) Clarinha! Nem tinha te visto mais!
CLARA    — Pois é, nunca mais apareceu lá em casa. Bruno, deixa te apresentar. Essa é minha amiga, Gaby.
GABY    — (Tímida) Oi, Bruno.
BRUNO    — Oi, Gaby. (Relembra) Peraí, acho que tô e reconhecendo. 
GABY ESCONDE O ROSTO, COM VERGONHA. BRUNO RI.
BRUNO    — Nós já nos batemos por aí, por aqui, pela faculdade, acho.
GABY    — É. Nos batemos, literalmente. Ontem, na verdade. Desculpa.
BRUNO    — Imagina. Mas se for caso de desculpa, desculpe também.
CLARA    — (Ri) Ai, vocês são muito formais, gente. Que tal se vocês resolverem se desculpar fazendo alguma coisa? Uma saída, uma pizza, cinema. Hein, Bruno?
GABY    — (Bate no ombro dela) Clara. Para!
BRUNO    — A Clara tá certa, Gaby. Olha, não sei se você curte, mas estreou no cinema essa semana um filme muito bom de terror. Se topar...
GABY    — Claro! Quer dizer, se você quiser, podemos ir.
CLARA    — Ótimo então. Vou deixar vocês aí conversando e marcando o cinema, que a minha aula já deve ter começado. Beijinhos!
GABY    — Clara!
CLARA SAI RAPIDAMENTE. BRUNO E GABY SE OLHAM, MEIO TÍMIDOS. ELA RI SEM TER O QUE CONVERSAR.
CORTA PARA

CENA 11. MANSÃO ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. DIA
FELIPE ESTÁ LAVANDO O CARRO. TRANSPIRA MUITO, APARENTE CANSAÇO. PAULINA APARECE POR ALI, TRAZENDO UM CESTO DE ROUPAS. VAI PASSANDO, QUANDO O VÊ NAQUELA SITUAÇÃO.
PAULINA    — Felipe?! Tá tudo bem? Você tá passando mal?
FELIPE NÃO CONSEGUE FALAR E VAI ESCORREGANDO PELO CARRO EM MEIO A ÁGUA E O SABÃO. PAULINA SOLTA A CESTA DE ROUPAS E VAI ACUDI-LO.
CORTA PARA

CENA 12. MANSÃO ASSUNÇÃO. QUARTO DE FELIPE. INTERIOR. DIA
FELIPE DEITADO NA CAMA. CLIMA DE TENSÃO. PAULINA ENTRA COM UM COPO DE ÁGUA E UMA CARTELA DE REMÉDIO. ENTREGA A FELIPE. 
PAULINA    — Toma o remédio. 
FELIPE    — Eu não tô me sentindo nada bem. Paulina, faz um favor. (Entrega o celular) Liga pra Júlia. Liga pra minha filha e pede pra ela vir até aqui.
PAULINA O OLHA SURPRESA.
PAULINA    — A Júlia? A Júlia voltou?
EM FELIPE AINDA PASSANDO MAL.
CORTA PARA

CENA 13. MANSÃO ASSUNÇÃO. FRENTE. EXTERIOR. DIA
MÚSICA: “O Amor e o Poder” – Ivete Sangalo
O CARRO IMPORTADO DE INGRID CHEGA A FRENTE DA MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. ELA NO VOLANTE E VITÓRIA NO BANCO DO CARONA.
CORTA RAPIDAMENTE PARA

CENA 14. MANSÃO ASSUNÇÃO. SALA. INTERIOR. DIA
INGRID E VITÓRIA SENTADAS NO SOFÁ. MARIA EDUARDA VAI DESCENDO AS ESCADAS. SONOPLASTIA OFF.
M. EDUARDA    — Bom dia, meninas.
INGRID    — Bom dia, minha querida. Viemos para irmos a igreja marcar a data do casamento.
VITÓRIA    — Davi, cadê?
MARIA EDUARDA AS ENCARA.
CORTA PARA

CENA 15. MANSÃO ASSUNÇÃO. QUARTO DE FELIPE. INTERIOR. DIA
FELIPE ESTÁ DEITADO NA CAMA, COM OS OLHOS FECHADOS. A PORTA SE ABRE, E JÚLIA ENTRA.
JÚLIA    — (Preocupada) Ô, pai. O que houve com o senhor?
FELIPE    — Filha, eu passei mal. Senti muita fraqueza. Vem cá.
JÚLIA ABRAÇA O PAI. ELA PASSA A MÃO PELO ROSTO DELE, MUITO PREOCUPADA.
CORTA PARA

CENA 16. MANSÃO ASSUNÇÃO. SUÍTE DE DAVI. INTERIOR. DIA
DAVI ESTÁ AO CELULAR, DEITADO NA CAMA, MUITO DESPREOCUPADO. BATIDAS NA PORTA.
DAVI    — Entra.
PAULINA ENTRA EM SEGUIDA.
PAULINA    — Davi, desculpa incomodar, mas eu preciso falar com você. É um assunto bem importante.
DAVI    — O que é de tão importante, Paulina/
QUANDO PAULINA VAI FALAR, MARIA EDUARDA ENTRA NO QUARTO.
M. EDUARDA    — Davi. (Olha Paulina) O que cê tá fazendo aqui, criatura?
PAULINA    — Dona Maria Eduarda/
M. EDUARDA    — (Por cima) Paulina, tô sem tempo agora. Davi, você ainda tá assim, meu filho? Bora, vem. A Ingrid e a Vitória já chegarame estão lá em baixo aflitas, como sempre, pra irmos marcar a data do casamento.
DAVI FAZ UMA CARA DE EXTREMO DESAGRADO.
DAVI    — Mãe/ 
M. EDUARDA    — (Por cima/ Tom) Cinco minutos, Davi! Lá em baixo. E sem cara feia.
MARIA EDUARDA FAZ UMA EXPRESSÃO AMEAÇADORA PARA DAVI E SAI PUXANDO PAULINA. DAVI ALI COM A MAIOR CARA AMARRADA.
CORTA PARA

CENA 17. MANSÃO ASSUNÇÃO. SALA. INTERIOR. DIA
MARIA EDUARDA, INGRID E VITÓRIA ESTÃO REUNIDAS NA SALA. PAULINA SERVINDO CAFÉ. DAVI DESCE AS ESCADAS.
VITÓRIA    — (Vê Davi/ Sorri) Amor. Finalmente!
DAVI    — (Nada animado) Oi, Vitória.
M. EDUARDA    — Pronto, podemos ir até a igreja?
DAVI    — Só um minuto. Eu vou na cozinha pegar uma água. A gente já vai.
PAULINA    — Pode deixar que eu pego pra você.
DAVI    — Não. Não precisa. Vai ser bom dar um tempo pra cabeça.
DAVI VAI EM DIREÇÃO A COZINHA. VITÓRIA DECEPCIONADA. INGRID SE ENTREOLHA COM MARIA EDUARDA.
INGRID    — Nossa, que animação hein!
MARIA EDUARDA BUFA IMPACIENTE.
CORTA PARA

CENA 18. MANSÃO ASSUNÇÃO. COZINHA. INTERIOR. DIA
DAVI ABRE A GELADEIRA, PEGA ÁGUA E FICA ALI PENSATIVO, OLHANDO EM DIREÇÃO AO JARDIM. DO SEU PV: JÚLIA SAI DA EDÍCULA (QUARTO DE FELIPE).
MÚSICA: “Here Without You” – Boyce Avenue
DAVI DEIXA O COPO CAIR DA MÃO. FICA MUITO SURPRESO E SAI RAPIDAMENTE EM DIREÇÃO AO JARDIM.
CORTA PARA 

CENA 19. MANSÃO ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. DIA
JÚLIA VAI INDO EM DIREÇÃO À SAÍDA DA MANSÃO. EM SEGUNDO PLANO: DAVI VEM RAPIDAMENTE E PARA ATRÁS DELA. 
DAVI    — (Tom) Júlia!
JÚLIA TRAVA NO CAMINHO. OLHA PARA TRÁS. OS DOIS SE ENCARAM. JÚLIA SEM REAÇÃO. DAVI COM OS OLHOS MAREJADOS, EMOCIONADO.
DAVI    — Júlia, é você!
CLOSES ALTERNADOS. ÚLTIMO CLOSE EM JÚLIA, SEM REAÇÃO.
CORTA PARA

FIM DO CAPÍTULO 06



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