Capítulo
21
Cena 01 – Na Boca do Povo, Redação
[Interna/Manhã]
(Luiza Helena entra em sua sala e
está visivelmente aborrecida. Em seguida, Durant entra na sala dela e fecha a
porta).
LUIZA HELENA: (Coloca a bolsa em cima da mesa e fica de costas para Durant,
enquanto observa a rua pela janela) Eu já disse que não temos nada para
conversar, principalmente depois de tudo o que você me fez há mais de vinte
anos.
DURANT: (Olha para Luiza Helena que permanece de costas para ele) Se você quer
conversar ou não, você vai ter que me ouvir. Para mim foi uma surpresa te
reencontrar ontem e viva, eu pensei que você estivesse morta.
LUIZA HELENA: (Vira e fica de frente para Durant) De novo essa história?
Que maluquice é essa que você está inventando?
DURANT: Não é história, é a verdade. Eu vi o caixão, o seu pai...
LUIZA HELENA: (Interrompe Durant) Não fala do meu pai! Ele foi te procurar
para contar a verdade e você fugiu, você fugiu!
DURANT: Será que você ainda não percebeu o que está acontecendo aqui? O seu pai mentiu
para nós dois, falta encaixar algumas peças nessa história, mas está claro, ele
mentiu.
LUIZA HELENA: Não fala dele, ele não está aqui para se defender. Quem me
garante que ele mentiu? Você desapareceu durante mais de duas décadas e agora
quer que eu acredite em você e a troco de que? Eu não vou cair nas suas juras
de amor de novo.
DURANT: (Grita) Eu pensei que você estivesse morta!
LUIZA HELENA: (Também grita) Eu estou morta! Você me matou por dentro. Me
condenou há viver durante anos amargurada, sem me dar nenhuma chance de seguir
em frente. Se um dia eu te amei, hoje eu te odeio na mesma intensidade. É
melhor assim, que eu continue morta para você.
DURANT: (Choca-se) Você não sabe o que está dizendo.
LUIZA HELENA: Sei, eu sei muito bem o que estou fazendo e falando. A
propósito, a nossa conversa já terminou, eu quero você fora da minha sala agora
mesmo. Fora!
DURANT: “Sua sala”? Onde será que foi parar a Luiza Helena que eu conheci? Eu
não a reconheço nessa mulher fria e soberba que você se tornou.
LUIZA HELENA: Ela não existe mais, já acabou? Pode ir...
DURANT: Eu vou, mas eu vou voltar. Faço questão de esclarecer muito bem essa
história, se alguém está mentindo, esse alguém não sou eu e eu vou provar. Não
sei como, mas eu vou. Com licença! (Durant sai da sala de Luiza Helena e vai
embora).
LUIZA HELENA: (Senta na cadeira e abaixa a cabeça, reclinando-se em cima
da mesa).
Cena 02 – Apartamento de Glória
[Interna/Manhã]
Música da cena: Gloriosa – Glória
Groove
(Após uma transição de cenas, surge a
fachada do prédio onde Glória mora com os filhos. Enquanto tomam café, Glória e
Fernanda conversam sobre a noite anterior).
FERNANDA: Que foi, mamãe? Que cara é essa?
GLÓRIA: Como o que foi, Fernanda? Você não
está curiosa depois do que aconteceu ontem à noite naquela festinha de fundo de
quintal? (Fala em tom de desdém)
FERNANDA: Que horror, que forma mais horrível
de falar.
GLÓRIA: Eu tenho que descobrir o que o Durant tem a ver com aquela pescadora
imunda. Porque ficou mais do que claro que eles já se conheciam, mas de onde?
FERNANDA: Eu já ouvi falar de uma namorada antiga do Durant, uma que ele nunca
esqueceu. Quem sabe não seja ela? (Alfineta a mãe).
JUDITH: (Entra na sala aos gritos) Deu match!
GLÓRIA: (Tenta se recompor do susto) Como se já não bastasse querer nos matar
com essa comida de porcos, agora quer me matar de susto também, estrupício?
JUDITH: Desculpa, Dona Glória! Sabe o que é? É que eu baixei um aplicativo que
vi na TV ontem, o Amor.Com...
FERNANDA: Olha ela! Esse aplicativo está ganhando muitos holofotes, inclusive
teremos uma matéria na revista a respeito. Essa emoção toda é porque encontrou
um boy? (Brinca com Judith).
JUDITH: Foi sim! Algo me diz que dessa vez eu desencalho...
GLÓRIA: Você? Desencalhar? Nem se a Petrobrás for te ajudar, estrupício. Abaixa
o teu fogo, que sua panela velha não tem tampa.
FERNANDA: Mamãe!
JUDITH: Deixa ela, Nanda! Quero ver no dia que eu for embora dessa casa para
casar com o meu marido rico, Dona Glória vai cair no chão durinha...
GLÓRIA: Eu, cair dura no chão por sua causa? Nem morta! (Glória e Judith
continuam discutindo, enquanto Fernanda observa tudo, tentando conter as duas).
Cena 03 – Mansão Martins de Andrade
[Interna/Manhã]
(Após não encontrar a irmã em seu
quarto, Betinha resolve descer para procura-la).
BETINHA: Bom dia, Eva! Você viu a minha irmã? Eu não a encontrei no quarto,
quando cheguei ontem ela já estava dormindo e eu nem consegui falar com ela.
(Questiona ao entrar na sala de jantar e encontrar com Eva arrumando a mesa de
café da manhã).
EVA: Bom dia, senhorita Roberta! A sua irmã madrugou, nem comeu direito e já
foi para a revista. Sente-se, vou servir seu café.
BETINHA: (Senta-se à mesa) Eu sei o que ela está fazendo, ela está fugindo de mim
para não me contar o que está acontecendo.
EVA: (Serve um pouco de suco de laranja para Betinha) Desculpe, não entendi.
O que foi que disse?
BETINHA: Nada de importante! É que eu ainda não me acostumei a comer numa mesa
assim, tão farta e sozinha.
Música da cena: Desculpa, Mas Eu Só
Penso Em Você
THIERRY: Quem foi que disse que você vai comer sozinha? Cheguei para resolver os
seus problemas. (Diz ao entrar na mansão).
BETINHA: É realmente um hábito seu chegar sem ser anunciado, muito menos
convidado?
THIERRY: Que forma mais feia de falar com alguém da família! (Diz para logo em
seguida sentar-se em uma das pontas da mesa).
BETINHA: Nós não somos da mesma família, felizmente.
THIERRY: É como se fossemos! Digamos que somos primos postiços e você sabe o que
acontece na maioria das famílias entre os primos, não sabe? (Se aproxima de
Betinha).
BETINHA: Não, eu não sei. O que é que acontece entre primos?
THIERRY: Eles ficam juntos! (Dispara).
EVA: (Tosse, visivelmente constrangida).
BETINHA: (Levanta-se e coloca o guardanapo em cima da mesa) Perdi a fome, com
licença!
THIERRY: Mas já? Para que lado você está indo?
BETINHA: Eu vou estudar, faculdade... Você pisou em uma?
THIERRY: Estudar é para os fracos, os espertos ficam ricos. Adivinha qual é o meu
grupo?
BETINHA: (Dá as costas e sai andando) Que seja!
THIERRY: (Levanta-se e corre atrás da Betinha) Espera, rola uma carona?
BETINHA: (Pega a bolsa e algumas revistas em cima do sofá) Claro... Que não! (Vai
embora e deixa Thierry sozinho).
THIERRY: Maltrata, maltrata que eu gosto... (Fala sozinho).
Cena 04 – Na Boca do Povo, Redação
[Interna/Manhã]
Música da cena: O Ar Que Eu Respiro -
Dienis
(Aos poucos, Luiza Helena levanta a
cabeça e relembra dos olhos de Durant).
LUIZA HELENA: Que brincadeira é essa, Deus? Porque eu não consigo tirar
esse homem da minha cabeça? Eu o odeio, eu odeio, odeio com todas as minhas
forças. Não posso esquecer disso, não posso! (Em seguida, Luiza Helena tenta se
concentrar e voltar a trabalhar, mas é em vão e ela volta a pensar em Durant). Sai
da minha cabeça, você tem que sair... (Esbraveja e joga os papéis que estavam
em cima da mesa no chão).
Cena 05 – Casa de Durant
[Interna/Manhã]
(Sozinhos em casa, Maria Rita estava
deitada no sofá enquanto Marcelo massageava os seus pés).
MARCELO: E você acha que o seu primo vai se
acertar com a loirona ricaça?
MARIA RITA: Eu não faço a menor ideia! Mas pelo o que vi ontem, ainda há
muita coisa nessa história que não se encaixa, muitos maus entendidos e por
isso eles estão assim, feito cão e gato. Eu espero que eles se resolvam, porque
eu conheço o meu primo e sei que ele nunca superou a partida dela e tê-la
reencontrado vai reacender algo que ninguém foi capaz de acender antes...
MARCELO: Tipo nós dois... Eu passei anos babando só de te ver passar e você nem
reparava em mim. (Beija as pernas de Maria Rita).
MARIA RITA: É diferente, Marcelo. É diferente!
MARCELO: Diferente coisa nenhuma, eu quero ficar com você e é pra vida toda,
tenho certeza disso.
MARIA RITA: (Levanta-se e agora fica sentada no sofá enquanto olha para
Marcelo) Você está falando sério?
MARCELO: Claro que eu estou... Já sou um homem feito, está na hora de ter minha
mulher, minha casa e meus filhos. Você é livre, desimpedida e seu filho também
já está adulto, o que é que te impede agora de ser feliz?
MARIA RITA: (Fica em silêncio).
MARCELO: Porque ficou calada? Não gostou do que eu disse? (Estranha).
MARIA RITA: Não é isso, só fiquei pensativa. Apenas isso!
MARCELO: Que bom que é só isso... Sabe, você vai achar que é paranoia da minha
parte, mas as vezes eu fico te olhando e tenho a impressão de que você esconde
algo.
MARIA RITA: Eu, escondendo alguma coisa? Que maluquice, tigrão! Eu sei
qual é o remédio para essa sua maluquice... (Para disfarçar, Maria Rita sobe em
cima de Marcelo e começa a beijá-lo ardentemente).
Cena 06 – Na Boca do Povo, Redação
[Interna/Tarde]
Música da cena: Um Pôr Do Sol Na
Praia – Silva e Ludmilla
(Imagens da cidade são apresentadas,
passamos pela avenida onde fica situado o MASP, por monumentos históricos,
mercadão público, teatro municipal e Avenida Paulista. Em seguida, surge a
fachada do edifício onde fica a revista. Em sua sala, agora mais calma, Luiza
Helena se distrai lendo alguns papéis).
LUIZA HELENA: (Para de ler quando sente a presença de alguém na sala.
Quando ergue a cabeça, percebe que Betinha está de pé em sua frente e a
encarando) Betinha, eu nem vi que você tinha chegado...
BETINHA: Você pode fugir do Durant, das pessoas dessa cidade, do papa... Mas de
mim você não escapa, eu não saio daqui enquanto você não me contar o que há
entre você e o Durant!
Cena 07 – Na Boca do Povo, Redação
[Interna/Tarde]
(Luiza Helena sente-se acuada na
presença da filha, mas disfarça).
LUIZA
HELENA: Que forma é
essa de falar?
BETINHA: (Senta-se na cadeira em frente à
mesa de Luiza Helena) Não tente mudar os rumos da história, me conte a verdade.
Você não prometeu que voltaríamos a ser amigas? Amigas não tem segredos uma com
a outra, eu vou te entender e ficar do seu lado.
LUIZA
HELENA: (Percebe que
Betinha está irredutível, então resolve ceder) Está bem, eu vou te contar a
verdade. Eu e o Durant tivemos uma história no passado. Nós fomos namorados e
eu estava completamente apaixonada e me iludi muito, só que tudo não passou de
um sonho. Fizemos tantos planos de
casarmos, de ficarmos juntos, mas de um dia para o outro, ele desapareceu.
Fugiu levando com ele a minha vida e eu nunca mais fui a mesma. (Diz com
lágrimas nos olhos).
BETINHA: E você nunca mais teve noticias dele,
não o procurou?
LUIZA
HELENA: Não! Todo o
amor que eu tinha por ele morreu e se transformou em ressentimento. Ele não
podia ter feito o que fez comigo, ele me abandonou no momento em que eu mais
precisava dele!
BETINHA: Que momento? Que momento era esse,
Luiza?
LUIZA
HELENA: (Percebe que
falou demais e tenta contornar a situação) No momento em que eu era só uma menina,
jovem e apaixonada.
BETINHA: Engraçado é que eu não me lembro de
nada dessa história! Desde que me entendo por gente, nunca te vi com ninguém.
LUIZA
HELENA: É que você
era muito pequena, por isso não se lembra...
BETINHA: E você não o ama mais?
LUIZA
HELENA: Se eu o amo?
Não... Eu não o amo mais! (Conclui).
Cena 08 – Universidade Pereira
Vasconcelos [Interna/Tarde]
(Enrico caminhava pelos corredores da
universidade, quando de repente foi puxado para dentro de um laboratório).
ENRICO: O que é isso? O que está
acontecendo? (Pergunta assustado, para em seguida descobrir que foi Ítalo quem
o puxara para dentro do laboratório).
ÍTALO: Não está acontecendo nada... Aliás,
está! Estamos só nós dois aqui nesse laboratório e eu queria muito ficar com
você de novo.
ENRICO: Você ficou doido? E se alguém nos
flagra aqui? É muito perigoso...
ÍTALO: Fique tranquilo, eu jamais te
meteria em encrencas. Olhe para o alto! (Orienta).
ENRICO: (Olha para cima e percebe que estão
abaixo da câmera de segurança).
ÍTALO: Estamos em um ângulo que é
considerado ponto cego, ninguém irá ver a gente aqui.
ENRICO: Não é uma boa ideia ainda assim,
vamos sair daqui... (Enrico tenta sair da sala, mas Ítalo o impede).
ÍTALO: Só um beijo, eu não mereço um beijo?
Música da
cena: Não Esqueço – Niara e Pabllo Vittar
ENRICO: Se eu te der um beijo, você me deixa
sair?
ÍTALO: Eu prometo! (Ergue uma das mãos em
sinal de juramento).
ENRICO: Está bem, só um... (Enrico se
aproxima de Ítalo).
(Com uma das mãos, Ítalo puxa Enrico
para ficar mais perto dele e com outro, segura sua nuca. Os dois se beijam,
Enrico perde a noção do que está fazendo e deixa a bolsa e os livros caírem
enquanto os dois se beijam).
Cena 09 – Alcóolicos Anônimos
[Interna/Tarde]
(Após participar de mais uma reunião
com o grupo dos alcoólicos anônimos, Lola conversa com o mediador do grupo).
LOLA: Você acha mesmo que eu tenho chances de me curar dessa maldita doença?
MEDIADOR: Claro que sim! O principal passo é admitir que precisa de ajuda e isso
você já fez, por isso está aqui e isso não é nenhuma vergonha, muito menos te
faz fraca. Pelo contrário, isso te fortalece e mostra o quanto você é corajosa.
(Responde enquanto caminha ao lado de Lola, ele está a acompanhando rumo a
saída do centro de reabilitação).
LOLA: Tudo o que eu mais quero é me tornar digna de recuperar a minha vida!
MEDIADOR: Você vai conseguir, eu tenho certeza de que você vai conseguir. A
caminhada é longa, mas o fim do túnel representa seu recomeço e ele está bem
ali.
LOLA: (Se emociona com as palavras que acabara de ouvir) Bem, hora de ir para
casa. Até a próxima reunião!
MEDIADOR: Até, te espero aqui na próxima quinta-feira. (Despede-se de Lola, que
segue pelas ruas a caminho de casa).
Cena 10 – Universidade Pereira
Vasconcelos [Interna/Tarde]
Música da cena: Anjos – Gabi Luthai
(No campus, Betinha e Rafael caminham
enquanto conversam sobre Luiza Helena e Durant).
BETINHA: E isso é tudo o que eu sei! (Diz
após contar tudo o que Luiza Helena havia lhe dito).
RAFAEL: É, realmente algo não se encaixa
nessa história.
BETINHA: Ela é minha irmã, mas eu devo
concordar. Faltam algumas peças nesse quebra-cabeça, mas eu não entendo. Quem
gostaria de vê-los separados?
RAFAEL: Com base na versão do meu tio, eu
tenho um palpite.
BETINHA: E qual é? Diz, criatura! (Pergunta
ansiosa).
RAFAEL: O seu pai!
BETINHA: O meu pai? Mas porque ele faria
isso?
RAFAEL: Isso somente ele pode dizer. Tem
alguma forma de falarmos com ele?
BETINHA: Infelizmente não, ele faleceu faz alguns meses. A única alternativa é
investigar e eu não sossego enquanto não descobrir a verdade. Farei tudo o que
for possível para que a minha irmã volte a ser feliz.
RAFAEL: Conte comigo! (Diz olhando para Betinha).
BETINHA: (Sorri olhando para Rafael) Pode deixar.
Cena 11 – Chesca’s, Restaurante
Italiano [Interna/Noite]
Música da cena: Tarantella Napoletana
(Lola serve a clientela, enquanto
Francesca controla o fluxo de caixas. É nesse momento que ela recebe uma visita
inesperada).
FRANCESCA: (Fala baixinho) Mas o que você está
fazendo aqui, bode velho?
ZECA: Você não respondeu mais as minhas
mensagens, eu fiquei pensando um monte de besteiras e vim ver o que estava
acontecendo.
FRANCESCA: E você quer o que? Que nos
descubram?
ZECA: Não, não!
FRANCESCA: Então me deixa trabalhar. Io tenho
muito o que fazer... (Sai de trás do balcão e vai até o salão).
(Um cliente embriagado observa
Francesca usando um vestido vermelho, evidenciando seu colo e suas pernas).
CLIENTE: Gostosa! (Diz ao passar as mãos nas
pernas de Francesca).
FRANCESCA: Mas o que é isso? Um tarado em mio
restaurante! (Diz ao encarar o cliente).
ZECA: (Agarra o cliente pela camisa e o
levanta) Tu ficou doido, foi macho? Pede desculpas para ela agora se não quiser
que eu te arrebente!
CLIENTE: A culpa foi toda dela, quem mandar
andar assim, provocando? Eu fiz o que ela queria.
ZECA: Canalha! (Dá um soco na cara do cliente).
(Zeca e o cliente iniciam uma briga
corporal por todo restaurante, enquanto os amigos do cliente começam a quebrar
as coisas no restaurante).
FRANCESCA: Esses brutamontes vão quebrar todo o
mio restaurante! (Desespera-se).
LOLA: O que vamos fazer? (Questiona em
meio à confusão).
FRANCESCA: Parem, parem de brigar! Bando de
brutamontes rivoltosi...
LOLA: (Olha para os lados na tentativa de ajudar de alguma forma, até que
percebe que o lugar onde o músico costuma se apresentar está vazio. É então que
ela resolve pegar o microfone, sua mão começa a tremer e a insegurança toma
conta de seu corpo. Em seguida ela fecha os olhos e começa a cantar) Lindo e eu
me sinto enfeitiçada...
FRANCESCA: Mas o que ela pensa que vai fazer? Um show no meio dessa
guerra?
Música cantada por Lola – Menino
Bonito (Rita Lee)
(As pessoas no restaurante começam a prestar atenção enquanto Lola canta
e a briga para).
FRANCESCA: E non é que ela tinha razão? Continua, continua... Está funcionando!
(Encoraja Lola a continuar cantando).
(As pessoas assistem Lola cantar,
surpresos com a sua bela voz. Sem que ela perceba, algumas pessoas a filmam).
FRANCESCA: Bravo,
bravíssimo! (Puxa os aplausos e todos os que estão ali presentes, também
aplaudem Lola, que fica envergonhada).
Cena 12 – Casa de Durant
[Interna/Noite]
(Rafael desce a escada arrastando
Durant, que tenta entender porque o sobrinho tem a necessidade de leva-lo até a
sala de estar).
RAFAEL: (Arrasta
Durant) Vem tio, não reclama. Confia em mim!
DURANT: Para que
essa pressa toda, menino? Parece que vai tirar o pai da forca...
RAFAEL: É porque o senhor tem visita, não quer deixar a
visita esperando, quer?
DURANT: Visita? Que visita? Eu não estou... Você? (Questiona
após descer a escada e se deparar com Betinha esperando por ele).
BETINHA: Me desculpe, sei que vim sem ser convidada e
principalmente depois de tudo que aconteceu, imagino que deva estar chateado
com a minha irmã, mas saiba que eu estou aqui para ajudar.
DURANT: (Se aproxima junto de Rafael) Ajudar, como assim?
BETINHA: Eu estive conversando com o Rafael e também concordo
que há algo nessa história que não se encaixa. Além disso, eu conheço a minha
irmã e sei que ela nunca se envolveu com ninguém durante todos esses anos e que
esse motivo agora está mais do que claro. Foi por isso que eu tomei uma decisão,
eu vou te ajudar a desvendar essa história.
DURANT: (Permanece parado olhando para Betinha).
A imagem foca em Durant encarando
Betinha. A cena congela e vira uma capa de revista.
Obrigado pelo seu comentário!