CAPÍTULO 28 (Últimos Capítulos):
Cena 01 – Paradise
Models [Interna/Manhã]
MALU: Que foi Ingrid? Não
está feliz em me ver? Não vai dar um abraço na mamãe?
INGRID: (Retorna do estado
estático que estava após perceber a presença da mãe) Claro... Vou sim! (Ingrid
se aproxima de Malu para abraçar a mãe).
MALU: (Quando Ingrid
chega perto para abraçar Malu é recebida com uma bofetada) Você achou mesmo que
iria ficar tudo bem depois de tudo o que nos fez? Me internar numa clínica
psiquiátrica e tentar matar a sua própria irmã e tudo porque? Em nome do dinheiro...
INGRID: O que foi? Resolveu
se parecer com a sua filha pródiga e vai me fazer de saco de pancadas?
MALU: Eu fico me
perguntando onde foi que eu errei. Eu só te dei amor, você estudou nas melhores
escolas de São Paulo, viajou para onde queria, sempre teve tudo, tudo... Só lhe
faltou uma coisa, caráter. Eu devia ter feito alguma coisa quando percebi que
você tinha esse instinto ruim, esse ressentimento no coração, por mais que eu
dissesse que amava você e sua irmã por igual, você sempre competiu com ela,
mesmo na ausência dela. Nunca fazia nada por livre e espontânea vontade, só
dava um beijo se ganhasse algo em troca, mas isso já acabou...
INGRID: (Grita) Rua! Eu já
estou de saco cheio dessa conversa fiada, quero as duas fora da minha sala, da
minha empresa, da minha agência. Esse lugar me pertencem, vão embora!
MALU: (Dá outra bofetada
em Ingrid) Não grite, aqui você não manda em nada. Essa agência é minha, sempre
foi e será até quando eu quiser. Eu já sei o que eu vou fazer para te
consertar.
INGRID: Sabe? (Ironiza). E
o que seria?
MALU: Eu vou tirar aquilo
que você mais ama. O dinheiro, a agência, seu nome! Tudo isso que eu demorei
anos para construí e você fez questão de passar por cima. Eu vou te denunciar
Ingrid, você tem que pagar pelo o que fez e aprender a ser gente.
MARIA
EDUARDA: Vá
embora Ingrid, você não tem mais nada aqui.
INGRID: (Encara a mãe e a irmã com ódio e ressentimento) Vocês não vão me vencer, eu vou voltar e vou destruir as duas! (Ingrid sai da sala e Maria Eduarda abraça a mãe).
MARIA
EDUARDA: Eu
sei que você está arrasada, que não foi fácil dizer tudo isso para ela, mas é
fundamental para que ela mude. Não podemos passar a mão na cabeça dela e
ignorar seus crimes, ela precisa pagar por seus crimes para poder recomeçar!
MALU: (Chora e lamenta por
tudo o que aconteceu) Eu só queria poder ter evitado todo esse horror que
vivemos e que sua irmã não tivesse se tornado essa pessoa tão ambiciosa e ruim,
capaz de tudo por dinheiro, que em nome da ambição é capaz de matar, só isso...
Só isso! Agora eu preciso fazer uma coisa...
MARIA
EDUARDA: O
que?
MALU: Algo que somente eu
posso fazer... (Malu sai da sala).
(Malu entra na sala
de René sem ser anunciada).
RENÉ: Meu amor, não sabia
que você tinha voltado. Estou muito feliz!
MALU: Você está
sumariamente demitido, René. Não quero você na minha agência por mais nenhum
minuto, passe agora mesmo no departamento pessoal, faça as suas contas e rua!
Eu não vou falar de novo, da próxima vez que eu voltar, se for necessário será
com a polícia! Com licença. (Malu sai da sala de René e o deixa surpreso com
seu comunicado).
Cena 02 – Mansão
Germai (Quarto de Antônio) [Interna/Manhã]
(Marcela acorda ao
lado de Antônio após ter dormido na Mansão).
MARCELA: Desse jeito, o que
vão pensar? Não deveria ter dormido aqui.
ANTÔNIO: Que mal tem nisso?
Somos um casal, em breve vamos casar e já fizemos isso antes, só não aqui...
Foi num motel. Independente de hoje a gente durma, nada vai fazer mudar o que
eu sinto por você e nem diminui a mulher que você é...
MARCELA: (Abraça Antônio)
Essas palavras só me confirmam o porque eu aceitei essa ideia maluca de me
casar.
ANTÔNIO: Que tal descermos
para tomar café com a Pérola? Ou você prefere que tomemos o café da manhã aqui?
MARCELA: Eu não quero abusar
mais do que já abusei e parecer antipática, vamos descer...
(Na sala de jantar,
Betânia serve o café da manhã enquanto conversa com Pérola, Marcela e Antônio).
BETÂNIA: De novela! Tudo
isso que aconteceu aqui parece coisa de novela. Eu nunca vi, uma irmã tentar
matar a outra e assumir a identidade dela e como se não bastasse tudo isso,
internar a própria mãe num hospício... (Betânia coloca café na xícara de
Antônio).
PÉROLA: Já deu para perceber
que a Ingrid é uma mulher muito perigosa, mas nem tudo é só se dar bem, a essa
altura ela já deve ter sido escorraçada da agência e foi para bem longe.
MARCELA: Você acredita mesmo
nisso?
ANTÔNIO: O que quer dizer
com isso?
MARCELA: Eu quero dizer que
a Ingrid já mostrou do que é capaz, ainda recai sobre ela a suspeita do acidente
do seu pai. Com todo esse histórico, vocês acham mesmo que ela não vai querer
se vingar da gente? Montar uma represália? Eu aposto que essa história ainda
não acabou.
Cena 03 – Paradise
Models [Interna/Manhã]
Música da Cena –
Louca – Alice Caymmi (Instrumental triste)
(Após sair da sala
da presidência, Ingrid arruma a bolsa e caminha em direção ao elevador).
SIMONE: Indo embora sem se
despedir, Ingrid? (ironiza enquanto toma um pouco de chá numa caneca que está
segurando).
INGRID: Falou comigo? (Responde
depois de alguns segundos, pois estava distraída).
SIMONE: Eu já sei de tudo o
que aconteceu e tenho algumas coisas para te dizer. Estou completamente feliz
que sua mãe tenha voltado para a empresa e sua irmã também. Suas ofensas? Elas
me machucavam muito, eu ia até o banheiro e chorava lá, sozinha...
INGRID: Você não passa de
uma...
SIMONE: (Interrompe Ingrid)
Sabe quando você pedia café? Toda vez antes de entrar na sua sala eu cuspia
nele e mexia com uma colher para que não notasse. Eu tenho nojo de você, te
acho uma tremenda e asquerosa racista. Quero que você pague por tudo que você
fez, vagabunda!
(As portas do
elevador se abrem e Ingrid entra)
INGRID: Eu vou voltar e
quando voltar, não vou te demitir... Vou continuar com você aqui dentro, sendo
meu capacho, só para ter o prazer de te humilhar oito horas por dia.
SIMONE: (Segura as portas
do elevador para que nãos e fechem e ri sarcasticamente da resposta de Ingrid)
Voltar? Faz-me rir! Eu tenho uma lembrancinha para você levar com muito carinho
de minha parte...
INGRID: Eu não vou perder
meu tempo com uma...
SIMONE: Toma! (Joga o chá
em Ingrid e sai para que as portas do elevador se fechem).
INGRID: (Começa a xingar,
porém não se consegue entender, porque as portas do elevador se fecham logo em
seguida).
SIMONE: (Caminha de volta
para sua mesa falando em alto e bom som) Tchau “inseto”.
Cena 04 – Casarão
Sant'Anna [Interna/Manhã]
(Igor aguarda
Caíque na sala de estar).
CAÍQUE: Pronto, já liguei
para a Eduarda e ela está na agência, a mãe dela também está lá, não avisei que
estamos indo até lá, como o senhor pediu.
IGOR: Ótimo, hoje vou
esclarecer algo que é muito importante para mim e talvez para ela.
CAÍQUE: Tô achando o senhor
tão estranho, tão misterioso. Não quer mesmo me contar do que se trata?
IGOR: Já esperou tanto
tempo, pode esperar mais um pouco!
CAÍQUE: E o mistério
continua, mas está bem... Vamos?
IGOR: Vamos!
(Igor e Caíque saem
de casa. Nesse momento, Sílvia sai do escritório e revela que estava ouvindo
tudo).
SÍLVIA: E então? Eu vou ou
não vou... Preciso salvar o meu casamento! (Fala consigo mesma).
Cena 05 – Baixada
do Glicério – Barraco do Garibaldi [Interna/Tarde]
(Garibaldi assiste
um programa esportivo quando é atrapalhado pelos gritos de Ingrid).
INGRID: (Sai do banheiro enrolada
numa toalha) Seu inútil, não tem água quente nesse barraco? Essa água gelada
quase me mata.
GARIBALDI: Energia elétrica é
cara, gata. A companhia de energia sempre corta os gatos que fazemos na
energia, dessa última vez, nem liguei o gato no chuveiro.
INGRID: Eu só tomo banho
com água quente, minha pele só fica um pêssego desse jeito. O que você vai
fazer?
GARIBALDI: Vou dar um jeito,
vem cá!
(Na cozinha)
GARIBALDI: Pronto! (Despeja
água quente de uma panela num balde).
INGRID: Pronto o que?
GARIBALDI: Você não queria
banho de água quente? Vai ter!
INGRID: Eu tomo banho de
água quente que sai do chuveiro...
GARIBALDI: E hoje vai tomar
banho de caneca, vulgo cuia. É banho do mesmo jeito!
Música da cena:
Louca – Alice Caymmi
(No banheiro)
INGRID: (Toma banho de
cuia) Que pobreza, mas em breve isso vai acabar... Ingrid Germai não nasceu
para passar por isso!
Cena 06 – Ikônica –
Agência de Publicidade [Interna/Tarde]
(Jean chega no
estúdio de fotografia para verificar como está o andamento da sessão de fotos
para a Boutique do Frango).
JEAN: E então, como vão
as coisas?
PRODUTORA: Quase tudo pronto!
JEAN: Cadê a modelo?
Falaram tanto nessa Garota Galeto, quero conhecê-la!
GIGI: (Sai do camarim num
roupão branco. Usa glitter na maquiagem e está com o cabelo arrumado) Gigi
Almeida na área, prontinha para arrasar!
JEAN: (Observa Gigi com
interesse) Muito prazer, eu sou Jean Aguiar, Dono da Agência e Diretor de Artes
e Projetos. (Estende a mão para Gigi em forma de cumprimenta-lo).
GIGI: (Aperta a mão de Jean
e observa ele segurando sua mão) Eu sou Gigi Almeida, a Garota Galeto, o prazer
é todo meu!
PRODUTORA: Podemos começar?
JEAN: Podemos!
(Gigi anda para o
centro do estúdio, tira o roupão e revela estar num biquini de cor dourada, seu
corpo tem bastante óleo corporal e por isso está brilhando).
FOTOGRAFO: Pode pegar pedaços
dos galetos que estão ali naquela mesa e usar durante as fotos.
GIGI: Ótimo, vou misturar
duas coisas que amo... Ser modelo com comida, paizinho do céu... Tamo junto!
(Agradece e volta para o estúdio para tirar fotos).
Músicas da cena:
Toda Toda – Pikeno e Menor
GIGI: (Gigi tira fotos
sensuais mordendo a coxa do galeto).
PRODUTORA: (Observa a sessão
de fotos) E não é que ela leva jeito mesmo? Estou achando que ela está se
saindo muito bem...
JEAN: Leva muito jeito,
muito mesmo!
Cena 07 – Jardim
Saúde (Oficina do Jorginho) [Interna/Tarde]
(Jorginho limpa as
mãos e caminha em direção a entrada da oficina quando vê um carro entrar).
BETINA: Voltei! (Desce do
carro).
JORGINHO: O carro voltou a
dar problema?
BETINA: Não, eu vim trocar
o óleo dessa vez!
JORGINHO: Que bom que voltou,
fidelizando o meu serviço. Para ter voltado, imagino que esteja trabalhando por
aqui ou more.
BETINA: Acertou, eu sou a
nova delegada do 38º distrito. Eu não voltei só por conta disso, tenho que ser
sincera!
JORGINHO: Eu até imagino...
BETINA: Imagina? E porque
eu teria voltado?
JORGINHO: Eu acho que vou
trocar o seu óleo e não o do carro.
BETINA: Não seja
pretensioso! Eu sou uma mulher moderna, emponderada... Quem vai trocar o óleo
aqui sou eu e será o seu. (Betina empurra Jorginho no capô do carro e o beija
em seguida).
Cena 08 – Hospital
Paulo Toledo [Interna/Tarde]
(Antônio vai até a
recepção com uma prancheta nas mãos).
ANTÔNIO: A recepcionista me
ligou e disse que você estava aqui. Posso saber o que você quer?
VIVIAN: Como o que eu
quero? Eu vim te visitar, estava com saudades.
ANTÔNIO: Não estou livre
agora, estou no meu horário de trabalho e você sabe o quanto eu respeito isso,
já conversamos sobre isso, Vivian... Nosso tempo já passou!
VIVIAN: Eu não desisti de
você, de nós... Eu vou te reconquistar, eu te amo! (Vivian tenta beijar
Antônio).
ANTÔNIO: (Segura Vivian) Eu
não quero ficar com você. Eu tenho alguém, eu amo a Marcela e vamos casar em
breve. Não rola mais nada entre nós dois, você tem que entender isso!
VIVIAN: Não, isso nunca. Se
você não for meu, você não será de mais ninguém! (Pega a bolsa no sofá).
ANTÔNIO: Você está me ameaçando?
VIVIAN: Não, eu estou
apenas te falando que já decidi o nosso destino, amor. Até logo! (Vivian vai
embora e deixa Antônio assustado com suas falas).
Cena 09 – Paradise
Models (Sala da Presidência) [Interna/Tarde]
(Malu e Maria
Eduarda conversam sobre o futuro).
MALU: Que projeto lindo,
filha!
MARIA
EDUARDA: Quero
me inspirar na sua juventude e quero fazer algo por mais pessoas que tem o
mesmo sonho que eu e não tem condições de fazer isso. Eu vou montar uma casa de
modas lá no Jardim Saúde e vamos revelar os novos talentos desse país, já pedi
para a Marcela ver uns espaços pelo bairro com ajuda da Mercedes, a minha
vizinha! Então em breve, teremos novidades.
MALU: Pode contar comigo,
eu vou te ajudar no que for preciso!
(Alguém bate na
porta)
MALU: Pode entrar!
SIMONE: (Abre a porta) Vocês
têm visitas, são amigos seus Maria Eduarda.
MARIA
EDUARDA: Que
amigos?
SIMONE: Um disse que se
chama Caíque e o outro é o pai dele.
MARIA
EDUARDA: Ah...
Que coisa boa! Mãe, o Caíque e a família dele que me ajudou durante o período
que estive fora, inclusive foi aquele da clínica que me ajudou a tirar de lá e
te colocar num hotel até a senhora reaparecer aqui hoje, queria mesmo
apresentar todo mundo.
MALU: Que bom que vieram
então, quero agradecê-los pessoalmente por toda ajuda que te deram. Simone,
peça para que entrem!
(Caíque entra
primeiro).
MARIA
EDUARDA: Caíque,
que bom te ver! (Abraça Caíque).
CAÍQUE: Que mentira, aposto
que nem sentiu minha falta...
MARIA
EDUARDA: Não
diga isso, sabe que sua amizade é muito especial para mim. Mas e o seu pai? Eu
não estou vendo o Igor.
MALU: O pai dele chama-se
Igor?
(Igor entra na
sala)
MALU: Igor?
IGOR: Malu!
MALU: O que você está
fazendo aqui? Quem lhe deu o direito de reaparecer? Vir até aqui?
MARIA
EDUARDA: Vocês
se conhecem?
CAÍQUE: Agora eu não tenho
mais dúvidas, se conhecem.
IGOR: Precisamos
conversar, é muito importante. Você mentiu para mim não foi? Porque você fez
isso?
MALU: (Olha para Maria
Eduarda e depois encara Igor) Eu acho mesmo muito cinismo de sua parte, vir até
aqui me contratar. Você foi embora, casou com outra e sequer quis assumir as
suas responsabilidades. Eu não quero continuar conversando com você sobre isso,
vá embora!
IGOR: Pode me mandar
embora quantas vezes quiser, eu não vou sair daqui enquanto não acertarmos as
nossas contas.
MALU: Ah você não vai? Se
você não vai sair aqui, então eu saio... (Malu sai da sala da presidência
correndo).
IGOR: Você não vai fazer
como fez há vinte e seis anos atrás, você não vai fugir! (Igor corre atrás de
Malu).
MARIA
EDUARDA: O
que significa tudo isso?
CAÍQUE: Eu também quero
saber, vamos atrás deles! (Caíque e Maria Eduarda correm atrás dos dois).
(Malu corre
transtornada pela recepção e chama o elevador. Igor não consegue entrar, então
vai pela escada).
MALU: (Sai do interior do
elevador já no andar térreo) Isso só pode ser um pesadelo, eu não quero vê-lo,
eu não posso, não posso...
IGOR: (Igor abre a porta
que dá acesso as escadas de emergência e avista Malu) Volta aqui, precisamos
conversar e eu não vou embora enquanto fizer isso...
MALU: (Ao ver Igor, Malu
corre pelas ruas completamente transtornada com a sua presença).
IGOR: (Continua correndo
atrás de Malu).
(Malu corre pelas
ruas sem olhar para os lados e não percebe que o perigo se aproxima).
IGOR: (Grita) Malu!
MALU: (Malu para de
correr, olha para o lado e percebe que um carro se aproxima, sendo atropelada
em seguida).
(Igor corre entre
os carros e se aproxima de Malu).
IGOR: Malu, fala
comigo... Malu?
MARIA
EDUARDA: Mãe,
mãe... O que aconteceu com a minha mãe? (Fala ao se aproximar junto com
Caíque).
IGOR: Ela foi
atropelada...
MARIA
EDUARDA: Ela
está viva?
IGOR: Sim, ela está
respirando, já verifiquei. Precisamos ir até um hospital, sua mãe precisa ser
atendida!
CAÍQUE: Eu vou chamar uma
ambulância! (Caíque tira o celular do bolso e começa a ligar para a
emergência).
(Alguns instantes
depois, uma ambulância chega até o local, imobiliza Malu e a leva para o
hospital).
Cena 10 – Ikônica –
Agência de Publicidade [Interna/Tarde]
(Gigi arrasa na
sessão de fotos e surpreende a todos).
JEAN: Eu não sei vocês,
mas se existiu outra garota galeto, nenhuma se enquadrou tão bem quanto ela...
PRODUTORA: Realmente, ela
surpreendeu. Achei que seria bem fraquinha, mas está de parabéns!
FOTOGRÁFO: Pronto, troca de
roupa agora que vamos fazer mais fotos com o segundo look.
GIGI: E aí gente, o que
estão achando?
JEAN: Você está demais,
uma gata!
GIGI: Então isso é bom?
JEAN: É ótimo...
PRODUTORA: Eu vou leva-la para
vestir o segundo look e você, seca essa baba que está escorrendo.
JEAN: Quem está babando
aqui?
PRODUTOR: Você, galetão! (Dá
risada e vai para o camarim com Gigi).
Cena 11 – Hospital
Paulo Toledo [Interna/Noite]
(Igor, Maria
Eduarda, Caíque, Pérola, Miguel e Renata aguardam na sala de espera por
notícias de Malu).
MARIA
EDUARDA: Então
quer dizer que você é o meu pai?
IGOR: Eu desconfiei
antes, mas quis confirmar tudo isso... Ainda não conversei com a sua mãe, mas
pela idade e pela reação da sua mãe, eu não tenho mais dúvidas.
CAÍQUE: Nós somos irmãos?
(Se entristece).
IGOR: É... Eu preciso...
SÍLVIA: Não, vocês não são
irmãos! (Sílvia responde interrompendo Igor ao entrar).
IGOR: O que você faz
aqui, Sílvia?
CAÍQUE: Como não somos
irmãos? O meu pai é o pai da Maria Eduarda!
IGOR: Aqui não é a hora e
nem o momento de conversar sobre isso, Sílvia.
SÍLVIA: E porque não? O seu
lugar deveria ser em Atibaia, não aqui enfurnado nesse hospital e numa história
que não é sua.
MIGUEL: Pessoal, acalmem os
ânimos. Estamos num hospital, não podemos fazer muito barulho.
RENATA: Aí vem o Antônio!
PÉROLA: E aí, como está a
nossa mãe? Ela está bem?
ANTÔNIO: (Olha
para todos que estão presentes antes de falar) A mamãe está fora de perigo, foi
só um susto! Dentro de algumas horas ela poderá ir para casa.
(Todos comemoram).
PÉROLA: E quando vamos
poder vê-la?
ANTÔNIO: Agora mesmo, se
quiserem...
PÉROLA: Então vamos, quero
vê-la. (Pérola, Renata e Maria Eduarda vão até o quarto).
SÍLVIA: E você? Não vai ver
a vagabunda?
IGOR: Ela não é nenhuma
vagabunda, quero que você vá embora daqui agora
CAÍQUE: Mãe, o papai tem
razão, aqui não é lugar para escândalos e eu também quero ir para um lugar mais
reservado, pois a senhora tem muito para esclarecer.
IGOR: Vamos embora,
depois eu volto para ver a Malu. Vamos Sílvia, vamos para casa!
(Igor, Caíque e Sílvia vão embora).
Cena 12 – Baixada
do Glicério – Barraco do Garibaldi [Interna/Noite]
(Ingrid entra no
barraco de Garibaldi e se surpreende com uma visita).
INGRID: Ora, ora... A que
devo a honra de uma visita tão ilustre?
RENÉ: Agora não é hora
para ironias. Fui demitido, sua mãe me jogou no olho da rua!
INGRID: Que notícia
deliciosa! Fiquei até com vontade de comemorar, sabia? Sem dinheiro, sem
mordomias e sem o principal, sem a minha mãe. Melhor não poderia ser!
RENÉ: Vamos parar com
isso, eu estou sentindo a sua falta.
INGRID: Não seja mentiroso,
já se esqueceu de como me tratou quando fui te pedir ajuda? Eu não esqueci e
estou bem feliz com o que lhe aconteceu. O que você quer? Se veio para me pedir
dinheiro, pode voltar por onde entrou, pois graças a você e sua ideia de
comprar casa afastada, eu não tenho mais um tostão.
RENÉ: É justamente o
contrário, eu vim até aqui lhe oferecer uma quantia considerável para que você
me ajude a ficar com a sua mãe.
INGRID: Acho que eu não
entendi direito, como disse?
RENÉ: Te dou metade do
meu dinheiro desde que você me ajude a levar sua mãe embora daqui.
INGRID: Essa conversa está
começando a me interessar!
(A imagem
foca em Ingrid encarando René, a cena congela e o capítulo encerra com o som de
uma câmera fotografando).
Obrigado pelo seu comentário!