Capítulo
45 (últimos capítulos)
Cena 01 – Hospital Santa Veridiana
[Interna/Manhã]
(Betinha diz que não irá perdoar
Luiza Helena e que a odeia. Luiza Helena passa mal ao sair, desmaia e é
amparada por Eva
BETINHA: Você não me ouviu? Vai embora! Eu
não quero continuar te vendo. Eu não quero que você volte aqui, entendeu?
LUIZA
HELENA: Betinha, eu
sou a sua mãe e acabei de dizer que passamos a noite aflitos com medo de te
perder. Eu preciso tanto conversar com você!
BETINHA: Mas eu não e não volte a dizer que
eu sou a sua filha. A sua filha não existe, os meus pais estão mortos e a minha
mãe eu nunca conheci. Você não tem nenhum direito de ficar aqui, vá embora
Luiza Helena!
ENFERMEIRA: (Percebendo a tensão entre as duas, resolve deixá-las
sozinhas) Bom, eu já vou, voltarei dentro de duas horas para checar a incisão. Com
licença! (Sai do quarto).
LUIZA HELENA: Eu tenho todos os direitos do mundo em estar aqui, eu sou a
sua mãe mesmo que você não queira. Eu te dei a vida, você saiu de dentro de
mim, foi no meu ventre que você cresceu.
BETINHA: E para que? Para você ter vergonha de mim e me esconder como se fosse um
objeto? Eu não sou uma boneca que você pode brincar de decidir o destino, Luiza
Helena. Você tem noção de como dói? De como eu estou me sentindo? A minha vida
é uma mentira. O meu pai, não é o meu pai. A minha mãe, a que eu nunca conheci,
porque achava que tinha morrido no parto, não era a minha mãe. Você sabe o
quanto ter uma mãe me fez falta? (Questiona furiosa).
LUIZA HELENA: Mas eu sempre estive com você, nunca te deixei faltar
amor...
BETINHA: Você fez muito pior, me deixou faltar uma mãe e isso tempo nenhum
recupera. Agora por favor, saia! Eu quero descansar e a sua presença me
incomoda, Luiza Helena.
LUIZA HELENA: Cada vez que você me chama pelo nome ao invés de mãe, é como
se fosse uma faca me perfurando. Minha filha, você precisa me perdoar...
BETINHA: Não, eu não posso, não quero e não vou. Para mim é isso, você é a Luiza
Helena e a partir de hoje não passa de uma mera desconhecida, agora retire-se
do meu quarto. Vá embora! (Grita).
LUIZA HELENA: (Chora e sai do quarto).
(No corredor, Luiza Helena continua
chorando ao lado da porta. Eva que havia ido visitar Betinha após saber do
acidente).
EVA: Menina, eu vim ver a Betinha. Como
ela está? O que você tem? Foi alguma coisa com a Betinha? É grave o estado
dela? (Questiona ao vê-la chorando).
LUIZA
HELENA: Não, ela
está bem e fora de perigo, vai se recuperar.
EVA: Então porque você está assim?
LUIZA
HELENA: A minha
filha já sabe a verdade, Eva. Ela já sabe que eu sou a mãe dela e me odeia. Ela
não me perdoa, não me aceita!
EVA: É compreensível ela estar assim
agora, ela está confusa. Ela vai mudar de ideia, só precisa de tempo. Você vai
ver que logo ela vai te perdoar!
LUIZA
HELENA: (Fica
tonta).
EVA: (Percebe que há algo de errado) O
que foi, você está se sentindo mal?
LUIZA
HELENA: Não, vai
passar... (Desmaia).
EVA: Menina, fala comigo? Acorda...
Enfermeira, eu preciso de ajuda! (Pede por ajuda enquanto ampara Luiza Helena).
(Algumas enfermeiras se aproximam e tentam reanimar Luiza Helena).
Cena 02 – Mansão Martins de Andrade
[Interna/Manhã]
Música da cena: Me Leva - Alice
Caymmi
(Imagens aéreas percorrem toda a
cidade de São Paulo, mostrando seus grandes edifícios. Pessoas surgem
caminhando em multidões na Rua 25 de Março. Em seguida, surge a fachada da
Mansão. No interior da propriedade, Caruso aproveita que todos estão fora para
cobrar a segunda parte do dinheiro pelo atentado contra Betinha).
EVANDRO: (Dá um soco em Caruso) Você é um infeliz, um incompetente!
CARUSO: Perdeu o juízo? Eu fiz justamente o que você pediu. Eu cortei os freios
do carro da garota, fiz parecer um acidente.
EVANDRO: Ela está viva! Aquela fedelha está viva. Eu não vou te dar mais nenhum
centavo, você não cumpriu o nosso acordo de matar a bastardinha.
CARUSO: Não senhor! Eu fiz o serviço, não tenho culpa se o santo dela é forte.
Que culpa eu tenho se ela não morreu do acidente? Eu não sou Deus! Agora você
não vai me deixar na mão, eu fiz a minha parte e quero a minha grana, agora.
EVANDRO: Pois você não irá ver a cor do meu dinheiro e desapareça da minha
frente, eu não quero mais olhar nessa sua cara de merda. Isso que você é, um
merda! Incapaz de fazer um trabalho direito, que preste. Desapareça agora mesmo
e não volte a cruzar o meu caminho, ou eu vou te esmagar.
CARUSO: Você vai se arrepender amargamente de me deixar na mão, Evandro. Eu não
costumo passar a mão na cabeça de quem me trai!
EVANDRO: (Debocha) Você está me ameaçando, seu verme? Eu não tenho medo das suas
ameaças. Tenha muito cuidado comigo, se eu quiser, você amanhece no Tietê, em
saco de lixo! Entendeu?
CARUSO: A partir de agora a guerra está declarada, vamos ver quem ri por último.
Vamos ver! (Vai embora).
EVANDRO: (Serve-se um pouco de uísque com gelo e toma um gole, não dando
importância as ameaças de Caruso).
Cena 03 – Hospital Santa Veridiana
[Interna/Manhã]
(No quarto do hospital, Judith
abraçava Fernanda, enquanto era consolada por Rafael. Glória também estava no
quarto, mas não sabia como se aproximar da própria filha).
FERNANDA: (Chora nos braços de Judith).
JUDITH: Chora, meu amor. Coloca toda essa tristeza para fora! Você não está
sozinha, sua família está aqui com você.
FERNANDA: O nosso filho Rafael, eu não consegui salvá-lo. Me perdoa, me perdoa!
(Diz aos prantos).
RAFAEL: Perdoar você? Mas porquê? Você não teve culpa, foi um acidente. O nosso
filho agora virou um anjinho.
GLÓRIA: Acidente nada, foi tudo culpa da filha da pescadora. Aquela infeliz,
barbeira que saiu dirigindo feito uma louca. Porque culpa dela estamos aqui!
JUDITH: Cala a boca, estrupício. Se não veio para ajudar, então vai embora! Você
deveria estar consolando a sua filha, não colocando mais lenha na fogueira.
FERNANDA: Deixa, Juju... Nada que venha da minha mãe surpreende mais! Ela não
queria que eu tivesse essa criança, no fundo deve estar feliz com tudo o que
aconteceu.
GLÓRIA: Fernanda, eu sou a sua mãe! Como pode pensar que eu fiquei feliz em
saber que você sofreu um acidente, que poderia ter morrido? (Questiona surpresa
com as acusações da filha).
FERNANDA: Você é vazia! A sua ambição desmedida te deixou fútil, amarga e vazia.
Você é oca, mãe. Não tem sentimentos, não tem escrúpulos... Só o que te interessa
é o dinheiro, o poder, o status, estar nas colunas sociais. Isso passa mãe, mas
e o que a senhora fez por si mesma? Pelo mundo? É assim que você quer ser
lembrada? Apesar de não poder ter segurado o meu filho, eu sim soube dar todo o
amor do mundo enquanto ele esteve comigo. Você não sabe amar, você só pensa em
si mesma! Eu tenho pena de você. Pobre de Glória Martins de Andrade e Britto
quando perceber finalmente que perdeu tudo e todos a sua volta e que somente
lhe resta o seu nome, que pouco vale diante suas próprias ações.
GLÓRIA: (Fica sem reação, não responde e simplesmente vai embora).
Cena 04 – Casa 1 [Interna/Manhã]
Música da cena: Fogo – Karin Hils
(No início da cena seguinte, surge a
fachada da Casa 1. Na área interna do local, Enrico e Paula conversavam
enquanto tomavam café).
PAULA: Deixe-me ver se eu entendi, você está me propondo vingança? (Questiona
com ar de surpresa).
ENRICO: Vingança não, justiça! Eu quero pegar quem fez isso conosco. Tudo leva a
crer ter sido a mesma pessoa, ou pelo menos a mesma gangue. Se a justiça está
fechando os olhos para quem está cometendo essas atrocidades, eu não vou fechar
os olhos. Você quer mesmo deixar isso impune e esperar que suas amigas passem
pelo mesmo?
PAULA: (Olha para Enrico, sem saber o que dizer).
ENRICO: Se você chama isso de vingança, então eu quero me vingar. Eu quero
evitar que pessoas como eu sofram o que eu sofri, ou pior, nem tenham a oportunidade
de sobreviver. Eu posso ou não posso contar com você?
PAULA: Está bem, eu vou te ajudar. Pode contar comigo! O que você tem em mente?
ENRICO: Eu sabia que podia contar com você! Eu tenho algumas ideias em mente,
mas preciso que você preste muita atenção no que eu vou te explicar, um passo
em falso pode custar a nossa vida, entendeu?
(Enrico começa a explicar para Paula
o que já tem em mente e ela escuta atentamente).
Cena 05 – Hospital Santa Veridiana
[Interna/Manhã]
(No quarto do hospital em que
Fernanda estava internada, Durant e Rafael tentavam distraí-la).
DURANT: E você já sabe quando vai ter alta?
FERNANDA: O médico que está me atendendo disse que eu serei liberada amanhã, eu
mal posso esperar. Não sou muito fã de ficar internada!
RAFAEL: Amanhã você será liberada poderá partir pra outra, voltar a sua rotina
normal.
FERNANDA: E a Betinha, como ela está?
DURANT: Do mesmo jeito! Apesar de não correr mais nenhum tipo de risco de vida,
ela não quer falar comigo, nem com a mãe dela. Ela está cheia de mágoa e
ressentimentos. Não sei como posso fazer para que a minha filha nos aceite!
RAFAEL: A Betinha está a flor da pele com tudo isso, muito nervosa. Não é à toa,
é como se o mundo tivesse desmoronando na cabeça dela. Vimos isso como tudo
terminou, esse acidente horrível que sofreram.
FERNANDA: Mas esse acidente não foi culpa da Betinha.
DURANT: Não? (Questiona desconfiado).
FERNANDA: Não! O carro falhou, ou melhor os freios. Eu vi quando a Betinha tentou
frear diversas vezes, mas os freios não respondiam e foi por isso que aconteceu
o acidente.
DURANT: Então você está dizendo que houve um problema com os freios do carro?
FERNANDA: É, porque? (Estranha a desconfiança de Durant).
DURANT: Nada não, minha querida. Agora é melhor você descansar um pouco! Eu já
estou indo para casa. Rafael, você me acompanha até lá fora?
RAFAEL: Claro, tio!
DURANT: (Beija a testa de Fernanda) Fica bem, nos vemos depois.
FERNANDA: Pode deixar, obrigada pela visita.
(No corredor do hospital, Rafael
indaga Durant após os dois saírem do quarto).
RAFAEL: Tio, eu não estou entendendo. Porque você está assim?
DURANT: Você não percebeu? A Betinha não sofreu um acidente, ela sofreu uma
tentativa de assassinato.
RAFAEL: Assassinato? (Surpreende-se).
DURANT: Sim, assassinato. O carro da Betinha era novo para ter apresentado uma
falha grave desse jeito e se as minhas suspeitas estiverem certas, vamos
confirmar logo, logo. A Betinha se tornou uma pedra no sapato do Evandro e já
sabemos do que ele é capaz, matar é o mínimo. Eu vou tirar essa história a
limpo!
RAFAEL: Espera, o que o senhor vai fazer? (Questiona ao ver o tio apressado).
DURANT: Eu vou fazer o que qualquer pai faria. Depois nos falamos, te vejo em
casa. (Durant vai embora e deixa Rafael pensativo).
Cena 06 – Hospital Santa Veridiana
[Interna/Manhã]
(Quando Luiza Helena despertou, ela
estava em um consultório da emergência, acompanhada por Eva).
LUIZA
HELENA: Eva, o que
aconteceu?
EVA: Você desmaiou e algumas enfermeiras
nos ajudaram. Agora você está no consultório da médica. Ela te examinou e disse
que já voltava, faz alguns minutos que ela saiu.
LUIZA
HELENA: Me ajude a
descer daqui, eu preciso ver como a minha filha está. Ela está precisando de
mim... (Diz ao se sentar na maca).
EVA: Ficou doida? Você passou um tempão
desmaiada, ainda está branca feito uma folha de papel, não vamos sair daqui
enquanto a médica que atendeu você, voltar.
(A médica retorna ao consultório).
MÉDICA: Como é que está a minha paciente?
Sente-se melhor?
LUIZA
HELENA: Doutora, o
que eu tenho? É grave? Já faz alguns dias que me sinto estranha, venho tendo
esse mal estar.
MÉDICA: Na verdade não, você está em
perfeito estado de saúde. Esse seu mal estar não será duradouro e é
perfeitamente normal no seu estado.
LUIZA
HELENA: No meu
estado? (Repete).
MÉDICA: Exatamente, você está grávida. Meus
parabéns!
LUIZA
HELENA: Grávida, eu?
(Questiona).
Cena 07 – Delegacia [Interna/Tarde]
Música da cena: Sampa – Caetano
Veloso
(As maiores avenidas de São Paulo são
apresentadas, além de imagens aéreas evidenciando os grandes edifícios. A
fachada da delegacia surge logo em seguida. Em sua sala, Raquel ouve
atentamente uma nova queixa).
DELEGADA RAQUEL: Então, de acordo com o seu depoimento, a sua filha não
sofreu um acidente e sim uma tentativa de assassinato?
DURANT: A minha filha Roberta havia acabado de ganhar o carro, era praticamente
possível uma falha assim ter passado tão despercebida. Além disso, nos últimos meses
ela se tornou uma pedra no sapato de Evandro Britto, a quem acreditamos ser o
responsável pelas mortes de Suzana de Castro, Ângelo Vasconcelos e Demétrio
Martins de Andrade.
INSPETOR ERIBERTO: O seu depoimento coincide exatamente com o que a sua filha
nos relatou há algumas semanas.
DURANT: Exatamente, porque é verdade. É a mais pura verdade! Evandro Britto é um
homem perigoso que precisa ser detido! Se vocês não acreditam em mim, basta
fazer uma perícia no carro da minha filha, tenho certeza de que o carro foi
sabotado.
DELEGADA RAQUEL: Não se preocupe senhor Durant, iremos investigar tudo isso a
fundo. Eu te dou a minha palavra! (Estende a mão para Durant).
DURANT: A segurança da minha família depende disso. Espero que consiga alguma evidência
rápido. (Diz ao apertar a mão da delegada).
(Durant deixa a sala da delegada).
INSPETOR
ERIBERTO: E aí, o
que você acha? (Questiona).
DELEGADA
RAQUEL: Eu acho que
precisamos encontrar o elo que une todas essas suspeitas e comprovam a culpa de
Evandro Britto.
INSPETOR
ERIBERTO: E que ele
é esse?
DELEGADA
RAQUEL: Quem mais? A
amiga da secretária! Ela sabe de alguma coisa e é das grandes, se não fosse
isso ela não teria desaparecido. Precisamos encontrá-la, ela pode ser a luz no
fim desse túnel, ou pelo menos o inicio dela. (Responde pensativa).
Cena 08 – Hospital Santa Veridiana
[Interna/Tarde]
Música da cena: Rock Roll And Lullaby
– Alexandre Poli
(Luiza Helena e Eva caminhavam pelos
corredores do hospital de braços dados enquanto conversavam).
EVA: E agora, o que você pretende fazer?
LUIZA HELENA: Contar a novidade ao pai da criança e conseguir o perdão da
minha filha.
EVA: E o canalha do Evandro? Você não pode continuar com ele...
LUIZA HELENA: Não pretendo e não vou, principalmente depois de tudo o que
aconteceu. A única coisa que me liga ao Evandro nesse momento é não entregar
todo o patrimônio do Demétrio para aquele bandido destruir. Eu até já imagino
qual seja o próximo passo dele para nos atormentar e por isso preciso estar
alguns passos à frente dele.
(Luiza Helena e Eva chegam ao quarto
de Betinha e param em frente a porta do quarto).
RAFAEL: (Sai do quarto).
LUIZA
HELENA: Como está a
minha filha?
RAFAEL: Bem! Agora ela dormiu e eu resolvi ir até em casa, tomar um banho e
trocar de roupa. A enfermeira aplicou um medicamento e disse que ela deve
dormir por algumas horas.
LUIZA HELENA: Sei! Eu vou entrar para ficar com ela, com licença...
RAFAEL: Eu acho melhor você não fazer isso. (Diz sem jeito).
LUIZA HELENA: Rafael... Porque você está falando assim?
RAFAEL: Não me leve a mal, não sou eu. Acontece que a Betinha proibiu
terminantemente a sua entrada no quarto, ela não quer mais te ver.
Cena 09 – Sobrado de Lola/Amara
[Interna/Tarde]
Música da cena: Um Pôr Do Sol Na
Praia – Silva e Ludmilla
(Imagens do bairro da Mooca são
apresentadas e em seguida surge a fachada do sobrado que Lola/Amara comprou. No
interior da propriedade, Lola/Amara e Francesca acompanham a pintura do
imóvel).
FRANCESCA: Que bela, casa Lola! Está ficando linda.
LOLA/AMARA: A pintura está na fase final, já estou escolhendo os móveis.
Logo, logo a minha casa estará prontinha para ser chamada de lar.
FRANCESCA: O bom, é que você vai morar pertinho e será nossa vicina.
Agora uma coisa está me deixando preoccupata per te.
LOLA/AMARA: (Serve um copo com água que estava numa jarra em cima do
balcão na cozinha) Preocupada com o que?
FRANCESCA: Você não acha essa casa grande demais, non? Io fico pensando
que você vai se sentir sola, aqui.
LOLA/AMARA: E quem foi que disse que eu vou ficar sozinha por tanto
tempo? Tenho alguns planos.
FRANCESCA: Non... Non me diga que você vai sposare? Está innamorata?
LOLA/AMARA: (Sorri com o comentário) Ai, Francesca! Você pensa em cada
coisa. Eu apenas tenho alguns planos em mente, só isso. Só isso!
FRANCESCA: E que planos são esses? (Pergunta curiosa).
LOLA/AMARA: Em breve vocês irão descobrir! A única coisa que posso
adiantar é que são planos muito bonitos. Agora chega de conversa, vamos para o
restaurante? Daqui a pouco vai abrir e precisamos estar com tudo pronto.
FRANCESCA: É vero! Precisamos voltar para a pizzeria, vamos. (Responde
caminhando apressada, enquanto é seguida por Lola/Amara).
Cena 10 – Hospital Santa Veridiana
[Interna/Noite]
Música da cena: Anjos- Gabi Luthai
(Rafael estava deitado ao lado de
Betinha na cama do hospital, tentando convencê-la de que ela não era culpada do
acidente e nem do que tinha acontecido com Fernanda e o bebê).
RAFAEL: Para com isso, amor. É claro que não
foi culpa sua, o que aconteceu foi uma fatalidade, um acidente. Você não tinha
como prever o que ia acontecer!
BETINHA: Não tem como eu não me sentir
culpada pelo o que aconteceu. Eu tinha que ter impedido a Fernanda de sair
comigo de carro, eu estava transtornada, fora de mim e aí aconteceu. Com que
cara eu vou conseguir olhar a Fernanda nos olhos de novo!
RAFAEL: A Fernanda está bem e sabe que você não
teve culpa de nada. Ela mesma me falou. Não pense mais nessas coisas, você
agora precisa se recuperar desse horror que viveu e pensar em sair desse
hospital.
BETINHA: Isso é o que eu mais quero, sair
desse hospital.
RAFAEL: E por falar em sair desse hospital,
você já pensou como será o mundo lá fora a partir de agora? Você não pode
continuar evitando a sua mãe, o seu pai... Você precisa falar com eles!
BETINHA: Eu vou falar, mas no meu tempo. Não
quero ser pressionada, no meu tempo eu falarei com quem devo falar. Agora me
abraça, eu tô com frio...
RAFAEL: (Abraça Betinha e beija sua cabeça).
Cena 11 – Umbu-Cajá, Restaurante
Italiano [Interna/Noite]
Música da cena: Jeito Sexy - Sambô
(Maria Rita e Marcelo corriam pelo
restaurante que já estava fechado após encerrar mais um expediente de
atendimento).
MARIA RITA: Agora não, tigrão! Só depois do casamento. (Disse se
escondendo atrás da mesa na cozinha).
MARCELO: Greve agora, tigresa? Isso não é justo. Faltam só duas semanas para o
casamento!
MARIA RITA: Por isso mesmo, quero que você tenha saudade, que é pra não
esquecer nunca mais. Só mais duas semanas e eu serei só sua, tigrão.
MARCELO: Só minha, é? Você falando assim, já me deixa ouriçado.
MARIA RITA: Ouriçado com o que, tigrão? Com as minhas pernas? (Mostra as
pernas para Marcelo).
MARCELO: (Olha hipnotizado para Maria Rita).
MARIA RITA: Ou pelos meus ombrinhos? (Baixa a alça da blusa).
MARCELO: Vamos namorar, só um pouquinho... Vamos? Vem cá, vem! (Corre atrás de
Maria Rita).
MARIA RITA: Só se você me pegar! (Deixa a cozinha correndo).
Cena 12 – Casa de Durant
[Interna/Noite]
(Sozinho em casa, Durant estava
deitado no sofá assistindo um programa de televisão quando ouviu a campainha
tocar).
DURANT: Ué, quem será uma hora dessas?
(Pergunta-se a si mesmo quando se levanta do sofá).
(Durant vai até a porta e ao abrir,
depara-se com Luiza Helena).
DURANT: Você aqui? Aconteceu alguma coisa
com a Betinha?
LUIZA
HELENA: Não, a
Betinha está bem. O assunto que me trouxe até aqui é outro! Será que eu posso
entrar para dar uma palavrinha com você?
(Alguns instantes depois, Durant
surge sentado no sofá ao lado de Luiza Helena).
DURANT: E então, sobre o que você quer
falar?
LUIZA
HELENA: Tanta coisa!
Eu acho que tinha que te contar tanta coisa que passaríamos horas conversando.
DURANT: Eu não estou entendendo onde você
quer chegar. Seja franca, fale de uma vez!
LUIZA
HELENA: É, você tem
razão. Da última vez que não consegui falar com você, deu esse rolo todo. Então
não tem outro jeito, vou te falar direto, na lata. Durant, eu estou grávida.
Nós vamos ter outro filho!
Música da cena: O Ar Que Eu Respiro –
Dienis
DURANT: Outro filho? (Repete surpreso).
A imagem foca em Durant surpreso com
a revelação. A cena congela e vira uma capa de revista.
Obrigado pelo seu comentário!