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Amor Astral - Capítulo 44 (Penúltimo Capítulo)





Capítulo 44 (Penúltimo Capítulo)

- No capítulo anterior:

IARA: Você falando assim, dá até arrepio!

ALBERTO: Eu estou falando muito sério, a vida toda eu vivi de migalhas por conta dele. Os meus pais me amavam até ele chegar, depois disso eu voltei a ser um simples adotado e ele sempre ficava com tudo, a atenção, o amor, o carinho... chegou a hora de fazer justiça! (Alberto diz isso enquanto limpa a arma).

IARA: (Olha para a arma assustada com as palavras de Alberto).
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INSPETORA CARINA: Eu te trouxe um café, toma... (Diz ao entregar o copo com café quente). Eu começo a pensar que o assassino não está entre os suspeitos e que precisamos descobrir quem está por trás daquela fantasia de morte, ela deve ser a peça chave desse crime.

DELEGADO ALMEIDA: Além de matar, ao que tudo indica essa pessoa também fugiu com o dinheiro, pois o resgate não foi encontrado. Então, precisamos descobrir quem está por trás da fantasia, quem ficou com o dinheiro e não podemos esquecer do cúmplice na fuga de Carolina, Anderson Montalvão, vulgo “Dinho”. Ele pode nos ajudar a esclarecer tudo isso... (Diz para logo em seguida beber um gole de café).

INSPETORA CARINA: (Se aproxima do mural do caso e observa a fotografia da pessoa fantasiada de morte com o intuito de tentar descobrir algum outro detalhe que tenha passado despercebido).
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(Clarissa desce do carro com o buquê e arruma o vestido, em seguida sobe alguns degraus e encontra com Coruja).

CLARISSA: E então, pronto para me levar até o altar?

CORUJA: Hunrum! (Balança a cabeça dá o braço a Clarissa).

CLARISSA: Então vamos! (Envolve seu braço ao do menino).

- Fique agora com o penúltimo capítulo!

Cena 01 – Igreja Nossa Senhora da Conceição [Interna/Manhã]
Música da cena: Não Olha Assim Pra Mim Não
(Coruja leva Clarissa até o altar, deixando a todos encantados).

CORUJA: (Entrega o braço de Clarissa a Tobias).

TOBIAS: Obrigado garotão! (Faz carinho na cabeça do menino).

PADRE FERNANDO: Podem se acomodar em seus lugares! (Diz o padre para que os convidados se acomodem nos bancos da igreja). Estamos aqui reunidos para celebrar a união dessas duas pessoas extremamente queridas perante a nossa pequena cidade, Tobias Ferraz e Clarissa de Oliveira. Tobias, você está aqui na casa de Deus por sua livre e espontânea vontade para receber em matrimônio, Clarissa de Oliveira?

TOBIAS: Sim, padre.

BEATRIZ: (De mãos dadas com Cadu, o olha nos olhos e sorri).

PADRE FERNANDO: Clarissa, você está aqui na casa de Deus por sua livre e espontânea vontade para receber em matrimônio, Tobias Ferraz?

CLARISSA: Sim, padre.

(Os convidados assistem a cerimônia realizada pelo Padre Fernando. As alianças são abençoadas, Beatriz e Benedito fazem votos ao casal e o padre dá prosseguimento ao casamento).

PADRE FERNANDO: Tobias, você aceita Clarissa de Oliveira como sua legítima esposa, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, até que a morte os separe?

TOBIAS: Com toda certeza e convicção do mundo, eu aceito. (Diz olhando para Clarissa).

PADRE FERNANDO: Clarissa, você aceita Tobias Ferraz como seu legítimo esposo, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, até que a morte os separe?

CLARISSA: Com todo o meu amor, sim, eu aceito!

PADRE FERNANDO: Podem colocar as alianças... (Diz e em seguida os noivos trocam as alianças). O que Deus uniu, o homem não separa... Eu vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva!

(Tobias e Clarissa se beijam, enquanto são aplaudidos).

Cena 02 – Clube da Cidade [Externa/Manhã]
(Tobias, Clarissa e Coruja são recebidos por todos os convidados no clube da cidade para a festa de casamento).

EULÁLIA: Não vamos demorar muito, hoje eu amanheci indisposta, estou me sentindo estranha, enjoada.

SEVERINO: Será que foi o jantar de ontem?

EULÁLIA: Pode ser, mas eu comi pouco...

LAURINHA: Eu me sentia assim quando estava esperando... (Quando Laurinha percebe o que vai dizer, cala-se).

EULÁLIA: O que foi, mamãe? O que ia dizer?

LAURINHA: Eu ia dizer que me sentia exatamente assim, enjoada, cansada e indisposta quando fiquei grávida e estava esperando você.

EULÁLIA: A senhora está insinuando que eu posso estar grávida?

SEVERINO: Será que você está esperando um bezerrinho? Eu seria o homem mais feliz do mundo se isso fosse verdade.

EULÁLIA: E eu lá sou uma vaca para parir bezerros? Além disso, se eu estivesse grávida eu saberia, eu acho... (Fala pensativa).

(Clarissa sobe ao palco e faz um anúncio).

CLARISSA: Atenção as solteiras, reúnam-se aqui embaixo... Eu vou jogar o buquê!

LUCIANA: Vocês duas não irão?

LUIZA: Vocês duas quem? Eu não tenho mais idade para essas coisas, muito menos casar.

BEATRIZ: Ora que bobagem, titia. A senhora ainda é muito jovem e linda, pode se casar quando quiser... Eu vou sim e a senhora vem comigo, vamos... (Beatriz levanta e arrasta Luiza pelo braço).

(As solteiras se reúnem para pegar o buquê, entre elas: Beatriz, Luiza, Marilda, Serena e algumas colegas do trabalho de Clarissa).

CLARISSA: (Fica de costa para as mulheres e levanta o buquê para o alto) Lá vai, é um... É dois... É três e... Já! (Clarissa joga o buquê e vira-se para ver quem irá pegar).

LUIZA: (Segura o buquê).

BEATRIZ: Tia, você conseguiu... Você pegou o buquê!

LUIZA: Isso é só uma superstição, eu não irei casar.

OTTO: Casar agora, seria muito rápido. Podemos começar com um namoro?

BEATRIZ: Acho que o buquê está fazendo efeito bem rápido... (Comenta).

LUIZA: Pare com essa conversa fiada, já disse pra você desistir dessa história... Eu não sou uma adolescente, não tenho mais idade...

OTTO: (Coloca o dedo na boca de Luiza) Eu não vou deixar mais você continuar se sabotando. Você é linda e eu quero te ajudar a reaprender a amar! (Beija Luiza em seguida).

LUIZA: (Mais uma vez tenta resistir, mas por fim acaba cedendo).

(Todos observam a cena admirados).

Cena 03 – Ruas de Recife [Externa/Manhã]
(Daniel e Guilherme deixam o centro de fisioterapia. Guilherme usa muletas e os dois se preparam para pedir um carro no aplicativo).

DANIEL: Se vo-vo-você continu-nu-nuar assim, logo-go esta-ta-rá andando s-s-s-sem as muletas.

GUILHERME: Eu estou muito otimista com os resultados da fisioterapia, também estou muito confiante que logo deixarei de lado as muletas e retomarei a minha vida. Acho que vou investir mais no jornalismo investigativo!

DANIEL: Depo-po-pois de tu-tu-tudo? Eu vou te in-internar...

GUILHERME: Paixão, é paixão bebê. Nada me faz mais feliz que isso e eu vou correr atrás desse velho sonho. (Ainda na rua, Guilherme cerra os olhos para se certificar se conhece a pessoa que teve a impressão de ver no outro lado da rua).

DANIEL: O que-que-que houve? Vo-você viu alguém co-co-conheci-ci-do?

GUILHERME: É ele... É o desgraçado! O cúmplice dos Montenegro, o que ajudou a tentar me matar...

(Dinho usa boné e óculos escuros para não ser reconhecido, em seguida entra num táxi, do outro lado da rua).

DANIEL: On-onde?

GUILHERME: Ali, no táxi... Vamos atrás dele, esse desgraçado não vai escapar!

DANIEL: Mas o u-u-uber acab-bo-bou de chegar...

GUILHERME: Entra no carro e me acompanha, temos uma pauta! (Daniel e Guilherme entram no carro e se acomodam no banco traseiro). Moço, segue aquele táxi, não o perca de vista por nada nesse mundo.

(O carro começa a seguir o táxi pelas ruas de Recife).

Cena 04 – Delegacia [Interna/Manhã]
(Carina avalia algumas fotografias do local do assassinato de Carolina, enquanto Almeida fala ao telefone).

DELEGADO ALMEIDA: Você tem certeza? É ele mesmo? (Questiona).

INSPETORA CARINA: (Solta as fotografias e estranha a conversa).

DELEGADO ALMEIDA: Está certo, eu estou indo até aí com reforços. Tome cuidado, não faça nenhuma bobagem! Me mande a sua localização em tempo real e chegaremos aí dentro de poucos minutos. Até já! (Diz ao desligar).

INSPETORA CARINA: Qual é a novidade agora?

DELEGADO ALMEIDA: (Coloca a arma na cintura) Encontramos o paradeiro do Anderson Montalvão, o Dinho. Vamos prendê-lo agora mesmo!



Cena 05 –  Ruas de Recife [Interna/Manhã]
(Numa banca de revista enquanto fingem que estão folheando o jornal, Daniel e Guilherme vigiam a entrada de um Hostel na zona norte de Recife, onde Dinho desembarcou).

DELEGADO ALMEIDA: Vocês estão bem? (Pergunta ao se aproximar).

GUILHERME: Sim, nós não fomos vistos, eu tenho certeza.

DELEGADO ALMEIDA: Para onde ele foi?

GUILHERME: Ele entrou nesse hostel do outro lado da rua, provavelmente está hospedado lá.

DELEGADO ALMEIDA: Vocês irão cercar a propriedade, Carina vai comandar os fundos do Hostel, caso o meliante resolver fugir... Vamos entrar! (Almeida passa as coordenadas da operação).

(No quarto, Dinho descansa acordado em sua cama, mas de olhos fechados).

DINHO: (Ouve batidas na porta e abre os olhos) Quem é?

(A polícia invade o quarto).

DELEGADO ALMEIDA: A polícia, não me diga que estava esperando serviço de quarto? O senhor está preso!

DINHO: (Fica sem reação com a invasão e é algemado logo em seguida).

Cena 06 – Clube da Cidade [Interna/Manhã]
(Em uma das mesas do amplo salão do único clube da cidade, Beatriz e a família conversam).

LUIZA: Você não quer que eu a segure um pouquinho, Bia? (Refere-se a Alice).

BEATRIZ: Negativo! A senhora já me ajuda muito, quero que aproveite a festa... Além disso, acho que ela fez xixi, vou até o fraldário trocá-la.

CADU: Quer que eu vá com você, amor?

BEATRIZ: Não precisa, na próxima rodada você vai. Já volto! (Segurando a filha no colo, Beatriz dá um beijo em Cadu e segue para o fraldário logo em seguida).

(Beatriz caminha pelo amplo salão de festas do clube, cruzando pela mesa de doces que está sendo reorganizada pelo serviço de buffet).

BEATRIZ: Vamos trocar a fraldinha, meu amor? (Fala com a filha, cruzando por uma mulher de costas, trajando a farda do buffet contratado para servir o casamento).

IARA: (Vestida na farda do buffet, Iara vira-se ao perceber que Beatriz já passou e tira o celular do bolso para mandar um áudio) O momento chegou, ela está indo para o fraldário sozinha com a pirralha! (Após enviar o áudio, Iara certifica-se de que não foi vista e deixa o local em seguida).

(No fraldário, Beatriz troca a fralda de Alice e faz todo o ritual necessário de praxe, higieniza, passa talco e em seguida substitui a fralda).

BEATRIZ: Prontinho, a neném está sequinha e pronta para continuar se divertindo, não tá? (Beatriz fala com a filha e ao olhar para o espelho, percebe a presença de Alberto logo atrás dela). Você? (Beatriz pensa em gritar, porém, Alberto coloca a arma apontada para a cintura dela).

ALBERTO: Nós três vamos dar uma voltinha e nem pense em abrir a sua boca ou se não a bastardinha sofrerá as consequências. (Diz em tom ameaçador).

Cena 07 – Delegacia [Interna/Manhã]

Atenção leitor(a): A partir de agora faremos uma viagem no tempo e regressaremos algumas décadas e vidas passadas, as próximas cenas serão ambientadas na década de 50.

Correntes, 1953

(O carcereiro se aproxima da cela onde Orlando está detido).

CARCEREIRO: Chegou sua hora Orlando Novaes, você está liberado! (Diz ao abrir a cela).

ORLANDO: Eu estou livre? Mas como? (Surpreende-se).

(Após um breve instante, Orlando chega na sala do delegado para conversar com ele e uma nova pessoa que estava sendo interrogada).

DELEGADO TOBIAS: O senhor conhece esse homem? (Questiona a Dinho).

DINHO: (Olha para trás e responde em seguida) Sim, ele ia sempre jogar na casa de apostas do meu patrão, ficou endividado por um período, mas depois que quitou sua dívida, desapareceu.

ORLANDO: O que esse homem está fazendo aqui? Ele foi cúmplice no assassinato do meu irmão!

DELEGADO TOBIAS: O Dinho afirma ter tido um sinal divino que deveria se entregar e confessar todos os seus crimes, graças a ele o senhor está liberado. Ele confessou sua participação no assassinato e garantiu que o senhor não fazia parte da armação que vitimou o seu irmão.

ORLANDO: Então isso quer dizer que...

DELEGADO ALMEIDA: Que ele confirmou a sua versão, Carolina Grimaldi orquestrou todo o plano para eliminar a prima, se tornar herdeira da fortuna da família e de quebra fisgar um noivo.

ORLANDO: Nós precisamos avisar a Beatriz então, ela corre perigo com essa mulher solta pela cidade!

Cena 08 – Banco de Correntes [Interna/Manhã]
Música da cena: Ne Me Quitte Pas - Maysa
(Bem vestida, Carolina caminha pelo saguão do banco rumo ao caixa para efetuar uma retirada de sua conta).

CAROLINA: Bom dia, eu gostaria de fazer uma retirada em dinheiro. Tenho uma caderneta nesse banco!

BANCÁRIA: Claro, documento por favor.

CAROLINA: Aqui está. (Diz ao entregar os documentos pessoais a atendente do banco).

BANCÁRIA: Aguarde um momento que irei verificar o seu saldo com o responsável! (Diz a moça para logo em seguida se retirar).

CAROLINA: (Aguarda alguns instantes ansiosa).

BANCÁRIA: Eu sinto muito senhora, mas a sua conta está sem saldo para uma retirada. (Diz ao voltar).

CAROLINA: Como está zerada? Você tem certeza? Olhou direito? Acho melhor checar outra vez...

BANCÁRIA: Não há erros, senhora. Verifiquei que uma moça chamada Beatriz que também estava vinculada a caderneta da família, fez uma retirada total ontem. A senhora a conhece, não?

CAROLINA: Sim, sim... É minha prima, como pude me esquecer que ela tinha vindo ao banco? Tanta coisa na cabeça, me desculpe e obrigada! (Carolina disfarça, recolhe seus documentos e os guarda na bolsa, em seguida vai embora furiosa).
(Carolina sai do banco e caminha pela rua para pegar um bonde).

BEATRIZ: Sabia que você iria morder essa isca, agora vamos descobrir onde essa ratazana se esconde! (Diz a si mesma após revelar estar de tocaia nas imediações do banco).

(Carolina pega um bonde sem perceber que Beatriz a segue de táxi. Após alguns minutos de viagem, ela desce e caminha durante mais algum tempo até chegar nas proximidades da chácara onde está escondida).

BEATRIZ: Aqui está bom, moço! (Diz ao motorista após ver Carolina entrar na propriedade).

TAXISTA: A senhora tem certeza de que quer descer nesse lugar? Achei tão esquisito.

BEATRIZ: (Entrega algumas notas em dinheiro) Pegue, tem dinheiro a mais que combinamos pela corrida. Peço que assim que voltar a cidade, vá até a delegacia que fica no centro e avise ao delegado que me deixou aqui nesse lugar. O meu nome é Beatriz Grimaldi, ele irá entender o que está acontecendo. O senhor compreendeu?

TAXISTA: Sim senhora! (Responde ao pegar o dinheiro).

(O táxi se afasta na estrada de terra enquanto Beatriz se aproxima sorrateiramente do terreno da chácara, tentando não ser notada. O espírito de Orlando caminha ao seu lado tentando impedi-la de cometer uma imprudência).

ORLANDO: Não vá Beatriz, é perigoso... Essa mulher é capaz de tudo, ela te odeia... Não vá! (O espírito segue dialogando com Beatriz, porém ela não consegue vê-lo, tampouco escutá-lo).

BEATRIZ: Que lugar é esse? Quem será que está abrigando a Carolina aqui? (Questiona a si mesma sem perceber que está sendo observada).

(Beatriz se aproxima de uma das janelas da propriedade e começa a bisbilhotar, notando que Carolina está realmente dentro da chácara).

BEATRIZ: Aí está você... (De repente, Beatriz sente uma espingarda encosta em suas costas. A pessoa que está manuseando a arma indica o caminho para onde ela deverá seguir).

(Enquanto isso no interior da chácara).
CAROLINA: (Aguarda sentada no sofá e ao vê Beatriz entrar na sala de estar sob a mira da espingarda, comemora) Eu sabia que você iria bancar a Sherlock Holmes e viria me investigar. Só que dessa vez eu fui mais esperta, aliás, eu sempre fui mais esperta. Você sempre me tirando tudo... O dinheiro da família, as jóias, as propriedades, o amor do homem que eu queria. Agora eu vou dar cabo em você e ninguém vai descobrir, eu te atraí para o fim do mundo!

ORLANDO: (Tenta ver quem está segurando a espingarda, porém de repente tudo fica branco e ele retorna ao plano astral).

Cena 09 – Plano Astral [Externa/Manhã]
Atualmente, 2020

ADELAIDE: Novamente se aventurando pela vida passada?

ORLANDO: Desde que você me apresentou a essa história que venho tentando desatar nós, essa pessoa misteriosa da vida passada é a mesma que matou a Carolina? Eu estava prestes a conseguir ver o seu rosto! (Lamenta).

BONIFÁCIO: Aí estão vocês... Já contou para ele a novidade, Adelaide? (Diz ao se aproximar).

ADELAIDE: Ainda não, mestre... (Responde encabulada).

ORLANDO: Novidade? De que novidade estão falando?

BONIFÁCIO: A Adelaide irá reencarnar em breve!

ORLANDO: Você vai me deixar também? Eu sabia que não podia confiar em você... (Orlando sai e deixa Adelaide e Bonifácio sozinhos).

ADELAIDE: Espera... Eu preciso te contar... (Cala-se ao perceber que ele se afastava cada vez mais).
Cena 10 – Delegacia [Interna/Tarde]
(Carina e Almeida interrogam Dinho).

DELEGADO ALMEIDA: Sem mais delongas, diga de uma vez. Você assassinou sua cúmplice? Você matou Carolina Montenegro naquela noite?

DINHO: Eu já disse que não, eu não matei aquela desgraçada, mas vontade não me faltava, ela mereceu o fim que teve.

INSPETORA CARINA: Espera, deixe-me ver se eu entendi. Você não matou, mas queria ter matado? Difícil acreditar em sua palavra.

DINHO: Eu já disse que não matei aquela desgraçada, mas eu acho que sei quem matou...

DELEGADO ALMEIDA: Então quem foi? Quem? Responda! (Grita).

Cena 11 – Clube da Cidade [Interna/Tarde]
(Alguns convidados dançam alegremente na pista de dança, enquanto os outros, comem, bem e conversam nas mesas).

LUCIANA: A Beatriz está demorando, não acham?

LUIZA: É verdade, será que aconteceu algum problema? Tomara que não...

CADU: Não aconteceu nada, gente. Vai ver que o fraldário estava ocupado e ela esperou para utilizar. Eu vou até lá e já trago de volta as duas, fiquem tranquilas! (Cadu levanta e vai até o fraldário).

(Ao chegar ao fraldário, Cadu logo constata que Beatriz não está lá, pois a porta foi deixada aberta).

CADU: Ué, elas não estão aqui... Onde será que a Beatriz está? (Pensa em voz alta).

FUNCIONÁRIO DO BUFFET: O senhor está procurando uma moça de vestido vermelho com um bebê de colo? (Questiona com uma bandeja nas mãos).

CADU: Sim, sim! Você as viu?

FUNCIONÁRIO DO BUFFET: Sim, ela saiu acompanhada de um homem.

CADU: Um homem? E você consegue descrever como ele é?

FUNCIONÁRIO DO BUFFET: Não deu para ver direito, quando eu os vi, já estavam de saída e ele de costas.

CADU: Está bem, obrigado!

FUNCIONÁRIO DO BUFFET: Com licença! (Retira-se em seguida).

CADU: Um homem? Não pode ser o que estou pensando, deve ser coisa da minha cabeça... (Fala desconfiado).

Cena 12 – Casebre Abandonado [Interna/Tarde]
(Alberto, Beatriz e Alice entram num casebre abandonado próximo a saída da cidade).

ALBERTO: (Empurra Beatriz na direção de uma cama velha).

BEATRIZ: O que você pretende fazer, Alberto? Me deixe ir embora com a minha filha e eu prometo que não farei nada, eu não vou te denunciar a polícia e você conseguirá fugir...

ALBERTO: (Coloca a arma na cintura) Fugir? Vejo que você não percebeu que o final dessa história é ainda mais grandioso do que parece. Quem foi que falou que eu pretendo fugir? Eu não quero mais fugir e você com a sua filha bastarda servirão de isca para atrair peixe grande...

BEATRIZ: Mas do que você está falando?

ALBERTO: Eu vou matar todo mundo, você entendeu agora? Eu vou matar todo mundo... Você, sua filha e o meu querido irmão. Será um espetáculo maravilhoso! Vou atrair o meu irmão e vou começar por onde mais dói, matarei você e essa pirralha de quem ele gosta como se fosse filha dele e quando ele estiver cego de tanta dor, darei o tiro de misericórdia, não é ótimo?

BEATRIZ: Você está completamente louco!

Cena 13 – Clube da Cidade [Interna/Tarde]
(Cadu volta a mesa onde estava com um mal pressentimento).

LUIZA: E então, onde elas estão?

CADU: O fraldário estava vazio quando cheguei lá...

LUCIANA: Vazio? E se elas não estão lá, onde poderão estar?

LUIZA: Eu vou procurar pelo clube, ela pode ter encontrado alguém conhecido e parou para conversar.

OTTO: Eu vou com você! (Sai acompanhado por Luiza).

(O celular de Cadu começa a tocar).

CADU: (Tira o celular do bolso e em seguida, atende a chamada) Número privado... Alô?

ALBERTO: Fala meu querido irmão, quanto tempo!

CADU: Alberto? (Surpreende-se).

ALBERTO: Dizem que um bom filho a casa torna, não é mesmo? Eu vim matar a saudade da família e adivinha, eu adorei conhecer a minha sobrinha postiça.

CADU: Do que você está falando?

ALBERTO: Ah, você não sabe? Eu vou refrescar a sua memória...

CADU: (Ouve os gritos de Beatriz ao fundo e o choro de Alice na ligação).

ALBERTO: Agora você sabe do que eu estou falando, não sabe? Se quiser ver essas duas novamente, vai ter que jogar seguindo as minhas regras a partir de agora, entendeu? Um passo em falso e eu estouro os miolos de mãe e filha.

(Pela expressão de Cadu, Luciana percebe que algo de errado está acontecendo).

CADU: Escuta aqui seu desgraçado, se você encostar num fio de cabelo de uma das duas, eu te caço até no quinto dos infernos e te mato, entendeu?

ALBERTO: Nada de bancar o valentão, você não quer me ver irritado, quer? Seria muito prejudicial para elas duas...

CADU: (Engole seco e tenta manter a calma) Está bem, o que você quer? É dinheiro? Eu posso transferir tudo o que tenho para o seu nome, em qualquer parte do mundo, posso providenciar um jatinho e você foge para o destino que quiser...

ALBERTO: Não senhor, primeiro quero promover uma reunião em família e você não pode faltar. Não preciso dizer que você não pode meter a polícia nisso, não é? Comporte-se Carlitos. Agora eu vou te explicar o endereço agora!

CADU: Sim, eu sei chegar nesse lugar. Daqui a pouco eu estarei aí... (Desliga).

LUCIANA: Aconteceu alguma coisa, não foi? Onde está a minha filha?

CADU: Agora eu não posso explicar, eu tenho que sair... Em breve eu ligo dando notícias! (Sai correndo).

LUCIANA: Cadu, espera... Cadu? Alguma coisa está acontecendo, o meu coração está apertado. Meu Deus, protegei minha filha e protegei minha neta.

Cena 14 – Delegacia [Interna/Tarde]
(Após o interrogatório, a Inspetora Carina recebe uma ligação).

INSPETORA CARINA: Calma, mamãe... Devagar! Me explica devagar... Certo, entendi. Eu vou ver o que podemos fazer e te dou um retorno daqui a pouco, se acalme. (Desliga).

DELEGADO ALMEIDA: Problemas familiares?

INSPETORA CARINA: Minha irmã e minha sobrinha desapareceram e a minha mãe acha que elas foram sequestradas por ninguém mais, ninguém menos que Alberto Montenegro! Eu vou até lá ver o que posso fazer e apurar o desaparecimento.

DELEGADO ALMEIDA: Eu vou com você, faço questão de te acompanhar. Capturar Alberto Montenegro agora se tornou uma questão de honra.

INSPETORA CARINA: Então vamos agora mesmo! (Diz ao pegar a jaqueta e sair da sala em seguida, sendo acompanhada por Almeida).

Cena 16 – Estrada [Externa/Tarde]
(Cadu dirige em alta velocidade enquanto fala consigo mesmo).

CADU: Orlando, se você está me ouvindo, eu te peço. Proteja a Beatriz e Alice... Não deixe que nada de mal aconteça a nenhuma delas.

ORLANDO: (Surge no banco do passageiro e ao lado de Cadu) Eu estou com você e juntos salvaremos a vida delas duas.

(O carro de Cadu se aproxima do local recomendado por Alberto. Ao chegar, Cadu mal desliga o motor do carro e já corre em direção ao casebre).

CADU: (Invade o local bruscamente) Beatriz? (Grita).

ALBERTO: Olha só quem chegou... Papai postiço chegou! Uma cena comovente, não acha Alice? (Diz enquanto segura Alice no colo com a arma apontada para a menina).

CADU: (Observa a cena assustado).


A câmera foca em Cadu olhando para Alice no colo de Alberto, a cena congela e o capítulo encerra com o a tela azul da cor do céu.



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