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Casamento às Cegas - Antepenultimo Capítulo



 Esta obra possui algumas cenas inadequadas para algumas faixas etárias devido a presença de cenas de sexo.

CENA 1. MANSÃO FORTUNA/INT./NOITE. 

Helena toca a campainha e a empregada atende.

Empregada: Pois não?

Helena: Boa noite, a Iza está?

Empregada: Quem deseja? 

Helena: Sou uma amiga da mãe dela.

Empregada: Queira entrar que agora mesmo a chamarei.

Helena: Prefiro esperar aqui mesmo.

Empregada: Como quiser.

A empregada volta para dentro da mansão. Segundos depois, Iza aparece.

Iza: Boa noite.

Helena(sorrindo): Boa noite, como vai?

Iza: A empregada me disse que você é uma amiga da minha mãe.Quem é você?

Helena: Muito prazer, me chamo Helena. – estende a mão para cumprimentar a jovem.

Iza: Não me recordo de ter ouvido falar de você, querida. Mas tudo bem, para de enrolar e diz logo o que quer.

Helena: A alguns meses atrás, sua mãe foi vítima de um crime de homofobia e eu como médica e vítima desse crime também, quando fiquei sabendo do caso dela, decidi ajudá-la.

Iza: Minha querida, isso é mentira. Ninguém daquele hospital deu a assistência necessária. Naquela noite, mesmo agonizando, nem atendida ela foi. Minha mãe morreu no corredor daquele maldito hospital.

Helena: Então, quando fiquei sabendo que ela teve uma parada cardíaca, corri até lá…

Iza: Sim, agora me recordo do seu rosto. Você foi a médica que chegou e contrariando os outros médicos, levou minha mãe para uma sala, UTI, sei lá…

Helena: Bem, antes de mais nada, quero te contar que o Pereira finalmente foi preso.

Iza: Espero que aquele desgraçado passe longos anos atrás das grades, mesmo sabendo que isso não trará minha mãe de volta a vida.

Helena: Pelo contrário…

Iza: Como assim!?

Helena: Quando eu tirei sua mãe daquele corredor, na terceira tentativa, com o desfibrilador, consegui trazê-la de volta a vida.(T) Iza, sua mãe está viva.

Iza a olha com raiva.

Iza: Vá para o inferno! É muita crueldade fazer esse tipo de brincadeira com uma pessoa. Tenho quase certeza que isso é coisa da víbora da Palmira. Suma daqui antes que eu lhe jogue um balde água fria e te meta o cacete.

Iza começa a fechar a porta, mas para ao ouvir Alzirão chamar por seu nome. A jovem quase perde os sentidos, mas se recompõe e volta a abrir a porta. Por fim, vê Alzirão caminhando em sua direção.

Iza(olhos marejados): Ma… Ma… Mãe!?


CENA 02. COMPILAÇÃO DE CENAS/RIO DE JANEIRO/DIAS DEPOIS…


CENA 3. MANSÃO FORTUNA/SALA DE ESTAR/MANHÃ.

A mansão está um tanto tumultuada. Pessoas a todo instante vem e vão. Tudo por causa da festa de Iza que está marcada para essa mesma noite.

Iza(deslumbrada): Vai sair tudo perfeito. Do jeitinho que eu imaginei.

Palmira: Era só o que me faltava, fazer farofada em minha propriedade.

Iza: Ô velha escrota, nem perca seu tempo, pois hoje estou de muito bom humor e você não vai conseguir me tirar do sério.

A campainha toca.

Palmira: Olhe bem, preste atenção. É melhor se esconder, pois a carrocinha chegou pra te levar.

Iza: Você está tão engraçadinha hoje.

Alzirão, sorrindo, entra e vai até a filha.

Iza(sorrindo): Mãezinha… – dá um forte abraço na mãe.

Palmira: Olhe só, não é a carrocinha e sim a ‘machuda’. (gargalhada)

Iza(irritada): Olha aqui , você respeita a minha mãe. – diz apontando o dedo para Palmira.

Alzirão(p/Iza): Deixa ela filha. Não vamos dar ibope pra essa flopada.

Iza: Tem razão. É melhor irmos para o escritório, pois lá  ninguém enche o saco.

Alzirão e Iza, juntas, vão em direção ao escritório.

Palmira(p/si): O que será que essas duas tanto fazem no escritório? Não é possível! Sempre que essa sapatão do bico largo vem aqui elas correm para se enfurnar lá.(T) Quer saber? É hoje que eu descubro o futrico dessas duas…

Palmira também segue em direção ao escritório.


CENA 4. CASA DE DURVALINA/COZINHA/MANHÃ.

Durvalina estava na cozinha, lavando a louça e sente quando Adson a acariciar.

Durvalina: Ô meu filho, bom dia.

Adson: Bom dia, mãe.

Durvalina(sorrindo): Fico muito feliz que esteja melhor. Até seu semblante está diferente. 

Adson puxa uma cadeira e em seguida se senta.

Adson: Eu decidi que apesar de tudo minha vida não pode parar.

Durvalina(sorrindo): É isso aí, meu amor. Assim que se fala meu guerreiro.

Durvalina vai até a geladeira e pega leite e frutas.

Durvalina: Olha, pra comemorar, a mãe vai fazer uma vitamina bem gostosa. Do jeitinho que você gosta.


CENA 5. MANSÃO FORTUNA/ESCRITÓRIO/MANHÃ.

Palmira, encosta o ouvido na porta, enquanto Iza e Alzirão conversam lá dentro.

Alzirão: Como estão as coisas?

Iza: Essa história de festa tá me deixando doida, sabe.

Alzirão: Desde que seu pai morreu, você nunca mais teve uma festinha, não é mesmo?

Iza: A culpa é toda do maldito Perfeito Fortuna, que resolveu matar o meu pai e ficar com toda a herança.

Alzirão: Ô minha filha, você sabe bem que a história não é assim.

Iza: Você quer mesmo que eu acredite que meu pai morreu e não nos deixou nada?

Alzirão: Filha, eu já te expliquei que antes de morrer, seu pai vendeu a parte da empresa para o Perfeito Fortuna e torrou toda a grana com mulher e bebida.

Iza a olha sem reação.

Alzirão: Por que você não aceita de uma vez por todas que tudo o que fez foi uma grande injustiça.

Iza: Mãe, meu pai…

Alzirão(interrompendo): Filha, você falsificou o verdadeiro testamento e se colocou como herdeira de algo que não lhe pertence. Mas o pior de tudo foi ter destruído um relacionamento em benefício próprio.

Iza: Mas a Penélope nunca amou o Conrado e eu sim. Desde a primeira vez que o vi naquele jornal, me encantei e agora que consegui conquista-lo, não sei o que fazer.

Alzirão: Mas a que preço!? Filha, você traçou o destino de toda uma família e pra ser feliz com o Conrado será quase impossível, pois existe um grande abismo de mentiras entre os dois.

Iza se levanta e anda de um lado para o outro.

Iza(olhos marejados): Sei lá, por algumas vezes tentei dizer a verdade, mas o medo de perder o Conrado é mais forte.

Alzirão: É só medo de perder o Conrado ou medo de perder todo o luxo, o qual se acostumou?

Iza: Por que tem que ser tão dura?

Alzirão: Porque eu não posso e não quero compactuar com uma safadeza dessa e olha, caso eu descubra que você teve alguma coisa a ver com a morte do doutor Fortuna, eu nem sei o que faria.

Iza: Eu já disse milhões de vezes que não matei esse homem, pois eu posso não ser heroína, mas também não sou assassina.

Alzirão: Assim espero.(T) De uma vez por todas, pega aquele baú que você esconde no seu guarda roupas e entrega o verdadeiro testamento que mantém dentro dele.

Do lado de fora, espantada, Palmira parecia não acreditar em tudo o que acabara de descobrir.





CENA 6. CASA DE EDU/SALA DE ESTAR/MANHÃ.

Ao ver Lica se aproximar, Edu deixa de tomar o café e se levanta.

Lica: Ei, onde vai?

Edu: Perdi o apetite.

Lica: Só porque eu cheguei? Por acaso minha presença é tão nociva assim?

Edu: Não sabe o quanto. Eu não te suporto e saiba que você só está aqui graças a sua maldita chantagem.

Lica(sorrindo): Bem, eu acho que a notícia que vou te dar mudará os rumos da nossa relação.

Edu: Nada do que fizer ou disser mudará a péssima impressão que tenho de você.

Lica(sorrindo): Meu amor, nossa noite de amor gerou um fruto.

Lica passa a mão na barriga.

Edu: Do que você está falando?

Lica(sorrindo): Parabéns, você vai ser papai. Edu, estou grávida.

Edu a olha assustado.

Lica: Você não vai dizer nada?

Edu: Com certeza! Vou dizer que você é a víbora da pior espécie.

Lica: Porque está falando assim?

Edu: Dessa vez o tiro saiu pela culatra. (Gargalhada) Garota, se estiver mesmo grávida, o que eu duvido, esse filho não pode ser meu.

Lica(nervosa): Mas é claro que é!

Edu(grita): Jamais, pois eu sou estéril!

Lica, sem reação, o encara.

Edu: Meu Deus, como fui inocente. Só agora me dou conta de que armou tudo. Agora as coisas fazem sentido! Naquela noite… Espera, antes de você me dar aquele suco eu estava muito bem. Agora tudo faz sentido, me dopou pra dar seguimento a seus planos, pois sabia que em sã consciência eu nunca faria nada com você.

Lica(assustada): Tudo o que você está falando é mentira. Eu juro que não armei nada.

Edu(grita): Chega de farsa! Sua máscara caiu, garota. (T) Espera, mas se você foi capaz de inventar tudo isso…(a encara por alguns instantes)Hoje mesmo vou averiguar a história do estupro.

Lica, desesperada, o segura.

Lica(chorando): Edu, pelo amor de Deus. Eu juro que tudo o que fiz foi por amor.

Edu(grita): Você nunca vai saber o que é o amor, pois é uma pessoa podre por dentro.

Lica(chorando): Me perdoa! Pare por um instante e analise tudo o que fiz para ficar ao seu lado. Eu imploro uma chance!

Edu: Eu nunca vou te dar uma chance, pois amo outra pessoa. E mesmo que fosse a última pessoa da face da terra, não me envolveria.

Lica(ódio): O que essa maldita tem que eu não tenho. Me diga quem é ela?

Edu: Eu não queria, mas já que insiste né… A pessoa que me apaixonei foi o seu irmão, o Adson.

As palavras de Edu soam como o estouro de uma bomba para Lica.

Lica(desesperada): Você está mentindo. Só está dizendo isso pra me deixar puta.

Edu: Acredite se quiser. Agora eu vou indo…

Edu sai.

Lica: Seu desgraçado, você não vai conseguir ser feliz. Eu juro que pagará caro por sua rejeição.

Num surto de raiva, Lica começa a rasgar a roupa e a se arranhar. Ela corre até a sala e choca a própria cabeça contra a parede, fazendo um grande corte. Não satisfeita, se joga em cima de uma mesinha de centro com acabamento em vidro. Por fim, sem forças, se mantem deitada sobre os cacos de vidro.

Lica(chorando): Olha o que você me fez, Edu! (T) Por favor, alguém me ajuda. – grita.

A CAM aos poucos vai se afastando, mas ainda assim é possível ver Lica deitada, envolta por uma poça de sangue.


CENA 7. COLÉGIO/SALA DOS PROFESSORES/TARDE.

Edu, após finalizar mais um dia de trabalho, se prepara para sair.

Edu: Bem, agora chegou a hora de averiguar se a Lica foi ou não vítima de uma tentativa de estupro como disse.

Neste momento, junto do Diretor, entra alguns policiais.

Edu(assustado): Aconteceu alguma coisa?

Diretor: E você ainda pergunta seu covarde, safado.

Edu: Não estou entendendo.

Diretor: Entrarei em contato com a secretaria de educação para que o exonerem do cargo. Você é uma vergonha para os professores desse país.

Edu continua sem entender.

Policial: Eduardo, você está preso por ser o principal suspeito da tentativa de assassinato da jovem Lica Mendes.

Edu(incrédulo): O que? Do que vocês estão falando?

Prontamente o policial o algema e o guia para fora.

Edu: Eu juro que não sei do que estão falando.

Ao passar pelo corredor, Edu é hostilizado por alunos e professores.


CENA 8. HOSPITAL/QUARTO DE LICA/NOITE.

Durvalina, chorando, entra no quarto e caminha até o leito de Lica.

Durvalina(chorando): Ô meu amor…

Lica a olha e finge desespero.

Lica: Mãezinha, olha o que ele fez comigo.

Durvalina(chorando): Quem te machucou minha menina?

Lica(dissimulada): Foi o Edu. Ele queria me matar.

Ao ouvir Lica, Durvalina quase perde os sentidos, mas rapidamente se recompõe.

Durvalina: Mas porque ele faria isso?

Lica: Mãe, o Edu e eu transamos uma vez e e hoje descobri que estava esperando um filho dele, mas quando eu contei, ele quis que eu abortasse.

Chorando, Durvalina continua escutando a filha.

Lica(chorando): Mãe, tudo o que ele queria era que eu não tivesse esse bebê e o desejo dele se concretizou, pois eu perdi o meu filho, Mãezinha.

Durvalina(chorando): Calma minha menina! 

Durvalina abraça a filha e ela, sem que seja percebida, Lica sorri.


CENA 9. MANSÃO FORTUNA/SALÃO PRINCIPAL/NOITE.

O salão estava cheio. A festa de Iza estava um luxo e ela deslumbrante.

Alzirão(sorrindo): Filha, você está parecendo uma princesa.

Iza sorri. Conrado, ao ver as duas, decide se aproximar.

Conrado(sorrindo): Tu tá muito prosa.

Iza: Obrigada, Conrado.

Conrado: Será que se eu pedi pra dançar comigo, você aceita?

Iza o olha sem jeito.

Alzirão(p/Conrado): Mas é claro que sim. É o que ela mais quer…

Iza: Mãe…

Conrado pega na mão de Iza e ela o olha, sorrindo.

Alzirão(p/o DJ): Uma música bem romântica, por favor.

A música escolhida é “Perdóname de Camilo Blanes” . A trilha , tema do casal, embala também os passos deles no salão. Um grande círculo de pessoas se forma para apreciar a “valsa” do casal.

Com um olhar malicioso, Palmira, desce as escadas e caminha em direção ao salão.

Conrado: Eu amo você. – sussurra no ouvido de Iza.

Iza(sorrindo): Eu também te amo mais que tudo. – sussurra no ouvido de Conrado.

Durante a valsa, Iza e Conrado não param de trocar olhares. Penélope, com os olhos marejados, observa toda a situação.

Penélope(p/si): Essa maldita conseguiu o que queria.

Prestes a se beijar, Iza e Conrado são interrompidos por Palmira.

Palmira(sorrindo): Mas que teatrinho perfeito que você armou, Iza. – diz , aplaudindo.

Todos os olhares vão de encontro a Palmira.

Conrado: Não estou entendendo, mainha.

Palmira(p/Iza): Conte a Charles Bento a verdade, sua vagabunda.

Desconfiada do que Palmira está dizendo, Iza se assusta.

Iza: Do que está falando?

Palmira entrega o verdadeiro testamento de Perfeito Fortuna a Conrado.

Palmira(grita): Leia com bastante atenção filho. (T) Agora entendes o que to dizendo? 

Conrado(olhos marejados): Mas que brincadeira é essa?

Palmira: Não é brincadeira coisíssima nenhuma. Essa é a verdade.

Conrado com os olhos marejados e uma nítida decepção olha para Iza.

Palmira: Charles Bento, a mulher que você resolveu se enrabichar é uma bandida. Ela forjou um testamento para tomar posse de metade de tudo que na verdade foi deixado só pra ti meu filho.

Chorando, Iza se aproxima de Conrado, que a olha com desprezo e ao mesmo tempo sofrimento.

 

CONTINUA…


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