Cena 1/ Joalheria Ouro Blindado/ Andar de cima/ Dia.
Elaine, Carlos e Tamara:
Elaine: Eu não vi ninguém entrando aqui. Eu saí, tranquei a porta e peguei meu táxi como sempre eu faço.
Tamara: Mas Elaine fala quem você acha que pode ter entrado aqui e colocado fogo.
Elaine: Eu acho que o seu sobrinho, o Júnior, seu Carlos!
Tamara: E eu também acho!
Close em Carlos pensativo…
Elaine: Naquele dia que ele veio aqui… Ele te olhou com uma expressão de ódio, eu sinto essas coisas sabe?!
Flashback on: (Cena 22 - Capítulo 6)
Carlos chocado diante de Júnior.
Carlos: (em choque) O meu irmão… Morrendo?
Júnior: Exatamente! E você tem uma parcela de culpa nisso!
Carlos: Eu/
Júnior: (interrompe) Se você tem algum tipo de sentimento, algum tipo de amor por ele, você vai lá e se entende com ele!
Saem lágrimas dos olhos de Carlos…
Carlos: Não pode ser! Eu não sabia que o Paulo tava mal…
Júnior: Claro, você nunca se interessou pelo irmão! Só queria saber de ganhar mais e mais.
Carlos: Isso não é verda/
Flashback off.
Elaine: Ele tava com ódio de você!
Carlos: Ele é um menino muito vingativo…
Tamara: E o que você vai fazer?
Carlos: O que me resta né… Olhar nas câmeras e provar!
Elaine: Seu Carlos, o senhor desligou as câmeras internas ontem à noite… E provavelmente, ele não entrou pela porta da frente, senão o alarme teria disparado!
Carlos: (cansado) Que preguiça desse muleque hein… Que saco! Eu vou pegar as gravações da loja da Helen hoje e ver o que deu. Se foi mesmo o Júnior, ele vai pagar caro!
Carlos decidido.
Cena 2/ Faculdade/ Sala de Aula/ Dia.
Um professor dando aula. Paola triste, desanimada e dispersa…
Paola: (p/si) Ai Cris… Que falta eu tô sentindo de você…
O Professor para a aula e pergunta a Paola:
Professor: Paola, o que aconteceu com a Cris? Ela não veio a aula nem ontem, nem hoje.
Paola: (inventa) Ah ela teve uns problemas pessoais. Os pais dela tão morando na Bélgica e fica complicado dela tomar conta de tudo…
Professor: Ah entendi!
E ele volta a explicar a matéria. Paola pega sua agenda na mochila, abre e vê um post-it escrito:
"Consulta com Dra. Amanda: Dia 9, 3:00 da tarde"
Paola: Ai meu Deus, hoje tem consulta…
Ela põe a mão em sua barriga, preocupada.
Cena 3/ Delegacia/ Cela/ Dia.
Cris dorme no banco da cela… Expressão de sofrimento.
Cena 4/ Aeroporto/ Pista de vôo/ Dia.
Foco no avião voando baixinho, até pousar na pista.
Cena 5/ Aeroporto/ Dia.
Carlota e Eduardo descem as escadas rolantes com suas malas.
Carlota: Pra qual delegacia a Cris foi?
Eduardo: Pra aquela que fica lá pertoda praia. Eu como advogado, tiro aa Cris de lá em dois tempos.
Carlota: Eu não vou tolerar minha filha sendo confundida com uma criminosa!
Cena 6/ Delegacia/ Cela/ Dia.
Cris sentada olhando pro tempo. A carcereira chega até ela abrindo as grades.
Carcereira: Pode sair! Papai pagou fiança!
Cris: O quê?
Cris sai da cela correndo.
Cena 7/ Delegacia/ Saguão/ Dia.
Cris abraça seus pais fortemente, aliviada.
Carlota: Ai meu amor, eu quase morri de preocupação!
Eduardo: Cris me explica o quê que aconteceu?
Cris: Pai, tão dizendo que eu atropelei uma mulher com meu carro! Mas a Paola está de prova que nem de casa eu saí!
Carlota: Os policiais nem te ouviram?
Cris: (injustiçada) Nem me escutaram e já foram me colocando dentro do camburão!
Eduardo: Pois eu vou meter um processo na cara desses policiais! Onde já se viu mexer com a menina desse jeito?
Cris: E pai… Eu tô com a impressão de que alguém pegou o meu carro e atropelou essa mulher! (Fala baixo) A placa é a mesma do meu carro!
Eduardo: Mas não pode ter sido clonada?
Cris: Não foi! O carro estava com as marcas.
Carlota: Pelo visto vou ter que colocar um muro com cerca elétrica! Quanto bandido nesse Brasil... Vamos morar na Bélgica conosco filha?
Cris: Quando eu terminar minha faculdade, quem sabe?
Carlota: Agora vamos pra casa que esse lugar me dá enjôos!
Eduardo: E Cris, fica tranquila! Se depender de mim sua inocência fica provada até o fim desta semana!
Cris sorri confiante.
Cena 7/ Shopping Leblon/ Loja de Produtos Criativos/ Dia.
Rafaela com sacolas de compras passeia pela linda loja cheia de produtos criativos, até que vê a embalagem de uma micro câmera e olha mais a fundo.
Rafaela: Micro câmera? Hummm…
A atendente vai até ela.
Atendente: Bom dia, posso ajudar?
Rafaela: Pra que serve isso?
Atendente: (explica) Ah é uma micro câmera. Ela é bem pequena e dá pra você colocar ela em qualquer cômodo discreto que ninguém vai perceber!
Rafaela: Vou levar! Quem sabe um dia eu precise…
Atendente: Tá bom, vou embalar pra você!
Close em Rafaela.
Cena 8/ Barraco de Carol/ Sala/ Dia.
Carol e as cinco detentas:
Carol: Infelizmente eu não achei nada a respeito da fonte de riqueza da Berenice meninas…
Detenta 1: Ah eu não acredito!
Detenta 2: Porra mano!
Carol: Agora eu não sei o que a gente faz! Pelo menos na cadeia não estamos! Acho melhor cada uma tomar seu rumo e é isso!
Detenta 3: Tomar no cú caralho! Achei que eu ia ficar rica!
Carol: E é isso mermo! Todo mundo tomando teu rumo!
As detentas ficam boladas e conversam entre si. Carol sai do barraco de fininho.
Cena 9/ Meio do mato/ Dia.
Carol se enfia no meio do mato, bem longe de tudo.
Carol: Acho que aqui eu tô segura! Sem aquelas sanguessugas horrendas. Agora eu posso ligar pra tal da Tamara da Ouro Blindado!
Ela tira um papel e o celular de seu bolso e liga pro número escrito:
Carol: (cel) Alô, Tamara?
Cena 10/ Joalheria Ouro Blindado/ Andar de cima/ Dia.
Elaine e Carlos conversam. Tamara em um cantinho atende o celular.
Tamara: (cel) Quem tá falando?
Carol: (cel/fazendo o jogo) Bom dia, meu nome é Carolina! Você trabalha na joalheria Ouro Blindado?
Tamara: (cel) Trabalho sim. (t) Porquê?
Cena 11/ Meio do mato/ Dia.
Carol dá um sorriso de satisfação.
Carol: (cel) Tá bom, tá bom Tamara! Amanhã eu passo aí na joalheria e conversamos! (T) De nada, tchau!
Carol desliga.
Carol: Rica, rica! Eu vou ficar rica chantageando essa mulher. A Berenice só não pode saber! Bem, mas se ela sumiu, ela deve ter ido pra algum desses países europeus pra se tratar do câncer. Errada não tá!
Cena 12/ Joalheria Ouro Blindado/ Andar de cima/ Dia.
Tamara termina de falar ao celular e vai até Carlos.
Carlos: Eu vou lá na loja da Helen agora ver as câmeras de segurança!
Tamara: Eu vou com você!
Ela pega sua bolsa e eles descem as escadas.
Cena 13/ Loja de Roupas/ Circuito de Segurança/ Dia.
Helen, Carlos e Tamara em frente ao computador vendo as gravações da câmera de segurança da noite anterior. Carlos vê algo.
Carlos: Volta mais um pouco!
Helen: Tá bom!
Helen volta a gravação um pouquinho e vemos que um rapaz magro de roupa preta está indo em direção a joalheria.
Carlos: Então é ele mesmo!
Tamara olha pro marido tensa…
Cena 14/ Casa de Margareth/ Sala/ Dia.
A campainha toca. Júnior abre a porta e dá de cara com Carlos.
Júnior: Carlos?
Nisso, Carlos o surpreende com um soco no nariz, fazendo cair no chão.
Júnior: Que porra é essa seu maluco?
Carlos: Foi você que pôs fogo na minha joalheria seu desgraçado! Mas agora você vai aprender!
Close em Júnior com muito medo.
-Abertura-
Cena 15/ Casa de Margareth/ Sala/ Dia.
Fernanda e Margareth chegam correndo para ver o que houve e vê Júnior caído com Carlos a sua frente.
Margareth: O quê que tá acontecendo?
Carlos: Seu filhinho! Botou fogo na minha joalheria ontem à noite! Eu podia ter morrido!
Júnior: Não, eu não fiz nada!
Carlos: Eu vi nas câmeras, seu imundo!
Nisso, Júnior se levanta e sai correndo se esbarrando em Fernanda.
Carlos: Volta aqui!
Carlos vai atrás.
Cena 16/ Casa de Margareth/ Quarto de Júnior/ Dia.
Muita correria e ação: Júnior entra correndo e tranca a porta. Ele abre o guarda roupa, pega uma mochila e joga umas roupas dentro dela. Carlos começa a esmurrar a porta.
Carlos: (off) Você não tem saída! Eu vou chamar a polícia, desgraçado!
Júnior fecha a mochila, coloca nas costas, abre a janela e pula dela, fechando-a logo em seguida.
Cena 17/ Rua/ Dia.
Júnior sai correndo de mochila nas costas e acena pra um ônibus parar. E quando para, ele entra logo.
Cena 18/ Casa de Margareth/ Quarto de Júnior/ Dia.
Carlos arromba a porta e encontra o quarto sem ninguém.
Carlos: Cadê ele?
Fernanda e Margareth (esta chorando) chegam atrás.
Margareth: (chorando) Deve ter sido engano Carlos! Meu filho é bom!
Carlos: Não foi engano nenhum! As gravações provam!
Margareth põe a mão na cabeça, tudo fica em câmera lenta…
Instrumental:
Margareth: Nãaaaaaaao! Eu não aguento mais! Toda hora uma perda! Eu não aguento mais, eu não aguento! Oh meu Deus me ajuda por favor, me dá um pouco de paz, um pouco de sossego!
Ela se ajoelha no chão e chora amargamente…
Margareth: (chorando muito) Eu devo tá pagando por tudo! Mas eu preciso de um pouquinho de paz senhor! Deixe meu filhos viverem, interfere no caminho deles!
Fernanda abraça a mãe, chorosa. Carlos olha aquilo e sai de fininho.
Cena 19/ AP de Érika/ Qto de Érika/ Dia.
(Instrumental termina)Música: Outro Dia - Lourena.
Duda e Érika sentadas na cama conversando.
Érika: Se um dia você quiser me contar esses seus problemas…
Duda: Pode deixar! (Olha no relógio de pulso) Nossa, eu tenho que ir! Tenho que organizar uns papéis lá no escritório.
Érika: Então vai lá meu bem!
Elas dão um selinho e Duda sai. Instantes e Claudiane aparece no quarto.
Claudiane: A relação de vocês já é séria?
Érika: Parece que sim mãe!
Elas sorriem.
Cena 20/ Escritório de Duda/ Dia.
(Música termina)
Duda digita um documento no notebook, quando termina de digitar, a impressora imprime. Ela pega o papel e lê.
Duda: Melhor fazer logo isso e ficar livre da embuste da Rafaela!
Ela pega o celular e liga.
Duda: (cel) Rafaela? (T) Tá pronto!
Corta p/: Rafaela sentada na mesa com Duda.
Rafaela: (lendo o papel) Ótimo! Agora eu vou pegar aquele documento que invalida qualquer ação de terceiros e queimar!
Duda: Você é maléfica!
Rafaela: A vida não me deu outra opção!
Ela pega o documento, coloca na bolsa e vai até a saída.
Rafaela: E amanhã, tudo será como eu planejei! Bye bye!
Rafaela sai e fecha a porta. Duda vira os olhos.
Cena 22/ Rio de Janeiro/ Stock Shots/ Dia.
Takes da cidade. Letreiro: Poucas horas depois…
Cena 22/ Shopping Leblon/ Joalheria Ouro Blindado/ Sala de Rafaela/ Dia.
Rafaela organizando alguns papéis. A porta está entreaberta e Ágata passa por ali.
Rafaela: (P/si) Preciso achar um jeito do meu pai assinar esses papéis… Já sei!
Ela guarda os papéis num papel pardo. Ágata ouve aquilo e fica curiosa. Rafaela vai em direção a porta, Ágata se embola toda e pega uma vassoura pra fingir que está varrendo o chão.
Rafaela: Quê que foi hein?
Ágata: Nada, nada!
Rafaela desce as escadas, Ágata olha, vê ela saindo da loja e corre para dentro da sala, abrindo o envelope pardo e lendo o que está escrito.
Ágata: (chocada) Gente... A Rafaela está pretendendo ficar com todas as joalherias pra ela!
Close.
Cena 23/ Clínica Dra. Amanda/ Sala de Amanda/ Dia.
Paola e Amanda dão um aperto de mão.
Amanda: Depois de amanhã você vai estar livre, Paola! Tá vendo como não foi demorado o processo?
Paola: Uma semana de combinação não é Doutora?!
Amanda: É!
Paola abre sua bolsa, tira um pacote de dinheiro e entrega a Amanda.
Paola: Aqui os cinco mil!
Amanda: (pega o pacote) Obrigada!
Paola: Nada! Agora deixa eu ir… Tchau!
Paola se levanta.
Cena 24/ Shopping Leblon/ Joalheria Ouro Blindado/ Sala de Rafaela/ Dia.
Ágata tira foto dos papéis com seu celular. Rafaela entra na sala, vê a cena, ficando bravíssima.
Instrumental: Armações
Rafaela: O quê que é isso garota? Que merda que você tá fazendo aqui, sua cachorra imunda?
Ágata: Eu já sei de tudo! Sei de todo o seu plano!
Rafaela: Você não sabe nada, sua cadela!
Ágata: (cínica) Não? Não sei dos papéis que você fraudou pra tomar a franquia de joalherias pro seu nome? Tá tudo no meu celular! Na nuvem! Você se acha muito esperta, mas não é párea pra mim não. Sempre de nariz empinado, pisando em mim e em todo mundo... Mas agora sou eu quem estou por cima e eu estou te chantageando! (T) 1 milhão de reais e eu sumo!
Rafaela pensa um pouco… Close nela.
Rafaela: (debocha) 1 milhão? Você surtou ou fumou, garota?
Ágata: É o meu preço! Paga quem não quer se ferrar!
Rafaela: Você Ágata... Você nasceu na escória! Você é uma cadela, ordinária... Você sempre vai estar aí, à margem, na indigência... Sendo uma pobre vendedorazinha, vagabundinha, chantagistinha! Bem "inha"!
Ágata: Não ligo pro que você pensa de mim, querida. Só passa a grana e você nunca mais vai ter que olhar pra minha cara, que você despreza tanto!
Rafaela: (após pensar um pouco) Tudo bem... Eu admito que seria muito pobre da minha parte negar uma esmolinha pra uma necessitada! (Caminha pelo cenário disfarçando o nervosismo) Você deu sorte! Eu tenho 500 mil em espécie. Eu vou te passar um endereço e você pega esse dinheiro e se manda!
Ágata: Claro!
Rafaela vai até uma mesa e discretamente abre a caixa da microcâmera, pegando-a. Logo depois, ela pega um papel e uma caneta e anota o endereço.
Rafaela: Aqui! (Entrega o papel)
Nisso, muito rapidamente, ela chega perto de Ágata e prende a microcâmera no bolso da calça dela.
Rafaela: A gente se vê lá 10 da noite! Agora se puder sumir…
Ágata: Claro!
Ágata se dirige até a porta e sai.
Rafaela: Era só o que me faltava! Era só o que me faltava! Mas eu já tive um plano!
Ela pega seu celular e bota um fone de ouvido.
Rafaela: Vou seguir todos os passos dessa vadia ordinária, chantagista! Se ela contar pra alguém, eu apenas sumo!
Ela fica concentrada no celular…
Cena 25/ Rio de Janeiro/ Noite.
Takes do Anoitecer.
Cena 26/ Rodovia/ Noite.
Foco nos carros e caminhões percorrendo a rodovia. A cam gira e vemos o carro de Rafaela entrando numa estradinha de terra.
Cena 27/ Casinha Pobre e Isolada/ Noite.
A casa está praticamente caindo. Rafaela de fones de ouvido, roupa preta e uma mala em mãos, entra no local e acende a luz.
Rafaela: (tossindo) Lugar mofado do caramba!
Ela olha o celular.
Rafaela: É… A vadia não avisou ninguém que vinha…
Ela olha pro canto da casinha e vê uma garrafa de cerveja vazia. Tensão. Instantes. Ouvimos batidas na porta.
Ágata: (off) Rafaela, sou eu!
Rafaela: (tira os fones, se ajeitando) Já vou!
Rafaela abre a porta.
Ágata: E então cadê minha grana?
Rafaela: (pegando a maleta) Aqui!
Ágata: Hummm, deixa eu ver meus filhinhos…
Ela abre a maleta e tem uma triste surpresa…
Ágata: (frustrada) Mas isso é papel!
De repente, Rafaela vai por trás de Ágata e quebra a garrafa de cerveja em sua cabeça com toda violência. Ágata cai no chão desacordada e com muito sangue na cabeça.
Rafaela: Pronto! A chantagista agora foi pro inferno!
Close em Rafaela. Muita tensão.
FOCO EM RAFAELA/
A IMAGEM CONGELA COM UM FILTRO DOURADO.
Encerramento com a música: Braba - Luísa Sonza.
Obrigado pelo seu comentário!