Capítulo
17
Cena 01 – Mansão Martins de Andrade [Interna/Noite]
(Sozinhas na cozinha, Eva continua ouvindo
atentamente a história sobre o passado de Luiza Helena).
EVA: Mas uma mãe não pode se separar de um filho! Quem fez uma atrocidade
dessas com você, minha filha? (Pergunta enquanto seca as lágrimas do rosto de
Luiza Helena).
LUIZA HELENA: O meu próprio pai! Ele disse que eu seria a vergonha de toda
a família naquela época, sendo adolescente e grávida de um filho sem pai...
EVA: Agora eu entendo o motivo de tanta tristeza em seu olhar! E ninguém
ficou do seu lado? Sei lá, um parente, ou a sua mãe... Porque a sua mãe não fez
nada?
LUIZA HELENA: Minha mãe sempre foi uma mulher muito submissa, ela jamais
teria coragem de enfrentar meu pai e carregar o peso dessa história nas costas.
EVA: E o que houve com ela?
LUIZA HELENA: Para esconder de todos que eu estava grávida, o meu pai me
mandou para a casa de uns parentes distantes. A minha mãe teve tuberculose e
morreu pouco tempo antes de eu dar à luz. Não pude me despedir dela, em virtude
do risco de contágio.
EVA: Você nunca mais voltou a ver o pai da criança?
LUIZA HELENA: Não! Ele nunca mais voltou a colocar os pés naquela cidade.
EVA: Não sente vontade de procurá-lo? Contar tudo o que aconteceu com você no
passado? Já pensou se vocês ficam frente a frente depois de tanto tempo?
LUIZA HELENA: Não, eu não quero voltar a vê-lo nunca mais. Jean Michel
Durant é o ser que eu mais odeio na face da terra! (Fala com ressentimento).
Cena 02 – Açougue [Interna/Noite]
Música da cena: Apenas Mais Uma De
Amor – Lulu Santos
(Após o beijo, Francesca fica confusa).
FRANCESCA: O que você pensa que está fazendo, bode velho? Você non pode
sair por aí assim, beijando as pessoas...
ZECA: Vai dizer que não gostou? Você queria um desses fazia tempo. Vai dizer
que você não arrasta uma asa por esse pedaço de mal caminho aqui? (Fala se
gabando).
FRANCESA: Claro que non, io non arrasto asa por ninguém, porque io non sou uma
galinha. Bode velho!
ZECA: Carcamana de araque...
(Francesca e Zeca voltam a discutir e
em meio a briga, voltam a trocar beijos).
Cena 03 – Chesca’s, Restaurante
Italiano [Interna/Noite]
(Sozinha no restaurante, Lola começa
a ficar aflita com medo de que algo saia do controle).
LOLA: (Anda de um lado para o outro
nervosa).
GARÇOM: Dona Lola, o pessoal da mesa doze está reclamando da demora... Eles
pediram duas pizzas grandes de marguerita e uma macarronada à bolonhesa.
LOLA: (Respira fundo para pensar melhor no que vai fazer) Calma... Faremos o
seguinte Juvenal, você vai até a cozinha e apressa as coisas por lá e eu vou
servir um aperitivo por conta da casa para acalmar os ânimos.
GARÇOM: Sim senhora! (O garçom vai para a cozinha).
LOLA: (Vai até o local onde ficam as bebidas alcoólicas e segura uma garrafa
para preparar o drink, mas ao mesmo tempo começa a sentir uma vontade incontrolável
de beber. Suas mãos começam a tremer por conta da abstinência).
ENRICO: (Chega e presencia o momento em que Lola segura uma garrafa de vodka)
Lola, o que você vai fazer?
LOLA: (Com os olhos marejados de lágrimas, olha para Enrico como se estivesse
pedindo socorro sem dizer uma só palavra).
Cena 04 – Mansão Martins de Andrade
[Interna/Noite]
(Ainda na cozinha, Luiza Helena e Eva
davam continuidade a conversa que estavam tendo).
EVA: Você vá me desculpando, mas algo não
se encaixa nessa história. Se ele era tão apaixonado por você, como foi capaz
de te abandonar e ainda por cima grávida? (Questiona).
LUIZA
HELENA: Não era
verdade o que ele dizia sentir por mim, na certa ele tinha outra mulher... O
que ele iria fazer com uma menina grávida? (Responde).
BETINHA: (Adentra na cozinha para tomar um
pouco de água) Quem está grávida?
LUIZA
HELENA: (Olha para
Eva com um semblante de que Eva não pode falar nada sobre o que elas haviam
confidenciado) Não...
EVA: É que eu estava comentando com a sua
irmã que uma das arrumadeiras me contou hoje que está grávida.
LUIZA
HELENA: (Embarca na
mentira de Eva) Isso mesmo! Era exatamente sobre isso que estávamos falando,
mas e você? O que fez o dia todo?
BETINHA: Eu saí um pouco, mas logo voltei
para casa. Passei a tarde toda refletindo e tenho uma notícia que aposto que
você vai gostar.
LUIZA
HELENA: Noticia? E
qual é? (Pergunta curiosa).
BETINHA: Eu resolvi que não quero continuar sem fazer nada, sem nenhuma ocupação.
Eu vou até uma universidade amanhã saber maiores informações sobre vestibular e
matrícula!
LUIZA HELENA: Que ótima notícia! Você não sabe o quanto me faz feliz você
ter ambições na vida e querer ter uma carreira. Saiba que você sempre terá o
meu apoio, eu vou estar sempre ao seu lado. (Luiza Helena e Betinha se
abraçam).
EVA: (Observa a cena com um ar de desconfiança).
Cena 05 – Casa de Durant
[Interna/Noite]
Música da cena: Flores No Jardim -
Llari
(A Avenida Paulista surge como plano
de fundo em todo o seu auge da movimentação. Em seguida, imagens do bairro da
Mooca são apresentadas, Rafael e Fernanda se aproximam da casa de Durant).
RAFAEL: (Abre a porta e entra sorrindo na
companhia de Fernanda) Boa noite, meu tio querido! (Diz ao se aproximar de
Durant).
FERNANDA: Boa noite, Durant! Como vai?
DURANT: (Arruma a mesa do jantar) Boa noite,
meus queridos! Por aqui tudo vai na mais santa paz e vocês? Me contem como foi
o dia dos dois!
FERNANDA: No meu, nada de novo... Reuniões,
reuniões, investigar pautas e só.
RAFAEL: Eu tive prova no segundo tempo e depois
fiz monitoria com alguns alunos de outros períodos. Cadê minha mãe, ela já foi
para o posto de gasolina?
DURANT: Já sim! Vocês jantam comigo? Já
coloquei os lugares na mesa, não aceito não como resposta.
FERNANDA: E por acaso tem como negar? Você é um
cozinheiro de mão cheia. Vou lavar as mãos e já volto. (Fernanda vai até o
banheiro).
RAFAEL: (Coloca a mochila no sofá) O senhor
quer ajuda?
DURANT: Não precisa, já deixei tudo pronto. Vou buscar o jantar... (Durant deu
alguns passos até a cozinha e em seguida voltou com uma travessa com massa que
havia preparado).
RAFAEL: (Olha para a travessa e se surpreende) Pelo o que vejo, falta muito
pouco para termos um novo restaurante na vizinhança e concorrente direto para o
Zeca e a Francesca.
DURANT: Não diga besteira, menino! Senta aí e come.
RAFAEL: Nem precisa falar duas vezes! (Diz ao se sentar).
DURANT: Ah, já ia me esquecendo... Aquela sua amiga nova esteve aqui, ela veio
te procurar.
FERNANDA: Que amiga? A tal de Betinha esteve aqui outra vez? (Questiona enciumada
ao se aproximar).
(Rafael e Durant se olham e percebem
que Fernanda não gostou nada de saber da visita de Betinha).
Cena 06 – Mansão Martins de Andrade
[Interna/Noite]
Música da cena: Rock Roll And Lullaby
– Alexandre Poli
(Juntas, Eva e Luiza Helena entram na
suíte onde Luiza dorme na mansão).
LUIZA HELENA: Eu quero te mostrar umas recordações! (Luiza Helena abre as
portas do closet, mas sente-se perdida por não saber onde estão as suas
coisas).
EVA: Não encontrou o que procura? (Questionou ao perceber que Luiza Helena
aparentava não localizar o que estava procurando).
LUIZA HELENA: Não! É que desfizeram as minhas malas e arrumaram minhas
coisas, agora eu não sei onde está cada pertence. Você não viu? É uma caixa de
papelão embrulhada num papel vermelho...
EVA: Acho que vi sim, eu estava na hora que as arrumadeiras estavam
organizando os seus pertences. Como elas não sabiam onde colocar cada coisa, eu
as orientei. Espero que não se incomode! (Eva adentrou no closet e ressurgiu
carregando a caixa nas mãos). Aqui está... (Entrega para Luiza Helena).
LUIZA HELENA: (Segura a caixa e vai até a cama. Ela e Eva se sentam
enquanto observam a caixa sobre a cama. Em seguida, Luiza Helena a abre) Aqui
estão todas as minhas lembranças do meu passado. Esses daqui somos eu e o Jean
Michel Durant. (Diz ao entregar uma fotografia deles na juventude).
EVA: (Observa a fotografia com atenção) Não se pode negar, vocês formam um
casal muito bonito. E esse sapatinho? (Pergunta ao olhar um sapatinho vermelho
de bebê no interior da caixa).
LUIZA HELENA: É uma das lembranças que eu guardei do meu bebê, do fruto do
meu amor com o Durant. A nossa única filha! (Responde ao retirar o sapato do
interior da caixa).
EVA: (Surpreende-se com a fala de Luiza Helena) Não me diga que...
LUIZA HELENA: (Interrompe a fala de Eva) Sim! A condição que o meu pai
impôs para não dar o meu bebê a um desconhecido, foi que ele a registrasse e a criasse como filha. A
minha filha esteve sempre ao meu lado, mas ela pensa que é minha irmã. A
Betinha é minha filha com o Durant! (Responde enquanto as lágrimas escorrem
pelo seu rosto).
Cena 07 – Casa de Durant
[Interna/Noite]
(Sem jeito, Rafael e Durant procuram
uma forma de contornar a situação).
FERNANDA: Não me ouviu? Eu falei com você... A Betinha esteve aqui outra vez?
(A campainha toca).
DURANT: (Muda o rumo do assunto) Chegou alguém! Quem será?
RAFAEL: Não faço a menor ideia, o senhor está esperando algum de seus clientes
para pegar algum quadro?
DURANT: Não! Acho melhor ir tirar a dúvida e ver quem é. (Vai até a porta).
FERNANDA: Ou vai ver que é a tal de Betinha novamente, já que ela insiste em fazer
parte do nosso convívio custe o que custar, pelo o que eu estou vendo.
(Ironiza).
DURANT: Glória! (Diz ao se deparar com Glória parar na porta).
GLÓRIA: Boa noite a todos! Como pensei... Os três reunidos. Vim até aqui fazer
um convite, aliás, uma proposta.
FERNANDA: Que proposta é essa, mamãe? (Pergunta seriamente).
GLÓRIA: De sairmos os quatro para jantarmos...
DURANT: Jantar fora? Mas eu acabei de preparar uma massa deliciosa... Claro, é
modesta, mas você será muito bem vinda a se juntar a nós.
GLÓRIA: (Olha para a mesa com desprezo) Está realmente com uma cara ótima, mas
eu quero tanto sair e comemorar com pessoas queridas a minha volta.
RAFAEL: Pessoas queridas? Que pessoas são essas? (Murmura).
FERNANDA: Não me diga que a senhora quer comemorar o fato de estar trabalhando?
Porque se for isso, realmente a senhora zerou tudo... (Diz sarcasticamente).
GLÓRIA: É fato que você não conhecer realmente a mãe que tem. Enfim! Vamos? Eu
não aceito “não” como resposta!(Insiste).
Cena 08 – Ruas de São Paulo
[Externa/Noite]
(Em meio as ruas de São Paulo, Maria
Rita caminhava de um lado para o outro na calçada enquanto esperava pelo
próximo cliente).
MARIA
RITA: (Observa a
movimentação da rua) O movimento está muito fraco, hoje!
(Um carro se aproxima e para na
esquina, em seguida abre a porta do passageiro, joga uma mulher para fora e dá
partida rapidamente).
MARIA
RITA: (Assiste toda
a cena e corre para ajudar) Meu Deus, o que é isso?
ISABELLE
TSUNAMI: (Sussurra
caída no chão) Me ajuda, me ajuda!
MARIA RITA: (Tira o cabelo do rosto de Isabelle e percebe que ela está
muito machucada) Quem fez isso com você? Você está muito machucada, precisa ir
para um hospital... (Ajuda Isabelle a se levantar).
ISABELLE TSUNAMI: (Levanta com dificuldade enquanto se apoia em Maria Rita)
Foi aquele cliente... De repente ele ficou violento e não queria pagar, eu
fiquei com tanto medo, pensei que ele fosse me matar.
MARIA RITA: Eu vou te levar para um hospital, você precisa ser atendida
e cuidar desses machucados. Depois vamos denunciar esse canalha!
ISABELLE: Denunciar? Para que? Vão dizer que eu sou apenas uma garota de programa
e não tenho esse direito.
MARIA RITA: Você é mulher, independente do que faz para ganhar a vida e
esse direito te assiste.
CARUSO: (Percebe que há algo de errado e se aproxima de Maria Rita e Isabelle.
Em seguida, ergue o queixo dela para observar seu rosto) É, pelo o que vejo te
amaciaram legal essa noite. (Debocha)
MARIA RITA: Ela precisa ir até um hospital, Caruso!
CARUSO: Pra que? Negativo! Leva ela no banheiro do posto, limpa essa sujeira que
fizeram na cara dela, passa uma maquiagem que eu quero vocês duas aqui de volta
em 30 minutos. Fui claro?
MARIA RITA: (Encara Caruso com desprezo).
Cena 09 – Chesca’s, Restaurante
Italiano [Interna/Noite]
Música da cena: Funiculi, Funicula -
Instrumental
(Na cozinha do restaurante o
pizzaiolo prepara as massas para a pizza e as joga para o alto. Enquanto isso
no salão principal, Enrico e Lola se dividem para atender as mesas).
LOLA: Alguma notícia da sua mãe? (Pergunta
enquanto confere uma comanda).
ENRICO: Nenhuma, já liguei para o celular dela algumas vezes e só dá caixa
postal. Estou começando a ficar preocupado! (Responde enquanto termina de
anotar o pedido de um cliente e os dois caminham para perto do balcão onde fica
o caixa).
LOLA: Vai ver que ela encontrou alguma amiga na rua e saíram, o celular acabou
descarregando e ela ficou sem bateria. Essas coisas acontecem!
ENRICO: É, você tem razão, pode ter acontecido isso. Porém, eu vou continuar
insistindo. Eu conheço a mãe que tenho e sei que ela adora se meter em uma
confusão...
(Glória, Durant, Rafael e Fernanda
chegam ao restaurante e procuram da porta uma mesa onde possam sentar).
LOLA: (Ao avistá-los, se abaixa e
esconde-se atrás do balcão).
ENRICO: (Estranha o comportamento de Lola) O que foi Lola? Porque você se
escondeu aí?
LOLA: (Tenta disfarçar) Eu não estou escondida, só estou procurando uma coisa
que caiu aqui...
ENRICO: (Observa as pessoas que estão paradas na porta e olha para Lola
escondida atrás do balcão) Eu vou atender os clientes que chegaram, na volta
você vai me explicar o que está acontecendo.
(Enrico recepciona Durant, Glória,
Rafael e Fernanda e os conduz para uma mesa com quatro lugares enquanto Lola
permanece escondida e aflita).
Cena 10 – Açougue [Interna/Manhã]
Música da cena: I Won’t – Colbie
Caillat
(A noite vai e o sol logo aparece
trazendo à tona um novo dia. As pessoas caminham pelas ruas da Mooca, quando
Juarez e Felício abrem o açougue).
FRANCESCA: (Acorda com o barulho da porta do
açougue sendo aberta e ao lado de Zeca) Chegou... Chegou gente!
ZECA: (Desperta atordoado) O que? Que foi?
FRANCESCA: (Levanta-se bruscamente) Será que além de bode velho, você
ainda é surdo? Não percebeu que chegou gente, precisamos gritar... Socorro, tem
gente aqui! (Grita enquanto bate na porta).
ZECA: (Levanta e vai até a porta, em seguida começa a bater junto a Francesca)
Nós estamos aqui!
ALGUNS MINUTOS DEPOIS...
(Depois de serem encontrados por
Juarez, Felício tentava se desculpar com Francesca e Zeca no açougue).
FRANCESCA: Eu deveria era processar o seu açougue... Io quase virei um
gelatto!
ZECA: (Sussurra) Quem dera se a gente tivesse essa sorte.
FRANCESCA: (Olha para Zeca rapidamente) O que foi que você disse, bode
velho?
FELÍCIO: Gente, mil desculpas! Eu nem sei como olhar na cara de vocês depois
dessa noite terrível que vocês devem ter passado presos no frigorifico. Eu vou
compensar vocês de alguma forma...
(Depois de ouvirem tudo o que Felício
tinha a dizer, Francesca e Zeca resolveram voltar para casa caminhando para
tomarem um pouco de sol).
ZECA: Carne de graça para a festa de São
Januário! Tu é terrível mesmo, hein carcamana?
FRANCESCA: (Desdenha) Io non fiz nada demais!
Era o mínimo que ele poderia ter feito depois de nos deixar presos naquele
quarto gelado. Foi a pior noite da mia vita!
ZECA: (Olha para Francesca) Até parece que
foi ruim, tu ficou molinha, molinha nos meus braços depois que nos beijamos.
FRANCESCA: Isso é uma calúnia! Nunca me senti
tão enojada, na verdade... (Tenta não encarar Zeca e disfarça olhando para os
lados).
ZECA: Quer dizer que tu vai fingir que não
gostou? Tá bom, vou fingir que acredito! Uma coisa eu te falo, o corpo fala
também, sabia?
FRANCESCA: Non, non sabia! (Esbraveja e atravessa a rua para se
distanciar de Zeca).
ZECA: Você mente muito mal, carcamana... Você gostou e muito, eu senti. (Fala
sozinho).
Cena 11 – Casa de Durant
[Interna/Manhã]
(Maria Rita e Durant descem a escada
com uma pilha de roupas para lavar quando encontram Rafael organizando seus
livros para sair para a faculdade).
MARIA
RITA: Já está indo,
meu filho?
RAFAEL: Já sim, mãe. Tenho o dia bem cheio
hoje! Estava só terminando de arrumar esses livros aqui e agora já estou indo.
MARIA
RITA: Vai lá meu
orgulho. Deus te acompanhe e te proteja, qualquer coisa você liga. Mamãe vai
lavar suas roupinhas agora! (Maria Rita beija a testa de Rafael e em seguida
vai até a lavanderia).
DURANT: (Observa se Maria Rita realmente se distanciou para que ela não escute o
conteúdo de sua conversa com Rafael) O aniversário da sua mãe está chegando.
Precisamos comprar um presentinho...
RAFAEL: Sim, eu não esqueci. Só não sei o que podemos comprar, o senhor já
pensou em alguma coisa?
DURANT: Ela comentou que tinha visto um vestido lá no shopping de Aricanduva.
RAFAEL: Ótimo! O senhor precisa que eu te ajude? Se quiser, eu posso ir com o
senhor depois que sair da faculdade.
DURANT: Não precisa se incomodar... Eu pensei em chamar a Glória, ela entende
bem dessas coisas de moda, roupas femininas, acho que ela será bem útil. Eu
compro e nós entregamos no dia do aniversário dela!
RAFAEL: Combinado, tio.
Cena 12 – Shopping Aricanduva [Interna/Tarde]
Música da cena: Me Leva – Alice
Caymmi
(Acompanhada de Suzana, Luiza Helena
caminha pelo shopping após finalmente concordar em mudar o visual).
LUIZA
HELENA: (Aperta as
duas mãos) Eu estou um pouco nervosa, eu nunca pisei num lugar assim.
SUZANA: Ah querida eu super lhe entendo e foi justamente por isso que me ofereci
para te acompanhar. Eu conheço esses lugares como se fossem o quintal da minha
casa. Eu pensei em um roteiro bem interessante para a nossa tarde... Primeiro
vamos ao salão de beleza do meu amigo Gutierrez e depois que arrumarmos o seu
cabelo, vamos as compras.
LUIZA HELENA: (Balança a cabeça) Está bem, eu confio em você e no seu bom
gosto.
(No salão de beleza, Luiza Helena
senta-se na cadeira do cabelereiro e Gutierrez coloca a capa do espaço nela).
SUZANA: (Observa Gutierrez mexer no cabelo de Luiza Helena) Eu estava pensando
em um corte para dar mais movimento e leveza e algumas iluminações. Acho que um
cabelo loiro mais claro vai deixá-la mais poderosa.
GUTIERREZ: Eu acho que você está certíssima. Já tenho algumas ideias na
minha cabecinha e ela vai ficar linda, eu garanto!
ALGUMAS HORAS DEPOIS...
SUZANA: (Olha algumas revistas sentada no
sofá da recepção e se distrai).
GUTIERREZ: (Se aproxima) Senhoras e senhoras...
Eu vos apresento, a versão repaginada dessa rainha!
LUIZA
HELENA: (Surge na
recepção com o cabelo mais claro e ondulado).
SUZANA: (Surpreende-se) Uau! Olha, vou
confessar... Você se superou Gutierrez, ficou realmente fabuloso.
GUTIERREZ: Mas uma obra prima para o mundo.
Belíssima, belíssima!
(Após deixarem o salão de beleza,
Suzana e Luiza Helena vão até algumas lojas escolher um novo guarda-roupas para
Luiza).
LUIZA HELENA: (Sai do provador usando um macacão de alfaiataria de uma
grife da mais alta costura) Que tal, ficou bom?
SUZANA: Ficou maravilhoso... Esse estilo de roupa lhe cai muito bem! Eu estava
pensando nessas peças aqui, o que você acha? (Pergunta enquanto mexe nos
cabides que estão numa arara).
LUIZA HELENA: Deixe-me ver! (Luiza Helena se aproxima de Suzana e fica de
costas para a entrada da loja).
(Durant e Glória se aproximam da
entrada da loja e observam a vitrine).
GLÓRIA: Essa loja é incrível, com certeza a sua prima irá amar o que vamos
escolher. Aquele vestido que ela tinha gostado está muito fora de moda. Aqui
sem dúvidas tem peças muito melhores! (Diz puxando Durant para a entrada da
loja).
DURANT: (Olha para a fachada da loja e fica imóvel).
A imagem divide ao meio, mostrando
Luiza Helena no interior da loja e Durant parado na entrada, focamos então nos
dois. A cena congela e vira uma capa de revista.
TRILHA SONORA OFICIAL, clique aqui.
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