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Na Boca Do Povo - Capítulo 25

 


Capítulo 25

Cena 01 – Casa de Durant [Interna/Tarde]

(Espantados com a revelação, Durant e Luiza Helena olham para Maria Rita como se aguardassem dela uma confirmação).

 

DURANT: Isso é verdade? (Pergunta a prima).

CARUSO: Que foi, vadia? Perdeu a coragem agora? Fala a verdade para o seu primo, diz que você faz programa lá no meu pedaço.

MARIA RITA: (Tenta avançar em cima de Caruso, mas Luiza Helena a segura) Seu desgraçado!

CARUSO: Não precisa agradecer, eu te espero lá hoje à noite e acho bom você não faltar.

MARIA RITA: Eu já disse a você, eu não voltarei a fazer programa.

CARUSO: Você não ouse me desafiar, você sabe muito bem como eu fico quando me desafiam, não sabe?

DURANT: Você vai sair dessa casa agora mesmo, porque se você ameaçar mais uma vez a minha prima, eu não respondo por mim. Ah, e antes que você esqueça... Ela não vai voltar, porque disso eu me encarregarei e não se atreva a aparecer aqui ou eu chamo a polícia, entendeu?

CARUSO: (Limpa o sangue no canto da boca) Isso não vai ficar assim, eu vou voltar quando vocês menos esperarem. (Sai da casa de Durant e deixa a porta aberta).

LUIZA HELENA: Vamos sentar, você precisa se acalmar... (Conduz Maria Rita para sentar no sofá).

DURANT: Porque você nos escondeu isso? Porque você mentiu? Eu não entendo...

MARIA RITA: Porque eu tinha vergonha! Porque eu me sentia suja, vazia. Eu não escolhi esse destino, eu não tive saída. Eu estava com o Rafael prestes a entrar na universidade, você ficou doente, não tínhamos renda e eu não conseguia emprego de carteira assinada. Eu tive medo de que a gente não conseguisse pagar as prestações dessa casa e a perdêssemos para o banco, então eu não tive saída. Depois eu tentei sair dessa vida, mas o Caruso me ameaçava e eu tinha medo de que ele fizesse alguma coisa contra vocês.

LUIZA HELENA: Fique tranquila, aqui ninguém vai te julgar. Você fez o que estava ao seu alcance naquele momento e uma mãe é capaz de grandes sacrifícios. (Acolhe Maria Rita, que se emociona).

DURANT: Você não vai mais voltar a se sacrificar desse jeito, nem que eu me mate de pintar, dia e noite, não vou te deixar faltar nada.

LUIZA HELENA: Quanto a isso, eu acho que posso ajudar...

MARIA RITA: Ajudar, como? (Questiona).

 

Cena 02 – Universidade Pereira Vasconcelos [Interna/Tarde]

Música da cena: Me Leva – Alice Caymmi

(Na universidade, Enrico e Betinha assistem a um desfile de modas organizado por uma convidada especial).

 

BETINHA: (Observa deslumbrada).

ENRICO: Nossa, amiga... Eu estou apaixonado! É um modelo mais lindo que o outro.

(As modelos andam pela passarela).

BETINHA: Eu nunca vi nada igual, parece um sonho.

ENRICO: (Observa a estilista convidada) Está vendo aquela mulher ali?

BETINHA: Sim, muito bonita. Quem é?

ENRICO: Ela se chama Maria Eduarda Germai, é uma estilista super famosa aqui na cidade e filha de Malu Germai, considerada a imperatriz da moda.

BETINHA: Ah, eu já ouvi falar dela. Ela se formou em Alagoas, conheci alguns projetos dela ao visitar a universidade de lá.

(Quando o desfile encerra, Enrico e Betinha resolvem se aproximar de Maria Eduarda).

ENRICO: Com licença, podemos dar uma palavrinha com a estilista? (Pergunta ao se aproximar de Maria Eduarda que está conversando com uma modelo e outro professor do curso).

MARIA EDUARDA: (Vira-se para Enrico ao vê-lo) Claro, tudo bem com vocês? Vocês gostaram do desfile?

BETINHA: Ah, eu achei fabuloso. Nunca vi nada tão incrível como essas peças revolucionárias. Eu sinto muito orgulho de ser sua conterrânea.

MARIA EDUARDA: Não me diga que você também é de Alagoas?

BETINHA: Sou sim, de Porto de Pedras.

MARIA EDUARDA: Que maravilha, posso te dar um abraço?

BETINHA: Um abraço da lenda? Meu Deus, que honra! (Abraça Maria Eduarda).

MARIA EDUARDA: Bom, eu espero que vocês tenham se inspirado. Estudem bastante e acreditem no potencial de cada um de vocês. Quem sabe um dia não trabalhamos juntos lá na agência? Fica a dica!

 

Cena 03 – Na Boca Do Povo, Redação [Interna/Tarde]

Música da cena: Sampa – Caetano Veloso

(Imagens externas da cidade de São Paulo são apresentadas. Cruzamos pela Avenida Ipiranga e Paulista. Surge logo após a fachada do prédio onde está a revista).

 

GLÓRIA: (Invade a sala de Evandro, mesmo com Suzana tentando impedi-la a todo custo) Sai da minha frente, criatura. Você não entendeu que não tem porta que seja fechada para Glória Martins de Andrade e Britto nessa revista?

SUZANA: Me desculpe, senhor. Ela foi entrando, eu não tive como impedir! (Fala direcionando-se para Evandro).

EVANDRO: Não se preocupe, Suzana. Eu conheço bem essa senhora, pode se retirar e nos deixar a sós!

SUZANA: Com licença! (Sai fechando a porta, deixando os dois sozinhos).

EVANDRO: Eu posso saber que showzinho é esse? O que você pretende agora, sua desvairada?

GLÓRIA: Eu vim abrir os seus olhos, porque se você piscar, vai perder o que está rondando.

EVANDRO: Do que você está falando? Eu não gosto de rodeios, seja clara Glória.

GLÓRIA: Enquanto você arquiteta silenciosamente como roubar essa revista para você, a presidente dela está reatando nesse momento com o namoradinho do passado. Ou seja, você vai ficar sem a mulher por quem está interessado e a empresa que tanto almeja.

EVANDRO: Você quer dizer que...

GLÓRIA: (Interrompe Evandro) Que a sua queridinha já não está mais furiosa com o Durant e a essa altura já se reconciliaram.

EVANDRO: (Sorri) Eles não vão ficar juntos, ela será minha. Você vai ver, logo, logo o pintor volta para você. Isso, eu garanto!

 

Cena 04 – Casa de Durant [Interna/Tarde]

(Maria Rita e Durant estavam curiosos com a oferta de Luiza Helena).

 

DURANT: Que proposta é essa, Luiza Helena? (Questiona).

MARIA RITA: (Seca as lágrimas) Do que você está falando?

LUIZA HELENA: Gente, vocês esqueceram que agora eu administro uma revista? Eu posso ajudar a Maria Rita, posso conseguir um emprego para ela lá. Quem sabe uma assistente?

MARIA RITA: Você está falando sério? De verdade?

LUIZA HELENA: Claro que estou! Para que ter tanto, se não for para compartilhar? Além disso, se você é da família do Durant, é como se fosse da minha própria família. (Diz olhando para Durant).

DURANT: Não é como se fosse, você é da nossa família. Você sempre fez parte dela!

MARIA RITA: (Abraça Luiza Helena) Eu nem sei como posso te agradecer...

DURANT: (Observa as duas se abraçando) Será que nesse abraço ainda cabe mais um?

LUIZA HELENA: (Estende um dos braços para acolher Durant) Claro que cabe!

DURANT: (Vai ao encontro das duas e as abraça).

 

Cena 05 – Mercado Municipal [Interna/Tarde]

(Como de costume, Francesca caminhava pelo mercadão observando tudo com seu carrinho a tiracolo).

 

FRANCESCA: Boa tarde, Seu Amadeu! Que linda essas cenouras... (Comenta elogiando as verduras e legumes do feirante).

AMADEU: O que a senhora vai levar hoje? Sabe que é a minha freguesa mais especial!

FRANCESCA: (Sorri) Até parecer, io non caio nessa. Certeza que o senhor fala isso com tutti.

AMADEU: Só para as minhas freguesas mais fiéis! (Responde o ancião).

FRANCESCA: (Olha para o box da frente e percebe a presença de Zeca comprando miúdos).

ZECA: (Retribui o olhar Francesca e sorri).

(Disfarçadamente os dois começam a andar por entre as bancas de verduras enquanto trocam olhares. Em seguida, se abaixam e trocam beijos sem serem vistos).

FRANCESCA: (Fala baixinho) O que você pretende, bode velho? Se nos descobrem, io vou ficar na boca do povo.

ZECA: Deixe que falem, nós somos dois adultos, mulher. Vai dizer que tu não gosta desse chamego todo? (Pergunta olhando no fundo dos olhos de Francesca).

FRANCESCA: (Responde olhando nos olhos e boca de Zeca) Io non consigo me controlar, bode velho! (Beija Zeca novamente).

 

Cena 06 – Mansão Martins de Andrade [Interna/Noite]

Música da cena: Fogo – Karin Hils

(Imagens externas da cidade de São Paulo são apresentadas, trazendo à tona seus altos agitos. Em seguida, surge a fachada da mansão).

 

LUIZA HELENA: (Entra em casa acompanhada de Durant) Agora que estamos longe de toda essa turbulência, nós precisamos conversar, eu estou tentando te contar uma coisa... É que você não terminou... (Tenta revelar o restante da carta que passou despercebido por Durant).

DURANT: Contar o que? Pode falar, nada que você diga vai apagar o que eu estou sentido agora, uma felicidade que eu não consigo descrever.

LUIZA HELENA: O que eu tenho para te contar vai mudar a sua vida para sempre!

BETINHA: (Assiste a cena dos dois juntos incrédula, enquanto está sentada no sofá da sala assistindo TV e logo os interrompe) Eu não acredito no que os meus olhos estão vendo! Meu Deus, até que enfim vocês se acertaram... (Betinha levanta e corre ao encontro de Durant, em seguida o abraça sem saberem que são pai e filha).

LUIZA HELENA: (Observa os dois se abraçarem e fica com medo).

DURANT: Que bom te ver, minha linda. Como você está? (Pergunta a Betinha).

BETINHA: Feliz, super feliz. Saiba que faço muito gosto nesse seu namoro com a minha irmã, já estava na hora.

DURANT: (Sorri para Betinha e em seguida olha para Luiza Helena) E então, o que você estava dizendo mesmo?

BETINHA: (Olha para Luiza Helena, curiosa).

LUIZA HELENA: (Olha para os dois sentindo-se encurralada).

 

 

Cena 07 – Mansão Martins de Andrade [Interna/Noite]

(Luiza Helena permanece em silêncio enquanto Durant e Betinha olham para ela).

 

BETINHA: O que foi, criatura? Fala de uma vez. O que aconteceu?

DURANT: É Luiza, o que você queria dizer? Você estava falando e de repente se calou...

LUIZA HELENA: É... Não, não era nada demais. Eu ia perguntar se você não quer jantar aqui essa noite?

BETINHA: Sim, é uma ótima ideia. Fica, Durant! (Comemora e logo em seguida tenta convencer o pintor a ficar).

DURANT: Já que essas lindas irmãs insistem, eu fico lisonjeado em jantar com as duas.

BETINHA: Que maravilha, sabia que você iria aceitar. Me acompanha? (Estende o braço para que Durant a acompanhe).

DURANT: Será uma honra, minha querida. (Agarra o braço de Betinha e os dois vão para a sala de jantar juntos).

LUIZA HELENA: (Observa os dois irem juntos para a sala de jantar e resolve não falar nada, pelo menos por enquanto. Em seguida vai até a sala de jantar se juntar aos dois).

 

Cena 08 – Casa de Durant [Interna/Noite]

(Em casa, após ficar sabendo da reconciliação do tio com Luiza Helena, Rafael deixa Fernanda a par das novidades).

 

FERNANDA: Quer dizer que finalmente o seu tio e a Luiza Helena se renderam a história inacabada do passado? (Questiona enquanto ajuda Rafael a colocar a mesa para o jantar).

RAFAEL: Pois é! A minha mãe disse que foi emoção para um lado, chororô para o outro, mas que sim, enfim eles se acertaram. Queria ver a cara da Betinha quando ela viu os dois chegarem juntos à mansão. (Coloca uma panela com arroz na mesa de jantar).

FERNANDA: E porque você não foi, já que estava tão preocupado com a Betinha? Já percebeu que você sempre dar um jeito de colocar ela em todos os assuntos?

RAFAEL: Nada a ver, Fernanda. Não viaja! Eu e a Betinha somos apenas bons amigos, ambos com o desejo de fazer o meu tio e a irmã dela ficarem juntos, só isso.

FERNANDA: Será mesmo, Rafael? Eu já estou começando a duvidar disso, sabia? Estou começando a pensar...

 RAFAEL: A pensar o que, Fernanda? Me diz! Você por acaso está achando que eu e a Betinha temos algo?

FERNANDA: Não sei, me responda você. Vocês tem?

RAFAEL: Eu acho que se você continua desconfiando tanto de mim a esse ponto, não deveria estar aqui.

FERNANDA: (Percebe que está passando do ponto e tenta contornar a situação) Desculpa! É que aquela garota me tira do sério, eu não consigo vê-la perto de você que eu fico louca de ciúme, eu acho que ela gosta de você.

RAFAEL: Pois eu acho bom você controlar bem o seu ciúme, eu te respeito e me respeito acima de tudo. No dia que eu quiser ter algo com outra mulher, eu termino com você antes. Voltando ao seu ciúme, tome cuidado para que ele não perca as estribeiras, não vou aguentar isso por muito tempo, entendeu? (Conclui a conversa).

 

Cena 09 – Chesca’s, Restaurante Italiano [Interna/Noite]

Música da cena: I Won’t – Colbie Caillat

(As avenidas da Mooca surgem como plano de fundo e completamente movimentadas. Em seguida, surge a fachada do restaurante de Francesca. Após encerrarem o atendimento ao público, Francesca e Lola/Amara deixam tudo organizado para o dia seguinte).

FRANCESCA: Grazie Dio, hoje foi movimentado. O restaurante rendeu bem! (Diz enquanto fecha o caixa).

LOLA/AMARA: Estava cheio mesmo, nunca tinha andando tanto da cozinha para o salão e do salão para a cozinha. (Concorda enquanto varre o salão).

FRANCESCA: Mia cara, você viu o Enrico? Non vi meu bambino hoje!

LOLA/AMARA: É verdade, agora que você falou eu me recordo que também não cruzei com ele. Quando terminar aqui, eu dou uma subidinha no quarto dele para ver se está tudo bem ou se ele quer comer alguma coisa. Eu aprendi a gostar desse menino como se ele fosse meu filho.

FRANCESCA: Va bene, Lola. Io que sou grata por você ter aparecido em nossas vidas, isso sim.

(Alguns momentos depois, Lola/Amara surge caminhando pelo corredor da casa de Francesca que fica em cima do restaurante, enquanto carrega uma bandeja com um sanduíche e um copo de suco de laranja).

LOLA/AMARA: (Abre a porta carregando a bandeja e se depara com Enrico aos beijos com Ítalo) Eu achei que estivesse com fome e trouxe um lan...

ENRICO: Lola? Você devia ter batido na porta! (Diz tentando se recompor).

ÍTALO: (Olha para Lola/Amara com os olhos assustados e arregalados).

LOLA/AMARA: Realmente, eu deveria ter batido na porta. Mil perdões! Eu vou deixar a bandeja aqui em cima da mesinha e já vou sair. (Deixa o lanche em cima da escrivaninha e sai do quarto rapidamente).

ÍTALO: E agora? O que será de nós dois? (Pergunta após Lola/Amara sair do quarto).

ENRICO: Calma, a Lola é muito discreta. Tenho certeza de que ela não sairá jogando nossa história ao vento. Pode ficar tranquilo, eu vou falar com ela.

 

Cena 10 – Mansão Martins de Andrade [Interna/Noite]

(Luiza Helena e Eva entram juntas no quarto de Luiza para conversarem mais à vontade).

 

EVA: Pra lhe ser sincera, eu estou muito feliz que enfim vocês tenham se acertado. É notório que vocês se gostam e nada mais justo, principalmente depois que descobriram que tudo foi um engano.

LUIZA HELENA: (Sorri ao sentar na cama e respirar aliviada) Pois eu nem acredito que estou vivendo isso. Eu senti o meu corpo estremecer nos braços dele, parecia que o tempo havia parado e que nós tínhamos voltado a sermos aqueles dois jovens, namorando na praia de Porto de Pedras.

EVA: Eu posso imaginar! Agora só uma coisa me preocupa...

LUIZA HELENA: O que, Evinha?

EVA: A verdade surgiu de forma parcial, quando é que você pretende contar ao Durant e a Betinha a verdade? Eles também precisam saber do laço que os une.

LUIZA HELENA: Eu sei, eu também tenho muito medo. Eu juro que tentei, eu tentei contar, mas quando vi os dois juntos, ali e bem na minha frente... Eu tive medo! Você tem noção de como a Betinha vai ficar quando descobrir que toda a vida dela é uma mentira? Eu preciso prepara-la para isso. Eu não vou aguentar se ela me rejeitar, Eva. O meu coração de mãe não vai aguentar!

EVA: (Senta ao lado de Luiza Helena e segura a sua mão) Eu estarei ao seu lado te encorajando para viver esse momento e não vou voltar a sua mão. Eu prometo!

 

Cena 11 – Umbu-Cajá, Restaurante Nordestino [Interna/Noite]

(Na cozinha do restaurante, Marcelo se encarregava de lavar a louça enquanto Maria Rita lhe ajudava secando os itens).

 

MARCELO: Poxa, que maravilha! Finalmente o seu primo e a loirona do Morumbi se acertaram! (Diz enquanto enxagua um prato, retirando embaixo d’água a espuma do detergente).

MARIA RITA: Nem me fale, meu primo está com um brilho nos olhos que eu nunca vi na vida. A felicidade dele me deixa feliz, o Durant é como se fosse o meu próprio irmão e eu o amo muito. (Responde enquanto seca alguns copos).

MARCELO: É verdade! O Durant é um cara muito legal, todos aqui no bairro sentem muito carinho e admiração por ele. Se a loirona fizer ele feliz, será acolhida por todos da mesma forma.

MARIA RITA: E por falar em loirona do Morumbi, eu nem te contei. Sabia que ela me ofereceu trabalho? É, ela é dona de uma revista muito importante aqui de São Paulo.

MARCELO: Que maravilha, tigresa. Quem sabe agora você não trabalha um pouco menos e pode até casar!

MARIA RITA: (Seca um prato, distraída) É verdade... Espera, o que você disse?

MARCELO: Eu disse que já que está dando tudo certo para todos, você já pode juntar os trapinhos comigo e nós podemos casar. Para que esperar tanto? Vamos tentar a sorte.

Música da cena: Jeito Sexy - Sambô

MARIA RITA: Casar? (Surpresa, solta o prato que se quebra em vários pedaços ao se chocar contra o chão).

MARCELO: (Fecha a torneira e seca as mãos) Eita! Não me diga que você é daquelas mulheres que fogem quando o assunto é casamento? Você se machucou?

MARIA RITA: (Desmaia nos braços de Marcelo em seguida).

MARCELO: (Segura Maria Rita no colo) E agora? Será que isso foi um sim ou um não? (Pergunta a si mesmo enquanto olha para Maria Rita).

 

Cena 12 – Na Boca Do Povo, Redação [Interna/Manhã]

(O dia amanhece ensolarado na capital paulista. Carros percorrem as grandes avenidas, pessoas transitam pelas ruas. Surgem então imagens da Avenida Ipiranga, Avenida Paulista, MASP e Parque do Ibirapuera. Em seguida, surge a fachada do prédio onde fica instalada a redação da revista. Na sala de reunião, Luiza Helena apresenta seus planos para a nova fase da revista).

 

LUIZA HELENA: Bom, agora que todos estão presentes, eu gostaria de propor atualizações na revista a partir de agora. Posso começar? (Questiona aos que estão ali presentes, entre eles: Fernanda, Glória, Evandro, Ângelo, Suzana e os demais jornalistas).

FERNANDA: Pode sim, Luiza. Estamos prontos!

LUIZA HELENA: Como todos sabem, eu nunca havia administrado uma revista antes. Então tomei a liberdade de estudar um pouco sobre o projeto e a concorrência para chegar a conclusões e ajudar a todos da melhor forma. Para agora, eu acho importante a revista ter uma presença maior na internet e de forma virtual, uma vez que cresce cada vez mais o número de acessos todos os dias. Também acho importante criarmos outros tipos de conteúdo de entretenimento, não focar exclusivamente em fofocas. Podemos estar na boca do povo de outras formas, entendem?

GLÓRIA: (Sorri ironicamente) O que eu entendo aqui é que os valores estão sendo invertidos.

LUIZA HELENA: Disse alguma coisa, Glória? (Rebate em tom irônico).

GLÓRIA: Sim, eu disse. Eu disse que uma pescadorazinha de quinta categoria não tem o poder de decidir ou não o que é melhor para nossa empresa. Uma mulherzinha que mal sabemos de onde saiu não pode decidir os rumos que a nossa revista vai tomar. Ou seja, você não passa de uma golpista ordinária!

 

A imagem foca em Luiza Helena pronta para revidar as ofensas de Glória. A cena congela e vira uma capa de revista.



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